Mulheres são maioria nas universidades brasileiras, mas têm mais dificuldadesbet 3 65encontrar emprego:bet 3 65

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Enquanto 18% dos homens brasileirosbet 3 6525 a 34 anos têm ensino superior, essa porcentagem sobe para 25% entre as mulheres da mesma faixa etária

Tal disparidade se observabet 3 65outros países e tem aumentado nas gerações mais novas.

"Existe realmente uma tendência entre os países membros e parceiros da OCDEbet 3 65mulheres serem maioria no ensino superior. No ensino superior, essa disparidade pode ser observada tanto no acesso (mais mulheres entram) quanto na conclusão (entre os que entram, a taxabet 3 65conclusão é maior entre mulheres)", explica por email à BBC News Brasil Camilabet 3 65Moraes, analistabet 3 65educação da OCDE no país.

Crédito, Luis Fortes/MEC

Legenda da foto, Disparidades entre meninos e meninas começa ainda no ensino básico

Ela destaca, porém, que isso reflete um "acúmulobet 3 65disparidades" que começa muito antes do ensino superior, nas etapas básicasbet 3 65ensino.

"A taxabet 3 65conclusão do ensino médio, por exemplo, já é consideravelmente mais elevada entre meninas que meninos. Além disso, meninos têm uma tendência maiorbet 3 65repetir o ano ebet 3 65abandonar a escola que meninas."

Acesso ao mercadobet 3 65trabalho

O relatório olhou também para a outra ponta - o mercadobet 3 65trabalho. A conclusão ébet 3 65que a empregabilidadebet 3 65mulheres brasileirasbet 3 6525 a 34 anos com ensino superior ébet 3 6582% e cai para 63% entre mulheres com ensino técnico e para 45% entre mulheres sem essa capacitação.

Entre homens brasileiros, esses índices são todos mais altos: a taxabet 3 65empregabilidade dos que têm ensino superior ébet 3 6589%;bet 3 6576% dos que têm ensino técnico e 76% dos que não tem nenhuma formação superior.

O que explica, então, que as mulheres tenham mais dificuldadesbet 3 65se inserir no mercadobet 3 65trabalho?

"As mulheres estão significativamente hiper-representadas nos camposbet 3 65educação e ciências sociais, jornalismo e informação. Já os homens são hiper-representadosbet 3 65campos como tecnologias da informação e da comunicação, engenharia e construção. (...) No Brasil, 25% das graduandas brasileiras escolhe estudar educação, enquanto 19% dos graduandos homens escolhe engenharia, produção e construção."

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, País tem baixas taxasbet 3 65estudantes com títulosbet 3 65mestrado e doutorado

Ou seja, uma possível explicação para a dificuldadebet 3 65inserção no mercadobet 3 65trabalho - seja no Brasil oubet 3 65outros paísesbet 3 65situação semelhante - é a escolhabet 3 65cursos superiores, que pode levar a carreiras com empregabilidade e renda diferentes. Mas, para Camilabet 3 65Moraes, há mais motivos por trás das diferençasbet 3 65emprego entre homens e mulheres.

"A áreabet 3 65conhecimento não é suficiente para explicar toda a disparidadebet 3 65gênerobet 3 65termosbet 3 65taxabet 3 65emprego nembet 3 65termosbet 3 65rendimento", diz a analista da OCDE.

"O rendimentobet 3 65mulheres não é maior que o rendimentobet 3 65homensbet 3 65nenhuma áreabet 3 65conhecimentobet 3 65nenhum país com dados disponíveis no relatório. Isso indica que outros fatores como progressãobet 3 65carreira, a natureza do trabalho (mesmo que dentrobet 3 65um mesmo setor), tiposbet 3 65contrato e vida familiar podem ter uma influência maior na disparidadebet 3 65gênero."

Ela acrescenta que muitos estudos têm tentado entender o fenômeno da presença feminina maior na educação superior.

