Mochileiras depois dos 60: as mulheres que, na terceira idade, foram conhecer o mundo:jogos cassino caça niqueis gratis
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Iracema, Vera e Flora estãojogos cassino caça niqueis gratisuma faixa etária cada vez mais numerosa no Brasil. Em 1991, a população brasileira acima dos 60 anos contabilizava 10,7 milhõesjogos cassino caça niqueis gratispessoas. O número mais do que dobrou 25 anos depois. Conforme a Pesquisa Nacional por Amostrajogos cassino caça niqueis gratisDomicílios (Pnad), os idosos correspondiam a 29,6 milhõesjogos cassino caça niqueis gratisbrasileirosjogos cassino caça niqueis gratis2016.
E as mulheres são maioria: são 16,6 milhões delas, contra 13 milhõesjogos cassino caça niqueis gratishomens acimajogos cassino caça niqueis gratis60 anos.
Uma pesquisajogos cassino caça niqueis gratisnovembro passado do Ministério do Turismo mostrou que 31,7% dos idosos consultados tinham a intençãojogos cassino caça niqueis gratisviajar até maio deste ano.
O ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, pontua que o aumento da população idosa tem motivado o setor turístico a fazer adequações. "Temos que trabalhar com políticas públicas específicas e sensibilizar os prestadoresjogos cassino caça niqueis gratisserviços turísticos para a necessidadejogos cassino caça niqueis gratisestarem cada vez mais preparados para atender esse públicojogos cassino caça niqueis gratisacordo com suas especificidades", explica à BBC Brasil.
Para Iracema, muitos idosos temem conhecer novos lugares por acreditarem que seja impossível viajar depois dos 60. "Se a pessoa tem boa saúde, gostajogos cassino caça niqueis gratiscaminhar bastante e tem forças para levar a mala, o resto é lucro. É importante fazer um check-up antes, com médicos e dentistas, contratar um segurojogos cassino caça niqueis gratisviagem pelo períodojogos cassino caça niqueis gratisque permanecer fora e levar medicação necessária. Tomando esses cuidados, fica tudo bem."
Viajante sem rumo certo
Na juventude, Iracema costumava sonhar com as viagens que faria para conhecer o mundo. "Eu pensei nisso a vida inteira, mas só consegui depoisjogos cassino caça niqueis gratisaposentada."
A rotina profissional e os cuidados com a filha não a deixavam ir para muito longe. "Era difícil conciliar os diasjogos cassino caça niqueis gratisférias para viajar, porque além do dinheiro curto, eu acumulava os empregos. Saíajogos cassino caça niqueis gratisum trabalho e corria para o outro, diariamente. No horário do lanche, dava uma escapada para espiar minha filha na creche. Nos finsjogos cassino caça niqueis gratissemana, ainda fazia algum freelancer", lembra.
A filha da jornalista cresceu, se tornou independente e foi para Londres. Há sete anos, Iracema conquistou a aposentadoria e foi visitar a filha. Durante a viagem, aproveitou para ir a outras regiões da Europa. "Depois, não consegui mais ficar sossegadajogos cassino caça niqueis gratiscasa. Mal retornavajogos cassino caça niqueis gratisuma viagem e já ficava pensando na próxima."
Desde então, ela tem feito diversos mochilões pelo mundo. Há cinco anos, decidiu que não iria ter paradeiro fixo e passou a levar a vida viajando. "Fui aumentando gradativamente os períodos das viagens. Começaram com duraçãojogos cassino caça niqueis gratisquatro meses, depois seis meses, passou para um ano e agora não tenho mais volta programada. Gostojogos cassino caça niqueis gratisviagensjogos cassino caça niqueis gratislonga duração. Vou para uma região, me instalo e saio para conhecer as redondezas."
Ela conheceu lugares como a Ilhajogos cassino caça niqueis gratisPáscoa, o Irã, a Rússia e diversos países da Europa, onde passou meses seguidos. Atualmente, está na Espanha há nove meses. "Não tenho previsãojogos cassino caça niqueis gratisquando vou sair daqui, quero ficar mais um tempo, para conseguir vistojogos cassino caça niqueis gratislonga duração", relata a aposentada. "Vou ficando nos lugares. De repente, vejo outro local que gostariajogos cassino caça niqueis gratisconhecer e vou."
O idioma nunca foi problema. "Eu consigo dialogarjogos cassino caça niqueis gratisinglês, italiano e espanhol. Não houve nenhuma dificuldade que o Google Translate não solucionasse", diz.
