Baixa vigilância sobre variantes na América Latina vira ameaça ao mundo:baixar app da lampions bet
Especialistas concordam que, embora tenha havido avanços, a vigilância genômica precisa ser fortalecida na região. E alertam para o riscobaixar app da lampions betnão ser feitabaixar app da lampions betlarga escala.
"A América Latina precisabaixar app da lampions betuma vigilância genômica forte. Na maioria dos países, ainda é mínima", escreveu no Twitter, no iníciobaixar app da lampions betmarço, a epidemiologista Zulma Cucunubá, especialistabaixar app da lampions betdoenças infecciosas e saúde pública da universidade Imperial College London, no Reino Unido.
"Não sabemos o que está acontecendo com as variantes do SARS-CoV-2 na região."
A genética do vírus
Cada vírus SARS-CoV-2 possui um código genético expressobaixar app da lampions betuma sequênciabaixar app da lampions bet30 mil letras.
Esse conjuntobaixar app da lampions betletras é conhecido como genoma do vírus — e é o que dá a ele as instruções sobre como atuar e se transmitir.
Além disso, essas letras funcionam como um "arquivo histórico da evolução do vírus", como explica Fernando González Candelas, professorbaixar app da lampions betgenética da Universidadebaixar app da lampions betValência, na Espanha,baixar app da lampions betartigo publicado no sitebaixar app da lampions betnotícias acadêmicas The Conversation.
Cada vez que o vírus infecta uma outra pessoa, existe a possibilidadebaixar app da lampions betsofrer uma mutação, algo que é entendido como uma característica própria dos vírus.
Assim, os cientistas podem dizer que um vírus sofreu mutação ao perceber que algumas das letrasbaixar app da lampions betseu genoma mudaram.
As mutações acontecem o tempo todo, mas quando um grupobaixar app da lampions betvírus compartilha o mesmo conjuntobaixar app da lampions betmutações, formam o que é conhecido como variante.
Durante a pandemia, foram identificadas variantes do SARS-CoV-2baixar app da lampions betdiferentes partes do mundo.
Algumas delas são o que é tecnicamente conhecido como "variantes preocupantes" porque têm o potencialbaixar app da lampions betser mais contagiosas, causar doenças mais graves ou reduzir o efeito das vacinas.
Até agora, pelo menos três variantes preocupantes foram detectadas:
- B.1.1.7, identificada pela primeira vez no Reino Unido;
- B.1.351, identificada pela primeira vez na África do Sul;
- P.1, identificada pela primeira vez no Brasil.
"O vírus não é uma unidade estática, ele muda constantemente", diz à BBC News Mundo Julián Villabona, epidemiologista molecular do Centrobaixar app da lampions betModelagem Matemáticabaixar app da lampions betDoenças Infecciosas da Escolabaixar app da lampions betHigiene e Medicina Tropicalbaixar app da lampions betLondres, no Reino Unido.
"Se ele tiver oportunidade, vai mudarbaixar app da lampions betforma a permitir que infecte mais pessoas ou,baixar app da lampions betalguns casos, cause doenças mais graves."
Rastreamentobaixar app da lampions betvariantes
Essas variantes foram identificadas graças ao fatobaixar app da lampions betos cientistas compartilharem milharesbaixar app da lampions betgenomas do vírusbaixar app da lampions betum grande bancobaixar app da lampions betdados global.
Essa basebaixar app da lampions betdados é chamada GISAID, siglabaixar app da lampions betinglês para Iniciativa Global para o Compartilhamentobaixar app da lampions betTodos os Dados sobre Influenza.
O nome se deve ao fatobaixar app da lampions betque foi originalmente criado para monitorar o genoma do vírus da gripe.
O que os pesquisadores do GISAID fazem é mapear as 30 mil letras da versão vírus que infectou cada pessoa.
Até agora na pandemia, especialistas observaram que o SARS-CoV-2 acumulabaixar app da lampions betuma a duas mutações por mês, explica Villabona.
A vigilância genômica deve revisar as 30 mil letras do vírus que infecta cada pessoa e observar quais mudanças ocorrerambaixar app da lampions betrelação aos vírusbaixar app da lampions betoutras pessoas.
"A (vigilância) genômica é a única tecnologia que nos permite identificar as novas variantes que nos preocupam", afirma à BBC News Mundo Catalina López Correa, médica especialistabaixar app da lampions betgenética e diretora executiva da Rede Canadense Genômicabaixar app da lampions betCovid-19 (CanCOGeN).
