'Só descobri que tinha autismo depoisjogo de casino grátisadulta':jogo de casino grátis

Mulheres que foram diagnosticadas na vida adulta

jogo de casino grátis Estima-se que 70 milhõesjogo de casino grátispessoas no mundo tenham autismo, sendo 2 milhões delas no Brasil.

O autismo se caracteriza por diferentes grausjogo de casino grátisdistúrbiojogo de casino grátisdesenvolvimento, que se manifesta sobretudo na comunicação e na interação social. As causas ainda não são plenamente esclarecidas pela ciência e a intensidade dos sintomas varia bastante – o que muitas vezes faz casos distantes do estereótipo da síndrome demorarem a ser identificados.

Existe um subdiagnóstico do autismo especialmente entre mulheres, e a BBC conversou com sete britânicas que só descobriram ser parte do espectro autista quando já estavam na vida adulta.

Veja como a síndrome e a descoberta dela afetaram a vida dessas mulheres:

Maura
Legenda da foto, Maura foi diagnosticada aos 44 anos

Maura, 50: 'Parecia que todo mundo, menos eu, havia recebido um manual sobre como se comportar'

"Seis anos atrás, fui diagnosticada com síndromejogo de casino grátisAsperger, uma formajogo de casino grátisautismo. Como no casojogo de casino grátismuitas mulheres, isso ocorreu após o diagnóstico do meu filho, Darragh. Se não fosse por isso, teria passado o resto da minha vida sem saber por que me sentia diferente.

Ainda criança, parecia que todo mundo menos eu havia recebido um manual sobre como se comportar ao redorjogo de casino grátisoutras pessoas.

Me sentia mais confortável com os animais. Como eu me saía bem nos estudos e mascarava minha ansiedade, eu não chamava atenção – as pessoas achavam que eu era simplesmente tímida.

Quando meu autismo foi identificado, foi como se eu tivesse tirado do corpo um espartilho que eu sequer sabia estar usando.

Agora eu entendo que tenho um cérebro que processa informação sensorial e socialjogo de casino grátisforma diferentejogo de casino grátisrelação à maioria das pessoas.

Posso cuidar melhorjogo de casino grátismim, gerenciando minha energia social e evitando o excessojogo de casino grátis(estímulos) sensoriais. Encontrei um sensojogo de casino grátisidentidade.

As mulheres não devem ter medojogo de casino grátisserem diagnosticadas – pode ajudar a explicar tanta coisa. Quanto a vir a público com isso, é uma decisão pessoal, é claro.

Estou vivendo a vida que quero. Tenho uma carreira interessante e recompensadora como funcionária pública na Irlanda do Norte, com colegas que me aceitam como eu sou.

Escrevi um livro, com algumas das minhas irmãs autistasjogo de casino grátistodo o mundo, e muitas delas se tornaram amigas próximas.

O mais importante é que o diagnóstico enriqueceu minhas relações pessoais e fezjogo de casino grátismim uma mãe mais confiante.

Darragh e eu temos um elo especial, e ele me deixa orgulhosa todos os dias."

Hannah
Legenda da foto, Hannah agora dedicajogo de casino grátispesquisajogo de casino grátisPhD a mulheres autistas não diagnosticadas

Hannah, 28: 'Meninas aprendem a copiar os não autistas'

"Estou fazendo uma pesquisajogo de casino grátisPhD sobre mulheres autistas que não são diagnosticadas. Mulheres e meninas comumente fazem um esforço naturaljogo de casino grátisse encaixarem na sociedade, então seus sintomas não são estereotipadas como 'autistas'.

Elas às vezes se sentem mais inclinadas a fazer amigos – então aprendem a copiar (a interação social) dos não-autistas.

Um exemplo é que muitas podem achar difícil fazer contato visual. Eu acho. Aprendi a desviar o olho por alguns segundos e daí olhar. Eu assistia às pessoas com cuidado e estudei psicologia ao pontojogo de casino grátisconseguir agir naturalmente. Mas aprender esse repertório social demorou muitos, muitos anos.

Ao ser diagnosticada, consegui entender muitas coisas esporádicas que não funcionavam na minha vida.

Quando era mais jovem, imaginava situações e passava o dia inteiro dentro do meu próprio mundo.