Para sobreviver nos países, ela utiliza a aposentadoria e também trabalhajogos cassino caça niqueis gratistrocajogos cassino caça niqueis gratishospedagem e alimentação. "Já cuideijogos cassino caça niqueis gratiscachorro ejogos cassino caça niqueis gratiscasa, fiz plantaçõesjogos cassino caça niqueis gratisjardim ou horta e até limpei casas."
Ela conta ainda que aprendeu a readaptar a vida e os costumes após se tornar viajante. "Não compro nada além do necessário. Andojogos cassino caça niqueis gratistransporte público oujogos cassino caça niqueis gratiscarona. Só compro passagens aéreas se estiveremjogos cassino caça niqueis gratispromoção", diz.
A mochileira revela ter passado por momentos difíceis durante as viagens, como o diajogos cassino caça niqueis gratisque perdeu um barco que a levaria a uma cidade onde tinha reservado duas diáriasjogos cassino caça niqueis gratisum hotel. "Eu fiquei sem rumo e sem ter lugar para ficar. Foi a única vezjogos cassino caça niqueis gratisque sentei na mala e chorei, enquanto via o barco sumindo no horizonte", conta.
Nenhuma dificuldade, porém, desestimulou Iracemajogos cassino caça niqueis gratisseguir viajando. Solitária durante a maioria das viagens, a idosa tevejogos cassino caça niqueis gratisaprender a lidar com os próprios temores. "O medo é inevitável, acredito que ele seja o nosso guardião. Ele nos avisa dos momentos potencialmente perigosos."
Na companhia do filho
Vera Lúcia, 69, já havia viajado - fora três vezes aos Estados Unidos, onde vive a filha mais velha -, porém nunca tinha pensadojogos cassino caça niqueis gratisfazê-lojogos cassino caça niqueis gratisum modo mais aventureiro. No ano passado, ao ouvir do filho mais novo,jogos cassino caça niqueis gratis22 anos, que ele iria sozinhojogos cassino caça niqueis gratisum mochilão para a Europa, ela decidiu acompanhá-lo.
"Falei que também queria ir. Eu quis ter essa experiência porque tenho a cabeça bem aberta, gosto muitojogos cassino caça niqueis gratisler ejogos cassino caça niqueis gratisme aventurar", conta Vera.
O filho dela, o analistajogos cassino caça niqueis gratismarketing Helder Araújo, não acreditou, a princípio, que a mãe fosse acompanhá-lo. "Eu falei que iríamos ficarjogos cassino caça niqueis gratisquartos compartilhadosjogos cassino caça niqueis gratishostels, que o orçamento erajogos cassino caça niqueis gratisbaixo custo, que não era todos os dias que teríamos três refeições e que teríamosjogos cassino caça niqueis gratisusar transporte público. Mesmo com tudo isso, ela respondeu: ótimo", diz.
Quando era mais nova, Vera trabalhava com análises químicas. Casada há 40 anos, ela dividia a vida entre a dedicação à família e ao trabalho. Eram poucas as viagens, somente para visitar familiares,jogos cassino caça niqueis gratisGoiás. O sonhojogos cassino caça niqueis gratisconhecer novos lugares no Brasil oujogos cassino caça niqueis gratisoutros países sempre a acompanhou. "Eu leio muito e acho que a leitura faz com que a gente tenha vontadejogos cassino caça niqueis gratisconhecer o mundo todo", conta a aposentada.
Ela e o filho viajaram durante 18 dias,jogos cassino caça niqueis gratis8 a 16jogos cassino caça niqueis gratisabril. Conheceram Roma e Florença, na Itália; Liubliana, na Eslovênia; Zagreb, na Croácia, e Viena, na Áustria. "A gente ia aos pontos turísticos, aos museus e aos lugares altos onde dava para ver a cidade. Não deixeijogos cassino caça niqueis gratisir a nenhum lugar. Fomos atéjogos cassino caça niqueis gratisalguns que não eram planejados", orgulha-se.
O desempenho da aposentada surpreendeu o filho, que não esperava que ela conseguisse ir a todos os lugares planejados. "Várias pessoas com minha idade não têm metade do pique dela. Ela foi incrível."
A aposentada conta que outros turistas ficavam surpresos com a presença dela nos hostels. "Eles diziam que era maravilhoso ver uma senhora da minha idade fazendo um mochilão, ficandojogos cassino caça niqueis gratisquartos compartilhados e tendo que subirjogos cassino caça niqueis gratisbeliches", relata Vera, que se comunicava com os estrangeiros por meio do Google Translate. "Eu pegava o celular e colocava no tradutor, porque meu inglês não é bom", diverte-se.
