Os 3 diasburaco gratis jogatinaque Alfredo di Stéfano, então 'melhor jogador do mundo' ficou sequestrado na Venezuela :buraco gratis jogatina
- Há policiais aqui que querem fazer algumas perguntas ao senhor e pedem que o senhor desça.
- Se eles querem falar comigo, deixe-os subir.
E desligou.
O argentino Alfredo Di Stéfano, considerado o melhor jogadorburaco gratis jogatinafutebol da época, achou que fosse um troteburaco gratis jogatinaseus companheiros do Real Madrid, diz Alfredo Relaño, presidente honorário do jornal esportivo espanhol AS e co-autorburaco gratis jogatinaGracias, vieja, o livroburaco gratis jogatinamemóriasburaco gratis jogatinaDi Stéfano.
Em alguns minutos, Di Stéfano ouviria uma batida na portaburaco gratis jogatinaseu quarto. Quando o jogadorburaco gratis jogatinafutebol a abriu, se deparou com um funcionário do hotel e três homens que se identificaram como policiais. Eles lhe explicaram que queriam fazer algumas perguntas e pediram para que ele os acompanhasse.
Seu companheiroburaco gratis jogatinatime José Emilio Santamaría, que estava no quarto ao lado, ouviu o que estava acontecendo e entrou por uma porta que dividia os dois ambientes.
"Ele disse: 'Espere. Vamos avisar alguém do clube antesburaco gratis jogatinavocê descer'. Mas Di Stéfano disse que não e preferiu descer", lembra o jornalista espanhol.
Santamaría os observou partir. Os homens colocaram Di Stéfanoburaco gratis jogatinaum carro e o informaram se tratarburaco gratis jogatinaum sequestro.
Espanhaburaco gratis jogatinasuspense
"Eles o vendaram. Disseram-lhe para ficar calmo, que não ia acontecer nada com ele. A partir daquele momento, eles o levaram a lugares diferentes: primeiro a um apartamento, depois a uma casaburaco gratis jogatinacampo, por fim a um outro apartamento, já no centro da cidade. Ele, vendado, não conseguiu identificar as rotas", escreveu Relañoburaco gratis jogatina2013,buraco gratis jogatinaum artigo no jornal espanhol El País.
"Às 13h, um porta-voz da organização subversiva Forças Armadasburaco gratis jogatinaLibertação Nacional (FALN) ligou para o hotel" e informou: "Di Stéfano está bem, que não sofrerá nenhuma agressão e que o libertarão assim que o sequestro obtiver publicidade suficiente".
Relaño tinha 12 anos quando ocorreu o sequestro. "Lembro que meu pai trabalhava à noite no hotel Palaceburaco gratis jogatinaMadrid e quando chegouburaco gratis jogatinamanhã me contou sobre o ocorrido", diz ele.
"Me impressionou muito. Por três dias, toda a Espanha ficouburaco gratis jogatinasuspense", acrescenta.
"Ele foi o jogadorburaco gratis jogatinafutebol mais famoso do mundo. Esteve na capa da revista americana Time. Já havia ganhado cinco Copas da Europa,buraco gratis jogatina1956 a 1960."
O Real Madrid, um dos clubes mais importantes do mundo, estava na Venezuela para disputar um amistosoburaco gratis jogatinagrande prestígio. Era a chamada "Pequena Taça do Mundo".
Di Stéfano, estrela da seleção espanhola, havia passado pelo River Plate e Huracán, da Argentina, e Millonarios, da Colômbia. Era considerado um ídolo na região.
'Ninguém pode entrar ou sair'
O jornalista venezuelano Alex Candal não era nascido quando ocorreu o sequestro, mas, quando fala desse episódio, dá tantos detalhes que parece que viveu naquela épocaburaco gratis jogatinaCaracas.
