O 'mistério' dos navios petroleiros chineses que desaparecem dos radares no Golfo Pérsico:1xbet patrocinio

Uma grande parte deles tem a China como origem ou destino, mas nem sempre.

Nesta semana, um navio iraniano - o mesmo que a Marinha britânica reteve1xbet patrocinioGibraltar1xbet patrociniojulho - desapareceu dos sistemas na costa da Síria, no Mediterrâneo.

"Desde maio, isso acontece o tempo todo", disse à BBC News Mundo Samir Madani, co-fundador do TankerTrackers.com, um site global1xbet patrociniomonitoramento1xbet patrocinionavios-tanque.

É, segundo Madani e outros especialistas consultados pela BBC News Mundo, uma nova tendência nessa área do mundo e também1xbet patrociniooutros mares próximos.

Em junho, um pequeno navio-tanque chinês se aproximou do Golfo Pérsico após 19 dias1xbet patrocinioviagem, desapareceu dos monitores por quase uma semana e depois reapareceu no mesmo ponto1xbet patrocinioque seu sinal havia sido perdido.

Antes e depois dessa data, outros navios1xbet patrociniogrande escala pararam1xbet patrociniotransmitir suas posições por dias, também na mesma área.

De fato,1xbet patrocinioacordo com dados do TankerTrackers.com, nos últimos 20 meses, cinco navios que navegam regularmente entre a China e o Golfo Pérsico fizeram cerca1xbet patrocinio50 paradas nos portos da região, mas1xbet patrociniooutras 28 ocasiões desapareceram dos radares por dias ou semanas.

Segundo o site1xbet patrociniomonitoramento, todos os casos tinham um fator1xbet patrociniocomum: os navios, independentemente1xbet patrociniosua bandeira, entravam no Irã.

O GPS dos barcos

Rockford Weitz, diretor1xbet patrocinioEstudos Marítimos da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, explica à BBC Mundo que, para garantir a segurança da navegação, grandes embarcações comerciais transmitem1xbet patrocinioposição a cada poucos segundos por meio1xbet patrocinioum método conhecido como Sistema1xbet patrocinioIdentificação Automática (AIS, na sigla1xbet patrocinioinglês).

Isso permite que outros navios saibam1xbet patrocinioposição - e, portanto, evitem colisões - e possam ser monitorados o tempo todo, como é o caso dos aviões.

E,1xbet patrocinioacordo com o especialista, embora existam outros métodos, como radares ou satélites, as mensagens AIS, que contêm informações como nome do navio, localização e velocidade, continuam sendo o método mais comum para rastrear embarcações comerciais.

"Os regulamentos da Organização Marítima Internacional (IMO) exigem que as mensagens AIS sejam transmitidas por qualquer grande embarcação comercial", diz ele.

No entanto, James R. Holmes, especialista1xbet patrocinioestratégia marítima no Colégio Naval dos Estados Unidos, ressalta que, embora as convenções internacionais exijam que os navios não desativem suas posições, "não há uma fiscalização internacional para punir essas infrações".

"Isso se tornou um problema nos acidentes ocorridos1xbet patrocinio2017 com navios da Marinha dos EUA no Pacífico. Uma das conclusões da investigação foi que nossos navios não transmitiram suas posições e, portanto, não estavam visíveis a navios mercantes", ele diz à BBC.

Holmes acredita que, embora a estratégia tenha sido frequentemente praticada por navios militares, é mais raro ocorrer1xbet patrociniofrotas comerciais.

No entanto, ele diz, é muito difícil controlar.

"O mar é uma vasta planície sem estradas onde um navio pode se perder se decidir não notificar ativamente outras pessoas sobre seu paradeiro, mas um navio pode 'escurecer' simplesmente desligando o transponder e outras emissões eletrônicas, como radiocomunicação", acrescenta.

Madani, por outro lado, ressalta que1xbet patrocinioalgumas áreas do mundo, o alto congestionamento no tráfego marítimo pode causar a perda temporária do sinal1xbet patrocinioum navio.

"Mas o que vemos no Golfo Pérsico é diferente. Temos certeza1xbet patrocinioque aqui os navios param1xbet patrociniotransmitir o sinal intencionalmente", diz ele.

'Barcos fantasmas'

Em meados1xbet patrociniomaio passado, o Bravo do Pacífico, um navio que parece pertencer ao Banco1xbet patrocinioKunlun (de origem chinesa e que foi alvo1xbet patrociniosanções dos EUA por supostamente cooperar com o governo do Irã) reapareceu no Golfo Pérsico alguns dias depois1xbet patrocinioter sumido1xbet patrociniotodos os radares.

Foi então que o TankerTrackers revelou algumas imagens1xbet patrociniosatélite que começaram a explicar o que estava acontecendo (e o que muitos especialistas já supunham): o navio,1xbet patrociniofato, estava carregando petróleo no Irã.

"Desde que as sanções dos EUA contra o Irã voltaram, vimos que esse fenômeno tem aumentado", acrescenta Madani.

"Para evitar as sanções dos Estados Unidos, os petroleiros usados para negociar com o Irã não estão mais transmitindo suas posições. Eles fazem isso1xbet patrociniopropósito", diz Madani.

