Mulher, negra e presidentesobre betanogigantesobre betanoinvestimentos explica por que diversidade é boa para os negócios:sobre betano

Crédito, Ariel Investments

Legenda da foto, Mellody Hobson dá receita para empresas mais inclusivas e propõe conversas desconfortáveis sobre raça

sobre betano "Nossa crença básica é que diversidadesobre betanoformação -sobre betanoraça, classe social,sobre betanogênero etc. - esobre betanoopiniões leva a melhores resultados."

"Está na horasobre betanonos sentirmos confortáveissobre betanoter conversas desconfortáveis sobre raça."

As afirmações acima expressam a filosofiasobre betanotrabalhosobre betanouma influente profissional do mercado financeiro e ativista pela diversidade, Mellody Hobson.

A americana é presidente e CEO da companhia Ariel Investments, empresa que administra fundossobre betanotornosobre betanodez bilhõessobre betanodólares. E é também membrosobre betanoconselhossobre betanovárias importantes empresas dos Estados Unidos, como Estée Lauder e Starbucks. Há cinco anos, casou-se com o diretorsobre betanocinema George Lucas.

Entrevistada na Rádio 4 da BBC por um homem branco - o americano Chris Anderson, curador da sériesobre betanopalestras online TED - Mellody explicasobre betanomaneira simples e lógica por que, emsobre betanoopinião, a diversidade é essencial para o sucessosobre betanouma empresa. E oferece, passo a passo, um verdadeiro guia para a construçãosobre betanoempresas - e sociedades - mais diversas.

Ela também coloca seu conforto pessoalsobre betanolado para falar com franqueza sobre temas polêmicos, como a ação afirmativa e as cotas para pessoas negrassobre betanouniversidades. E expõesobre betanointimidade ao falar da experiênciasobre betanoser uma mulher negra casada com um homem branco - o diretorsobre betanocinema George Lucas.

'Como roupasobre betanosuper-herói': preparada pela mãe para enfrentar o racismo

Nascidasobre betanoChicagosobre betano1969, Mellody conta que foi a caçulasobre betanoseis filhos e desde cedo decidiu que não queria ser pobre.

"Nossa vida era cheiasobre betanoaltos e baixos, às vezes estávamos bem, às vezes, não. Levavam nosso carro embora, tínhamossobre betanomudarsobre betanocasa. Desligavam nosso telefone. Pregavam nosso cheque sem fundo na parede da loja. Por causa disso, eu queria desesperadamente entendersobre betanodinheiro. Não é à toa que trabalho no setor financeiro. E talvez não seja um acidente que eu esteja sempresobre betanobusca da verdade e da justiça. Por causa das desigualdades que vi e vivenciei", conta.

Seu primeiro contato com o racismo também aconteceu na infância - e por intermédio da própria mãe.

"Desde que eu era bem pequena, minha mãe me fez entrarsobre betanocontato com a questão da raça. Certa ou errada, foi isso o que ela fez."

Mellody explica que frequentava uma escola onde não havia muitas crianças negras. E relata um episódio que ficou gravado para sempre emsobre betanomemória:

"Fui a um aniversário e, quando voltei,sobre betanovezsobre betanoperguntar se eu tinha me divertido e se o bolo estava gostoso, ela perguntou: 'Como eles trataram você?' Eu tinha sete anossobre betanoidade. Fiquei meio surpresa com aquilo. E lembro que ela olhou bem para mim e disse: 'Eles não vão sempre tratar você bem.' Quando você é criança, não entende o que isso significa. Mas, conforme fui crescendo, ela foi deixando isso claro."

Hoje, a executiva diz que entende o comportamento da mãe - e sente gratidão.

"(Ela fazia isso) para que eu estivesse preparada e, quando me deparasse com esse tiposobre betanosituação, não ficasse chocada, nem surpresa, nem perdesse minha direção", diz.

