Friné: o dramático julgamento da cortesã da Grécia Antiga que se despiu para salvar a própria vida:joguinho de tigre

"...como ela não estava conseguindo nada com seu discurso e era provável que os juízes a condenassem, após conduzi-la a um lugar bem visível e rasgarjoguinho de tigretúnica, deixando o peito à mostra, declamou suas lamentações finais diante da visão oferecida por ela...", conta o escritor Ateneujoguinho de tigreNáucratisjoguinho de tigreBanquete dos Eruditos.

Hiperides havia despido diante do júri, naquele lugar sagrado que havia sido regado com água limpa antes do julgamento para lembrar aos presentes que tudo que ali entrasse deveria ser puro, uma hetaira.

As hetairas eram uma classejoguinho de tigrecortesãs profissionais da Grécia Antiga que, alémjoguinho de tigrecuidarjoguinho de tigresua beleza física, cultivavam suas mentes e talentosjoguinho de tigreum grau muito mais alto do que era permitido à mulher comum.

Seu nome era Mnēsarétē, que significa "celebrando a virtude", mas era conhecida como Friné, que significa "sapo" e parece um insulto, mas o apelido não se devia às suas feições, mas sim à cor azeitonajoguinho de tigresua pele.

Ela nasceujoguinho de tigre371 a.C.joguinho de tigreThespiae, mas se mudou para Atenas e, com o tempo, tornou-se uma celebridade que se escondia da vista do público com um véu.

"Friné era uma mulher muito bonita, mesmo nas partesjoguinho de tigresua pessoa que geralmente não eram vistas; não era fácil vê-la nua, porque ela usava uma túnica que cobria toda ajoguinho de tigrepessoa e nunca usava os banheiros públicos", escreveu Ateneu.

Assim, apenas aqueles que pagavam podiam vê-la...joguinho de tigrecarne e osso.

Quem não podia se dar ao luxo disso, tinha a oportunidadejoguinho de tigreadmirar seus atributosjoguinho de tigreoutro jeito: pelo fatojoguinho de tigreela ter sido uma modelo bastante procurada por pintores e escultores, entre eles Praxíteles, o mais renomado escultor do século 4 a.C. e que a imortalizoujoguinho de tigreuma das mais famosas obrasjoguinho de tigrearte da Grécia Antiga.

As Afrodites

O enciclopedista romano Plínio, o Velho, conta que por voltajoguinho de tigre330 a.C., a ilha gregajoguinho de tigreKos encarregou Praxítelesjoguinho de tigrefazer uma estátua da deusa do amor, da beleza, do prazer, da paixão e da procriação.

O artista esculpiu não uma, mas duas Afrodites: vestida e nua.

Os residentesjoguinho de tigreKos ficaram horrorizados ao ver a segunda escultura, então mantiveram a primeira. Mas seus vizinhosjoguinho de tigreCnido não eram tão recatados e ficaram com a deusa despida.

O historiador romano diz que o rei Nicomedes gostou tanto da escultura nuajoguinho de tigrePraxíteles que ofereceu a Cnido,joguinho de tigretroca, o perdãojoguinho de tigresuas dívidas.

Embora os cnidianos tivessem recusado a oferta, eles conseguiram pagar o que deviam graças ao fato da Afrodite nua ter se tornado um ímã turístico.

A figura reproduzidajoguinho de tigrepedra também enriqueceu a mulher que a possuía.

As paredesjoguinho de tigreTebas

Alémjoguinho de tigreseus atributos físicos, Friné era "uma deusa dos trocadilhos e do pensamento prático",joguinho de tigreacordo com Ateneu, que também registrou que ela foi possivelmente a mais rica mulher criadorajoguinho de tigreseu próprio sucessojoguinho de tigreseu tempo.

Ela acumulou tanta riqueza que se ofereceu para financiar a reconstrução das muralhasjoguinho de tigreTebas, destruídas por Alexandre, o Grande,joguinho de tigre336 a.C..

Mas exigiu que as palavras "Destruída por Alexandre, restaurada por Friné, a cortesã" fossem inscritas nas paredes.

A ideiajoguinho de tigreuma mulher (e acimajoguinho de tigretudo uma cortesã) reconstruir o que Alexandre, o Grande, havia destruído, era tão perturbadora para os patriarcas da cidade que preferiram manter as ruínas.

E o julgamento?

Hipérides despiu Friné na frente do júri.

A cortesã estava lá porque, como disse Ateneu, "durante as festividades Eleusinas e asjoguinho de tigrePoseidon, à vistajoguinho de tigretodos, ela tiravajoguinho de tigretúnica, soltava os cabelos e entrava no mar".

A acusavamjoguinho de tigreprofanar a festa comjoguinho de tigreoferenda, e Hipérides mostrava como ela cometera o crime.

Era um corpo tão perfeito que só poderia ser feito pelos deuses, ele argumentou. Seria desrespeitoso para eles privar o mundo dessa obra divina.

Como eles poderiam condenar uma mulher que era tão bonita que havia representado Afrodite?

"...e fez com que os juízes sentissem um respeito reverente pela ministra e servajoguinho de tigreAfrodite, garantindo por devoção religiosa que ela não deveria ser morta", escreveu Ateneu.

A verdade é que a história do julgamentojoguinho de tigreFriné foi recriada com basejoguinho de tigrepoucas passagensjoguinho de tigreescritos da época e relatosjoguinho de tigreautores que não estiverem presentes.

Sabe-se que o julgamento ocorreu e que o discursojoguinho de tigreHipérides emjoguinho de tigredefesa foi um dos mais admirados da Antiguidade, mas dele restam apenas alguns fragmentos.

Há também dúvidas sobre a causa que levara à acusação, e há uma outra versão do final,joguinho de tigreque a própria Friné, vestida, fala com cada um dos jurados e os convencejoguinho de tigresua inocência.

Nada disso impediu que o dramático litígio inspirasse várias obrasjoguinho de tigrearte, desde pinturas como as que ilustram esta reportagem e várias outras, até esculturasjoguinho de tigreartistas como o americano Albert Weine.

Poetas como Charles Baudelaire, Franciscojoguinho de tigreQuevedo e Rainer Maria Rilke escreveram pensandojoguinho de tigreFriné, o francês Camille Saint-Saëns criou uma ópera que leva seu nome, e o italiano Mario Bonnard dirigiu um filme sobre a cortesã.

Esplêndido legado do julgamento, apesarjoguinho de tigrenão termos provas da veracidade dos fatos.

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