Como empresas estão tomando o lugar dos governos na corrida espacial:caça níquel de frutas
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Desde o lançamento do primeiro satélite comercial, o Sputnik,caça níquel de frutas1957, e do voocaça níquel de frutasYuri Gagarincaça níquel de frutas1961 (o primeiro a viajar ao espaço), a conquista do universo vem sendo dominada pela rivalidade entre Rússia (então União Soviética) e Estados Unidos - as duas potências chegaram, inclusive, a disputar quem colocaria o primeiro homem na Lua.
Nessa disputa, não havia espaço para empreendedores individuais - eram os governos quem tomavam as rédeas e pagavam pelos vultosos investimentos.
É verdade que o primeiro satélite comercial - Intelsat I (apelidadocaça níquel de frutasEarly Bird) - foi lançadocaça níquel de frutas1965, mas até recentemente o desenvolvimento comercial do espaço foi quase que emcaça níquel de frutastotalidade limitado por grandes satélitescaça níquel de frutastelecomunicações.
A um custo individualcaça níquel de frutascentenascaça níquel de frutasmilhõescaça níquel de frutasdólares e pesando várias toneladas, eles eram concebidos para durar 15 anos,caça níquel de frutasmodo que os investidores pudessem amortizar os gastos.
Mas uma revolução vem ocorrendo. Avanços tecnológicos estão transformando os modelos tradicionaiscaça níquel de frutasoperação no espaço.
Uma sériecaça níquel de frutasempresas promete, agora, baratear o acesso ao espaço, usando desde foguetes reutilizáveis a sistemascaça níquel de frutaslançamento horizontais.
Os satélites também estão ficando menores e mais baratoscaça níquel de frutasconstruir - há, agora, cercacaça níquel de frutas1,5 mil deles orbitando ao redorcaça níquel de frutasnós.
Além disso, um fluxo impressionantecaça níquel de frutasdados e imagens está chegando do espaço - e novos atores estão agora processando, interpretando e comercializando essa informação.
"Hoje, podemos criar um equipamento do tamanhocaça níquel de frutasuma caixacaça níquel de frutassapatos, que no passado seria do tamanhocaça níquel de frutasum ônibus", explica Stuart Martin, CEO da Satellite Applications Catapult, uma incubadoracaça níquel de frutasnegócios sediada no Reino Unido que ajuda start-ups voltadas para a exploração espacial.
O investimento está aumentando no setor espacial. Em 2016, essa indústria somou US$ 329 bilhões (R$ 1 milhão), com três quartos do total vindocaça níquel de frutasempresas - e nãocaça níquel de frutasgovernos.
Os foguetes são a nossa portacaça níquel de frutasentrada para o espaço, ou seja, caminhõescaça níquel de frutasentrega essenciais. Eles encapsulam nossos esforços para se tornar uma verdadeira civilização espacial. E quando se tratacaça níquel de frutasfoguetes, são os bilionários que estão liderando essa empreitada.
O americano Elon Musk, da SpaceX, está usando seus foguetes Falcon 9 para abastecer a Estação Espacial Internacional, enquanto a Blue Origin,caça níquel de frutasJeff Bezos, fundador e CEO da Amazon, está desenvolvendo seus próprios lançadores.
As duas empresas vêm demonstrando técnicas revolucionárias que permitem um pouso vertical - um passo significativo no reusocaça níquel de frutasfoguetes.
Enquanto isso, Richard Branson, dono do grupo Virgin, está focadocaça níquel de frutasdesenvolver satélites que podem ser lançados do ar. Isso sem falarcaça níquel de frutasseus planos para voos turísticos suborbitais.
Um dos novos atores dessa indústriacaça níquel de frutasebulição é a Rocket Lab, da Nova Zelândia.
Ainda engatinhando, é a única empresacaça níquel de frutasfoguetes no mundo com seu próprio complexocaça níquel de frutaslançamento, localizada na Península Mahia, na Ilha do Norte.
