A francesa que assumiu os cabelos brancos e virou ícone contra a 'tirania da tinta':cashout pixbet
Lançado na França no ano passado, Une Apparition relata ainda as reações suscitadas e as reflexõescashout pixbetFontanel sobre o assunto. A obra já vendeu maiscashout pixbet20 mil exemplares, segundo a editora Robert Laffont.
A jornalista também divulgou a transiçãocashout pixbetseus cabelos nas redes sociais.
Ela optou por não cortá-los porque queria mantê-los longos, o que deu um efeito "zebra". O númerocashout pixbetseus seguidores no Instagram foi crescendo progressivamente e hoje totaliza 155 mil.
Em entrevista à BBC News Brasil, Fontanel conta que uma das razões para deixarcashout pixbettingir os cabelos foi assumircashout pixbetidade e acabar com a "humilhação das raízes."
"Quando eu tinha um encontro amoroso e o homem colocava as mãos nos meus cabelos, eu tinha receiocashout pixbetque ele visse as raízes. Não aguentava mais esconder isso, era aberrante."
Ela diz que, aos 53 anos, quando ainda tingia os cabelos, era apenas uma mulher que tentava parecer mais jovem do quecashout pixbetidade.
"Hoje sou uma mulhercashout pixbet55 anoscashout pixbetplena forma e radiante."
A metamorfosecashout pixbetFontanel não foi apenas externa. Assumir seus cabelos brancos representou para ela "um renascimento", relatadocashout pixbetseu livro.
"Os cabelos brancos são o fim da mentira. É uma busca da verdadecashout pixbettodos os aspectos da vida. É uma nudez que obriga a ser si mesmo", afirma.
Ela diz ter descoberto um "podercashout pixbetexistência", ao passar a atrair olhares e elogios das pessoas depois que passou a ter os cabelos totalmente brancos.
"Agora, com os cabelos brancos, me acontecem várias coisas", diz ela, que foi convidada, no início do ano, para desfilar na semanacashout pixbetmodacashout pixbetalta-costura e se tornou, segundo o último ranking da revista Vanity Fair, a oitava mulher mais influente da França.
Pressão social
Fontanel diz que há uma pressão social que obriga as mulheres a tingirem os cabelos.
Como no Brasil, cabelos brancos femininos também são vistos por muitas pessoas na França como um sinalcashout pixbetdesleixo e, claro,cashout pixbetvelhicecashout pixbetum mundo onde a busca pela beleza está diretamente ligada à luta contra o envelhecimento.
"A beleza associada simplesmente à juventude é uma construção social", diz ela, que suscitou inúmeras reações, tanto positivas quanto negativas, quando paroucashout pixbettingir os cabelos.
"As pessoas diziam que cabelos brancos envelhecem. Penso que a verdadeira questão é: 'onde está o problemacashout pixbetparecer mais velha?' Fiquei surpresa com a estupidez da sociedade. Achei que as mulheres já se sentiam mais à vontade com os cabelos brancos".
Havia algumas exceções a essa visão, como no caso da diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, considerada um símbolocashout pixbetelegância e poder.
A cantora francesa Lio, ícone dos anos 80, provocou, há alguns anos, reações agressivas nas redes sociais ao aparecer grisalha na mídia.
"Por que as mulheres não querem envelhecer? Não consigo entender. Eu não tenho tanta vontadecashout pixbetvercashout pixbetmim sinaiscashout pixbetenvelhecimento, mas os vejo e isso não é o mais importante", diz Fontanel.
"Não pensava que fosse algo tão tabu. Acabei entendendo que o tabu era eu reivindicar os cabelos brancos como um sinalcashout pixbetbeleza. Não apenas para mim, mascashout pixbetgeral", afirma.
Segundo ela, a situação evoluiu e hoje há uma "verdadeira mutação" na sociedade francesacashout pixbetrelação aos cabelos brancos femininos.
"Há várias jovens que me dizem que não vão tingir os cabelos", diz Fontanel.
"As mulheres viram, na minha cabeça, que é bonito ter cabelos brancos", diz ela, acrescentando ser procurada e receber fotoscashout pixbetmulheres que optaram por fazer o mesmo.
Uma das mulheres que Fontanel inspirou foi a jornalista brasileira Letícia Constant, 65 anos, após décadascashout pixbet"muita tinta" nos cabelos.
"Sempre me cuidei muito e a tintura nos cabelos fazia parte disso", diz Constant, que havia começado a pintá-los assim que os primeiros fios brancos surgiram e costumava brincar que "queria ser enterrada" com os cabelos tingidos.
"O livro da Fontanel foi uma revelação para mim, afirma a paulistana radicadacashout pixbetLisboa, após décadas na França.
Ela já vinha pensando sobre o assunto após ficar a par do movimento "going grey" (ficando grisalha) entre atrizes e mulheres bem-sucedidas americanas.
"O livro me despertou uma vontadecashout pixbetver meu rosto com os cabelos brancos", afirmou Constant à BBC News Brasil.
Constant conta ter ficado encantada com seus fios "bem prateados" e ter feito um corte "super moderno" para combinar com o novo visual.
"Assumi a beleza da idade. A idade é bela e podemos ser totalmente joviais com os cabelos prateados. Sou uma senhora e quero ser uma bela senhora", ressalta Constant.
"Eu me sinto muito bem e vejo que as pessoas me olham, principalmente as mulheres, que sorriem", diz.
Obsessão feminina
Fontanel diz quecashout pixbetdecisãocashout pixbetpararcashout pixbettingir os cabelos não se inserecashout pixbetum combate feminista.
"As feministas francesas viram isso como um ato feminista. Mas os homens não são obrigatoriamente contra os cabelos brancos, são as mulheres", afirma.
"Elas são obcecadas pela ideiacashout pixbetparecerem jovens, elas detestam a velhice e são cruéis com as outras mulheres. É importante que elas entendam que as mulheres também podem ser felizes ao envelhecer, como os homens."
Fontanel ressalta que nem todas as mulheres ficam bemcashout pixbetcabelos brancos. Segundo ela, isso deve ser vivido como uma sofisticação do visual.
"É preciso já ter uma certa preocupação com a aparência. Presto atenção como me visto, cuido da minha pele e tenho uma boa higienecashout pixbetvida."
A cabelereira Delphine Courteille, que cuida dos cabeloscashout pixbetFontanel e tambémcashout pixbetcelebridades francesas, afirma que houve um aumento considerável da clientela que deseja ter cabelos brancos.
"É uma verdadeira tendência hoje", diz Courteille. "Mas não se deve fazer isso apenas para estar na moda. É preciso estar pronta e isso exige reflexão."
Para Constant, que ressalta ter paradocashout pixbettingir os cabelos por razões pessoais e não pretende aconselhar outras mulheres a fazer o mesmo, o "movimento grisalho" se insere nas mudanças mundiaiscashout pixbetrelação ao empoderamento feminino.
Até mesmo jovens, inspiradas por celebridades do cinema e da música que se tornaram grisalhas, estão fazendo mechas brancas nos cabelos.