Obesidade e diabetes: o papel central do açúcar:gol bet apostas
Como consequência, a concentraçãogol bet apostasglicose no sangue dispara. É fácil deduzir o que acontece depois.
O sangue transporta a glicose até os órgãos que necessitamgol bet apostas"combustível". Assim, eles conseguem obter a energia necessária (por meiogol bet apostasuma molécula chamada adenosina trifosfato, também conhecida como ATP) para desempenhar suas funções.
O problema é quando há uma situaçãogol bet apostasque o excesso ou déficitgol bet apostasglicose leva ao aparecimentogol bet apostasdoenças.
Daí a importânciagol bet apostasque ela estejagol bet apostasequilíbrio. É o "yin e yang" da glicose.
As células requerem um abastecimento permanentegol bet apostasglicose para realizarem suas funções vitais.
Esse aporte, contudo, não é contínuo — está limitado à nossa ingestãogol bet apostasalimentos.
Como então garantir que as células recebam açúcargol bet apostasforma constante sem comer a toda hora?
Há detectores celulares espalhados pelo organismo (no fígado, pâncreas, no hipotálamo) que monitoram a disponibilidadegol bet apostasglicose.
O papel do fígado
Quando o nível no sangue está alto (imediatamente após uma refeição, por exemplo), o fígado estoca uma parte do "açúcar"gol bet apostasformagol bet apostasglicogênio para que seja consumido assim que o corpo precise —gol bet apostasperíodosgol bet apostasjejum ou quando estamos dormindo.
Nesse caso, o glicogênio é reconvertidogol bet apostasglicose e liberado na corrente sanguínea para que seja utilizado pelos órgãos.
Mas a missão do fígado não acaba por aí.
Ele também converte o excessogol bet apostasaçúcaresgol bet apostastriglicérides (gordura), que serão armazenados no tecido adiposo como reservagol bet apostasenergia.
Em momentosgol bet apostasjejum prolongado, os triglicérides são hidrolisados e convertidosgol bet apostasácidos graxos que "viajam" pela corrente sanguínea para que sejam degradados (ou oxidados) nas mitocôndrias para produzir energia.
Pâncreas, a chave do processo
O pâncreas, porgol bet apostasvez, também tem um papel muito importante no equilíbrio dos níveisgol bet apostasglicose no sangue.
Umagol bet apostassuas funções é verificar se eles estãogol bet apostasexcesso e responder com a secreçãogol bet apostashormônios que tentarão normalizar essas taxas.
O mais conhecido desses hormônios é a insulina, que é liberada quando a glicemia sobe e manda uma ordem contundente às células: "capturem a glicose do sangue e tratemgol bet apostasgastá-la ou armazená-la".
Como consequência, o nívelgol bet apostasaçúcar no sangue diminui.
Fome, saciedade e obesidade
No cérebro, o hipotálamo permanece vigilante aos níveisgol bet apostasglicose.
Essa área tem a importante funçãogol bet apostasregular a ingestãogol bet apostasalimentos controlando as sensaçõesgol bet apostasfome e saciedade.
Logo depois das refeições, a mensagem que ele libera é: "há muita glicose, precisamos parargol bet apostascomer; vou acionar o sinalizadorgol bet apostassaciedade".
Diante do funcionamentogol bet apostastodo esse sistema, é fácil supor o que acontece se ingerirmos mais comida (nutrientes) do que "queimamos" (gasto energético).
O equilíbrio é descompensado e o corpo retira o que pode da corrente sanguínea e "fabrica" gordura.
A consequência imediata disso é o ganhogol bet apostaspeso. E, se a situação se mantém, a obesidade.
Às vezes, o desequilíbrio acontece porque alguma das etapas listadas anteriormente está alterada.
E, se os níveisgol bet apostasglicose se mantêm altos inclusivegol bet apostasperíodosgol bet apostasjejum, caracterizando a hiperglicemia, o corpo pode desenvolver o diabetes.