"Ela me armou. Era como uma roupasobre betanosuper-herói que eu vestia para ficar pronta para encarar o dia. Não que eu vivesse desafios raciais diariamente, mas com certeza havia mensagens subliminares, pequenas ofensas. E eu percebia essas coisas porque ela me ajudava a vê-las."

Universidadesobre betanoelite: a experiênciasobre betanoPrinceton

A menina negra na escolasobre betanobrancos brilhou. E acabou indo parar na prestigiosa Princeton University,sobre betanoNova Jersey.

Acostumada a estudarsobre betanoescolas onde a maioria das crianças era branca, Mellody não teve problemas para se adaptar ao ambiente universitário. "Tinha conquistado o direitosobre betanoestar ali", ela diz.

Talvez essa convicção neutralizasse experiências menos agradáveis, diz. Como tersobre betanoouvir comentários do tipo: "Você é filha da ação afirmativa" ou "você tirou a vaga do meu filho".

Nessas horas, pensava: "Me foi dada essa oportunidade incrível,sobre betanoaprender esobre betanofazer algo com isso. Vou aproveitar".

Terminada a universidade, Mellody foi fazer estágio na Ariel Investments. Anos depois, subiria ao postosobre betanopresidente da gigante firmasobre betanoinvestimentos financeiros. Uma conquista impressionante para uma mulhersobre betanosua raça e origem social. Como ela explica isso?

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Legenda da foto, A menina negra na escolasobre betanobrancos brilhou. E acabou indo parar na prestigiosa Princeton University,sobre betanoNova Jersey

Receitasobre betanosucesso: trabalho duro e chefe inspirador

Mellody atribui muitosobre betanoseu sucesso ao encorajamento que recebeu do fundador da empresa - John Rogers.

"Ele foi uma das pessoas que mudaram minha vida", diz.

"No meu primeiro dia na empresa, ele me disse: 'Você vai estarsobre betanouma sala com pessoas que têm muitos títulos e ganham muito dinheiro. Mas isso não significa que as ideias deles sejam melhores do que as suas. Eu quero ouvir suas ideias.' E eu acreditei nele."

O outro ingrediente na receita do sucesso, diz, foi o hábitosobre betanotrabalhar duro, cultivado desde a infância. "Acho que existe uma relação direta entre trabalho duro e sucesso. Quanto mais você trabalha, mais as coisas vêm para você", diz.

Diversidade: diferencial e vantagem na competição

Aos poucos, Mellody foi galgando postos na empresa e ganhando espaço para construir uma organização que tem na diversidadesobre betanoestratégiasobre betanosucesso.

Ela explica a filosofiasobre betanotrabalho da equipe.

"Acreditamos no pensamentosobre betanoScott Page, o professor da University of Michigan que escreveu um livro chamado The Difference." (O título completo é The Difference: How the Power of Diversity Creates Better Groups, Firms, Schools, and Societies. Em tradução livre, "Como o Poder da Diversidade Cria Melhores Grupos, Firmas, Escolas e Sociedades").

"O que fazemos no setorsobre betanoinvestimentos é muito difícil. Compramos ações quando estãosobre betanobaixa, ignoradas, mal compreendidas, longe das atenções", explica. "Então, o que você temsobre betanofazer para não cair na armadilhasobre betanocomprar ações que têm boas razões para estar baratas é, você precisasobre betanomuitas opiniões diferentes."

"As piores ações que compramos", prossegue Mellody, "foram as que compramos quando não houve divergências. Quando há divergências, aquela dissonância nos leva a fazer perguntas difíceis. Isso nos leva a buscar as respostas e a resultados melhores. Para nós, diversidade representa vantagem na competição. Porque somos diferentes das outras firmassobre betanoinvestimento que estão por aí".

Mas como é que se mede a diversidadesobre betanouma empresa? Mellody diz que, no caso da Ariel, a diversidade começa no topo, na composição da equipesobre betanodiretores.

"Somos cinco, três mulheres e dois homens", diz.

