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'Comecei lavando pratos e hoje tenho um negócio milionário nos EUA':jogos azar
"Castro está muito integrado com a comunidade local e seu negócio apareceu várias vezes na listajogos azar50 Empresas Fantásticas da Câmarajogos azarComércio do Estado da Virgínia", disse à BBC Mundo a porta-voz da National Grocers Association, uma associação das empresas do ramojogos azarsupermercados dos EUA. A BBC News Mundo é o serviçojogos azarespanhol da BBC.
A experiênciajogos azarCastro é excepcional quando comparada à realidade das centenasjogos azarmilharesjogos azarimigrantes vindos da América Central e do México, que são deportados todos os anos ou vivem nos EUAjogos azarforma irregular.
O empresário contoujogos azarhistória à BBC.
Eu cresci no subúrbiojogos azarMejicanos,jogos azarSan Salvador. Nossa casa era construída com pau a pique e tábuasjogos azarmadeira, e os vizinhos a chamavamjogos azar"casajogos azarpapelão". Eu era feliz, apesarjogos azarter uma infância com muitas limitações.
Meu pai era pedreiro. Mas, infelizmente, sofria com o alcoolismo, e isso não lhe permitia prosperar. Mas ele era rigoroso e nos deu uma boa educação. Minha mãe era donajogos azarcasa. Veiojogos azaruma área rural e nunca foi à escola. Sabia apenas escrever o próprio nome.
Nós éramos 11 criançasjogos azarcasa. Ali perto havia um rio que ladeava uma bela montanha. Nós costumávamos passear por ali, pegávamos peixes com a mão no rio.
Aos 12 anosjogos azaridade, depoisjogos azarentrar na sexta série, comecei a trabalharjogos azarconstruções e a estudar durante a noite.
Estudei engenharia industrial e consegui emprego como técnico numa empresa americana.
Ao longo dos anos, testemunhei a influência das ideiasjogos azaresquerda nos sindicatos, que sempre organizavam protestos. As coisas estavam cada vez mais perigosas do país, até que estourou o conflito armado.
Vi mortos nas ruas. Na minha área houve violência e chegaram a atirar na nossa direção uma vez, mas graças a Deus não nos pegaram.
Esta era a situação quando alguém me ofereceu ajuda para ir aos Estados Unidos.
Com a mente a mil por hora, pensei sobre a situação que estávamos vivendo e considerei que o mais seguro era ir embora.
Chegueijogos azarcasa, contei à minha mãe sobre o meu plano. Ela começou a chorar e me avisoujogos azartodos os problemas que eu teria ao deixar o meu lugar.
A captura no Texas
Eu tinha 25 anos quando vim pela primeira vez aos Estados Unidos, no anojogos azar1980. Vinha com um "coiote", recebendo ordens.
Atravessamos o Rio Grande para o lado texano e me lembrojogos azarquando caí na lama da margem do rio: sentia como se estivesse salvando minha vida ao chegar ao outro lado.
Mas, um pouco mais adiante, fomos parados pela patrulha fronteiriça e me deportaram, depoisjogos azarpassar 45 dias num centrojogos azardetençãojogos azarEl Paso.
Quando fomos abordados pelos agentes, eu engoli a foto do passaporte e joguei o documento no carro. Queria que os agentes achassem que eu era mexicano, o que não aconteceu. No final, o consuladojogos azarEl Salvador fez a intermediação para que eu fosse devolvido ao meu país.
No centrojogos azardetenção, nos pagavam um dólar por dia para trabalharmos. Assim, comecei a trabalhar na limpeza dos escritórios dos funcionários.
Às vezes, nos presenteavam com coisas que as pessoas doavam para os detidos. Havia uma lojinha lá com umas roupas legais, então eu voltei para El Salvador não só com os dólares, mas também com roupas para os meus irmãos.
Voltei para casa com muita vergonha. A primeira coisa que pensei foijogos azarvender minha moto a um amigo do meu pai, por US$ 1.000,jogos azarmodo que pudesse voltar aos EUA. Ele me disse que não precisava da moto; que me emprestaria os US$ 1.000 porque tinha certezajogos azarque eu devolveria.
