YouTube promove vídeos com desinformação sobre mudança climática, mostra estudo:bets banca
(Texto atualizadobets banca16/01/2020 às 14h41)
bets banca Um estudo realizadobets bancaseis países indica que o YouTube está impulsionando conteúdo desinformativo sobre as mudanças climáticas — marcas reconhecidas estão ajudando a financiá-los, inadvertidamente.
O relatório, produzido pela plataformabets bancacampanhas Avaaz, analisou os vídeos recomendados pela plataforma a usuários que buscaram os termos global warming (aquecimento global), climate change (mudança climática) e climate manipulation (manipulação climática) entre agosto e dezembrobets banca2019.
Entre os cem vídeos mais sugeridos pelo YouTube (incluindo a barrabets bancarecomendações ao lado direito da tela e os conteúdos exibidos automaticamente após outros vídeos) na busca por "aquecimento global", 16% continham informações que, depoisbets bancachecadas pela equipe da Avaaz, foram consideradas comprovadamente falsas ou enganosas.
O percentual cai para 8% quando são considerados os vídeos mais recomendados na busca por "mudança climática", e cresce para 21% para o termo "manipulação climática".
Para analisar o conteúdo dos vídeos, a plataformabets bancacampanhas contrapôs os dados apresentados àqueles divulgados por organizações como o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a Nasa, a Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa) e também à literatura científica disponível.
O conteúdo encontrado inclui afirmaçõesbets bancaque não há ocorrênciabets bancamudança climática significativa,bets bancaque a ação humana não é realmente responsável por ela e atébets bancaque não há muito que possamos fazer para reduzir ou mitigar seus impactos.
A análise foi conduzidabets bancaAlemanha, Brasil, Espanha, Estados Unidos, França e Reino Unido.
"Descobrimos que o YouTube está levando milhõesbets bancapessoas a assistirem vídeosbets bancadesinformação sobre o clima todos os dias. Eles não estão apenas sendo postados no YouTube e vistosbets bancamaneira orgânica por audiências interessadas no tema — o algoritmobets bancarecomendações do YouTube está promovendo esses vídeos gratuitamente, levando desinformação a quem não seria exposto a elesbets bancaoutra forma", afirma o relatório.
Os vídeos analisados pela Avaaz e que continham informações falsas ou enganosas somavam, à altura do estudo, 21,1 milhõesbets bancavisualizações.
Alémbets bancater seu material promovido pelo YouTube, os autores se beneficiam financeiramente da exposição gerada pela plataforma. O estudo encontrou anúnciosbets banca108 empresas, incluindo grandes marcas globais, acompanhando esses vídeos. E mais: uma a cada cinco peças publicitárias pertenciam a ONGs como o Greenpeace.
"De uma forma oubets bancaoutra, esses anúncios incentivam e financiam os autores desses vídeos", diz Flora Rebello Arduini, coordenadorabets bancacampanhas da Avaaz. Quando um deles é veiculado com um desses conteúdos, uma parte do dinheiro pago por essas marcas é direcionada aos canais responsáveis pelo conteúdo.
De acordo com Arduini, 70% do conteúdo assistido no YouTube é acessado por meio das recomendações da plataforma. "É uma audiênciabets banca2 bilhõesbets bancapessoas [o númerobets bancausuários ativos mensalmente no YouTube], temos que considerar a magnitude e o alcance dessa plataforma", afirma.
"O problema é que você está alimentando informações incorretas sobre algo que já é comprovadamente verdade [a mudança climática]. Cria-se essa bolhabets bancadesinformação, ebets bancaum tema importante como esse, que pode influenciarbets bancaquem você vai votar na próxima eleição, por exemplo, alémbets bancater um efeito devastador no futuro."
Procurado pela BBC News Brasil, o YouTube afirmou que "investiu significativamente para reduzir a recomendaçãobets bancaconteúdos 'borderline' [vídeos que chegam pertobets bancaviolar as regras da companhia sem tecnicamente fazê-lo] oubets bancadesinformação nociva, e para elevar vozes confiáveis na plataforma. Sóbets banca2019, o consumobets bancaconteúdobets bancacanaisbets bancanotícias confiáveis [no YouTube] cresceu 60%".