Ele descreve o hotel ("com o interiorburaco gratis jogatinaestilo art déco"), o salãoburaco gratis jogatinabeleza que ficava no térreo ("muito famoso e gigantesco"), o bairro (San Bernardino), a padaria que ficava nas proximidades e, mais ainda, as emoções.
E é fácil descobrir por que Candal tem essas memórias. O jornalista, que trabalha no canalburaco gratis jogatinaTV DirecTV Sport, é filho do famoso comentaristaburaco gratis jogatinafutebol espanhol Lázaro Candal, que atuou por décadas na Venezuela.
Quando ocorreu o sequestro, Lázaro era correspondente do diário esportivo espanhol Marca na Venezuela e também escrevia para o jornal venezuelano El Mundo.
A mulherburaco gratis jogatinaLázaro, mãeburaco gratis jogatinaCandal, trabalhava no salãoburaco gratis jogatinabeleza do Hotel Potomac e seu tio (um irmão dela),buraco gratis jogatinauma padaria próxima.
Logo após o incidente, as autoridades ordenaram o fechamento do salãoburaco gratis jogatinabeleza. "Minha mãe descobriu o que aconteceu quando disseram a ela: 'Ninguém pode entrar ou sair porque acabaramburaco gratis jogatinasequestrar um jogadorburaco gratis jogatinafutebol chamado Di Stéfano'", diz Candal.
"Aindaburaco gratis jogatinapânico, ela imediatamente ligou para meu pai e meu irmão e contou a eles sobre o ocorrido. 'Estou apavorada, porque eles não me deixam sair do salão. A polícia está aqui'."
"Ou seja, meu pai conseguiu dar o furo sobre a notícia, porque minha mãe lhe contou. Ele pediu para ela se acalmar: 'Vou pra aí."
"Mas, primeiro, ele ligou para a redação do Marcaburaco gratis jogatinaMadri e disse: 'Acabaramburaco gratis jogatinasequestrar para Di Stéfanoburaco gratis jogatinaCaracas'".
Segundo Candal, o jornal venezuelano El Mundo estampou naquela mesma tarde a notícia emburaco gratis jogatinaprimeira página. Seu pai estava na redação no momento do telefonemaburaco gratis jogatinasua mãe.
"Quando minha mãe contou para meu tio, ele contou para seu colegaburaco gratis jogatinatrabalho, que respondeu: 'Foi Paulito.'
'Paulito'
Não que o colega do tioburaco gratis jogatinaCandal soubesse do plano. Na verdade, seu tom eraburaco gratis jogatinalamento. Era mais uma intuição, um medo.
"Paulito", a que se referia o colegaburaco gratis jogatinatrabalho do tioburaco gratis jogatinaCandal, era seu próprio filho: Paúl del Río, que havia ingressado na luta revolucionária.
Del Río foi o guerrilheiro, conhecido pelo pseudônimo Máximo Canales, que liderou o sequestroburaco gratis jogatinaDi Stéfano. "Naquela época ele era um menino, tinha cercaburaco gratis jogatina19 anos e já havia ingressado na luta armada", conta Candal.
Ao deixar a Espanha, seus pais foram para Cuba, onde ele nasceu, e depois para a Venezuela. Seu pai foi "um anarquista que teve que deixar seu país no exílio".
"Paúl cresceu imbuídoburaco gratis jogatinaideiasburaco gratis jogatinaesquerda. A queda da ditadura e o triunfo da Revolução Cubana fizeram dele um protótipo do Bom Revolucionário", escreveu Candalburaco gratis jogatinaDisculpen las molestias, es Fútbol a mi manera ("Desculpem o transtorno, é futebol do meu jeito",buraco gratis jogatinatradução livre para o português).
Na verdade, Relaño reflete sobre as semelhanças entre o sequestroburaco gratis jogatinaDi Stéfano e o do melhor pilotoburaco gratis jogatinaFórmula 1 da época: Juan Manuel Fangio,buraco gratis jogatina1958,buraco gratis jogatinaHavana, pelo grupo revolucionário Movimento 26buraco gratis jogatinaJulho.