Em outros casos - os mais frequentes segundo o especialista - são os próprios petroleiros iranianos que param1xbet patrociniotransmitir seus dados, como aparentemente aconteceu nesta semana na qual alguns foram perdidos na costa da Síria.

"Temos informações confiáveis ​​de que o navio-tanque está circulando e está indo para Tartus, na Síria", escreveu o secretário1xbet patrocinioEstado dos EUA, Mike Pompeo, no Twitter, na semana passada, dois dias antes do desaparecimento do navio.

De fato, o Departamento do Tesouro dos EUA incluiu o navio em1xbet patrocinio"lista negra", depois1xbet patrociniogarantir ter "informações confiáveis"1xbet patrocinioque o Adrian Darya (ex-Grace 1) estava transportando petróleo para a Síria, desafiando as sanções contra Teerã e contra o governo1xbet patrocinioBashar al-Assad.

As alternativas

Embora, sob a lei internacional, não seja ilegal comprar ou transportar petróleo iraniano e as sanções da Casa Branca sejam unilaterais, muitas empresas internacionais tendem a respeitá-las para evitar possíveis punições1xbet patrocinioWashington.

Mas,1xbet patrocinioacordo com Bjarne Schieldrop, analista-chefe do grupo financeiro norueguês SEB, isso não implica que essas empresas ou o próprio Irã busquem alternativas.

"Não acho que esteja claro que tipo1xbet patrociniométodos o Irã usaria para driblar as sanções e continuar exportando seu petróleo. Mas desligar os transponders1xbet patrocinionavios é uma escolha óbvia", disse Schieldrop à BBC News Mundo.

Segundo o analista do mercado1xbet patrociniopetróleo, ao sofrer sanções dos EUA por tantos anos, o Irã aperfeiçoou "a arte1xbet patrociniocontinuar exportando petróleo".

"A exportação1xbet patrociniopetróleo por meio do Iraque tem sido frequentemente mencionada como outra maneira que o Irã encontrou, mas é algo que não conseguimos confirmar", diz ele.

Madani, entretanto, observa que1xbet patrocinioempresa detectou outras formas.

Aparentemente, alguns petroleiros chineses mudaram seus nomes (os iranianos também o fizeram, como quando o Grace 1 mudou seu nome para Adrian Darya) e,1xbet patrociniooutras ocasiões, eles encontram iranianos1xbet patrociniocertos pontos e fazem a transferência do petróleo no meio do mar.

De fato,1xbet patrociniojulho passado,1xbet patrocinioacordo com dados e imagens1xbet patrocinioTrankerstracker, um petroleiro chinês, Tian Ying Zuo, encontrou-se perto da ilha1xbet patrocinioPenang, na Malásia, com um navio da Companhia Nacional1xbet patrocinioPetróleo do Irã que parou1xbet patrociniotransmitir seus sinais.

"O número1xbet patrociniopetroleiros iranianos fazendo isso está crescendo porque o Irã precisa1xbet patrocinioalguma forma se livrar do petróleo que obtém para que1xbet patrocinioprodução não fique estagnada", disse Madani.

De fato, um relatório1xbet patrociniomaio do SEB já previa que, desde a entrada1xbet patrociniovigor das sanções, "uma quantidade crescente"1xbet patrocinioexportações1xbet patrociniopetróleo do Irã tentaria passar "sob o radar das sanções".

E que isso os aproximaria da China.

China e Irã

A China é o maior importador1xbet patrociniopetróleo do Irã.

As vendas para o país asiático no ano passado excederam 29,3 milhões1xbet patrociniotoneladas ou 585.400 barris por dia,1xbet patrocinioacordo com dados alfandegários obtidos pela agência1xbet patrocinionotícias Reuters.

Esse valor implica aproximadamente 6% do total1xbet patrocinioimportações1xbet patrociniopetróleo1xbet patrocinioPequim, então especialistas como Schieldrop acreditam que a China não pode - nem tem interesse político1xbet patrocinio- parar1xbet patrociniocomprar o petróleo iraniano.

"A China declarou que os EUA estão excedendo seus limites legais, que viola os direitos1xbet patrocinioPequim1xbet patrocinioimportar petróleo do Irã e que os EUA não têm o direito1xbet patrocinioimpor essas restrições à China", diz ele.

De fato,1xbet patrociniomaio passado, o Ministério das Relações Exteriores da China formalmente reclamou com Washington sobre1xbet patrociniodecisão1xbet patrocinioencerrar as isenções para as importações1xbet patrociniopetróleo iranianas e anunciou que1xbet patrociniocooperação com Teerã permaneceria "legal e razoável".

"Acho que foi importante para Pequim continuar importando petróleo do Irã para enfatizar seu direito legal1xbet patrociniofazê-lo", diz Schieldrop.

"A China, como o maior importador mundial1xbet patrociniopetróleo (as importações crescem 10% ao ano), não pode aceitar que seja proibido comprar petróleo do Irã, que fica no Golfo Pérsico (a maior fonte1xbet patrociniopetróleo do mundo)" adiciona.

Se isso acontecesse, ele diz, a China seria forçada a comprar petróleo dos EUA, algo que para Pequim seria "totalmente inaceitável".

Por enquanto, ele diz, os navios continuarão a desaparecer dos monitores ou novos métodos serão encontrados para continuar evitando as sanções.

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