Coronavírus: Como obesidade pode estar impulsionando gravidade e mortecurso de aposta esportiva grátisjovens por covid-19:curso de aposta esportiva grátis

"Nossa correspondência (tipocurso de aposta esportiva grátistextocurso de aposta esportiva grátisum periódico científico, normalmente com etapas menos estritas que um artigo padrão) foi uma das primeiras, mas desde então já foram publicados 400 estudos — e este número continua aumentando — debatendo a conexão entre obesidade e os efeitos da covid-19curso de aposta esportiva grátisuma pessoa infectada", explicou por e-mail à BBC News Brasil David A. Kass, cardiologista, professor da Universidade Johns Hopkins e um dos autores do trabalho.

"Existem hoje muitas pesquisas demonstrando que, se você considera os riscos que a obesidade sozinha produz para quadros piorescurso de aposta esportiva grátiscovid-19 (riscocurso de aposta esportiva grátishospitalização;curso de aposta esportiva grátisinternaçãocurso de aposta esportiva grátisUTI; oucurso de aposta esportiva grátismorrer), eles são consideravelmente aumentadoscurso de aposta esportiva grátisindivíduos com idade menor que 50-60 anos. Em pessoas mais idosas, digamos com maiscurso de aposta esportiva grátis65 anos, a obesidade sozinha se torna um risco menos proeminente."

"Presumo que seja porquecurso de aposta esportiva grátisidades mais avançadas, existem muitas outras comorbidades — o envelhecimento e vulnerabilidadescurso de aposta esportiva grátissi, históricocurso de aposta esportiva grátiscâncer, doenças cardíacas, doenças imunológicas, doenças pulmonares — e que se tornam mais significativas nessa faixa etária".

EUA e Brasil: líderescurso de aposta esportiva grátiscovid-19 e população com alto percentualcurso de aposta esportiva grátisobesos

Os autores da carta no Lancet também escreveram que, ao chegar aos EUA, o coronavírus tinha feito médicos e cientistas ficaremcurso de aposta esportiva grátisalerta sobretudo para a população idosa — que se mostrou particularmente vulnerável na China e Itália, por onde a doença passou e deixou vítimas primeiro.

Mas, nos EUA, a alta prevalência da obesidade — 36% da população adulta, segundo dados globaiscurso de aposta esportiva grátis2016 — explicitou este novo e relevante risco.

Professorcurso de aposta esportiva grátismedicina da Universidadecurso de aposta esportiva grátisCampinas (Unicamp) e diretor do Centrocurso de aposta esportiva grátisPesquisacurso de aposta esportiva grátisObesidade e Comorbidades, Licio Augusto Velloso avalia que, neste infeliz encontro entre as duas doenças, o Brasil tem mostrado características semelhantes aos EUA. Aqui, 22% da população adulta foi considerada obesa no levantamentocurso de aposta esportiva grátis2016, enquanto China e Itália aparecem respectivamente com 6% e 19,9%.

"Um outro fator importante na Itália é que a população é bem mais velha, então o principal fator da alta mortalidade lá parece ter sido a idade. Nos EUA, têm se destacado a obesidade e a diabetes."

Com altos percentuaiscurso de aposta esportiva grátisobesos, diz Velloso, as evidências têm confirmado a conclusão dos pesquisadores da Johns Hopkinscurso de aposta esportiva grátisque populações com estas características colocam faixas etárias mais jovenscurso de aposta esportiva grátismaior risco.

"Já há muitos estudos mostrando que, nos EUA, há uma mortalidade significativa nas faixas etárias intermediárias. O Brasil vai no caminho dos EUA, porque a nossa taxacurso de aposta esportiva grátisobesidade está muito alta — não tanto quanto nos EUA, mas também assustadoramente alta", aponta o médico, acrescentando que, no Hospitalcurso de aposta esportiva grátisClínicas da Unicamp, é sabido pela equipe, por observação, que os jovens mais gravemente afetados pela covid-19 são na maioria obesos.

E, mesmo que países como o Brasil tenham uma população mais novacurso de aposta esportiva grátisgeral, ele acredita que a relevância da covid-19curso de aposta esportiva grátisfaixas etárias mais baixas "certamente é mais porque estamos com jovens muito obesos, do que porque temos muitos jovens".

De acordo com dados do Ministério da Saúde, até o iníciocurso de aposta esportiva grátisagosto a distribuiçãocurso de aposta esportiva grátispessoas hospitalizadas por covid-19 no Brasil por faixa etária foi maior nas idadescurso de aposta esportiva grátis60 a 69 anos (20%); 50 a 59 anos (18%); 70 a 79 anos (17%); 40 a 49 anos (14%); 80 a 89 anos (10%); 30 a 39 anos (10%); 20 a 29 (3.9%).

Combinação com hipertensão e diabetes

"Em fevereiro, os primeiros estudos publicados na China já deixavam claro que pacientes com obesidade, diabetes, hipertensão evoluíamcurso de aposta esportiva grátisforma mais grave", apontou Licio Velloso, da Unicamp,curso de aposta esportiva grátisentrevista por telefone.

De antes da pandemia, a associação entre obesidade, diabetes e hipertensão já é bastante conhecida.

"Aproximadamente 60 a 70% das pessoas que são obesas acabam desenvolvendo tanto diabetes como hipertensão. Essas condições começam normalmente porque já há a obesidadecurso de aposta esportiva grátisbase", explica Velloso.