Ela explica que, das três mulheres, duas pertencem a minorias raciais. Uma é negra (a própria Mellody). A outra, indiana. E a terceira é branca. Entre os homens, um é afro-americano (John Rogers, fundador da empresa). O outro é branco.

"Eu adoraria ver esse nívelsobre betanodiversidadesobre betanogrupossobre betanoinvestimentos no país", disse.

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Legenda da foto, 'Participeisobre betanovárias reuniões onde, sempre que o assunto raça vinha à tona, as pessoas me diziam, com orgulho, 'eu sou um daltônico racial, sequer vejo a raçasobre betanouma pessoa'. Aos poucos, me dei contasobre betanoque aquilo era uma loucura. Porque se você não está vendo a raça, não está vendo quantos estão sendo excluídos'

O passo a passo para se construir empresas e sociedades diversas

Apesarsobre betanouma queda significativa nos lucros durante a crise financeirasobre betano2008, indicadores mostram que hoje a empresa capitaneada por Mellody tem desempenho excelente. Ela atribui parte desse sucesso à diversidade da equipe.

O outro pilar na filosofiasobre betanotrabalho da americana é a criaçãosobre betanoum ambientesobre betanoque as pessoas sejam encorajadas a ver e falar sobre raça.

Ela explica por que: "Participeisobre betanovárias reuniões onde, sempre que o assunto raça vinha à tona, as pessoas me diziam, com orgulho: 'eu sou um daltônico racial, sequer vejo a raçasobre betanouma pessoa'. Aos poucos, me dei contasobre betanoque aquilo era uma loucura. Porque se você não está vendo a raça, não está vendo quantos estão sendo excluídos".

'Convide alguém que não se parece com você'

"Não ver a raçasobre betanoalguém não está dando certo para a nossa sociedade. Quero que as pessoas que se apegam a essa ideia como uma medalhasobre betanohonra paremsobre betanofazer isso."

"Quero que vejam a raça, que observem seu ambiente. Que convidem para seus mundos pessoas que não se parecem com elas, que não pensam como elas, que não agem como elas. Que não vêm dos lugaressobre betanoonde eles vêm. Para que tenhamos uma sociedade melhor e mais inclusiva. E para acabar com a homogeneidade que existesobre betanotantos cantos da nossa sociedade."

Para o profissionalsobre betanoRH: 'Seja pouco convencional, seja criativo'

Mas eis um dilema comum entre empresas que já foram convencidas pelo argumentosobre betanofavor da diversidade: o setorsobre betanorecursos humanos anuncia uma vaga e 90% dos candidatos que se apresentam são brancos. Destes, muito provavelmente, a maioria dos candidatos tidos como qualificados para a vaga será branca.

Ou seja, não podemos consertar esse problema sem consertar outros problemas que têm a ver com história, cultura, educação e treinamento - dirão alguns.

Mellody Hobson rejeita essa tese.

"Vamos começar pelo seguinte fato: há maissobre betano300 milhõessobre betanopessoas nos Estados Unidos", ela diz. "Tem alguém aí fora que pode fazer esse trabalho. Literalmente."

Depois, ela faz uma sugestão:

"Seja pouco convencional nos métodos que você usa para adquirir talento. As pessoas já fazem isso há muito tempo. Compram firmas só para conseguir um profissional. Isso é muito comum no Vale do Silício. Eles compram empresas para ter os melhores empreendedores naquele negócio, e não necessariamente a tecnologia. As pessoas são criativas quando precisam ser."

Segundo Mellody, quando o que estásobre betanojogo é o sucesso do seu negócio, você vai fazer o que for preciso. E para ela, não é uma questãosobre betanoescolha.

"O mundo está mudandosobre betanotempo real. Não entender isso tem consequências terríveis."

No século 21, empresas com déficitsobre betanodiversidade não conseguirão sobreviversobre betanolongo prazo, ela adverte.

