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Vacina do futuro será autoaplicável e ‘enviada pelo correio’, apontam cientistas:agreste sports
Os pesquisadores criaram um medicamento para injeção intradérmica - ou seja, na pele, entre a derme e a epiderme -, o que facilita muito o esquema self-service: essa aplicação é fácil e pode ser feita mesmo que a pessoa não tenha nenhum conhecimento médico.
A maioria das vacinas hoje é aplicada com injeção subcutânea, que atinge camadas mais profundas do tecido e, por isso, só pode ser administrada por alguém com conhecimento médico.
As vacinas contra a gripe, por exemplo, são aplicadas no músculo deltoide, que recobre o ombro. Para adultos, usa-se uma agulha que pode chegar a 3,8 centímetrosagreste sportscomprimento.
O método desenvolvido pela equipe atingiu bons resultados tantoagreste sportsfurões - usados para verificar a eficácia dos medicamentos - quantoagreste sportshumanos, mesmo quando foi testada uma das variedades mais nocivas do vírus da gripe.
O procedimento, conforme explica o artigo, é todo feito sem o auxílioagreste sportsum profissional.
Pelo mecanismo, o aplicador utiliza uma microagulha que, a partir da pele, pode penetrar nos tecidos profundos ou vasos sanguíneos.
"Um dia, isto pode ser enviado pelo correio para autoadministração. Isso poderia aliviar grandemente as multidõesagreste sportscentrosagreste sportssaúde no casoagreste sportsum surto ouagreste sportsuma pandemia", afirmam os cientistas no estudo.
O artigo ainda lembra que, mais do que mutirões para aplicar vacinas, um grande desafio enfrentandoagreste sportsperíodos críticos,agreste sportspandemias, é justamente a produção e a distribuição das vacinas - e a autoaplicação facilitaria a disseminação dos agentes imunológicos na população.
Vacinas turbinadas
Para melhorar a qualidade das vacinas, os cientistas têm utilizado adjuvantes - aditivos, ou melhor, agentes químicos que tornam as tornam mais eficazes -, que aumentam a resposta imunológica do organismo.
O bioquímico Darrick Carter, do Institutoagreste sportsPesquisasagreste sportsDoenças Infecciosasagreste sportsSeattle, nos Estados Unidos, combinou três tecnologias para obter um produto eficiente e seguro. Sempre, ressalta-se, por meio da tal microagulha.
Carter utilizou ainda uma técnica alternativa ao uso do vírus inativado, a chamada vacina recombinante, para produzir uma resposta imunológica ainda mais forte.
Por fim, o pesquisador fez com que fosse aplicado, junto à vacina, um adjuvante à baseagreste sportsum lipídio que pode aumentaragreste sportseficácia - pelo menos este foi o resultado observadoagreste sportsfurões.
Depoisagreste sportstestadaagreste sportsanimais, a vacina contra a gripe foi utilizadaagreste sports100 humanos. Não foram registrados efeitos adversos e os resultados foram positivos.
De acordo com os pesquisadores, o sucesso do teste permite um planejamento para que, num futuro próximo, seja realidade a ideiaagreste sportsa população receber um pacote com vacina e dispositivo para aplicação intradérmica com facilidade, pelo correio.
Reforço na produçãoagreste sportsvacinas
Também hoje, o periódico especializado Vaccine publicou uma pesquisa que pode ser um avanço na outra ponta da questão das vacinas: a produção.
Os cientistas descobriram uma maneira, utilizando feixesagreste sportslaser, para medir rapidamente a infectividade viral (a capacidadeagreste sportsum agenteagreste sportscausar infecção) no desenvolvimento e na produção das vacinas.
Isso significa melhorar a efetividade dos medicamentos, "acertando" com mais destreza a carga viral da vacina.
No artigo, os pesquisadores, das empresas Thermo Fisher Scientific e LumaCyte, mostram como o laser possibilita que cientistas analisem rapidamente as vacinas virais. Com a maior precisão, a ideia é que o desenvolvimentoagreste sportsmedicamentos seja acelerado, com um grauagreste sportseficácia mantido.
