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A macabra razão pela qual um 'gigante' do século 18 queria ser enterrado no fundo do mar:majauskas cbet
majauskas cbet Em junhomajauskas cbet1783, Charles Byrne, pressentindo que seu fim se aproximava, pediu aos amigos que fosse sepultado no mar, num caixãomajauskas cbetchumbo.
Ele tinha 22 anos e sentia um profundo terror do que poderia ocorrer após a morte - tinha medo que seu cadáver fosse desenterrado e vendido a escolasmajauskas cbetmedicina.
E o pior é que esse temor não era infundado. Byrne era mais conhecido como "O gigante irlandês". Ele media 2,3 metrosmajauskas cbetaltura, numa épocamajauskas cbetque ser muito diferente podia valer dinheiro tantomajauskas cbetvida quanto após a morte.
Os contemporâneosmajauskas cbetByrne pagavam generosas quantias para poder observar criaturas "diferentes", como animais com múltiplas cabeças ou patas, pessoas com síndromes raras, como mulheres barbudas, alémmajauskas cbetanões e gigantes.
Para os cientistas, um cadáver como omajauskas cbetByrne eramajauskas cbetgrande interesse. Por isso, o "gigante irlandês" decidiu que só estaria seguro se pudesse "descansar" no fundo do mar.
Rumores na infância
Byrne nasceumajauskas cbet1761,majauskas cbetDummullan, uma aldeia que hoje tem 175 habitantes, na Irlanda do Norte. Pouco se se sabemajauskas cbetseus pais - somente que não eram extraordinariamente altos.
No folclore irlandês, os gigantes são seres que habitam a fronteira entre o humano e o sobrenatural.
A eles são atribuídos alguns aspectos da paisagem, como cavernas, colinas e vales. Quando Byrne ainda era criança, começaram a surgir rumores no condado onde viviamajauskas cbetque havia um menino que crescia mais rapidamente do que qualquer outro.
Quando chegou à adolescência, ele já era a pessoa mais alta da região. Logo ele alcançou os 2,31 metrosmajauskas cbetaltura.
Pessoasmajauskas cbettoda a província iam até a cidade conhecer o "gigante". Byrne, na época, sonhavamajauskas cbetfazer fortuna criando um espetáculo que o tornaria famoso por toda a Europa.
Assim,majauskas cbet1782, adotando o apelidomajauskas cbet"O grande gigante irlandês", ele chegou a Londres e conheceu um mundo completamente diferente do que havia deixado para trás.
A notícia da chegada do "homem mais alto que já havia pisado na capital britânica" correu rapidamente.
Dizia-se por lá que Byrne conseguia acender seu cachimbo com o fogo das lamparinas das ruas da cidade - altas como os postesmajauskas cbethojemajauskas cbetdia.
Em 24majauskas cbetabrilmajauskas cbet1782, o jornal britânico Morning Herald anunciou: "Venham ver o gigante irlandês todos os dias desta semana! O senhor Byrne, o surpreendente gigante irlandês, quem sabe o homem mais alto do mundo,majauskas cbetperfeita proporção, e só com 21 anosmajauskas cbetidade, não estará muito tempomajauskas cbetLondres, pois pretende viajar por todo o continente".
A razãomajauskas cbettanta altura
Obviamente a fantasia por trás das lendas dos gigantes não explica a alturamajauskas cbetByrne. Ele, na verdade, sofriamajauskas cbetuma enfermidade. Hojemajauskas cbetdia, o gigantismomajauskas cbetByrne seria facilmente identificado como produtomajauskas cbetum tumor na glândula pituitária - a glândula endócrina que produz o hormônio do crescimento.
Dependendo da idade do paciente no início do tumor, desenvolve-se o chamado gigantismo ou acromegaglia.
Um corpo grande e pesado, como o dele, pode sobrecarregar o coração e provocar múltiplos problemasmajauskas cbetsaúde, principalmente ao sistema circulatório e à estrutura óssea.
O gigantismo é uma doença rara e potencialmente mortal, para a qual existe tratamento. Atualmente,majauskas cbetmuitos casos, uma pessoa com gigantismo pode alcançar expectativamajauskas cbetvida semelhante à do restante da população.