"Não entenderão os interesses únicossobre betanoseus clientes, não conseguirão se identificar com esse clientesobre betanouma América que continua a se 'amarronzar'".

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Legenda da foto, 'Para nós, diversidade representa vantagem na competição'

Filosofia jedi: 'Fazer ou não fazer. Tentar não existe'

E, se a mensagem parece dura, ela lembra que, no mundo dos negócios, não se aceitam desculpas.

"Se você não atinge suas metas, não pode chegar com desculpas. Ou você cumpriu, ou não cumpriu as metas", ela diz. E aproveita para citar uma frase do mestre jedi Yoda, personagem da série Guerra nas Estrelas:

"Tentar não. Fazer ou não fazer. Tentar não existe."

Mellody oferece alguns exemplos do que ela própria faria para encontrar esses candidatos.

"Se eu tivessesobre betanopreencher certa vaga e os currículos não estivessem chegando do jeito desejado, eu iria atrássobre betanovárias pessoas na comunidade. Perguntaria, 'você pode me ajudar a fazer contatos com pessoas dasobre betanocomunidade que talvez sejam adequadas para esse trabalho?' As pessoas adoram pedidos como esse. Você ajuda uma pessoa a conseguir um emprego e ganha um amigo para o resto dasobre betanovida".

Faça asobre betanoparte: faça o que puder

Mellody também tem sugestões para os que gostariamsobre betanofazer asobre betanoparte mas não ocupam posiçõessobre betanopoder e não têm como dar emprego a alguém.

"Adoro aquela frase, 'Faça o que puder onde estiver e com os recursos que tiver'. A ideia é, você não pode esperar até ter mais dinheiro, não pode esperar até ter mais tempo, não pode esperar até ter mais influência."

E um bom lugar para começar, ela sugere, é com você mesmo.

"Aproxime-sesobre betanoalguém que é muito diferentesobre betanovocêsobre betanoposição social, raça etc. No trabalho, chame essa pessoa para almoçar. 'Não te conheço, não sei muito sobre você, adoraria almoçar com você.' Isso requer muita coragem, mas hoje eu estou pregando a coragem", diz.

E mesmo que você não tenha o podersobre betanocontratar uma pessoa, você pode fazer perguntas.

"Faça a pergunta. Perguntas são uma forma maravilhosasobre betanose transmitir uma ideia", diz.

"É isso que faço nas reuniões da diretoria. Faço perguntas. Quando você faz perguntas, coloca as pessoassobre betanouma posiçãosobre betanoque elas vão tersobre betanobuscar as respostas. Ou pelo menos vão tersobre betanopensar. E se você não tem o podersobre betanocontratar, você pode comentar. 'Olha, notei que estamos atraindo sempre o mesmo tiposobre betanopessoa. O que podemos fazer para expandir as oportunidades?' Você pode fazer isso sem que haja confronto, simplesmente ao querer fazer o melhor para a equipe e para a empresa."

Ação afirmativa e o mínimo denominador comum

Chegamos agora ao que talvez seja o ponto mais desconfortável - e polêmico - da entrevistasobre betanoMellody Hobson à BBC. Mas ela defende que, sem esse desconforto, a sociedade não poderá superar problemas como o racismo.

O assunto aqui são as chamadas ações afirmativas - medidas que visam eliminar desigualdades acumuladas historicamente e que são decorrentessobre betanovárias formassobre betanodiscriminação, entre elas, discriminação racial, étnica, religiosa,sobre betanogênero ou por deficiência.

As ações afirmativas visam assegurar igualdadesobre betanooportunidade e tratamento para todos. Nos Estados Unidos - e, aliás, também no Brasil - elas levaram à adoçãosobre betanocotas para estudantes negros nas universidades.

"Acreditosobre betanoação afirmativa. Me beneficiei dela, acho que o mundo é melhor por eu ter me beneficiado dela e sei que eu sou uma pessoa melhor por causa dela", diz Mellody.

