Cientistas correm contra o tempo para estudar animal símbolo do Brasil ameaçadocassinoextinção:cassino

Tatu-bola
Legenda da foto, Há temorescassinoque o tatu-bola seja extinto nos próximos 50 anos | Foto: Devian Zutter
Tatu-bola sendo medido por pesquisadores
Legenda da foto, Ainda há poucos dados sobre costumes e populaçãocassinotatus-bolas; acima, um deles é medido durante expedição | Foto: Samuel Portela

Segundo ela, esse é o primeiro estudocassinolongo prazo da espécie na Caatinga, que servirá para mapear tanto a presença do tatu na natureza quanto para identificar suas principais ameaças.

Agora, a expectativa écassinoque a criaçãocassinouma unidadecassinoconservação ambiental no municípiocassinoBuriti dos Montes, no leste do Piauí, auxilie as pesquisas sobre o mamífero ao criar uma área protegida para essa e outras espécies.

Trata-se do Parque Estadual do Cânion do Rio Poti, áreacassino24 mil hectares implementada pelo governo piauiensecassinooutubro passado, com basecassinoprojetoscassinopreservaçãocassinopinturas rupestres existentescassinosítios arqueológicos no local e também da conservação do tatu-bola ecassinonascentescassinorios.

É ali que os pesquisadores da Associação Caatinga esperam encontrar mais espécimes do tatu-bola emcassinopróxima expedição, planejada para o semestre que vem.

"É um animal ainda muito misterioso", aponta Miranda. "Conheço no máximo dois ou três estudoscassinoandamento sobre ele. É muito difícil encontrá-lo, porque a Caatinga é um ambiente quente, árido, sem água. E ele costuma sair à noite, provavelmente por causa da temperatura. Também é um ambiente menos glamouroso (do que outras áreas mais estudadas, como a Amazônia), assim como o próprio tatu-bola."

Região do Parque Estadual do Cânion do Rio Poti
Legenda da foto, Para conservacionistas, região poderia aproveitar seu potencial para ecoturismo | Foto: Devian Zutter

O que se sabe é que a espécie existe há cercacassino50 milhõescassinoanos e tem importante função ecológica: como animal cavador, ajuda a remexer o solo e fertilizá-lo, alémcassinoser predadorcassinoinsetos. "Também é uma importante presa, servindocassinoalimento para animais maiores", diz Miranda.

O tatu-bola se destaca sobretudo por seu formato peculiar: diante da ameaçacassinopredadores, ele enrola seu corpo e fica protegido por seu casulo. É a única espécie mamífera com essa característica.

Vulnerável à ação humana

Mas essa vantagem evolutiva tem um lado negativo: se o tatucassinoformato "bolinha" fica protegido dos demais animais, também fica mais fácilcassinoser capturado pelo homem, para ser cozido vivo seja para subsistência ou para a venda.

"É justamente isso o que leva ao seu declínio. Ele fica supervulnerável à ação humana", explica a pesquisadora.

Tatu-bola sendo estudado durante expedição noturna
Legenda da foto, Ao se enrolarcassinouma bolinha, tatu-bola escapacassinopredadores - mas não da ação humana | Foto: Devian Zutter

Hoje, o tatu-bola é citado como "vulnerável" na listacassinoespécies mais ameaçadas do planeta, segundo compilação da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na siglacassinoinglês).

Por isso, o planocassinoconservação do animal, feitocassino2014 pelo Instituto Chico MendescassinoBiodiversidade (ICMBio, ligado ao governo federal), inclui ainda a fiscalização e a aproximação com a comunidade local, para desencorajar a caça do animal. A longo prazo, espera-se que a criação do parque estadual também estimule o ecoturismo e traga novas fontescassinorenda a essa população.

O plano do ICMBio aponta que a escassezcassinoinformações disponíveis sobre o tatu-bola "dificulta as estratégiascassinoconservação", mas reitera que a espécie vive "constantes pressões no ambiente que habita, ameaçandocassinosobrevivência".

Guarda-chuva

Tatu-bola sendo estudado durante expedição noturna
Legenda da foto, Em expedições noturnas, pesquisadores conseguiram encontrar cinco tatus-bolas | Foto: Samuel Portela

O animal também é importante por ser considerado uma espécie "guarda-chuva", ou seja, os esforços para protegê-lo tendem a abarcar indiretamente outros animais ameaçados na Caatinga, como o urubu-rei, morcegos e felinos.

Para que isso ocorra, será preciso que o parque estadual recém-criado seja,cassinofato, um espaço protegido, diz Miranda, afirmando que muitas unidadescassinoconservação ambiental brasileiras acabam ficando só no papel.

"A criaçãocassinoum parque é o primeiro passo. Agora, a briga é para que haja guarda-parque, manutenção, normativas, coisas que dão menos visibilidade política", diz.

Segundo o secretário estadualcassinoMeio Ambiente do Piauí, Ziza Carvalho, essa preocupação estará presente no planocassinomanejo do parque, aindacassinofasecassinoelaboração.

"Criamos o parque por decreto e agora estamos na fasecassinodesapropriaçãocassinoduas fazendas (localizadas dentro da unidadecassinoconservação), amigavelmente. O passo seguinte é o planocassinomanejo, com sinalização, aberturacassinotrilhas, treinamentocassinoguias e gestão do parque, para mostrar a presença do Estado ali, do pontocassinovista ambiental", diz à BBC Brasil.