"Se não entendermos quais variantes temos e como estão sendo transmitidas, corremos o riscobaixar app da lampions betquebaixar app da lampions betalgum momento as vacinas não sejam eficazes."
Porbaixar app da lampions betvez, Villabona acrescenta que "a vigilância genômica nos permite estar atentos para que o vírus não mudebaixar app da lampions betforma a complicar a situação e que, se estiver mudando, possam ser ativadas estratégias para reduzir seu impacto".
A equação é clara: quanto maior o númerobaixar app da lampions betvariantes, é possível que o númerobaixar app da lampions betinfecções aumente; e quanto maior o númerobaixar app da lampions betinfecções, maior a probabilidadebaixar app da lampions betsurgirem novas variantes.
A vigilância na América Latina
A vigilância genômica do SARS-CoV-2 na América Latina "estábaixar app da lampions betestado embrionário", nas palavrasbaixar app da lampions betLópez Correa.
A especialista comenta que o Reino Unido, por exemplo, registrou cercabaixar app da lampions bet300 mil genomas do vírus no GISAID. O Canadá inseriu maisbaixar app da lampions bet22 mil.
Até 22baixar app da lampions betmarço, a América Latina e o Caribe, como um todo, haviam registrado menosbaixar app da lampions bet14 mil, segundo a Rede Regionalbaixar app da lampions betVigilância Genômicabaixar app da lampions betcovid-19, que tem o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Em 31baixar app da lampions betmarço, o GISAID contava com maisbaixar app da lampions bet940 mil sequências do SARS-CoV-2 embaixar app da lampions betplataforma a nível global.
López Correa destaca que, na América Latina, países como México e Brasil lideram o númerobaixar app da lampions betsequências registradas, e que na Colômbia, Peru e Equador o númerobaixar app da lampions betgenomas reportados está aumentando aos poucos.
A especialista alerta, porém, que "estamos indo devagar".
"Acho que na América Latina não estamos sendo muito conscientes da importância da vigilância genômica."
Villabona afirma, porbaixar app da lampions betvez, que o númerobaixar app da lampions betgenomas registrados na América Latina é muito baixo se comparado ao número totalbaixar app da lampions betcasosbaixar app da lampions betcovid-19 na região, que girabaixar app da lampions bettornobaixar app da lampions bet24 milhões.
"Na América Latina, existe a possibilidadebaixar app da lampions bethaver variantes que não foram registradas e que são responsáveis por uma fração significativa dos casos", explica.
"Não podemos saber, porque os dados genéticos não existem... com esse númerobaixar app da lampions betsequências que temos, não se pode calcular."
Em entrevista coletivabaixar app da lampions bet23baixar app da lampions betmarço, a OPAS disse que está apoiando os países da América Latina para fortalecerbaixar app da lampions betcapacidadebaixar app da lampions betvigilância do vírus, e que um dos seus principais objetivos é ampliar essa redebaixar app da lampions betrastreamento com novos laboratórios, financiamento e assistência técnica.
Prioridade
Os especialistas concordam que a América Latina tem pessoas capacitadas para fazer uma vigilância genômica maior.
López Correa afirma, no entanto, que "faltam recursos e priorização do pontobaixar app da lampions betvista estratégico e político".
A especialista destaca que a vigilância genômica é uma ferramenta importante para tomadasbaixar app da lampions betdecisõesbaixar app da lampions betsaúde pública, como impor lockdowns, por exemplo.
"Nesse momento, a vacinação e a vigilância são igualmente importantes", alerta.
De acordo com Villabona, a América Latina tem se concentrado até agorabaixar app da lampions betmonitorar se há a presençabaixar app da lampions betuma variantebaixar app da lampions betoutra região, mas deveria ser feito um esforço maior para saber se uma variante do próprio continente tem o mesmo efeito.
No Brasil, por exemplo, foi importante que se tenha criado há alguns anos um programabaixar app da lampions betvigilância genômicabaixar app da lampions betvírus como da dengue, zika ou febre amarela.
Como explica Villabona, pelo fato dessa infraestrutura já existir, foi possível adaptá-la para rastrear o genoma do coronavírus.
Finalmente, embora os especialistas insistam que os governosbaixar app da lampions betcada país priorizem o sequenciamento genômico a nível nacional, a vigilância deve ser vista como uma questãobaixar app da lampions betcooperação global.
Se um país não monitora adequadamente as possíveis variantes do vírus, pode se tornar um problemabaixar app da lampions betsaúde pública mundial.
"Para o vírus, não há fronteiras", conclui López Correa.
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