Devo me vacinar todo ano contra a gripe? Veja respostas para essa e outras dúvidas sobre a imunização:classicslot

Idoso com um copo d'água e uma pílula

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Legenda da foto, Apesarclassicslotnão haver um surto do vírus,classicslot2018 os casosclassicslotinfluenza já são mais que o dobroclassicslotcomparação ao mesmo período no ano passado

Ainda há vacinas disponíveisclassicslotparte dos postosclassicslotsaúde e na rede privada. Para ajudar quem ainda tem dúvidas sobre a vacinação, a BBC News Brasil ouviu autoridades no tema e responde às principais questões sobre o assunto.

Quem tem prioridade?

O Ministério da Saúde disponibiliza doses da vacina no SUS para os grupos prioritários, que têm fatorclassicslotrisco associado caso adoeçam. Fazem parte desses grupos: criançasclassicslotseis meses a cinco anos; adultos a partir dos 60 anos; portadoresclassicslotdoenças crônicas pulmonares, cardíacas ou metabólicas e com alteraçõesclassicslotimunidade; gestantes; indígenas; profissionaisclassicslotsaúde; e professores.

Em 2018, desde o encerramento da campanha, criançasclassicslot5 a 9 anos e adultos entre 50 e 59 anos que procurarem os postosclassicslotsaúde com dosesclassicslotestoque terão prioridade para se vacinar.

Ilustraçãoclassicslotcepas do vírus influenza

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Legenda da foto, Vírus influenza se divideclassicslotvárias famílias

Devo tomar vacina todos os anos?

Para estar protegido sempre, é preciso se imunizar anualmente. Dois motivos explicam isso: a duração da imunização da vacina –classicslot10 a 12 meses – e as mutações do vírus influenza.

"A vacina é feita com os vírus que mais circularam no ano anterior. Quem avalia quais vírus são esses é a Organização Mundial da Saúde, que repassa essa informação aos laboratórios produtores da vacina. Por isso, a composição mudaclassicslotum ano para outro, sendo necessário se vacinar todo ano", explica a coordenadora do Programa NacionalclassicslotImunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues.

Todos podem se vacinar?

Quase toda a população pode tomar a vacina.

"Ela só não é recomendada para crianças com menosclassicslotseis mesesclassicslotidade, pessoas com alergia grave a ovo e pessoas com históriaclassicslotreação grave anterior à vacina", alerta o médico e professor da FaculdadeclassicslotMedicina da USP João Renato Rebello Pinho.

A vacina não é recomendadaclassicslotalérgicos a ovo porque aclassicslotprodução é realizadaclassicslotovos embrionadosclassicslotgalinha e a dose pode conter resquícios das substâncias alergênicas.

"Há muita polêmica no meio científico se esses traços (de ovos) são ou não capazesclassicslotcausar alergia, mas o procedimento correto é conversar com o médico, pois alergias devem ser analisadas caso a caso", indica a pesquisadora do Instituto Butantan Soraia Attie Calil Jorge.

Alémclassicslotalérgicos a ovos, também há um alerta vermelho a pessoas imunossuprimidas, ou seja, aquelas que têm o sistema imunológico com baixa atividade.

"Pacientes que tomam imunossupressores ou que tenham alguma doença que ocasione a imunossupressão, como a aids, também devem consultar um médico para orientar se devem ou não tomar a vacina contra a gripe", completa Jorge.

Agulha e dosesclassicslotvacina

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Legenda da foto, Pesquisadora nega que vacina contra a gripe esteja associada a ataques epiléticos, sequelas físicas e morte

Posso morrer da vacina da gripe?

Não. Domingues aponta que é comum circularem durante a campanha boatosclassicslotque a vacina pode estar associada a ataques epiléticos, sequelas físicas e até morte.

"Não há nenhum registroclassicslotque tenha ocorrido qualquer um desses casosclassicslotpessoas que tenham se imunizado contra a gripe. E, mais uma vez, vale o argumento: é uma vacina muito segura por ser feita a partirclassicslotvírus inativado", afirma a coordenadora do Ministério da Saúde.

Há efeitos colaterais à vacina?

A pesquisadora do Instituto Butantan explica que é possível observar dor no local da aplicação da injeção e uma leve irritação cutânea.

"Em casos mais raros, febre baixa já foi relatada. Masclassicslotqualquer um desses casos, não é preciso se preocupar. A pessoa deve apenas estar atenta para não confundir os sintomas com alguma outra doença já pré-existente no organismo", orienta Jorge.

'Fiquei gripado por causa da vacina': mito ou verdade?

Domingues explica que diversos mitos circulam no Brasil durante a campanhaclassicslotvacinação. O principal deles a ser rebatido, para a coordenadora, é oclassicslotque se contrai gripe depoisclassicslotse vacinar.

