As justificativas do Japão para liberar a caçaaposta ganha entrarbaleias após 30 anosaposta ganha entrarproibição:aposta ganha entrar
A relação do Japão com as baleias
Em tese, o Japão permite hoje que se matem baleias apenas com fins científicos, mas essa é uma questão controversa.
O país tem capturado entre 300 e 400 por ano, incluindo animais jovens e fêmeas grávidas, sob essa prerrogativa. Os registros da IWC mostram que esse número já chegou a passaraposta ganha entrarmil nas temporadasaposta ganha entrar2005 e 2006.
A justificativa é que, com isso, estão sendo investigados os níveis populacionais das baleias, se elas estão ameaçadas.
Críticos contra-argumentam, porém, que as pesquisas são apenas um subterfúgio para matar baleiasaposta ganha entrarolho na indústriaaposta ganha entraralimentos. E,aposta ganha entrarfato, a carne dos animais mortos para pesquisas geralmente acaba sendo vendida posteriormente.
Membros da IWC estabeleceram a proibição à caçaaposta ganha entrar1986, para possibilitar que as populaçõesaposta ganha entrarbaleias se recuperassem.
Os países a favor da caça esperavam que a medida fosse temporária, que ficasse vigente somente até se chegar a um consenso sobre cotas sustentáveisaposta ganha entrarcaptura dos animais.
Mas,aposta ganha entrarvez disso, a proibição se tornou quase permanente, medida que agradou os preservacionistas e decepcionou, além do Japão, países como Noruega e Islândia, que argumentam que a caça às baleias faz parteaposta ganha entrarsua cultura e deve continuaraposta ganha entrarforma sustentável.
Qual é a proposta do Japão?
Hideki Moronuki, o principal negociadoraposta ganha entrarpescas do Japão e comissário da IWC, disse à BBC que o país quer que organização retome o objetivo que tinha originalmente -aposta ganha entrarconservar as baleias, mas tambémaposta ganha entrarpromover seu "uso sustentável".
A caça intensa às baleias no século 19 e início do século 20 deixou esses gigantes mamíferos à beira da extinção.
Na décadaaposta ganha entrar1960, métodos cada vez mais eficientesaposta ganha entrarcaptura e enormes navios-fábrica tornaram evidente que a caça não poderia continuar sem controle, sob o riscoaposta ganha entraros animais desaparecerem por completo. Daí a proibição.
Hoje, os estoquesaposta ganha entrarbaleias são cuidadosamente monitorados, e, ainda que a maioria das espécies siga ameaçada, outras - como a baleia-de-minke, que o Japão caça principalmente - não estão.
Portanto, o Japão, que atualmente preside a IWC, está propondo um pacoteaposta ganha entrarmedidas, incluindo a criaçãoaposta ganha entrarum Comitêaposta ganha entrarPesca Sustentável e a fixaçãoaposta ganha entrarlimitesaposta ganha entrarcaptura sustentáveis "para espécies e estoques abundantes".
Em um aceno aos países que se opõem à caçaaposta ganha entrarbaleias, as propostas também incluem facilitar o estabelecimentoaposta ganha entrarnovos "santuários", ou seja, áreasaposta ganha entrarpreservação desses animais, onde a captura seria proibida.
Mas a caça comercial às baleias não é simplesmente errada?
Ativistas anti-caça estão protestando contra a propostaaposta ganha entrarretomada da prática. Nem todo mundo pensa, porém, que ela é errada.
"Esses gigantes graciosos já enfrentam inúmeras ameaçasaposta ganha entrarnossos oceanos degradados, como o riscoaposta ganha entrarficarem presosaposta ganha entrarredes, poluição por plástico, poluição sonora e mudanças climáticas. A última coisaaposta ganha entrarque precisam é serem colocadosaposta ganha entrarvolta na mira dos caçadores", diz Kitty Block, presidente da organização globalaposta ganha entrarproteção aos animais Humane Society International.
Há também o argumentoaposta ganha entrarque as baleias são animais muito inteligentes, com estruturas sociais altamente desenvolvidas. Matá-las causaria aos gruposaposta ganha entrarque vivem medo, pânico e dor.
O método antigoaposta ganha entrarcaça com um arpão comum significava uma morte lenta e agonizante.
Caçadores modernos tentam matar o animal instantaneamente, geralmente com um arpão explosivo, mas as entidadesaposta ganha entrarpreservação afirmam que, ainda assim, a morte pode ser muito demorada.