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Legenda da foto, 'Acreditosobre betanoação afirmativa. Me beneficiei dela, acho que o mundo é melhor por eu ter me beneficiado dela e sei que eu sou uma pessoa melhor por causa dela'

Ela reconhece, no entanto, que muitas pessoas são contrárias ao movimento. E relata uma conversa que teve com um amigo que é membro do conselhosobre betanouma prestigiosa faculdadesobre betanoadvocacia americana.

Os dois falavam sobre o sistemasobre betanocotas quando o amigo disse a ela:

"Mellody, não queremos descer ao mínimo denominador comum."

Ele achou que eu fosse concordar com ele, conta Mellody.

"Mas vou dizer uma coisa que, eu espero, seja interpretada da maneira correta. É um comentário que tem muitas nuances, que talvez soe incrivelmente polêmico, mas não é a minha intenção", ela avisa.

"(A fala dele) partesobre betanoum pressupostosobre betanoque cada pessoasobre betanocada universidade,sobre betanocada faculdadesobre betanoadvocacia,sobre betanocada colégio, é uma pessoa exemplar. E existem pessoas medíocres. Isso não tem nada a ver com raça. Em todas essas instituições tem um montesobre betanopessoas brancas medíocres", ela diz.

"A ideiasobre betanoque um estudante negro com notas ou padrão diferentes possa baixar o nívelsobre betanouma instituição... eu simplesmente não concordo."

Ação afirmativa pode dar errado?

Mellody opina também sobre outro argumento usado por críticos da ação afirmativa - a ideiasobre betanoque, se levada ao extremo no contexto educacional, a ação afirmativa pode levar alguns ao fracasso.

Isso aconteceria, por exemplo, quando um candidato fortesobre betanoum colégio técnico vai para a melhor escolasobre betanoengenharia e acaba ficando entre os 10% piores naquela escolasobre betanovezsobre betanobrilharsobre betanouma faculdade mais mediana.

"Sabemos que, nos Estados Unidos, os nomessobre betanocertas escolas, por si só, já abrem portas. Então, se você me disser que o aluno negro ou hispânico vai acabar entre os 10% mais baixos da lista, por mim, tudo bem. Issosobre betanocomparação com ele terminar entre os 10% no topo da lista da universidade que ninguém conhece? Prefiro a primeira opção."

E na opinião dela, não é só o aluno que vai sair ganhando. Ganha também a escola ou universidade que receber esse aluno:

"Se eu estiversobre betanouma escolasobre betanoadvocacia esobre betanominha classe houver um aluno negro, que cresceusobre betanouma área pobre da cidade, falando sobre reformas na Justiça criminal, ele pode ter algo mais a oferecer ao grupo."

"(Melhor uma escola assim) do que uma escola onde não há crianças negras", diz. "É assim que eu penso."

Viva a diferença! Na vida real cabem todos

E se por um lado a menção aos medíocressobre betanotodas as raças que ocupam vagassobre betanoescolas e empresas talvez soe um pouco ofensiva, por outro, Mellody deixa claro que, no mundo real, cabe todo mundo.

"Você não temsobre betanobaixar seu nível,sobre betanose conformar com algo pior, simplesmente para botar um X no quadradinho (da diversidade)", ela diz.

"Esse pensamento pressupõe que todo mundo que trabalha naquela empresa é topsobre betanolinha. E na vida real não funciona assim. Tem pessoas que fazem contribuições diferentes para a companhia."

"Aqui na Ariel, temos pessoas que são colegas incríveis. Pessoas que,sobre betanosituações difíceis, você gostariasobre betanoter ao seu lado simplesmente para apoio moral. Tem algumas das pessoas mais inteligentes que você já encontrou na vida. Tem aquelas que são ótimas para resolver problemas. Tem pessoas que têm talento para lidar com gente... tudo isso compõe o mosaico da nossa organização."

