'Foi uma das melhores dissertações que já li': os presos britânicos que se formarambingo sportingbetcriminologia:bingo sportingbet
Desde 2013, o professor Sacha Darke desenvolve um programabingo sportingbetorientação acadêmicabingo sportingbettrês prisões britânicasbingo sportingbetconjunto com Andreas Aresti, que também leciona na Westminster. Ao terminar módulos do projeto dentro da cadeia, os detentos podem validar as disciplinas cursadas numa faculdade na Universidadebingo sportingbetWestminster. Bashir e Gidean, por exemplo, participaram das atividades do projeto e depois ingressaram no cursobingo sportingbetCriminologia, que completaram na prisão.
Eles não foram os primeiros a alcançar tal façanha, mas agora há a possibilidadebingo sportingbeta experiência atingir ainda mais gente, inclusive no Brasil.
Os professores Darke e Aresti estão no país visitando unidades penitenciárias no Maranhão,bingo sportingbetRondônia ebingo sportingbetSão Paulo. A jornada colocou os dois professoresbingo sportingbetcontato com colegas acadêmicos e representantes do sistema carcerário nos Estados - e ajudou a concretizar um projeto que adapta o modelo inglês à realidade brasileira.
Entender a realidade do cárcere
Aresti, um ex-detento que viu a importânciabingo sportingbetpoder seguir estudando quando esteve atrás das grades, ajuda a mobilizar professores a colocar a ideiabingo sportingbetprática. Aos 28 anos, ele entrou na prisãobingo sportingbetPentonville,bingo sportingbetLondres, pela primeira vez para cumprir pena e hoje, com 51, retorna semanalmente para dar aulas a um grupobingo sportingbetprisioneiros.
"Voltar tem sido surreal. Eu tento mostrar que há algobingo sportingbetpositivo para tirar deste lugar", explica.
Na épocabingo sportingbetque aguardava o julgamento, na décadabingo sportingbet1990, iniciou o cursobingo sportingbetPsicologia e seguiu estudando durante o ano e meiobingo sportingbetque esteve cumprindo pena.
"Quem está lá já falhoubingo sportingbetmuitos aspectos. E as aulas dão oportunidadebingo sportingbetdedicação a algo novobingo sportingbetque é possível vencer", disse à BBC News Brasil.
O outro formando
O outro formandobingo sportingbetCriminologia é Gidean Benjamin Jarrett, 36 anos, que comemorou a graduação com a namorada e parentes nos salões do Royal Festival Hall.
"Quando a sentença é longa, muitas pessoas perdem a esperança. Mas eu sempre fui resiliente e consegui me dedicar a outras coisas", ressalta.
Condenado a quatro anos e meiobingo sportingbetprisão, ele iniciará o mestradobingo sportingbetsetembro deste ano. Será colocadobingo sportingbetliberdadebingo sportingbetjaneiro, e seguirá com o curso.
"Eu estou orgulhosobingo sportingbetmim mesmo. Essa era a minha meta", conta, dizendo que se vê como exemplo para os dois filhos, uma meninabingo sportingbet12 e um meninobingo sportingbet11. Daqui para frente, pretende incentivar outros presos a estudar.
Jarrett disse cogitar atuar como professorbingo sportingbetCriminologia quando terminar o mestrado. O focobingo sportingbetZahid Bashir é terminar o doutorado. "Posso ser talvez professor universitário ou pesquisadorbingo sportingbetcriminologia", especula.
Tanto Jarrett como Bashir estão atualmente cumprindo penabingo sportingbetregime aberto -bingo sportingbetque podem sair para assistir às disciplinas. No Brasil, esta situação seria chamadabingo sportingbet"regime semiaberto".
Aulas atrás das grades
As aulas e orientação prestadas por Darke e Aresti ocorrembingo sportingbettrês instituições fechadas. Alémbingo sportingbetPentonville, as prisõesbingo sportingbetGrendon e Coldingley (ambas mais no interior da Inglaterra) sediam os projetos universitários.
