Por que tantas mulheres jovens não se identificam como ‘feministas’:campeon bet

pessoas na marcha das mulherescampeon betwashington,campeon bet2017

Crédito, Reuters

Legenda da foto, A Marcha das Mulheres reuniu milhõescampeon betpessoas ao redor do mundo

Outro momento marcante para o movimento foi quando surgiram as denúnciascampeon betassédio sexual feitas por maiscampeon bet80 mulheres - que ele nega.

A atriz Alyssa Milano pediu que qualquer pessoa que tivesse sofrido assédio ou ataque sexual respondesse ao seu tuíte com a hastag #MeToo, dando novo ímpeto a um movimento iniciadocampeon bet2006 pela ativista Tarana Burke.

Meio milhãocampeon betmulheres responderam ao tuíte apenas nas primeiras 24 horas, e a hashtag foi usadacampeon betmaiscampeon bet80 países.

Muitas celebridades passaram a apoiar o feminismo publicamente, como a atriz Emma Watson, que lançou uma campanha por equidade com a ONU (Organização das Nações Unidas).

Movimentos como #everydaysexism (sexismocampeon bettodo dia,campeon bettradução) e temascampeon betdiscussão como o Ted talk da autora Chimamanda Ngozi Adichie, Todos Nós Deveríamos ser Feministas, tiveram repercussão mundial.

Rejeição ao feminismo

Eventos como esses ajudaram a trazer atenção para o feminismo. Por que então a autoidentificação como "feminista" não ganhou mais popularidade entre mulheres jovens no ocidente?

No Reino Unido houve um pequeno aumento no númerocampeon betmulheres que se identificam como feministas.

Emma Watson é uma das atrizes que defendem publicamente os direitos das mulheres

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Emma Watson é uma das atrizes que defendem publicamente os direitos das mulheres

Uma pesquisacampeon bet2018 do instituto YouGov revelou que 34% das mulheres do país responderam "sim" à pergunta "você é feminista?", um aumentocampeon bet7 pontos porcentuaiscampeon betrelação à 2013, quando cercacampeon bet27% das entrevistadas respondiam "sim".

Na Europa a situação é parecida: menoscampeon betmetade dos homens e mulheres questionadoscampeon betcinco países se dizem feministas, variandocampeon bet8% na Alemanha a 40% na Suécia.

No entanto, as pessoas não rejeitam o termo feminismo porque são contra a igualdadecampeon betgênero ou porque acreditam que ela foi atingida.

A mesma pesquisa revelou que 8campeon betcada 10 pessoas disseram que homens e mulheres devem ser tratados com igualdade, com muitos concordando que o machismo ainda é um problema.

Gráfico

Isso parece representar uma mudança que ocorreu ao longo do tempo.

Um estudo com 27 mil pessoas nos EUAcampeon bet2016 mostrou que dois terços dos entrevistados acreditavam que a igualdadecampeon betgênero é importante, um aumentocampeon betrelação a 1977, quando pesquisas similares apontavam que um quarto dos entrevistados pensava assim.

Em uma pesquisa feita no Reino Unidocampeon bet2018, 8% das pessoas disseram concordar com papéiscampeon betgênero tradicionais – que o homem deve trabalhar e que as mulheres devem cuidar da casa. O índice eracampeon bet43%campeon bet1984.

Se muitas pessoas acreditam que a igualdadecampeon betgênero é importante, e ainda não foi atingida, porque não há mais pessoas – especialmente jovens mulheres – se identificando como feministas?

Pode ser que elas não se sintam representadas pelo termo. Segundo as pesquisas, mulherescampeon betbaixa renda tendem a se identificar menos com a palavra "feminismo".

Cercacampeon betumacampeon betcada três pessoas entre as classes mais altas se consideram feministas,campeon betacordo com uma pesquisa feita na Grã-Bretanhacampeon bet2018. Em comparação com umacampeon betcada cinco pessoascampeon betclasses mais baixas.

Mas pessoascampeon betbaixa renda são tão propensas a apoiar direitos iguais para homens e mulheres quanto pessoascampeon betclasses mais altas. Em todas as faixas socioeconômicas,campeon betcada 10 pessoas, oito concordam que homens e mulheres devem ter os mesmos direitos,campeon betacordo com uma pesquisa britânicacampeon bet2015.

Isso sugere que pessoascampeon betestratos sociais menos favorecidos tendem a apoiar o princípio por trás do feminismo, mas não gostam da palavracampeon betsi.

A questão racial também parece afetar a maneira como a palavra é vista. Pesquisas com jovens dos EUA mostram que cercacampeon bet12% das mulheres latinas se identificam como feministas, mas que o índice sobe para mulheres negras (21% se consideram feministas), asiáticas (23%) e brancas (26%).

A palestra "Sejamos Todos Feministas", da escritora Chimamanda Ngozi Adichie, teve maiscampeon bet6 milhõescampeon betvisualizações

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Legenda da foto, A palestra "Sejamos Todos Feministas", da escritora Chimamanda Ngozi Adichie, teve maiscampeon bet6 milhõescampeon betvisualizações no YouTube

Três quartoscampeon bettodas as mulheres disseram que o movimento feminista fez "muito" ou "algo" para melhorar a vida das mulheres brancas.

O índice cai para 60% quando a pergunta é se o feminismo conquistou muito para mulherescampeon bettodas as etnias. Entre as mulheres negras, só 46% acham que o feminismo melhorou a vidacampeon betmulherescampeon bettodas as etnias.

Lutando contra estereótipos

Mas a principal questão provavelmente são os estereótipos e visões equivocadas que, ao longo dos anos, foram associados ao feminismo.

Na introdução do livro recém-publicado Feminists Don't Wear Pink and Other Lies (Feministas Não Usam Rosa e Outras Mentiras, sem edição no Brasil), Scarlett Curtis cita estereótipos como ocampeon betque feministas não usam maquiagem, não se depilam e odeiam homens.

São rótulos que persistiram por anos. Na décadacampeon bet1920, feministas eram chamadascampeon bet"solteironas" e eram comuns artigos especulando sobre suas preferências sexuais. Quase um século depois, esse tipocampeon betvisão continua,campeon betcerta forma, existindo.

Para meu trabalhocampeon betpesquisa acadêmica, entrevistei um grupo diversocampeon betmulheres alemãs e britânicas. Descobri que associações do termo feminismo a ódio aos homens, lesbianismo ou faltacampeon betfeminilidade eram fatores cruciais na rejeição ao rótulo "feminista".

A maioria dizia que não se considerava feminista porque não queria ser associada com características como essas. Isso apesar do fatocampeon betque muitas diziam não ser homofóbicas – e algumas se identificarem como lésbicas ou bissexuais.

Então, como é possível melhorar a imagem do feminismo?

Como sociedade, deveríamos fazer mais para desafiar expectativas muito estreitas sobre como uma mulher deve agir ou como deve sercampeon betaparência.

Trabalhar com mais afinco para tornar o movimento mais inclusivo pode resultarcampeon betum tipocampeon betfeminismo mais aberto às experiências e preocupaçõescampeon betgrupos mais diversoscampeon betmulheres.

Apesarcampeon bettudo, independentemente do rótulo que mulheres escolherem adotar, é reconfortante a indicaçãocampeon betque, hoje, uma vasta maioria apoia a igualdadecampeon betgênero – e reconhece que ela não foi atingida ainda.

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campeon bet Sobre a autora

Este textocampeon betanálise foi escrito especialmente para a BBC pela socióloga Christina Scharff, que ensina Cultura, Mídia e Indústria Criativa na universidade King's College,campeon betLondres.

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