'Por que fiz cirurgiabetboo okey şikayet11 horas para retirar meu útero e doar a desconhecida que queria ser mãe':betboo okey şikayet

Heather e a família

Crédito, Arquivo pessoal/Heather Bankos

Legenda da foto, Heather Bankos,betboo okey şikayet31 anos, é mãebetboo okey şikayettrês filhos e queria ajudar outras mulheres a engravidar

Bankos pagou do próprio bolso as passagensbetboo okey şikayetaviãobetboo okey şikayetsua casa, no Estado da Pensilvânia, até Dallas, tanto para realizar os exames preliminares, no ano passado, quanto para a operação, neste semestre.

Depoisbetboo okey şikayetuma cirurgiabetboo okey şikayetmaisbetboo okey şikayet11 horas, ela conta que a recuperação inicial foi difícil. "Tive muita dor", afirma. Mas garante quebetboo okey şikayetnenhum momento questionoubetboo okey şikayetdecisão.

Agora, já se considera completamente recuperada. "Me sinto ótima."

UTI neonatal

Bankos diz quebetboo okey şikayetexperiência profissional teve influência na decisão. Ela conta que,betboo okey şikayetnove anos como enfermeirabetboo okey şikayetuma UTI neonatal, se acostumou a presenciar não apenas a alegriabetboo okey şikayetver os bebês irem para casa ao lado dos pais, mas também a tristeza quando os recém-nascidos não sobrevivem e quando alguma complicação significa que a mulher não poderá engravidar novamente.

Heather no hospital

Crédito, Arquivo pessoal/Heather Bankos

Legenda da foto, Heather participou como doadorabetboo okey şikayetuma pesquisa clínica realizada pelo Baylor University Medical Center, no Texas

Ela lembra também que a experiênciabetboo okey şikayetsuas três gestações sempre foi positiva.

"Sempre me senti incrível quando estava grávida. Mesmo com as dores e enjoos. Me sentia realmente confortável com meu corpo", relata.

"Foi tão fácil para mim engravidar e levar a gravidez adiante. É devastador saber que há mulheres que não podem fazer isso."

A ideia inicialbetboo okey şikayetser barrigabetboo okey şikayetaluguel foi abandonada quando Bankos começou a trabalharbetboo okey şikayetum segundo emprego, também como enfermeira, mas desta vez responsável por transportar pacientesbetboo okey şikayethelicópteros e aviões, o que poderia colocarbetboo okey şikayetrisco o bebê.

Bankos ficou então sabendo sobre o programa no Baylor University Medical Center no finalbetboo okey şikayet2017, ao ler uma reportagem sobre a primeira vez nos Estados Unidos que uma mulher nascida sem o útero havia dado à luz após receber um transplante.

Ela contou ao marido, Brendon, e aos filhos, Nathan, 8 anos, Matthew, 6, e Ellie, 3, que pensavabetboo okey şikayetdoar o útero.

"Ele (Brendon) teve a mesma reação que quase todas as outras pessoas: perguntou 'Você está falando sério?'", lembra.

"Mas sempre me apoiou."

Altruísmo

Bankos entroubetboo okey şikayetcontato com o hospitalbetboo okey şikayetabril do ano passado, ebetboo okey şikayetoutubro foi submetida a uma bateriabetboo okey şikayetexames, inclusive avaliação psicológica, para confirmar se poderia ser doadora. Em fevereiro recebeu a confirmaçãobetboo okey şikayetque era compatível com uma paciente.

"Essas doadoras são minhas heroínas", diz à BBC News Brasil o cirurgião Colin Koon, responsável pela operaçãobetboo okey şikayetBankos.

"É inacreditável que alguém decida atravessar o país, como Heather fez, pagando do próprio bolso, para se submeter a uma enorme cirurgia que vai ajudar alguém que ela nem conhece. Isso renova minha fé na nossa espécie."

O cirurgião Colin Koon (ao centro)

Crédito, Divulgação/Baylor University Medical Center

Legenda da foto, O primeiro país a fazer transplantesbetboo okey şikayetútero bem-sucedidos com doadoras vivas foi a Suécia

Koon ressalta que muitas das doadoras no programa, assim como Bankos, são enfermeiras. "Acho que enfermeirasbetboo okey şikayetgeral tendem a ser pessoas muito altruístas."

