Como os satélites artificiais podem estar cegando nossa visão do Universo:apostas em futebol
Donahue também preside a Sociedade Americanaapostasapostas em futebolfutebolAstronomia, cujo relatório mais recente concluiu que "alguns fenômenos certamente não serão descobertos como resultadoapostasapostas em futebolfuteboluma interferência significativa".
Mas que tipoapostasapostas em futebolfutebolobservação vital corremos o riscoapostasapostas em futebolfutebolperder?
"Nós monitoramos os céusapostas em futebolbuscaapostasapostas em futebolfutebolasteroides a caminhoapostasapostas em futebolfutebolnós", diz ela. "A existência humana estáapostas em futeboljogo."
Houston, temos um problema.
'Está arruinando minha pesquisa'
Nas últimas semanas, dificilmente passou um dia sem que mais um satélite tenha sido lançado por uma companhia privada.
A empresa aeroespacial americana Space X já colocouapostas em futebolórbita 650 satélites Starlinkapostasapostas em futebolfuteboluma frotaapostasapostas em futebolfutebol12 mil. A empresa globalapostasapostas em futebolfutebolcomunicações OneWeb enviou 74apostasapostas em futebolfutebol48 mil previstos. E a Amazon afirma que quer lançar 3.236 satélites próprios.
Uma vez que fizerem isso, essas três empresas sozinhas serão responsáveis por maisapostasapostas em futebolfutebol63 mil novos satélites que vão se somar aos que já estãoapostas em futebolórbita.
E isso sem levarapostas em futebolconta que outras empresas na Rússia, China eapostas em futeboloutros lugares do mundo também estão planejando lançar seus próprios dispositivos.
Em teoria, isso deveria ser uma notícia boa — o principal objetivoapostasapostas em futebolfuteboltodo esse maquinário voando por aí é melhorar as telecomunicações na Terra.
Mas há um lado obscuroapostas em futebolter essas megaconstelaçõesapostasapostas em futebolfutebolsatélites artificiais: elas cegam os astrônomos.
Alguns segundos do brilhoapostasapostas em futebolfutebolum satélite podem mandar anosapostasapostas em futebolfutebolpesquisa para o lixo, diz Donahue.
Devemos nos preocupar?
Sim, porque o que você aprende estudando galáxias remotas (de que matéria é feita,apostasapostas em futebolfuteboldensidade e gravidade) pode abrir caminho para uma tecnologia mais avançada e uma vida mais confortável para todos.
Mas, para fazer isso, Donahue precisa primeiro capturar algumas das luzes mais fracas que você possa imaginar — com a ajuda dos telescópios mais especializados.
E este equipamento é extremamente vulnerável a fontesapostasapostas em futebolfutebolluz artificiais.
"Enquanto estou tentando acessar a luz fracaapostasapostas em futebolfutebolgaláxias a bilhõesapostasapostas em futebolfutebolanos-luzapostasapostas em futebolfutebolnós, os satélites artificiais criam enormes rastrosapostasapostas em futebolfutebolluz superexpostaapostas em futebolimagens muito sensíveis", explica Donahue.
Em outras palavras, suas delicadas imagens são queimadas pelo brilho do satélite.
Às vezes, "a exposição completa, geralmenteapostasapostas em futebolfutebolvários minutos, é arruinada e afeta até as exposições subsequentes usando o mesmo dispositivo", acrescenta.
Intromissão 'catastrófica para a astronomia'
Podemos dizer que os satélites artificiais estão fazendo ''photobombing'' (atoapostasapostas em futebolfutebolarruinar uma foto com uma intervenção planejada ou acidental) nas pesquisas astronômicas?
"Sim, é uma maneiraapostasapostas em futebolfutebolver as coisas", diz Donahue.
"Estão literalmente criando uma terrível cercaapostasapostas em futebolfutebolluz que impede a ciênciaapostasapostas em futebolfutebolestudar o Universo: planetas, asteroides, estrelas, galáxias, tudo!"