Por isso, explica o pesquisador, para os mais jovens a obesidade pode ser um fator mais relevante para a covid-19, pois normalmente — mas nem sempre — precede o desenvolvimento da diabetes e hipertensão.

Ele e David Kass destacaram que a produção científica se encaminha para, agora, responder mais precisamente como cada um desses fatores — obesidade, diabetes e hipertensão — influencia no desenrolar da covid-19,curso de aposta esportiva grátisdiferentes idades.

Fatores da obesidade que aumentam a vulnerabilidade à covid-19

Enquanto mais estudos são produzidos, na linhacurso de aposta esportiva grátisfrente profissionais como Peterson Lodi, que trabalhou no Hospitalcurso de aposta esportiva grátisCampanha do Leblon, no Rio, observaram características da covid-19curso de aposta esportiva grátisjovens obesos que podem ajudar a entender a associação entre as doenças.

"Era nítida a tendênciacurso de aposta esportiva grátispacientes jovens e obesos ficarem mais graves. Era rotineiro", lembra Lodi, também residentecurso de aposta esportiva grátismedicinacurso de aposta esportiva grátisemergência no Hospital Quinta D'Or.

"Observávamos nos jovens obesos muita faltacurso de aposta esportiva grátisar. Era mais comum e frequente um jovem obeso com insuficiência respiratória aguda, precisandocurso de aposta esportiva grátisoxigênio,curso de aposta esportiva grátisbroncodilatador", conta, relatando também nestes pacientes atendidos no Rio maior frequência do aparecimento da chamada feridacurso de aposta esportiva grátisdecúbito (uma ferida causada pela pressão do pesocurso de aposta esportiva grátisalgum ponto do corpo) e uma demora na resposta à pronação (um procedimentocurso de aposta esportiva grátisvirar a barriga para baixo, ajudando na oxigenação).

Licio Velloso aponta pelo menos três explicações para a gravidade da covid-19curso de aposta esportiva grátispessoas obesas, não apenas as mais jovens. A primeira é que obesos, assim como diabéticos, são naturalmente imunodeficientes, com uma resposta imunológica menos eficientecurso de aposta esportiva grátisdoenças mais conhecidas, como pneumonia, infecções renais e úlceras na pele, por exemplo.

A segunda: tanto obesos como diabéticos e hipertensos têm uma quantidade grande da proteína que o coronavírus usa como receptor — a enzima conversora da angiotensina 2 (ECA2): "É como se a proteína fosse uma porta para o vírus entrar na célula. Todo mundo tem essa proteína, mas pessoas com hipertensão, diabetes e obesidade têm uma quantidade maior. É como se o vírus tivesse mais portas para entrar."

A terceira explicação foi detalhadacurso de aposta esportiva grátisum artigo publicado por ele e colegas brasileiros no periódico Cell Metabolism,curso de aposta esportiva grátisjulho. No trabalho, os autores mostraram que a glicose altacurso de aposta esportiva grátispessoas diabéticas promove desajustecurso de aposta esportiva grátiscélulas do sistema imune, o que atrapalha na defesa contra o coronavírus.

Presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), o endocrinologista Mario Kedhi Carra acrescenta que a obesidade leva a condições do corpo, como a compressão do diafragma, que dificultam o combate a doenças respiratórias; e também a um estado naturalmente "inflamado" — com maior circulação no corpo das chamadas citocinas pró-inflamatórias (substâncias produzidas pelo sistemacurso de aposta esportiva grátisdefesa), por exemplo.

Carra explica que, para além da medida do IMC — que a partir do valor 30 indica obesidade —, esta doença é definida principalmente pelo excessocurso de aposta esportiva grátismassa gordurosacurso de aposta esportiva grátisrelação à magra. Isto pode ser constatado com exames como medida da circunferência abdominal, tomografia ou densitometriacurso de aposta esportiva grátiscorpo inteiro.

Perguntado sobre os riscos para pessoas obesas que têm hábitos saudáveis, como praticar exercícios, o endocrinologista respondeu que, existindo excessocurso de aposta esportiva grátistecido gorduroso, isto já traz problemas para a saúde. Assim, mesmo o sobrepeso já é capazcurso de aposta esportiva grátislevar a alguns distúrbios metabólicos prejudiciais.

Para pessoas com sobrepeso e obesas, vale o reforçocurso de aposta esportiva grátismedidas aconselhadas à populaçãocurso de aposta esportiva grátisgeral para se proteger da covid-19.

"A recomendação é se resguardar: usar máscaras, lavá-las, evitar aglomeração. Muito cuidado também com a alimentação:curso de aposta esportiva grátistodos, os mais negativos são bebidas alcoólicas e alimentos com açúcar e gordura."

Ele acrescenta ainda que, mesmo a curto prazo, certas mudançascurso de aposta esportiva grátishábitos já podem fortalecer o organismocurso de aposta esportiva grátisgeral.

"Qualquer quantidadecurso de aposta esportiva grátisquilos diminuída já traz melhorias enormes na saúde", diz, mencionando alterações rápidas já passíveiscurso de aposta esportiva grátisserem observadas, como na pressão arterial, faltacurso de aposta esportiva grátisar e resposta inflamatória.

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