Neste momento, nenhuma companhiacaça níquel de frutaslançamento opera puramente sob uma lógica comercial.
"Todas elas são fortemente subsidiadas pelos governoscaça níquel de frutasum jeito oucaça níquel de frutasoutro", explica Stuart Martin.
Enquanto os foguetes não mudaram muito desde o Sputnik,caça níquel de frutas1957, seria um erro pensar no Rocket Lab como mais um simples fabricantecaça níquel de frutasfoguetes tradicional, defende seu fundador, Peter Beck.
Atualmente, o custo médiocaça níquel de frutasum lançamentocaça níquel de frutasum foguete écaça níquel de frutasUS$ 200 milhões (R$ 625 milhões), e somente nos Estados Unidos no ano passado, por exemplo, houve 22 lançamentos.
Beck diz que, quando seu foguete estivercaça níquel de frutasoperação, será possível ir ao espaço por US$ 5 milhões (R$ 15,6 milhões), e "tão frequentemente quanto uma vez por semana".
A joia da coroa da Rocket Lab é o foguete Electron, desenhado especificamente para levar pequenos satélites ao espaço. O foguete é feito principalmentecaça níquel de frutasfibracaça níquel de frutascarbono, e seus motores são concebidos a partircaça níquel de frutasuma impressora 3D.
Dessa forma, diz Beck,caça níquel de frutasvezcaça níquel de frutaslevar meses para produzir um propulsor, "podemos produzi-locaça níquel de frutas24 horas".
Em seu primeiro voo teste,caça níquel de frutasmaio deste ano, o foguete conseguiu chegar ao espaço, mas não entroucaça níquel de frutasórbita. Dois novos testes estão planejados.
Neste momento, fabricantescaça níquel de frutaspequenos satélites acabam pegando carona nos lançamentos atuais, que tem um grande satélite como seu principal carregamento, mas ainda assim com espaço para acomodar outros menores.
No entanto, como a demanda pela observação da Terra vem aumentando - clima, viagens, mapas - fabricantes estão flexibilizando as formascaça níquel de frutaschegar ao espaço.
Essa é a lacuna que o Rocket Lab está planejando preencher, diz Beck. Em vezcaça níquel de frutasesperar por um espaço disponívelcaça níquel de frutasum grande foguete, "agora você pode entrar na internet e, por meiocaça níquel de frutasum clique, comprar um lançamento".
Um retrato do planeta
Uma empresa ávida por usar o lançamento da Rocket Lab é a Planet Labs. Sediadacaça níquel de frutasSão Francisco, na Califórnia (EUA), a Rocket Lab desenha e constrói seus próprios nanosatélites, que pesam apenas 4 kg.
Diferentemente dos tradicionais satélitescaça níquel de frutascomunicação comercialcaça níquel de frutasórbita geoestacionária, a 35,7 mil km acima da Terra, os satélites da Planet Labs (apelidadoscaça níquel de frutasDoves, ou "pombas"caça níquel de frutasinglês) voam muito mais baixo, a apenas 500 km - uma distância um pouco maior entre Rio e São Paulo.
A órbita mais baixa sugere que a espaçonave pode usar câmeras menores e, apesar disso, produzir imagem com resolução decente - reduzindo o peso e o custo a uma fração da dos satélites tradicionais.
Além disso, novos designs podem ser testados e construídos rapidamente por causacaça níquel de frutasseu tamanho e preço, diz a empresa.
Em fevereiro deste ano, a Planet Labs enviou 88 satélites ao espaço, e,caça níquel de frutasjulho, outros 48.
A empresa pode agora fotografar qualquer ponto do planeta todos os dias.
"Conseguimos eliminar as restriçõescaça níquel de frutasoferta que existiam e reduzir os custos das imagens que estamos registrando -caça níquel de frutasproporções imensas", diz Will Marshall, cofundador da Planet Labs.
