Por que tantas mulheres jovens não se identificam como ‘feministas’:campeon bet
Outro momento marcante para o movimento foi quando surgiram as denúnciascampeon betassédio sexual feitas por maiscampeon bet80 mulheres - que ele nega.
A atriz Alyssa Milano pediu que qualquer pessoa que tivesse sofrido assédio ou ataque sexual respondesse ao seu tuíte com a hastag #MeToo, dando novo ímpeto a um movimento iniciadocampeon bet2006 pela ativista Tarana Burke.
Meio milhãocampeon betmulheres responderam ao tuíte apenas nas primeiras 24 horas, e a hashtag foi usadacampeon betmaiscampeon bet80 países.
Muitas celebridades passaram a apoiar o feminismo publicamente, como a atriz Emma Watson, que lançou uma campanha por equidade com a ONU (Organização das Nações Unidas).
Movimentos como #everydaysexism (sexismocampeon bettodo dia,campeon bettradução) e temascampeon betdiscussão como o Ted talk da autora Chimamanda Ngozi Adichie, Todos Nós Deveríamos ser Feministas, tiveram repercussão mundial.
Rejeição ao feminismo
Eventos como esses ajudaram a trazer atenção para o feminismo. Por que então a autoidentificação como "feminista" não ganhou mais popularidade entre mulheres jovens no ocidente?
No Reino Unido houve um pequeno aumento no númerocampeon betmulheres que se identificam como feministas.
Uma pesquisacampeon bet2018 do instituto YouGov revelou que 34% das mulheres do país responderam "sim" à pergunta "você é feminista?", um aumentocampeon bet7 pontos porcentuaiscampeon betrelação à 2013, quando cercacampeon bet27% das entrevistadas respondiam "sim".
Na Europa a situação é parecida: menoscampeon betmetade dos homens e mulheres questionadoscampeon betcinco países se dizem feministas, variandocampeon bet8% na Alemanha a 40% na Suécia.
No entanto, as pessoas não rejeitam o termo feminismo porque são contra a igualdadecampeon betgênero ou porque acreditam que ela foi atingida.
A mesma pesquisa revelou que 8campeon betcada 10 pessoas disseram que homens e mulheres devem ser tratados com igualdade, com muitos concordando que o machismo ainda é um problema.
Isso parece representar uma mudança que ocorreu ao longo do tempo.
Um estudo com 27 mil pessoas nos EUAcampeon bet2016 mostrou que dois terços dos entrevistados acreditavam que a igualdadecampeon betgênero é importante, um aumentocampeon betrelação a 1977, quando pesquisas similares apontavam que um quarto dos entrevistados pensava assim.
Em uma pesquisa feita no Reino Unidocampeon bet2018, 8% das pessoas disseram concordar com papéiscampeon betgênero tradicionais – que o homem deve trabalhar e que as mulheres devem cuidar da casa. O índice eracampeon bet43%campeon bet1984.
Se muitas pessoas acreditam que a igualdadecampeon betgênero é importante, e ainda não foi atingida, porque não há mais pessoas – especialmente jovens mulheres – se identificando como feministas?
Pode ser que elas não se sintam representadas pelo termo. Segundo as pesquisas, mulherescampeon betbaixa renda tendem a se identificar menos com a palavra "feminismo".
Cercacampeon betumacampeon betcada três pessoas entre as classes mais altas se consideram feministas,campeon betacordo com uma pesquisa feita na Grã-Bretanhacampeon bet2018. Em comparação com umacampeon betcada cinco pessoascampeon betclasses mais baixas.
Mas pessoascampeon betbaixa renda são tão propensas a apoiar direitos iguais para homens e mulheres quanto pessoascampeon betclasses mais altas. Em todas as faixas socioeconômicas,campeon betcada 10 pessoas, oito concordam que homens e mulheres devem ter os mesmos direitos,campeon betacordo com uma pesquisa britânicacampeon bet2015.
Isso sugere que pessoascampeon betestratos sociais menos favorecidos tendem a apoiar o princípio por trás do feminismo, mas não gostam da palavracampeon betsi.
A questão racial também parece afetar a maneira como a palavra é vista. Pesquisas com jovens dos EUA mostram que cercacampeon bet12% das mulheres latinas se identificam como feministas, mas que o índice sobe para mulheres negras (21% se consideram feministas), asiáticas (23%) e brancas (26%).
Três quartoscampeon bettodas as mulheres disseram que o movimento feminista fez "muito" ou "algo" para melhorar a vida das mulheres brancas.
O índice cai para 60% quando a pergunta é se o feminismo conquistou muito para mulherescampeon bettodas as etnias. Entre as mulheres negras, só 46% acham que o feminismo melhorou a vidacampeon betmulherescampeon bettodas as etnias.
Lutando contra estereótipos
Mas a principal questão provavelmente são os estereótipos e visões equivocadas que, ao longo dos anos, foram associados ao feminismo.
Na introdução do livro recém-publicado Feminists Don't Wear Pink and Other Lies (Feministas Não Usam Rosa e Outras Mentiras, sem edição no Brasil), Scarlett Curtis cita estereótipos como ocampeon betque feministas não usam maquiagem, não se depilam e odeiam homens.
São rótulos que persistiram por anos. Na décadacampeon bet1920, feministas eram chamadascampeon bet"solteironas" e eram comuns artigos especulando sobre suas preferências sexuais. Quase um século depois, esse tipocampeon betvisão continua,campeon betcerta forma, existindo.
Para meu trabalhocampeon betpesquisa acadêmica, entrevistei um grupo diversocampeon betmulheres alemãs e britânicas. Descobri que associações do termo feminismo a ódio aos homens, lesbianismo ou faltacampeon betfeminilidade eram fatores cruciais na rejeição ao rótulo "feminista".
A maioria dizia que não se considerava feminista porque não queria ser associada com características como essas. Isso apesar do fatocampeon betque muitas diziam não ser homofóbicas – e algumas se identificarem como lésbicas ou bissexuais.
Então, como é possível melhorar a imagem do feminismo?
Como sociedade, deveríamos fazer mais para desafiar expectativas muito estreitas sobre como uma mulher deve agir ou como deve sercampeon betaparência.
Trabalhar com mais afinco para tornar o movimento mais inclusivo pode resultarcampeon betum tipocampeon betfeminismo mais aberto às experiências e preocupaçõescampeon betgrupos mais diversoscampeon betmulheres.
Apesarcampeon bettudo, independentemente do rótulo que mulheres escolherem adotar, é reconfortante a indicaçãocampeon betque, hoje, uma vasta maioria apoia a igualdadecampeon betgênero – e reconhece que ela não foi atingida ainda.
campeon bet Sobre a autora
Este textocampeon betanálise foi escrito especialmente para a BBC pela socióloga Christina Scharff, que ensina Cultura, Mídia e Indústria Criativa na universidade King's College,campeon betLondres.