Em Pentonville, as aulas semanais são assistidas por cercabingo sportingbetdez presos e também por um grupobingo sportingbetaproximadamente oito estudantesbingo sportingbetcriminologia da Universidadebingo sportingbetWestminster. A ideia é que, por 12 semanas, eles estudem juntos, e possam discutir temas como justiça social.
Segundo Jose Aguiar, consultorbingo sportingbeteducaçãobingo sportingbetPentonville, que ajudou a adaptar a ideia dos professores para as especificidades da instituição prisional, "todos são tratados iguais, como alunos".
"Além do aprendizado formal, são criadas relações sociais muito importantes. Os presos ainda descobrem potencialidades e a identidadebingo sportingbetprisioneiro muda para 'estudante universitário'. Eles passam a ser vistosbingo sportingbetoutra forma pelos demais presos e pelos funcionários", analisa Aguiar.
No Brasil
No Brasil, um dos raros acadêmicos com experiênciabingo sportingbetencarceramento é Roberto da Silva, doutorbingo sportingbetEducação pela Universidadebingo sportingbetSão Paulo, que pesquisa justamente a área da educaçãobingo sportingbetprisões - e foi um dos fundadores do Grupobingo sportingbetEstudos e Pesquisas sobre Educaçãobingo sportingbetRegimesbingo sportingbetPrivação da Liberdade (GEPÊPrivação), integrado por pesquisadores da Faculdadebingo sportingbetEducação (FEUsp) e do Instituto Paulo Freire (IPF).
Da Silva passou 24 anos sob custódia, até os 17 anosbingo sportingbetunidades da Febem e, depois,bingo sportingbetcasabingo sportingbetdetenção. Na prisão, estudou Direito, como autoditada, o que ajudou a reduzirbingo sportingbetpena. Após a liberdade,bingo sportingbet1984, concluiu os estudos escolares, se formoubingo sportingbetpadagogia e, depois, mestre pela USP.
Ele disse à BBC News Brasil que vê o projetobingo sportingbetlevar a universidade às prisões com bons olhos - e que, mesmo a estrutura precária, faltabingo sportingbetpessoal, superlotação e a atuaçãobingo sportingbetfacções não impedembingo sportingbetviabilização. "Em alguns lugares, os presos que estudam ficambingo sportingbetlocais separados para que tenham algum privilégio por causa dabingo sportingbetconduta."
Para ele, "as prisões devem ser entendidas também como estabelecimentos educacionais e não apenas como locaisbingo sportingbetpunição e degradação do ser humano".
Ele diz que, "atualmente, apenas 13%bingo sportingbetpresos estão estudando e é preciso estender esse direito". "A população prisional é predominantemente jovem,bingo sportingbetbaixa escolaridade e que passa,bingo sportingbetmédia, oito anos na prisão. Ou essas pessoas terão a oportunidadebingo sportingbetestudar e se desenvolver como ser humano, ou serão devolvidas para a sociedadebingo sportingbetpiores condições do que eles entraram."
Sacha Darke acredita que, apesar das diferenças culturais e socioeconômicas entre Brasil e Inglaterra, a ideiabingo sportingbetlevar aulasbingo sportingbetcursosbingo sportingbetcrinimologia para as prisões pode dar certo.
"É possível adaptar à realidade existente, assim como tivemos que adaptar os cursosbingo sportingbetcada prisão que atuamos no Reino Unido", explica Darke, que pesquisa sobre o sistema prisional brasileiro desde 2010 e está lançando o livro,bingo sportingbetportuguês, Convívio e Sobrevivência: Ordem Prisionalbingo sportingbetCogovernança.
O primeiro projeto que deve sair do papel está sendo encampado pela Associaçãobingo sportingbetProteção e Assistência aos Condenados (Apac), ligada à Secretariabingo sportingbetEstadobingo sportingbetAdministração Penitenciária do governobingo sportingbetMaranhão.