A famíliaburaco gratis jogatinaCandal e a do sequestradorburaco gratis jogatinaDi Stéfano se conheciam há anos, como membros da comunidade espanhola. "A surpresa quando meus pais voltaram para casa é que eles sabiam quem foi, o que acrescentou mais drama à história. Eles disseram: 'Mas meu Deus, como esse garoto entrou nisso se seu pai é um homemburaco gratis jogatinabem? Esse menino pode ser meu filho e está se envolvendo com coisas revolucionárias", diz o jornalista venezuelano.
'Que susto'
A promessaburaco gratis jogatinaos sequestradoresburaco gratis jogatinatratar bem Di Stéfano foi mantidaburaco gratis jogatinatodos os momentos.
"Di Stéfano diz que quando a venda foi retirada, a primeira coisa que viu foram muitos quadros. Ele percebeu que estavaburaco gratis jogatinaum apartamento cheioburaco gratis jogatinaquadros" , diz Candal. Era a casaburaco gratis jogatinaDel Río, e essas eram suas obras. Ele era um pintor.
O jornalista venezuelano diz que os sequestradores colocaram telas nas janelas para que Di Stéfano não pudesse olhar para fora e ver onde estava.
Anos depois,buraco gratis jogatinaoutra coincidência, Candal e Di Stéfano se encontrariamburaco gratis jogatinanovo, porque juntos cobriram as Copas 78 e 82 para uma emissora venezuelana.
"O meu pai era o narrador dos jogos e o Di Stéfano, o comentarista. Estabeleceram uma grande amizade, e o meu pai lhe disse que conhecia o paiburaco gratis jogatinaPaúl e Paúl desde pequeno."
"E o Di Stéfano lhe respondeu: 'Que susto ele me deu. Abri a porta do quarto porque ele me disse que era policial. Vi três rapazes. Puseram-me no carro. Mas trataram-me bem, alimentaram-me muito bem: alguns sanduíches realmente bons e, depois, jogamos xadrez. "
Mas Di Stéfano nunca negou que foi uma experiência traumática. "Ele disse ao meu pai que ficou totalmente apavorado, porque nunca imaginou que isso pudesse acontecer com ele", conta Candal.
O craque também confidenciou a Relaño: "Passei muito mal".
"Para fazer com que o libertassem, Di Stéfano disse aos sequestradores que seus pais tinham problemasburaco gratis jogatinacoração e que poderiam morrer por causa do que estava acontecendo."
"Seu principal temor era que a polícia chegasse e houvesse trocaburaco gratis jogatinatiros e ele se ferisse ou morresse", diz Candal.
Cachorros-quentes e paella
Seus sequestradores, especialmente Del Río, reiteraram a Di Stéfano que nada lhe aconteceria, que só queriam chamar a atenção paraburaco gratis jogatinacausa.
"Durante o dia, o apartamento era frequentado pelos mandantes (do sequestro) e alguns intelectuaisburaco gratis jogatinaesquerda, e, à noite, alguns moleques com grandes metralhadoras", diz Relaño.
Houve tempo para jogar cartas e dominó: "Apostaram atéburaco gratis jogatinacavalosburaco gratis jogatinacorrida porque Di Stéfano gostavaburaco gratis jogatinacavalos".
Deixaram-no ouvir o jogo entre Real Madrid e Porto no rádio. Di Stéfano comeu cachorro quente e "até uma paella".
Mas nada parecia tranquilizá-lo. Até pensouburaco gratis jogatinafugir, como o próprio Di Stéfano contou no documentário El secuestroburaco gratis jogatinala Saeta (apelido pelo qual era conhecido, La Saeta Rubia, ou A Flecha Loira), da emissora ESPN.