Na nota, a plataformabets bancavídeos disse ainda que não pode comentar a metodologia ou os resultados da Avaaz, mas que seus sistemasbets bancarecomendações não foram desenvolvidos para filtrar ou despromover vídeos ou canais baseadosbets bancapontosbets bancavista específicos.
Sobre os anúncios nos vídeos identificados pelo relatório, a empresa diz que tem "uma políticabets bancaanúncios bastante rígida que determina onde as peças publicitárias podem aparecer". "E nós fornecemos aos anunciantes ferramentas que permitem a exclusãobets bancaseus anúnciosbets bancaconteúdos que não estejam alinhados com suas marcas."
O Greenpeace afirmou, tambémbets bancanota, que "a indústriabets bancacombustíveis fósseis investiu e obteve lucros durante décadas com informações falsas sobre o clima, e os algoritmos do YouTube continuam ajudando a espalhar essas mentiras".
"Se vamos parar a emergência climática que vivemos, precisamos que empresasbets bancatecnologia e redes sociais como o YouTube façam parte da solução e não do problema."
A ONG também pede que o YouTube remova os vídeos com informações falsas sobre o climabets bancaseus algoritmosbets bancarecomendação e elimine as possibilidadesbets bancamonetizar esses conteúdos.
Diretrizes mais rígidas
Em documento publicadobets bancafevereirobets banca2019, o Google, dono do YouTube, anunciou seus esforços mais recentes para conter a recomendaçãobets bancavídeos que trazem desinformação, "especialmentebets bancaassuntos que dependam da veracidade, como ciência, medicina, notícias e eventos históricos", diz o texto.
Entre as ações, estavam diretrizes mais rígidas para definir que vídeos serão promovidos embets bancapágina principal ou por meio das recomendações da plataforma após o finalbets bancacada conteúdo. Além disso, a empresa se comprometeu a fornecer a seus usuários mais contexto (por meio, especialmente,bets bancatextos), para torná-los mais bem informados sobre as informações que consomem.
"Em alguns tiposbets bancaconteúdo, incluindo aqueles produzidos por organizações financiadas pelo Estado ou que recebem recursos públicos, ou tópicos que costumam ser acompanhados por desinformação na internet, começamos a fornecer informações contextuais ou links para sites confiáveis, para que nossos usuários tomem decisões informadas sobre o que assistembets bancanossa plataforma."
E,bets bancaacordo com a Avaaz, 64% dos vídeos que continham desinformação encontrados pelo estudo continham uma caixabets bancatexto da Wikipedia, contendo informações gerais sobre a mudança climática. "Apesar disso, não havia alerta a esses usuáriosbets bancaque os vídeos continham informações enganosas, e eles ainda estavam sendo recomendados pelo YouTube", diz o relatório. "Continuamos a expandir esses esforços para mais tópicos e mais países."
Diante do cenário atual, a Avaaz sugere três medidas a serem tomadas pelo YouTube: desintoxicar seu "algoritmo para que deixebets bancapromover vídeos que contenham desinformação ou informações falsas; desmonetizar esses conteúdos (ou seja, deixarbets bancaincluir neles anúnciosbets bancacompanhias e ONGs); e corrigir os erros, trabalhando com empresasbets bancachecagembets bancadados independentes para informar os usuáriosbets bancaque eles acessaram informações falsas ou enganosas.
"Como nossos sistemas aparentemente fizeram na maioria dos casos neste relatório, nós priorizamos vozes confiáveis para milhõesbets bancaconsultasbets bancainformação e notícias, e utilizamos caixas com dados adicionaisbets bancatópicos suscetíveis à desinformação — incluindo a mudança climática — para entregar aos usuários, além do conteúdo, mais contexto. Continuamos a expandir esses esforços para mais tópicos e países", afirmou o YouTube,bets bancanota.
Além disso, os anunciantes precisam monitorar que tipobets bancaconteúdo seus recursos estão financiando, diz a plataformabets bancacampanhas, e trabalhar com o YouTube para corrigir o problema. "Marcas e YouTube precisam trabalhar juntos. Apreciamos as medidas tomadas até agora, mas ainda existe um grande caminho a percorrer nesses três pilares mencionados", afirma Flora Arduini.
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