Uma grande vítima poderia ser o Observatório Vera Rubin (VRO, na siglaapostas em futebolinglês) — anteriormente conhecido como LSST — que ainda estáapostas em futebolconstrução no Vale do Elqui, no Chile, local escolhido pelo céu imaculado.
"Este novo telescópio é da mais alta prioridade para os Estados Unidos e será tragicamente comprometido por esses satélites", diz Donahue.
"É necessário tomar uma atitude para torná-los menos catastróficos para a astronomia."
'A existência humana estáapostas em futeboljogo'
Mas não é apenas seu trabalho que pode ser afetado. "A existência humana é uma das coisasapostas em futeboljogo", afirma Donahue. "Nós monitoramos os céusapostas em futebolbuscaapostasapostas em futebolfutebolasteroides e cometas a caminho".
A probabilidadeapostasapostas em futebolfutebolum deles atingir a Terra é muito baixa, mas ainda assim é uma possibilidade.
Apenasapostas em futebolsetembro passado, dois asteroides com aproximadamente metade do tamanho da Torre Eiffel passaram por nosso planeta a uma velocidadeapostasapostas em futebolfutebol13 km/s (rápido o suficiente para percorrer a distânciaapostasapostas em futebolfutebolNova York a Londresapostas em futebolpouco maisapostasapostas em futebolfutebolsete minutos).
A Nasa classifica esses tiposapostasapostas em futebolfutebolrochas espaciais como Objetos Próximos à Terra (NEO, na siglaapostas em futebolinglês) e diz que eles são "potencialmente perigosos", porque há uma chanceapostasapostas em futebolfutebolque suas órbitas se aproximemapostasapostas em futebolfuteboluma rotaapostasapostas em futebolfutebolcolisão com a Terra no futuro.
É por isso que a Nasa também monitora constantemente muitos outros asteroides que são considerados um risco — embora as chancesapostasapostas em futebolfutebolatingirem a Terra ainda sejam muito pequenas — e tem um plano para tira-los do nosso caminhoapostas em futebolcasoapostasapostas em futebolfutebolnecessidade.
Mas é por isso que receber um alerta antecipado aumenta seriamente as chancesapostasapostas em futebolfutebolsobrevivência, diz Donahue. Quanto mais cedo você detectar um objeto se movendo emapostasapostas em futebolfuteboldireção, maiores serão suas chancesapostasapostas em futebolfutebolevitar uma colisão catastrófica.
Poluição do céu noturno
"Quem é o dono do céu e quem deve ter voz para decidir quem coloca luzes brilhantes nele?", questiona Donahue.
As empresas que lotam o espaço com satélites artificiais "arruínam a escuridão para todos na Terra."
Além do risco existencial, podemos perder também inúmeras descobertas emocionantes — e úteis —, acrescenta ela, uma "perda irreversível permanenteapostasapostas em futebolfuteboloportunidades".
Mas será que os satélites poderiam ser enviados para uma órbita menos problemática?
"Mesmo se cada uma dessas empresas concordasseapostas em futebolusar apenas órbitas baixas da Terra (cercaapostasapostas em futebolfutebol500-600 kmapostasapostas em futebolfutebolaltitude)", diz Donahue, "esses objetos podem ser visíveis, refletindo a luz solar lá no alto do espaço, por horas antes do Sol nascer e depois do pôr-do-sol".
E se essas empresas optassem por usar órbitasapostasapostas em futebolfutebolgrande altitude? "Aí o problema é ainda pior. Para um observatório como o Vera Rubin, haverá contaminantesapostas em futebolquase todas as imagens registradas nesse período da noite", diz ela.
E não se trata apenas do que acontece no Chile. A questão tem um impacto internacional.
Lembra da primeira imagem registradaapostasapostas em futebolfutebolum buraco negro a 500 milhõesapostasapostas em futebolfuteboltrilhõesapostasapostas em futebolfutebolkm da Terra? Nenhum telescópio neste planeta é grande o suficiente para capturar certas coisas que são muito grandes, muito distantes ou ambos.