"A vacina é feita com vírus inativado, ou seja, vírus morto. Por isso, não é possível adquirir gripe a partir da vacinação. Isso é boato", afirma.

Mas há explicações para esse mito existir: segundo Pinho, a vacina contra a gripe não protegeclassicslotum simples resfriado.

"Existem, pelo menos, 20 agentes diferentes que podem causar resfriados, cuja sintomatologia é muito parecida com um quadroclassicslotgripe. Alguém pode tomar a vacina e, coincidentemente, ter um quadro muito semelhante à gripe, mas o que ela está, na realidade, é apenas resfriada", esclarece Pinho.

Homemclassicslotcabeça abaixada pertoclassicslotlençosclassicslotpapel

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Legenda da foto, Apesarclassicslotexistir um grupo prioritário, quase toda a população pode tomar vacina contra a gripe

Outra explicação para que pessoas fiquem com sintomas da gripe mesmo depoisclassicslotvacinadas está na própria composição da vacina, que muda ano a ano.

"A vacina é produzida a partir dos vírus que estão mais propensos a aparecer durante o períodoclassicslotvacinação. Logo, uma pessoa pode se infectar com algum vírus Influenza que não está contido na vacina daquele ano. Aí sim, ficará gripado mesmo estando vacinado", explica Jorge.

Gripes podem ficar mais fortesclassicslotanos diferentes?

Segundo Jorge, sim.

"Como o vírus da gripe sofre modificações ano a ano, apesarclassicslotser sempre o vírus Influenza a causar a gripe, nem sempre é o mesmo tipoclassicslotvírus. Eles podem sofrer alterações que tornem os sintomasclassicslotuma pessoa infectada mais fortes nas diferentes estações", explica a pesquisadora.

Não pertenço aos gruposclassicslotrisco. Por que me vacinar?

"É importante que todos os brasileiros – salvo as exceções – tomem a vacina, pois o vírus se dissipa pelo ar, o que o torna altamente contagioso. Assim, se todos se previnem, teremos menos vírus circulante, pois eles terão menos hospedeiros para se dissipar", explica Jorge.

"Não há no SUS doses para toda a população do Brasil", explica Domingues. "Mas há vacina suficiente para atender a todos os grupos recomendados pelo Ministério da Saúde", diz a coordenadora.

O vírus H1N1classicslot2018

O vírus da família Influenza que mais circulaclassicslotum ano pode ser diferente do vírusclassicslotmaior circulação no ano anterior.

"Isso acontece porque o vírus Influenza não possui um único tipo. Além disso, ele sofre mutações e o que temos, na verdade, é uma populaçãoclassicslotvírus Influenza circulando todos os anos", explica Jorge.

Em 2017, o vírus com maior circulação foi o H3N2. Jáclassicslot2018, o H1N1 é o principal responsável pela contaminaçãoclassicslotgripe: 66% dos casos neste ano foramclassicslotdecorrência dele.

Segundo o Ministério da Saúde, todos os tipos do vírus Influenza são preocupantes e igualmente letais.

Domingues garante que, apesar das 608 mortes já confirmadas, não está ocorrendo um surtoclassicslotH1N1 neste ano, mas é necessário que a população se vacine para evitar que isso aconteça.

"O vírus está entre nós e pode infectar qualquer um que não estiver imunizado,classicslotespecial as crianças abaixo dos 5 anos, gestantes e idosos", afirma.

De onde vem a influenza?

A palavra influenza,classicslotorigem italiana, era utilizada nos séculos 18 e 19 para descrever diversas doenças. Com a pandemiaclassicslotGripe Espanhola, a palavra se espalhou pelo mundo e passou a ser usada para descrever o vírus causador da gripe. Diferentementeclassicslotum resfriado, os quadros gripais podem evoluir para casos muito gravesclassicslotsaúde.

Foi o que aconteceu há 100 anos, com a Gripe Espanhola. Iniciada nos Estados Unidos, essa gripe logo se espalhou para outros países e, nos primeiros mesesclassicslottransmissão, seu vírus matou mais pessoas que os conflitos da Primeira Guerra Mundial.

Entre 1918 e 1920, pelo menos 50 milhõesclassicslotpessoas morreramclassicslotGripe Espanhola. Graças às vacinas desenvolvidas na época e as campanhas para imunizar a população, ela foi contida no mundo.

Por ser um vírus capazclassicslotmuitas mutações, o causador da Gripe Espanhola já não é mais o mesmo dos dias atuais. Apesar disso, o vírus da gripe, independente da época, é propenso a causar epidemias.

Graças à inserção das vacinas na saúde pública no início do século 20, a circulaçãoclassicslotum vírus nunca mais atingiu o nívelclassicslotpandemia vistoclassicslot1918.

"Mas não basta a existência das vacinas, a população precisa se imunizar", alerta Domingues.