Victoria's Secret: 3 razões que levaram a grife a cancelar seu famoso desfile anual:
Mas o que levou a companhia a desistir do evento? Veja três motivos abaixo.
1. A audiência
A transmissão televisiva do desfile começou1995 e logo se tornou um importante evento da cultura pop que conseguia atrair a atençãomilhõesespectadores a cada ano.
Com o passar do tempo, a expectativa crescia antes do evento, que contou com a presençacantores durante o desfile, trajes coloridos e as características asasanjo dos looks.
Em 2001, a transmissão do programa atingiu seu auge, atraindo 12,4 milhõestelespectadores.
Mas o interesse passou a cair nos últimos anos.
A audiência da transmissão da rede televisiva ABC atingiu 4,98 milhõesespectadores2017 e chegou a 3,27 milhões no ano seguinte, um recorde negativo, segundo dados do site TV by the Numbers.
O diretor financeiro da L Brands admitiu a investidores que a baixa audiência foi um dos motivos que levaram ao cancelamento do evento.
2. Escândalos e polêmicas
Nos últimos três anos, o tradicional desfile começou a receber críticasespectadores que o consideravam ultrapassado, sexista e pouco diverso.
Em 2018, o então diretormarketing da marca, Ed Razek, sugeriuuma entrevista à revista Vogue que modelos transexuais não deveriam fazer parte do evento.
A declaração gerou uma ampla reação negativa, e o executivo foi obrigado a pedir desculpas. No início deste ano, ele deixou a empresa.
A empresa também enfrentou polêmica no ano passado por não incluirseus desfiles mais modelos com corpostamanhos diferentes.
A Victoria's Secret foi acusadapreservar um padrão único e inatingívelbeleza esexualizar suas modelos.
"Existem dois elementos na indústrialingerie que estão afetando a popularidade das marcas: conforto e pensamento positivo sobre o corpo", disse à BBC News Jo Lynch, editoralingerie da WGSN, empresaconsultoria que antecipa tendências no mundo da moda.
Por muitos anos, a Victoria's Secret contratou apenas modelos magras e altas para serem a imagemsua marca, deixandolado a diversidadecorpostodo o mundo.
A empresa tentou assinar com modelospele escura ediferentes origens étnicas; no entanto, ainda impunha o estereótipomagreza como sinônimobeleza.
Os jovens consumidores passaram a "apreciar uma ampla variedadeformas, tamanhos, etnias e idades", explica Lynch.
De uma maneira ououtra, modelos que parecem mais reais ganharam terreno.
A L Brands também foi atingida pela publicidade negativatorno da amizade do fundador da marca, Les Wexner, com o bilionário americano Jeffrey Epstein, que se suicidou na prisãoagosto deste ano. Ele aguardava julgamento por acusaçõestráfico sexual e pedofilia.
Wexner havia empregado Epstein como assessor, mas eles cortaram laços2007.
3. Baixas vendas
As vendas da empresa caíram nos últimos anos e, apesarainda estarprimeiro lugar nos Estados Unidos entre as marcasroupas íntimas para mulheres, a Victoria's Secret enfrenta dificuldades.
A empresa tem tentado uma estratégia que apostareduçãopreços, mas resta saber se vai funcionar, pois parece que os investidores perderam a confiança.
Em 2018, a queda nas vendas foi40%, tornando a L Brands uma das grandes decepçõesWall Street.
Existem várias razões para o desempenho ruim. Entre elas, a maioria das lojas Victoria's Secret está localizadashoppings, que porvez vêm sendo afetados negativamente pelas vendas na internet, o que seria refletido diretamentesuas vendaslojas físicas.
Segundo a consultoria Ibisworld, a expectativa é que as vendas da empresa cresçam anualmente 1% nos próximos cinco anos.
A Victoria's Secret também enfrenta a concorrêncialojasdepartamento, startups e marcaslingerie que saíram na frente oferecendo opçõesprodutos para mulheres que não estavam dentro do público-alvo da empresa.
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