"Estavaburaco gratis jogatinaum quarto,buraco gratis jogatinaum pequeno apartamentoburaco gratis jogatinaCaracas, que era uma quitinete. Não tirei os sapatos nem a roupa. Estava vendo se conseguia escapar. Felizmente, não. Mas tive a intenção."
Mas Di Stéfano temia que, se tentasse fugir, poderia ser morto.
Libertação
Depoisburaco gratis jogatinatrês dias, ele foi informado que seria libertado. "Eles trocaram as roupas que ele vestia, tentaram raspar seu cabelo, para ficar menos reconhecível, mas Di Stéfano os dissuadiu ("se eu quase não tenho cabelo, ainda mais loiro!"), Eles mudaramburaco gratis jogatinaideia e colocaram um chapéu nele", escreveu Relañoburaco gratis jogatinaseu artigo.
O jornalista conta que Di Stéfano até pediu uma pistola para o casoburaco gratis jogatinaum tiroteio. "Não quero morrer como um coelho", disse ele. Mas eles não lhe deram nada e o vendaram novamente.
Di Stéfano foi colocadoburaco gratis jogatinaum veículo. Depoisburaco gratis jogatinaalgum tempo, os sequestradores pararam e abriram a portaburaco gratis jogatinauma avenida no centroburaco gratis jogatinaCaracas. "Ele desceu, correu e foi para trásburaco gratis jogatinauma árvore. Estava com muito medo. Não sabia se iam matá-lo", diz Relaño.
Ele pegou um táxi e conseguiu chegar à embaixada espanhola. "Quando ele chegou, viu a placa que dizia: 'Aberta das 10h às 14h'. Ele olhou para o relógio, e eram 14h10. E começou a tocar a campainha sem parar e só parou quando abriraram a porta", diz Relaño.
Ele foi reconhecido imediatamente e levado para dentro. Relaño conta que telefonaram para o hotel e para a famíliaburaco gratis jogatinaDi Stéfano na Espanha e na Argentina.
A boa nova se espalhou. Mais uma vez, uma notícia relacionada à estrela do futebol correu o mundo.
A partida
Di Stéfano deu uma entrevista coletiva a jornalistas na qual parecia muito tenso. Posteriormente, explicou por quê: "Entre os policiais que viu ali, reconheceu dois dos sequestradores. Eles estavam infiltrados dentro da polícia", diz Relaño. Ninguém foi preso.
Após o sequestro, Santiago Bernabéu, presidente do Real Madrid, pediu-lhe para jogar a próxima partida, que seria contra o São Paulo. Em 28buraco gratis jogatinaagosto, Saeta entrouburaco gratis jogatinacampo e foi aplaudidoburaco gratis jogatinapé. "Ele jogou o primeiro tempo, embora estivesse muito nervoso", diz Relaño.
O São Paulo se sagrou campeão, e o Real Madrid deixou a Venezuela. No aeroporto da capital espanhola, Di Stéfano não foi apenas aguardado com ansiedade pela mulher Sara e os filhos, mas também por uma multidãoburaco gratis jogatinafãs.
Em 1982, conta Candal,buraco gratis jogatinafamília aceitou o convite para passar alguns dias na casa do craque,buraco gratis jogatinaMadri. "Paúl del Río presenteou Di Stéfano com seus quadros anos depois", conta o jornalista.
"Mas não foi para pedir perdão. Era um sinalburaco gratis jogatinaqueburaco gratis jogatinaintenção não era prejudicá-lo, que se tratouburaco gratis jogatinauma ação para fazer barulho", disse Del Río a Candal quando este o entrevistou muitos anos depois e falaram sobre o sequestro e seu "idealismo" daqueles anos.
O ex-guerrilheiro se dedicou à pintura e à arte. Décadas depois, por ocasiãoburaco gratis jogatinaum filme do próprio Real Madrid sobre o sequestro, os dois foram convidados para a estreia.