Dois elementos chave
A nível molecular, existem dois pontos chave no controle do desenvolvimento da obesidade e do diabetes.
De um lado estão os sensores, dispositivos moleculares que se encontram nas células que detectam os níveisgol bet apostasglicose ougol bet apostasATP.
Exemplos são as proteínas glucoquinase (GCK), o transportadorgol bet apostasglicose tipo-2 (GLUT2), a quinase ativada por AMP (AMPK), a quinase contendo domínio PAS (PASK) ou o alvo da rapamicinagol bet apostasmamíferos (mTOR).
De outro, é preciso que haja uma resposta correta da insulina, ou seja, que as células sejam capazesgol bet apostasidentificar e responder a esse hormônio adequadamente.
São encarregados dessa função uma sériegol bet apostasreceptores localizados na membrana das células. Assim como um conjuntogol bet apostasproteínas intracelulares (IR, IRS, PI3K, AKT, etc).
Se o mecanismo falhagol bet apostasalgum ponto, as células não respondem à insulina e o açúcar excedente no sangue não é eliminado.
É o que se conhece como resistência à insulina, que tem como consequência o diabetes tipo 2.
Companheiro da velhice
Com o passar dos anos, as células envelhecem e os mecanismosgol bet apostasresposta molecular à insulina se deterioram e vão perdendo a funcionalidade.
Por isso, é comum nessa fase o desenvolvimento da resistência à insulina e do diabetes tipo 2, uma doença recorrente na terceira idade.
A obesidade, entretanto, pode fazer com que esse processo aconteça mais cedo.
Nesse caso, o tecido adiposo passa a armazenar um excessogol bet apostasgordura alémgol bet apostassua capacidade e fica hipertrofiado, o que provoca um esgotamento na resposta à insulina.
Umgol bet apostascada quatro
Os tecidos acabam sendo menos eficientes no processogol bet apostascaptar e gastar a glicose, o que leva a um aumento dos açúcares no sangue (hiperglicemia) e, por conseguinte, ao diabetes tipo 2.
Na Espanha, umgol bet apostascada quatro idosos tem a doença.
De acordo com a Sociedade Espanholagol bet apostasGeriatria e Gerontologia, 40% das pessoas com maisgol bet apostas65 anos no país têm diabetes, cercagol bet apostas2,12 milhões.
No Brasil, dadosgol bet apostas2019 apontam que 7,4% da população brasileira tem diabetes. Entre a população com maisgol bet apostas65 anos, o percentual sobe para 23%.
Assim, esta é uma questão prementegol bet apostassaúde pública, especialmente diante das complicações associadas a essa enfermidade: problemas cardiovasculares, retinopatia diabética, nefropatias, neuropatia diabética, etc.
Pesquisa
Por isso, é importante que sejam realizados estudos tanto com o objetivogol bet apostasentendergol bet apostasainda maior profundidade o funcionamento dos mecanismos moleculares quantogol bet apostasdesenvolver remédios para controlar os sensoresgol bet apostasglicose.
É exatamente a isso que nosso grupogol bet apostaspesquisa se dedica há anos na Universidade Complutensegol bet apostasMadrid.
Estudamos os sensores no nível do hipotálamo, do fígado e do tecido adiposo para enfrentarmos uma doença responsável por muitas mortesgol bet apostastodo o mundo.
Atualmente, há ainda uma nova enfermidade que, quando atinge pacientes com diabetes, aumenta bastante a probabilidadegol bet apostasóbito.
Estamos falando, claro, da covid-19.
A pesquisa da relação entre as duas enfermidades é necessária e urgente.
*María del Carmen Sanz Miguel, Ana Pérez García, Elvira Álvarez García y Verónica Hurtado Carneiro formam parte da equipegol bet apostaspesquisadores da Universidade Complutensegol bet apostasMadrid.
Este artigo foi publicado originalmente no site The Conversation. Clique aqui para ler o original.
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