Não conseguia brincar com as outras crianças. Eu era um fracassojogo de casino grátistentar acompanhar os jogos imaginários dos outros.

Na escola, sofri depressão e questõesjogo de casino grátissaúde mental, e a partir dos 14 anos passei a ser escolarizadajogo de casino grátiscasa.

Os médicos focaram na depressão,jogo de casino grátisvezjogo de casino grátispensarjogo de casino grátisum possível diagnósticojogo de casino grátisautismo. Em determinado momento, achei que pudesse ter transtornojogo de casino grátispersonalidade limítrofe. Foi bastante frustrante.

Achei que ir à universidade consertaria tudo. Fui estudar Psicologia. Fiz amigos, mas nunca frequentava as palestras.

O problema nunca foi acadêmico, mas sim a forma como eu encarava o aprendizado. Eu focava excessivamentejogo de casino grátisum projeto, durante dias, e precisava que os prazosjogo de casino grátisentrega fossem prolongados. É a mesma coisa agora com o meu PhD.

Tudo mudou quando comecei sessões com uma terapeuta artística para lidar com minha ansiedade. Ela sugeriu que eu poderia ter a síndromejogo de casino grátisAsperger. Foi a partir disso que fui diagnosticada. Isso me deu alívio. Agora entendo que muitas mulheres e meninas passaram – e ainda passam – por exatamente a mesma coisa que eu."

Jasmine
Legenda da foto, Jasmine acha mais fácil fazer uma performancejogo de casino grátisstand-up do que conversar cara a cara com alguém

Jasmine, 26: 'Estou cansada. Sei que tem algo errado comigo. Preciso descobrir o quê'

"Eu realmente pensava que eu era um alienígena. Eu não parecia ser como os outros humanos. Parece bobo, mas essa era a única coisa que meu cérebro infantil conseguia compreender.

Quando era bebê, as pessoas achavam que eu era surda. Mas não era – eu simplesmente não estava prestando atenção a elas.

Sofri muito bullying na escola. Acho que eu era um alvo fácil.

Foi muito desgastante. Durante as aulas, eu sempre sentia ter alguma dificuldadejogo de casino grátisaprendizado – algum tipojogo de casino grátisbloqueio mental.

Quando os professores me faziam perguntas, meu cérebro desligava, precisavajogo de casino grátisum tempo extra para processar o que estavam me dizendo.

Só decidi que precisavajogo de casino grátisalgum tipojogo de casino grátisdiagnóstico quando me formeijogo de casino grátislicenciatura. Pensei, 'estou cansada. Sei que tem algo errado comigo. Preciso descobrir o quê.'

Fui diagnosticada aos 22 anos. Agora, a maioria dos meus amigos são do espectro autista. É mais fácil assim.

Entrei para um grupo artístico liderado por pessoas com questõesjogo de casino grátissaúde mental. Eles davam workshopsjogo de casino grátiscomédia – e a partir disso acabei virando comediante.

Em meu stand-up, não me sinto tão estranha quanto quando estou conversando com as pessoas socialmente. É algo natural, (porque) não preciso conversar com ninguém especificamente nem ficar pensando, 'será que é a minha vezjogo de casino grátisfalar? Será grosseiro dizer tal coisa?'."

Amanda
Legenda da foto, Amanda descobriu, com seu diagnóstico, o motivojogo de casino grátisnão ter amigos

Amanda, 40: 'Comecei a me aceitar como sou'

"Para ser sincera, não tenho nenhum amigo. As pessoas que eu chamojogo de casino grátisamigos são as que eu conheci no trabalho ou pelo Facebook. Mas não tenho ninguém com quem sair.

Não gosto que as pessoas venham a minha casa. É como meu santuário. Isso provavelmente soa meio estranho.

Meu marido é bastante sociável e se dá bem com todo mundo, então ele frequenta festas sem mim. Ele me conta quando vai ter uma festa, mas deixa para mim a decisão (de ir ou não). Não voujogo de casino grátis90% das vezes.

Ele costumava ficar chateado, mas agora ele entende que não é uma rejeição a ele. É que eu não consigo me colocarjogo de casino grátisuma situaçãojogo de casino grátisque me sentiria muito desconfortável.