E aqui, rindo, ela acrescenta:

"Já estivesobre betanosalas com as pessoas mais inteligentes do mundo e você acaba tendo uma 'convenção dos idiotas'... não é nada divertido."

O 'privilégio da pele branca'

Mellody Hobson é negra, filhasobre betanopais negros. Mas quando começou a namorar o diretorsobre betanocinema George Lucas - hoje seu marido - tornou-se mãesobre betanoum adolescente branco, o menino Jack, filhosobre betanoGeorge Lucas. Ela fala um pouco sobre a experiência.

"Acho que crianças brancas têmsobre betanosaber que têm o privilégio da pela branca", diz. Ela relata as conversas que tinha com Jack:

"Você pode andar por aí usando um capuz. O filho do meu motorista tem a mesma idade que você, mas não poderia andar nessa vizinhança do jeito como você anda. Seria preso, empurrado para um lado... aconteceriam coisas."

"Eu explicava para ele, para ele saber quais eram as diferenças. Não para que isso se tornasse um fardo para ele, mas para que ele tivesse consciência. Para que ele compreendesse questões sobre as quais ele não tinhasobre betanose preocupar, coisas com as quais nós (negros), nos preocupamos."

E voltando à ideia centralsobre betanosua estratégia na buscasobre betanoum mundo mais diverso, Mellody fala da necessidadesobre betanosermos todos "colour brave", ou seja,sobre betanotermos coragemsobre betanover a raça das pessoas esobre betanofalar sobre o assunto, sem medosobre betanousar um termo errado,sobre betanoparecermos racistas e ignorantes.

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Legenda da foto, 'Acho que crianças brancas têmsobre betanosaber que têm o privilégio da pela branca'

"Não posso te assegurarsobre betanoque os erros não vão ser cometidos. Mas é por isso que uso a palavra coragem. Coragem não é não sentir medo, é agir na presença do medo. O medosobre betanoerrar nesse tiposobre betanoconversa é muito real. São conversas difíceis e carregadassobre betanoemoção. Mesmo aqui, nessa conversa, tive momentossobre betanomuita emoção", ela diz ao entrevistador.

As conversas difíceis, no entanto, criam uma oportunidade para que pessoassobre betanorealidades diferentes conheçam a experiência do outro, diz.

"Muitas vezes, nós (negros) sabemos muito mais sobre as pessoas brancas do que as pessoas brancas sabem sobre nós. Então, como podemos virar a mesa, mudar a conversa para que as pessoas saibam mais sobre nós? Questões e histórias que são únicas para nós?", pergunta.

Mellody admite que, no esforçosobre betanofazer seu argumento, muitas vezes ela própria diz coisas que talvez sejam consideradas ofensivas.

Seria o caso, então,sobre betanofazermos um contrato social onde concordaríamossobre betanoficar um pouco ofendidos para,sobre betanotroca, podermos ser mais abertos uns com os outros? - pergunta o entrevistador.

"Isso nos beneficiaria muito. Por mim, faria esse acordo."

Conversas difíceis com George Lucas

Por ser casada com um homem branco, Mellody se vê praticando, na vida pessoal, o que propõesobre betanosuas palestras.

"Sou casada com um homem que não é negro, então tenhosobre betanosensibilizá-lo o tempo todo sobre questões ligadas à raça. E não é porque ele não se importe, eu sei que ele me ama. Mas sei que às vezes tenhosobre betanooferecer a ele uma lente, para que através dela ele possa vivenciar coisas da forma como eu as vivencio. Isso não diminui meu amor ou respeito por ele", diz.

Sem isso, ela questiona, o quê, na experiência dele, permitiria que ele compreendesse a minha experiência?

"Quando entrosobre betanouma sala, não preciso contar. Eu simplesmente sinto quando sou a única (pessoa negra). Anos atrás, ele não pensava nisso. Hoje, vamos a certos lugares e ele diz, 'você é a única pessoa negra (neste lugar)'. É interessante, hojesobre betanodia ele nota. E por que teria notado isso antes?"

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