Mas se você conectar vários dos maiores telescópios ópticos disponíveis ao redor do planeta — como fizeram para o projeto do buraco negro — você está efetivamente criando um megaobservatório, que se alimenta dos dados uns dos outros, assim como do que eles podem registrar, mapeando os céusapostas em futebolum grau que não era possível antes.
"O VRO é parteapostasapostas em futebolfutebolum sistemaapostasapostas em futebolfutebolobservatórios", explica Donahue, e outros observatórios terrestres enormes, como os Extremely Large Telescopes (ELTs) e os Giant Magellan Telescopes, contarão com as descobertas do VRO.
Do Chile à Índia, se um projeto falhar, muitos outros estarão ameaçados.
"Não é apenas um observatório, um lugar", afirma a astrônoma, "novos observatórios espaciais como o Euclid e o Nancy Roman Telescope têm planejado fazer uso dos incríveis conjuntosapostasapostas em futebolfuteboldados que vão sair do VRO."
Ela lembra que, no fim dos anos 1960, o medoapostasapostas em futebolfuteboluma guerra nuclear levou muitos países a assinar algumas leis para regulamentar o uso do espaço e evitar uma catástrofe nuclear, e há alguns regulamentos internacionais limitados sobre o usoapostasapostas em futebolfutebolradiofrequência, "mas não há nada no direito internacional que regule diretamente a luz solar refletida".
O futuro da astronomia... e do planeta
Se há tantos satélites rondando a Terra, quanto tempo vai levar até estarmos cercados por lixo espacial? "Já estamos cercados por um poucoapostasapostas em futebolfutebolferro-velho", diz Donahue.
"Há muitas coisas pequenasapostas em futebolórbita sendo rastreadas pela Nasa e outras agências interessadasapostas em futebolnão colidir com foguetes abandonados."
"No entanto, essas dezenasapostasapostas em futebolfutebolmilharesapostasapostas em futebolfutebolsatélites previstos são muito maiores e mais brilhantes do que o lixo que está lá agora. As colisões são uma preocupação sempre", acrescenta.
Mas Donahue quer ser otimista quanto ao futuro. "Cientificamente, alguns dos nossos maiores avanços na física fundamental vêmapostasapostas em futebolfutebolestudos do céu, e do céu noturnoapostas em futebolparticular", afirma.
"Compreender a natureza da matéria, a gravidade, os buracos negros, o início dos tempos, a produção dos elementos e a existência da energia escura, que representa cercaapostasapostas em futebolfutebol70% da massa-energia do Universo…"
"O que diabos é energia escura, afinal? Se estivermos presos a laboratórios na Terra, nunca vamos descobrir!"
"Espero que possamos chegar a alguma regulamentação, para que as futuras gerações tenham a mesma visão (ou até melhor!) do céu que a gente", acrescenta.
"Minha esperança está no fatoapostasapostas em futebolfutebolque os engenheiros e até mesmo os líderes dessas empresas não são tão diferentes dos astrônomos e engenheirosapostasapostas em futebolfutebolobservatórios: somos todos nerds do espaço, muitosapostasapostas em futebolfutebolnós fazemos isso porque amamos o espaço."
Para começar, a solução pode estar nas mãosapostasapostas em futebolfutebolquem criou essa bagunça.
"O mesmo tipoapostasapostas em futebolfutebolpessoa que projeta e constrói espaçonaves e observatórios deve aceitar o desafioapostasapostas em futebolfutebolinovar diante dos limitesapostasapostas em futebolfuteboltempo, custo e espaço."
Então será que a astronomia (e a vida na Terra) vão sobreviver a isso? "Talvez algumas pessoas decidam que não querem ser lembradas pelo fim da astronomia como conhecemos hoje", avalia Donahue.
"E só posso ter esperançaapostasapostas em futebolfutebolque isso seja um excelente incentivo para fazer a coisa certa."
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