"(Os idealizadores) queriam um apertoburaco gratis jogatinamão como uma espécieburaco gratis jogatinaelemento publicitário para o filme, mas Di Stéfano não quis porque se lembrou do medo pelo qual passou e também experimentado por seus pais e familiares", lembra Relaño.
O que estava acontecendo na Venezuela?
Relaño lembra que,buraco gratis jogatinauma partida anterior ao sequestro, jogadores do Real Madrid ouviram tiros e tumultos fora do estádio. "O intervalo durou 40 minutos enquanto a polícia controlava a situação", diz ele.
Agustín Blanco Muñoz, professor do Centroburaco gratis jogatinaEstudosburaco gratis jogatinaHistória Atual da Universidade Central da Venezuela, explica que, para entender o sequestroburaco gratis jogatinaDi Stéfano, é importante lembrar queburaco gratis jogatina1959 a 1963, o país viveu um períodoburaco gratis jogatinagrande violência política.
"Estamosburaco gratis jogatinapleno processo do que se chamouburaco gratis jogatinaluta armada, que teve um componente fundamental: uma violência governamental muito bem estruturada, tanto no aparelho político quanto no militar. E, por outro lado, as chamadas forças revolucionárias que foram concebidas pela improvisação e por práticas que não surtiram efeito nem na luta armada urbana nem rural."
Segundo o historiador, o confronto começou quando o então presidente Rómulo Betancourt declarou, emburaco gratis jogatinaposse,buraco gratis jogatina1959, que o Partido Comunista (PCV, na siglaburaco gratis jogatinaespanhol) era inimigo da democracia e, portanto, estava banido da política.
O PCV,buraco gratis jogatinafato, lutou ao lado das principais forças políticas na Venezuela e desempenhou um papel importante na derrubada da ditadura do general Marcos Pérez Jiménezburaco gratis jogatina1958. Mas, com a decisãoburaco gratis jogatinaBetancourt, essa organização "se desesperou" e optou pela violênciaburaco gratis jogatina1961, explica Muñoz.
Os guerrilheiros urbanos
Antes,buraco gratis jogatina1960, surgiu o Movimentoburaco gratis jogatinaEsquerda Revolucionária, que emergiu do partido governista Ação Democrática (AD). O PCV uniu forças com este novo movimento.
A esquerda da época também queria um golpe militar, graças aos seus vínculos com as forças castristas, assinala Muñoz. Duas tentativas fracassaramburaco gratis jogatina1962, anoburaco gratis jogatinaque surge o slogan: "Nuevo gobierno ya" ("Novo governo já",buraco gratis jogatinatradução livre).
Mas a guerrilha urbana e rural não avançou o suficiente, e, no finalburaco gratis jogatina1962, foi proclamada a longa e prolongada luta, que durou até 1963, ano eleitoral.
"A esquerda precisava mostrar que ainda tinha força, apesarburaco gratis jogatinaestar muito fragilizada pela repressão e pelos fracassos militares", afirma Muñoz.
"Agora diziam que o inimigo fundamental não era o governoburaco gratis jogatinaBetancourt, mas o imperialismo que impedia o avanço para estabelecer o socialismo", acrescenta.
Foi assim que,buraco gratis jogatina1963, ações como sequestrosburaco gratis jogatinafiguras públicas se intensificaram. Foram vários, mas oburaco gratis jogatinaDi Stéfano foi o que mais repercutiu internacionalmente.
Candal reflete: "Di Stéfano seria atualmente o equivalente a Messi. Imagine que Messi está na Venezuela e é sequestrado. A repercussão seria surreal. Di Stéfano foi o melhor jogador do mundo, disputado pelos grandes times, foi um ídolo, uma estrela".
Não por menos,buraco gratis jogatina7buraco gratis jogatinajulhoburaco gratis jogatina2014, no diaburaco gratis jogatinasua morte, aos 88 anos, o Real Madrid o descreveu como "o melhor jogadorburaco gratis jogatinatodos os tempos".
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