"Muitas vacinas utilizam o próprio vírus para a criaçãoagreste sportsuma resposta imunológica no corpo. Assim, a medição da concentração dos vírus infecciosos é crítica para a segurança e eficácia das doses", explicam os cientistas.
A quantificação viral durante uma doença, enquanto ela é manifestada, é muito importante: afinal, atrasos na produção e distribuição da vacina podem ter efeitos sérios no dia a dia das pessoas.
Em geral, hojeagreste sportsdia, essa medição é feita por meio do que se chama "testeagreste sportsplacasagreste sportslise". Isso significa que amostras da vacina são colocadasagreste sportsuma superfície pequena e, por meioagreste sportsobservação microscópica, analisa-se a disseminação - ou não - do vírus. Um processo, portanto, menos acurado e menos ágil do que a novidade proposta.
Os cientistas acreditam que, com o novo método, gargalos do processo sejam eliminados. E,agreste sportsbreve, vacinas mais eficazes estejam disponíveis para males como ebola, zika vírus e influenza, a gripe.
Gripe
A maior dificuldade na imunização contra a gripe é a rápida mutação das cepas do vírus, que mudam praticamente a cada nova temporadaagreste sportsvacinação.
Cientistas, entretanto, têm trabalhado para que,agreste sportsbreve, esteja disponível uma vacina "universal" contra a doença - o que eliminaria a necessidade, por exemplo,agreste sportscampanhas anuaisagreste sportsimunização, como ocorre no Brasil, sobretudo focadas na população mais idosa.
Estudo publicado no ano passado na revista Scientific Reports mostra que uma das estratégias que vêm sendo testadas pelos cientistas é a criaçãoagreste sportsuma vacina que combata a "raiz" do vírus da gripe,agreste sportsvez do vírusagreste sportsmodo geral. Isto faria com que toda a árvore genealógica do agente infeccioso fosse combatida.
Esta é a ideiaagreste sportspesquisadores do centro médico da Universidadeagreste sportsRochester, instituição localizada ao norteagreste sportsNova York, nos Estados Unidos.
Para explicar o conceito, os cientistas envolvidos no projeto fazem uma analogia com uma flor comum. Eles afirmam que há uma proteína, chamada hemaglutinina, que tem a capacidadeagreste sportscobrir o exterior do vírus da gripe. Esse efeito é semelhante aoagreste sportsuma flor: há o talo e a cabeça, o caule e as pétalas.
Até então, as vacinas são todas focadas na cabeça, ou seja, a parte do vírus que acaba sendo a mais exposta - e, consequentemente, aquela que mais muda evolutivamente, no esforço para escapar das defesas imunológicas.
Os cientistas utilizaram supercomputadores para analisar as sequências genéticas dos vírus da gripe H1N1agreste sportscirculação entre humanos desde 1918. Em laboratório, o vírus foi manipulado e juntado com anticorpos humanos. O softwareagreste sportscomputador encontrou variações evolutivas no vírus tanto na cabeça quanto no caule - mas, segundo os cientistas, a variação observada na cabeça sempre foi muito maior.
"Uma vacina contra a gripe universal baseada no caule seria mais amplamente protetora do que as que usamos agora, mas essa informação deve ser levadaagreste sportsconta à medida que avançamos com pesquisa e desenvolvimento", afirma o professoragreste sportsmicrobiologia e imunologia David J. Topham, um dos autores da pesquisa.
"É muito mais difícil promover as mutações no caule do vírus, mas não é impossível."
Dados
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mesmo com intensas campanhasagreste sportsvacinação ao redor do mundo, estima-se que 1 bilhãoagreste sportspessoas,agreste sportstodo o mundo estejam infectados com o vírus da gripe. Os casos graves estão entre 3 a 5 milhões por ano - que causamagreste sports300 mil a 500 mil mortes decorrentes da doença.
Nos Estados Unidos, as vacinas existentes ainda hoje protegemagreste sports40% a 70% da população, tambémagreste sportsacordo com dados da OMS.
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