Os alunosbingo sportingbetDireito e Ciências Sociais da professora da Universidade Estadual do Maranhão Karina Biondi promoverão rodasbingo sportingbetconversa, debates e leituras conjuntas com os presos. Dessa forma, assim como ocorre na Inglaterra, apenados e alunos podem aprender uns com os outros.
"Minha ideia", diz Biondi, "é que esse projeto contribua para que eles construam um olhar mais crítico acercabingo sportingbetsuas realidades que, como sabemos, estão inevitavelmente entrelaçadas, apesar dos muros que os separam".
"É muito comum que os estudantes passem a incorporar os jargõesbingo sportingbetsuas áreas, a falarem apenas para seus pares. De outro lado, há também um desconhecimento sobre as realidades dos cárceres e sobre os saberes que os presos precisam elaborar para enfrentarem essa realidade", explica a professora.
Segundo Biondi, a ideia foi bem recebida pelo poder público responsável pela gestão carcerária no Maranhão.
"Tanto a Unidadebingo sportingbetMonitoramento Carcerário, ligada ao Tribunalbingo sportingbetJustiça, quanto a direção da Apac tornaram possível o início imediato do projeto, oferecendo todas as condições para que possamos atuar. Então a presença dos professores Sacha Darke e Andreas Arestibingo sportingbetSão Luís marcará o iníciobingo sportingbetnossas atividades", diz.
Mesmo assim, admite que haverá dificuldades na experiência brasileira.
"Temos um grande desafio para implementar esse projeto no Brasil, que é a diferença da escolaridade da população carcerária. Enquantobingo sportingbetGrendon eles estão oferecendo pós-graduação aos presos, aqui temos uma grande parcela da população carcerária que não completou o ensino fundamental."
Fora isso, há também problemasbingo sportingbetsuperlotação nas cadeias, faltabingo sportingbetestrutura e presençabingo sportingbetfacções.
Pesquisador da organização criminosa PCC, que está presentebingo sportingbetpraticamente todas as instituições prisionais do Brasil, Gabriel Feltre entende que o projeto pode ser aplicado no país, apesar dos entraves.
"Há projetos similares no Brasil."
Contudo, ele pondera que é necessário pensar no atual sistema.
"Nosso problema é modificar o modelobingo sportingbetencarceramento crescente, desnecessário, caríssimo, ineficiente e pior: que favorece a expansão do mundo do crime", diz, acrescendo que deve, sim, haver educação nas cadeias brasileiras.
"Mas é ainda mais importante que as cadeias sejam reservadas para os crimes graves, não para uma massabingo sportingbetjovensbingo sportingbetfavela, pequenos operadoresbingo sportingbetmercados ilegais. Esses devem ser educados fora da cadeia."
Dentro ou fora das grades, o que costuma ocorrer com quem participa desses projetos é uma aproximação por meio, principalmente, da informação.
Assim como os acadêmicos estão levando ensino para dentro da cadeia, o ladobingo sportingbetfora também ganha.
"É uma troca. Nós queremos aprender com eles também", ressalta Darke.
Em pouco tempo, quem sabe, haverão outros Silva, Aresti, Safak, Bashir e Jarrett no Brasil.
bingo sportingbet Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube bingo sportingbet ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbingo sportingbetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabingo sportingbetusobingo sportingbetcookies e os termosbingo sportingbetprivacidade do Google YouTube antesbingo sportingbetconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebingo sportingbet"aceitar e continuar".
Finalbingo sportingbetYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbingo sportingbetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabingo sportingbetusobingo sportingbetcookies e os termosbingo sportingbetprivacidade do Google YouTube antesbingo sportingbetconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebingo sportingbet"aceitar e continuar".
Finalbingo sportingbetYouTube post, 2