Ambos os meus filhos são autistas. Minha filha foi diagnosticada aos 13 anos; meu filho,jogo de casino grátis15, quando tinha quatro anos.

Eu li sobre a síndromejogo de casino grátisAsperger e percebi que meu filho se encaixava nas características.

Ele ficava no carpete da escola olhando para o lado errado. As professoras achavam que ele não estava ouvindo, mas ele estava.

Com o tempo, comecei a me identificar muito com ele. Entendia muito seus pensamentos e comecei a me perguntar: 'Será que eu também tenho Asperger?'

Meu ponto mais baixo foi quando comecei a interpretar as coisas equivocadamente na escola primária onde trabalhava e a cometer erros simplesmente porque não entendia as coisas. Foi quando decidi fazer uma avaliaçãojogo de casino grátisautismo e fui diagnosticadajogo de casino grátis2012. Foi um alívio.

'Não tem nada errado comigo, só sou autista', pensei. É só a forma como o cérebro está 'ligado' e como ele vê o mundo.

Comecei a entender por que sofria tantojogo de casino grátisinterações sociais e não conseguia fazer amigos.

Comecei a me aceitar como sou – algo que não fazia até então."

Claire
Legenda da foto, Claire faz acompanhamentojogo de casino grátisautistasjogo de casino grátisuma chácara que ela mesma criou

Claire, 35: 'Agora, aceito melhor o porquêjogo de casino grátiseu fazer as coisas que faço'

"'Não é possível que eu, psicóloga clínica, seja autista', eu pensava. 'É incompatível, porque autistas não têm empatia.'

Esse é o níveljogo de casino grátisingenuidade que eu tinha antes. Caiu a ficha durante uma aulajogo de casino grátispsicologiajogo de casino grátisque estávamos aprendendo sobre diferentes síndromes, autismo incluído: 'Nossa, parece muito comigo'.

Mas nem tudo fez sentido. Não aprendemos como o autismo se manifestajogo de casino grátismulheres, nem sobre a diversidade entre gêneros.

Acho que há um grande desejo das meninasjogo de casino grátisserem sociáveis, e o diagnóstico do autismo geralmente é baseadojogo de casino grátistraços masculinos.

Hoje, muitas das pessoas autistas que vêm a mim (no consultório psicológico) são traumatizadas, por serem forçadas a serem algo que não são.

Não vejo isso (o acompanhamento) como terapia, porque não há tratamento. Vejo como o desenvolvimentojogo de casino grátishabilidades para a vida.

E também desenvolver confiança.

Com minhas economias, comprei um terreno e coloquei patos, galinhas, cavalos e cabras ali. É onde trabalho com autistas. Nós passamos o tempo com os animais, que são como mediadores. Não é algo muito baseadojogo de casino grátisteoria, apenas experiência empírica que deu certo.

Fui diagnosticada aos 32 anos e isso mudou completamente a minha vida e a minha identidade para melhor.

Agora, aceito melhor o porquêjogo de casino grátiseu fazer as coisas que faço. E o autismo me oferece diversos dons e talentos."

Anna
Legenda da foto, 'Tentei me forçar a trabalharjogo de casino grátisperíodo integraljogo de casino grátisum call center, mas não consegui. (Havia) luzes muito fortes e barulho - uma sobrecarga sensorial', diz Anna

Anna, 27: 'Acho muito difícil percorrer um salão e dizer oi para um montejogo de casino grátisgente'

"Quando era adolescente, não conseguia entender o que estava errado comigo. Me sentia deslocada, e os professores me rotulavam como malcriada.

Chega um pontojogo de casino grátisque você deixajogo de casino grátisacreditar que deveria estar no mesmo planeta que as outras pessoas, porque você não entende ninguém e ninguém te entende. É como se você tivesse sido trazido por uma nave espacial.

Fui diagnosticada aos 22 anos, quando minha mãe começou a trabalharjogo de casino grátisum centrojogo de casino grátisatendimento a autistas. Ela chegoujogo de casino grátiscasa com um montejogo de casino grátislivros e disse, 'Quero que você os leia, porque acho que é isso que você tem'.