O cientista escocês
Mas o escocês John Hunter não sabia disso. O que ele sabia era que Byrne era excepcional e que gigantes morriam jovens.
Hunter era um proeminente cientista - hoje reconhecido como o pai da cirurgia moderna. Ele queria a todo custo o corpomajauskas cbetByrne para pesquisas científicas. Por isso, ofereceu ao irlandês um valor para ter acesso ao corpo dele depois da morte.
A oferta, porém, só serviu para assustar Byrne. Os londrinos do século 18 consideravam a dissecção um procedimento infame.
Além disso, para Byrne, a oferta feita por um médico tão respeitado significava que, provavelmente, ele estaria perto da morte.
Longemajauskas cbetsua cidademajauskas cbetorigem, assustado e debilitado por uma tuberculose, Byrne se refugiou no álcool.
Em abrilmajauskas cbet1783, ele dormiu nas ruasmajauskas cbetLondres com todas as suas economias no bolso. Quando acordou, o dinheiro tinha desaparecido. O jovem "gigante" entroumajauskas cbetdesespero.
Dois meses depois,majauskas cbetjunho, ele morreu. Milharesmajauskas cbetpessoas compareceram ao velório. No caminhomajauskas cbetLondres a Margate, colocaram pedras junto ao corpo dele, no caixão. E o jogaram no mar,majauskas cbetcumprimento ao último desejo do "gigante irlandês".
Roubomajauskas cbetcadáver
Muitos dizem que Hunter pagou para roubarem o corpomajauskas cbetByrne. E que, ao receber o cadáver no laboratório, o colocou numa caldeira e o ferveu durante 24 horas para separar a carne dos ossos.
Em seguida, o cientista teria montado o esqueleto do "gigante", prendendo um osso ao outro.
O fato é que, alguns anos depois, o esqueletomajauskas cbetByrne apareceu na coleção privadamajauskas cbetHunter e permaneceu exposto por dois séculos no Museu Hunteriano, que depois passou às mãos do Colégio Realmajauskas cbetCirurgiões.
Até fechar as portas, o museu rechaçou os pedidos para que retirassem a ossadamajauskas cbetByrne da exposição, sob a justificativamajauskas cbetque o esqueleto possuía "um valor educativo e acadêmico importante".
O esqueletomajauskas cbetByrne deu origem, por exemplo, a uma pesquisa conduzida pela endocrinologista Márta Korbonits sobre a hereditariedade do tumor pituitário.
Korbonits havia encontrado uma família com vários integrantes afetados pelo gigantismo - e todos viam no mesmo condado na Irlanda onde Byrne nascera vários anos antes. A pesquisadora queria descobrir se os casos estavam vinculados.
Com examesmajauskas cbetDNA dos dentes do "gigante irlandês", ficou comprovado que tanto Byrne quanto os integrantes dessa família herdaram a variante genéticamajauskas cbetum mesmo ancestral comum, e que essa mutação tinha cercamajauskas cbet1.500 anos.
O estudo abriu caminho para rastrear os portadores desse gene - entre 200 e 300 pessoas - e tratá-los antes que eles também se transformassemmajauskas cbetgigantes.
No entanto, ativistas alegam que, mesmo quando alguém doa o seu corpo para a pesquisa médica, esta pessoa não necessariamente aceita que este seja exibido como um objeto curioso.
Além disso, destacam que Charles Byrne declarou explicitamente que não desejava que usassem seus restos mortaismajauskas cbetqualquer circunstância. Eles defendem que esse desejo seja respeitado.
Será que finalmente essa vontade será atendida?
O Museu Hunteriano recentemente fechou suas portas para uma restauração que vai durar três anos. O porta-voz do museu destacou que, durante esse período, o esqueletomajauskas cbetByrne não será exibido.
"A junta da coleção Hunteriana discutirá o assunto (da repatriação dos restos mortais) durante o períodomajauskas cbetfechamento do museu."
Talvez Byrne finalmente tenha seu desejo atendido.
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