Para ela, o mochilão foi a melhor viagem que fezjogos cassino caça niqueis gratistoda a vida. "Foi fantástico. Conheci muitos lugares e pessoas bacanas. Tem muito jovem aventureiro, sem medojogos cassino caça niqueis gratisviajar. Isso é incrível." Vera conta que a presença do filho foi fundamental. "Eu não tive medojogos cassino caça niqueis gratisnenhum momento, porque me sinto segura com ele. Meu filho fala bem inglês e sabe administrar as viagens que faz, por isso estava tranquila", relata.
'Feliz com meus medos'
A aposentada Flora Contin também queria uma companhia durante a viagem. No entanto, os dois filhos não puderam acompanhá-la. "Eles trabalham e têm a vida deles. Chamei também alguns amigos, mas ninguém podia", comenta. Sozinha, decidiu realizar um sonho que a acompanhava havia anos: conhecer Machu Picchu, no Peru. "Decidi que era a minha horajogos cassino caça niqueis gratisviajar."
Os filhos da aposentada, a princípio, tiveram medo da viagem solitária da mãe, então com 64 anos. Depois, acabaram incentivando e a auxiliando nos preparativos.
Para organizar a aventura, ela acessou diversos sites e páginas sobre mochileiros que foram a Machu Picchu. "Depois, começamos a pesquisar sobre hotel, hostel e outras coisas. Comprei minha passagem com antecedência e anotei todas as dicas que viajogos cassino caça niqueis gratisgruposjogos cassino caça niqueis gratisviajantes."
Ela embarcou para o Perujogos cassino caça niqueis gratis11jogos cassino caça niqueis gratisagosto. A primeira viagem sozinha foi um desafio para a aposentada. "Eu tive muita insegurança. Logo que cheguei ao Peru, tive que me virar. Não havia ninguém me esperando. Para driblar o medo, toda hora pensava: é um sonho e vou superar."
"Quando você está lá, as coisas vão acontecendo aos poucos e você vai superando. No fim, fiquei feliz, mesmo com meus medos e inseguranças", completa.
Ela passou dois diasjogos cassino caça niqueis gratisLima, capital do Peru. Depois foi para Cusco, onde visitou sítios arqueológicos e museus. Por fim, embarcou no ônibus que a levou a Machu Picchu.
"Olhava tudo aquilo e pensava o quanto era maravilhoso estar ali. Era tudo o que eu mais queria", diz a aposentada.
Os registros fotográficosjogos cassino caça niqueis gratisFlora foram feitos pelos viajantes que conheceu durante o passeio. "Eles falavam que era incrível ver uma pessoa da minha idade viajando sozinha. Eu ficava realizada por isso. Mesmo sozinha, fui muito feliz."
Novos sonhos
Flora e Vera Lúcia planejam novos passeios, no Brasil e no exterior. Já Iracema continuajogos cassino caça niqueis gratisviagem pelo mundo e sem previsão para voltar a morar no Brasil.
A psicóloga Daniela Zanini explica que as viagens trazem diversos benefícios aos idosos. "Representam estímulos diversos e diferentes dos habituais. Aumentam da rede social do idoso, alémjogos cassino caça niqueis gratismelhorar a autoestima, a qualidadejogos cassino caça niqueis gratisvida e o bem-estar", afirma.
As viagens trouxeram uma nova visão sobre a vida para Flora. "A vida é curta. A gente vivejogos cassino caça niqueis gratisum redemoinho, com casa, comida, roupa e outros compromissos. Mas se tem vontade, vá atrás dos seus sonhos, vá viajar. Viver é simples e não é preciso muita coisa pra ser feliz."
Prestes a completar 70 anos, Vera Lúcia também incentiva outros idosos a viajar. "Idade não é impeditivo. Faço ioga, teclado e dança. Sou uma pessoa muito ativa. Tenho uma garra para viver e participar das coisas. Nunca é tarde para fazer qualquer coisa na vida. Tudo é uma questãojogos cassino caça niqueis gratisvontade", diz.
Entusiasta das viagens na terceira idade, Iracema acredita quejogos cassino caça niqueis gratisvida melhorou após decidir pegarjogos cassino caça niqueis gratismala e a mochila para sair sem destino certo. "O mundo é muito maior do que o meu quintal. Não consigo ficar parada no sofá assistindo TV. Enquanto conseguir arrastar minha mala e mochila por aí, pensojogos cassino caça niqueis gratisseguir viajando."