A princípio, meu médico me disse que eu tinha transtornojogo de casino grátispersonalidade limítrofe. E agregou, 'é só depressão, só ansiedade. Tome estes remédios'.

Mesmo com o diagnóstico (de autismo), sentia que ninguém ao meu redor entendia ou queria entender.

Eu olhava para as pessoas que tinham bons empregos e carrões e pensava, 'por que eu não consigo? Por que eu sempre fico doente e abandono os empregos?'

Tentei me forçar a trabalharjogo de casino grátisperíodo integraljogo de casino grátisum call center, mas não consegui. (Havia) luzes muito fortes e barulho – uma sobrecarga sensorial.

Hoje, trabalho com pessoas com deficiênciasjogo de casino grátisaprendizagem.

Meu parceiro é barbeiro e conhece muita gente. Tem muitos amigos e clientes e tocajogo de casino grátisuma banda. Houve ocasiões sociaisjogo de casino grátisque entreijogo de casino grátispânico e precisei voltar para casa. Acho muito difícil percorrer um salão e dizer oi para um montejogo de casino grátisgente.

Mas agora ele sempre me diz antes o que vai acontecer, quem vai estar lá (no evento social) e o horáriojogo de casino grátisque vai começar e terminar, para que eu possa me preparar mentalmente.

Eu até tenho alguns amigos, mas à medida que fui crescendo perdi o interessejogo de casino grátisfazer novos amigos. Na escola, não sentia conexão com as pessoas, mas sim com as bandas às quais escutava - elas eram as minhas amigas. Sei que parece estranho. É que a música esteve comigo o tempo todo, enquanto as pessoas vêm e vão."

Sophie
Legenda da foto, 'Durante o meu estágio, meu mentor identificou alguns aspectosjogo de casino grátisautismo no meu comportamento - eu às vezes entendia as coisas muito literalmente ou sentava sozinha na salajogo de casino grátisfuncionários, sem socializar com ninguém', conta Sophie

Sophie, 23: 'Ter um rótulo traz tanto benefícios quanto aspectos negativos'

"Fui diagnosticada há pouco maisjogo de casino grátisum ano, mas foi ainda no ensino médio que pela primeira vez achei que pudesse ser autista.

Meu irmão foi diagnosticado com autismo quando tinha cinco anos e ia a uma escola especializada. Eu via um pouco do comportamento delejogo de casino grátismim, o que me fazia pensar.

Acho que,jogo de casino grátisalguns casos, as mulheres aprendem a copiar comportamentos para conseguir viver, e é provavelmente por isso que elas não são diagnosticadas tão cedo.

Me formeijogo de casino grátislicenciatura na Universidadejogo de casino grátisDerby. Atualmente faço mestradojogo de casino grátisinclusão e necessidades especiais e deficiênciajogo de casino grátiseducação.

Durante o meu estágio, meu mentor identificou alguns aspectosjogo de casino grátisautismo no meu comportamento – eu às vezes entendia as coisas muito literalmente ou sentava sozinha na salajogo de casino grátisfuncionários, sem socializar com ninguém.

Na universidade, meus professores disseram ter percebido coisas similares, então fui atrásjogo de casino grátisum diagnóstico. Senti que ele explicou muito (sobre mim), o que foi bom.

No entanto, sinto que ter um rótulo traz tanto benefícios quanto aspectos negativos.

Meu autismo afeta principalmente minha sociabilidade e expressão, e eu também tenho altos níveisjogo de casino grátisansiedade, sobretudo quando há mudanças na minha rotina.

Tenho tendência a ficar obsessiva quanto a coisas como programasjogo de casino grátisTV. Chego a assistir por horas e decoro o roteiro. Também tenho que planejar o que vou dizer e não gostojogo de casino grátisser interrompida.

Vou e voltojogo de casino grátistáxi à universidade, porque o transporte público me deixa ansiosa.

Hoje, tenho uma mentoria especializada para me ajudar com dificuldades e para treinar minhas habilidades sociais.

Me senti bem quando contei aos meus colegasjogo de casino grátismestrado que sou autista. São apenas cinco pessoas, então me senti à vontade para explicar. Não teria contado a uma classe grande, como os cercajogo de casino grátis80 que eram da minha sala na graduação."