"Alguns apontam, por exemplo, justamente para o fatobet 3 65homens sem ensino superior terem uma taxabet 3 65emprego maior e rendimentos mais elevados que mulheres também sem ensino superior. Dessa forma, o incentivo pra eles trabalharem ao invésbet 3 65cursarem o ensino superior pode ser relativamente maior", explica Moraes.

"No Brasil especificamente, nós observamos que a taxabet 3 65emprego dos homens aumenta só um pouco com maiores níveisbet 3 65escolaridade. Já para mulheres, a taxabet 3 65emprego aumenta consideravelmente - podendo ser esse um incentivo maior para elas cursarem o ensino superior. Esses são alguns insights que emergem dos dados, porém não é possível identificar especificamente as causas da disparidade no Brasil. Isso requereria um estudo mais aprofundado do contexto do país."

Baixas taxasbet 3 65mestrado e doutorado

O relatório traz outros dados sobre o ensino superior do Brasil que, embora evidenciem avanços, colocam o país ainda distante das médias internacionais.

Só 0,8% dos brasileiros entre 25 e 34 anos têm mestrado e 0,2% têm doutorado, contra 13% e 1,1% (respectivamente) na média entre os países estudados pela OCDE (os dados,bet 3 652018, ainda não refletem o atual contingenciamentobet 3 65recursos e bolsas no ensino superior público promovido pelo governo federal).

Crédito, ROOSEWELT PINHEIRO ABr

Legenda da foto, "Embora a disparidadebet 3 65gênero na educação favoreça as mulheres (na educação), a situação no mercadobet 3 65trabalho é ao revés", afirma o relatório da OCDE

O indicador é importante porque reflete a formaçãobet 3 65profissionais mais especializados e, por consequência, mais produtivos e aptos a gerar riqueza.

"Em todos os países da OCDE, indivíduos com mestrado ou doutorado têm rendimento maior que aqueles com apenas o bacharelado", explica Camilabet 3 65Moraes.

"O mesmo vale para a taxabet 3 65emprego. No Brasil, por exemplo, a taxabet 3 65emprego entre adultos com doutoradobet 3 652018 erabet 3 6591%, comparado a 84% entre adultos com mestrado e 82% entre aqueles com bacharelado. Além disso, esses níveisbet 3 65educação estão fortemente ligados à pesquisa e desenvolvimento do país, (importantes) para o crescimento econômico e social."

Panorama do ensino superior

Considerando-se apenas cursosbet 3 65graduação, o relatório da OCDE diz que apenas um terço dos estudantes brasileiros conclui os estudos no tempo teoricamente previsto (de quatro ou cinco anos, a depender do curso).

Para os estudantes que passam três anos adicionais no curso, essa taxabet 3 65conclusão sobe desses 33% para 50%.

"Dos estudantes restantes que não se formam nesse período, cercabet 3 65um terço continua matriculado no curso superior, e dois terços abandonam o sistema sem se formar", diz o relatório.

Na última década, o númerobet 3 65brasileirosbet 3 6525 a 34 anos com título superior subiubet 3 6511% para 21%. Em comparação, a média nos países estudados pela OCDE ébet 3 65mais que o dobro: 44%.

"A proporção da população brasileira com ensino superior é a menor entre todos os países das OCDE (empatado com o México). Mas mesmo no México, a proporção da população com mestrado é maior que a do Brasil", afirma Moraes.

Por fim, o estudo aponta que maisbet 3 6575% dos estudantesbet 3 65graduação no Brasil estãobet 3 65universidades privadas, "em grande contraste com a maioria dos países da OCDE,bet 3 65que essa é a situaçãobet 3 65menosbet 3 65um terço dos alunos".

"É também um contraste com todos os demais níveisbet 3 65educação no Brasil: maisbet 3 6580% dos estudantes do ensino primário até o técnico frequentam instituições públicas", diz o relatório.

"A predominânciabet 3 65instituições que cobram mensalidades e o número limitadobet 3 65vagasbet 3 65instituições públicas criam um ambiente complexo para criadoresbet 3 65políticas públicas que tentem garantir que o acesso ao ensino superior não seja prejudicado pelo status socioeconômico dos estudantes."

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