A operaçãobetboo okey şikayetBankos foi a segunda nos Estados Unidosbetboo okey şikayetque o útero da doadora foi retirado 100% por meiobetboo okey şikayetcirurgia robótica, que envolve menos dor e tempobetboo okey şikayetinternação hospitalar e menor riscobetboo okey şikayetinfecção e perdabetboo okey şikayetsangue. Foram retirados o útero, o colo do útero e as trompasbetboo okey şikayetFalópio, mas não os ovários.

O transplante foi feito imediatamente, e a paciente que recebeu o órgão se recuperou bem.

O primeiro país a fazer transplantesbetboo okey şikayetútero bem-sucedidos com doadoras vivas foi a Suécia. O Baylor University Medical Center já usou tanto doadoras mortas quanto vivas.

"Nos Estados Unidos, somos os únicos a fazer com doadoras vivas", diz Koon, que é co-presidentebetboo okey şikayetServiços Cirúrgicos Robóticos do hospital.

Heather e a família

Crédito, Arquivo pessoal/Heather Bankos

Legenda da foto, Heather ao lado do marido, Brendon, e dos filhos, Nathan,betboo okey şikayet8 anos, Matthew,betboo okey şikayet6 anos, e Ellie,betboo okey şikayet3 anos

Muitas das paciente que participam do programa sofrem da Síndromebetboo okey şikayetMayer‐Rokitansky‐Kuster‐Hauser (MRKH), caracterizada pela falta total ou parcialbetboo okey şikayetútero. Segundo Koon, o procedimento também pode ajudar mulheres que perderam o úterobetboo okey şikayetrazãobetboo okey şikayetoutros problemas, como câncer.

Gravidez

Koon afirma que um transplantebetboo okey şikayetútero é considerado bem-sucedido quando a paciente que recebeu o órgão dá à luz uma criança saudável. Antes disso, há um longo processo, que começa bem antes do transplante, com medicação para preparar a paciente para coletabetboo okey şikayetóvulos, que são então fertilizados. Os embriões são congelados.

Depois que a paciente recebe o útero e o colo uterino da doadora, tembetboo okey şikayettomar medicamentos imunossupressores para evitar que o órgão transplantado seja rejeitado pelo organismo. Depoisbetboo okey şikayetalgum tempo, os embriões são implantados no útero e, se o procedimento for bem-sucedido, a paciente fica grávida.

Heather e o cirurgião Colin Koon

Crédito, Divulgação/Baylor University Medical Center

Legenda da foto, 'Essas doadoras são minhas heroínas', diz o cirurgião Colin Koon

"Você está dando a essas pessoas algo que elas sempre ouviram que não poderiam ter. Essas mulheres estão fazendo esforços inacreditáveis para ter esses bebês", ressalta Koon.

"É maravilhoso ver a expressãobetboo okey şikayetseus rostos quando finalmente podem ver e tocar seu bebê, depoisbetboo okey şikayetouvirem a vida inteira que não poderiam ter filhos. Palavras não conseguem expressar esse sentimento."

Heather no hospital após a cirurgia

Crédito, Arquivo pessoal/Heather Bankos

Legenda da foto, A operaçãobetboo okey şikayetBankos foi a segunda nos Estados Unidosbetboo okey şikayetque o útero da doadora foi retirado 100% por meiobetboo okey şikayetcirurgia robótica

Na pesquisa clínica, pacientes e doadoras não pagam pelos procedimentos. Mas para a maioria das mulheres, o transplantebetboo okey şikayetútero ainda é inatingível, com custo estimado entre US$ 200 mil e US$ 500 mil (cercabetboo okey şikayetR$ 776 mil a R$ 1,9 milhão) e sem cobertura por planobetboo okey şikayetsaúde.

O programa no University Medical Center não permite que a paciente que recebeu o transplante seja identificada, nem que se encontre com a doadora antesbetboo okey şikayetdar à luz. Mas Bankos e a mulher que recebeu seu útero já trocaram cartas. "Posso dizer pelas cartas o quão empolgada e grata ela estava. Espero que ela acabe tendo uma gravidez saudável, um parto fácil e um bebezinho no final."

Bankos diz estar muito satisfeita combetboo okey şikayetdecisão. "Se eu tivesse outro útero, doariabetboo okey şikayetnovo."

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