Nova tentativa
Me escondi durante uma semana e depois peguei a estrada novamente.
No caminho, conhecemos uma senhora muito bondosa, que nos ajudou. Ela nos mandou a um "coiote" que atravessou a fronteira conosco. Chegamos a Los Angeles e,jogos azarlá, parti para Washington D.C.
Meu primeiro trabalho foi lavando latrinas. Pouco tempo depois, me subiramjogos azarcategoria para lavadorjogos azarpratos e depois para ajudantejogos azarcozinha, mas não aguentei o calor dos fogões e tivejogos azardeixar aquele emprego.
Comecei a trabalhar numa construção, e me aborrecia por terjogos azarpassar o dia todo sujo. Mas um dia me ofereceram um trabalho com demolição, e perceberam que eu sabia ler plantas (arquitetônicas).
Conheci minha esposa quando eu tinha 22 anos. Ela imigrou para os EUA dois anos depoisjogos azarmim, e começou a trabalhar como babá. Foi através dela que conseguimos a documentação necessária para permanecer no país.
Início da prosperidade
No anojogos azar1986, nosso esforço finalmente começou a dar frutos. Comprei meu primeiro carro novo, tivemos uma filha e nos concederam o direitojogos azarresidir nos EUA.
O trabalho também estava indo bem. Cheguei a ganhar um contratojogos azarconstruçãojogos azarUS$ 50 mil, o que era muito dinheiro para mim.
A ideiajogos azarcomeçar um negócio maior surgiu na festajogos azaruma amiga na cidadejogos azarWoodbridge, no Estado da Virgínia. Ela comentou que não havia nenhuma mercearia que vendesse comidas típicas latinas ali, apenas uma mexicana. "Por que você não monta uma?", me perguntou.
Eu ri. Não tinha a menor ideiajogos azarcomo montar um supermercado. Mas, dali a pouco, com outros amigos, falamosjogos azarfazer algo, e a ideiajogos azarum supermercado me agradava. Assim, decidi fazê-lo.
Para começar, investimos US$ 160 mil. Hipotecamos nossa casa duas vezes.
Batizamos a lojajogos azar"La Cuzcatleca",jogos azarhomenagem a Cuzcatlán, o nome antigojogos azarEl Salvador. Mas logo percebi que as pessoas achavam que era apenas uma lojajogos azarprodutos salvadorenhos, quando na verdade vendíamos coisasjogos azartodos os países latinos. Por isso, mudamos o nome para "Todos".
No terceiro ano depoisjogos azarabrir, estávamos quebrados financeiramente e cansados. Nosso sócio já não queria investir, nem ajudar, e um dia apareceu um homem com uma ofertajogos azarcompra.
Naquela noite eu parei para olhar os números com cuidado. Me dei contajogos azarque na verdade o negócio estava gerando lucro - a questão é que estávamos crescendo rapidamente também, e todo o dinheiro era reinvestido na comprajogos azarprodutos ou com o pagamentojogos azarsalários.
No dia seguinte, eu pedi desculpas ao interessado e disse que tínhamos mudadojogos azarideia a respeito da venda. Com 5 anos a loja estava estabelecida, e com 10 anos finalmente pude considerar que estava me pagando um bom salário.
Hoje, empregamos 190 pessoas, temos duas lojas na Virgínia e nossa projeçãojogos azarfaturamento bruto éjogos azarR$ 30 milhões para este ano.
95% dos nossos empregados são latinos. Eu tentei recrutar americanos, mas uma empresa latina não é interessante para eles, a menos que seja na área financeira oujogos azartecnologia.
A experiência me mostrou que há um certo preconceito contra empresasjogos azardonos hispânicos: as pessoas acreditam que há irregularidades ou que a empresa é descontrolada e acumula dívidas.
Mas o fatojogos azarsermos uma empresa latina não é uma mancha indelével. Podemos ser honestos, pagar nossos impostos e crescer com boas práticas, na medidajogos azarque avançamos tecnicamente.
Agora, temos uma bela equipe, que cuida da empresa e faz um excelente trabalho. Isso permite que minha esposa e eu possamos viajar, e vamos com frequência para El Salvador.
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