Dois anos atrás, o governo australiano divulgou imagens explícitas gravadasaposta ganha entrar2008 mostrando um navioaposta ganha entrarpesquisa japonês atirando um arpãoaposta ganha entraruma baleia que o grupo ativista Sea Shepherd disse ter demorado maisaposta ganha entrar20 minutos para morrer.
"E isso sem falar que eles estão matando famíliasaposta ganha entraranimais, com os filhotes tendoaposta ganha entrartestemunhar os membrosaposta ganha entrarsuas famílias urrandoaposta ganha entrardor", diz Jeff Hansen, diretor da Sea Shepherd na Austrália.
Aqueles favoráveis à caça dizem, poraposta ganha entrarvez, que tais casos são exceções - acidentes que podem aconteceraposta ganha entrarqualquer abatedouro.
Eles argumentam ainda que a oposição à caça sustentável espécies não ameaçadasaposta ganha entrarextinção é "profundamente hipócrita".
Nessa linhaaposta ganha entrarargumentação, esses grupos apontam que animais como porcos, vacas e galinhas voltados à produçãoaposta ganha entraralimentos muitas vezes são criadosaposta ganha entrarcativeiro eaposta ganha entrarcondições que geram questionamentos, como faltaaposta ganha entrarespaço e os métodos usados para abate. Mas que, ainda assim, há consumidores no mercadoaposta ganha entrarbuscaaposta ganha entrarum bom corteaposta ganha entrarcarne.
Eles também defendem que matar um animal selvagem é mais ético do que criar um animalaposta ganha entrarcativeiro com o único propósitoaposta ganha entrarcomê-lo.
Lars Walloe, ex-chefe da delegação da Noruega na IWC, disse à BBC que caçar baleias é o mesmo que matar "outros grandes mamíferos na floresta, como veados e alces".
"Nós os matamos pela carne e não vemos diferença entre matar uma baleia-de-minke e um alce, desde que isso seja feito sem crueldade."
Qual é o provável veredicto sobre a retomada da prática?
Líderesaposta ganha entrarpaíses anti-caça às baleias, como a Austrália, já disseram que se uniriam para rejeitar qualquer tentativaaposta ganha entrarreverter a proibição atual.
O país tem sido, aliás, o maior adversário do Japão nessa questão e quer fortalecer a proteção aos animais pela IWC.
A capital australiana, Camberra, levou a questão à Corte Internacionalaposta ganha entrarJustiça, queaposta ganha entrar2014 decidiu contra o Japão, afirmando que não era necessário matar baleias para estudá-las.
A decisão, no entanto, se referia a um programa científicoaposta ganha entrarparticular - que o Japão simplesmente alterou e então retomou a caça.
Autoridades japonesas disseram à BBC que esperam que a nova proposta seja considerada e adotada. "Esta questão deve ser resolvida com base na ciência e no direito internacional, mas não com emoção", afirma Hideki Moronuki.
Donald R Rothwell, professoraposta ganha entrardireito internacional na Universidade Nacional da Austrália, disse à BBC que o fim da proibição pode, no final das contas, não ter muito impacto.
"Se o Japão propusesse acabar com seu programa científico, uma futura cota comercialaposta ganha entrarbaleias provavelmente mudaria muito pouco o número atualaposta ganha entrarbaleias mortas", disse ele.
Dentro do programa científico, o Japão capturaaposta ganha entrarmédia entre 300 e 400 animais por ano, e uma cota comercial poderia limitá-los a um número parecido.
Atualmente, O Japão também caça baleiasaposta ganha entrarum santuário na Antártida, sob o argumentoaposta ganha entrarque o lugar serve para proteger contra a caça comercial, mas que a caça científica não infringe nenhuma regra.
Se, no futuro, o Japão obedecesse uma eventual cota estabelecida pela IWC para fins comerciais, estaria então sujeito às regras do santuário.
E mesmo que optasse por deixaraposta ganha entrarser membro da instituição para tentar driblar a restrição, ainda estaria sujeito a leis internacionais que obrigam os países a "cooperarem para a preservação das baleias".
Em última análise, contudo, há uma boa chanceaposta ganha entrarque a questão polêmica vá, gradualmente, perdendo força por si mesma.
A demanda japonesa por carneaposta ganha entrarbaleia há muito tem diminuído.
E, como a indústria também sobrevive com subsídios estatais,aposta ganha entraralgum momento, mudanças nesse aspecto podem significar que a caça comercial seja revertida por uma aritmética absolutamente comercial.