Segundo ele, isso não só significa preços menores para os consumidores, como também garante que os dados disponíveis possam atingir um maior númerocaça níquel de frutaspessoas.
"Não só governos ou grandes conglomerados podem comprar os nossos dados. Qualquer um pode acessá-los - independentemente se for uma empresacaça níquel de frutasporte pequeno ou médio, uma ONG, ou um pesquisadorcaça níquel de frutasuma universidade", explica.
Apesar disso, enquanto o desenvolvimentocaça níquel de frutasfoguetes e satélites - o "hardware" do espaço - ainda concentra todas as atenções, as maiores mudanças estão relacionadas ao uso prático da informação obtida.
Agricultores e companhiascaça níquel de frutasminério, gás e petróleo já estão usando os dados.
Os agricultores, por exemplo, podem ser alertados sobre problemas com as condições do solo, o que ajuda a melhor prepará-los para colheitas ruins. Os pescadores, por outro lado, podem ser avisados sobre as temperaturas dos oceanos e assim saber onde buscar os peixes. Com imagens cada vez mais precisas, árvores podem ser rastreadascaça níquel de frutasmodo a garantir que a madeira seja certificada, evitando, assim, o desmatamento.
Uma das empresas que está filtrando essa torrentecaça níquel de frutasinformação é a Terrabotics, sediada no Reino Unido.
"Em uma imagem normal, você está limitado ao tamanhocaça níquel de frutasum pixel. Mas há muita informação entre os pixels que é capturada mas não é óbvia", diz Gareth Mortan, CEO da Terrabotics.
"Por exemplo, podemos olhar uma mina e determinar se houve mudança - digamos que ela ficou mais profunda ou o acúmulocaça níquel de frutasresíduos ficou maior", cita.
Fotos da Lua
Competições também vêm estimulando a propagaçãocaça níquel de frutasideias revolucionárias.
O Ansari XPrize exige que os inventores desenvolvam uma nave espacial tripulada reutilizável. E agora o Google Lunar XPrize está oferecendo US$ 20 milhões (R$ 62,5 milhões) para a primeira equipe que consiga pousar um robô-sonda na Lua para percorrer 500 metros e transmitir fotoscaça níquel de frutasvolta à Terra.
Trata-secaça níquel de frutasincentivar a inovação e novas formascaça níquel de frutaspensar o espaço, diz Rahul Narayan, fundador do Team Indus,caça níquel de frutasBangalore, na Índia, que diz nunca ter tido experiência no setor.
"Nenhuma dessas pessoas tinha qualquer experiênciacaça níquel de frutasciências espaciais, engenharia ou tecnologia", diz.
"É bom que não tenhamos tido", acrescenta ele, porque se fossem engenheiros espaciais, "nunca aceitaríamos um desafio tão grande quanto esse".
Sua equipe está agora aprimorando uma sonda lunarcaça níquel de frutas6 kg - uma das mais leves a aterrissarcaça níquel de frutasum corpo planetário - que está programada para ser lançada nos próximos meses.
"Para nós, tem sido uma longa jornada", afirma ele, reconhecendo a dívida que tem com a estatalcaça níquel de frutaspesquisas espaciais da Índia (ISRO).
Narayan vem recebendo ajudacaça níquel de frutascientistas aposentados do órgão.
"Na minha cabeça, eles são os gigantes e nós somos apenas uma empresa muito menor nos ombros desses gigantes", destaca.
Enquanto levar uma sonda à Lua pode não resultarcaça níquel de frutasuma recompensa comercial imediata, Narayan argumenta que se a aterrissagem planejada for bem-sucedida, será "um passo imenso para a companhia, para toda empresa espacial privada no mundo, para ir até lá e fazer mais coisas no futuro".
Trata-secaça níquel de frutasuma visãocaça níquel de frutasmundocaça níquel de frutasque os satélitescaça níquel de frutasbaixo custo são carregados por foguetes acessíveis que são lançados quando você quiser - todos à distânciacaça níquel de frutasum clique, sem a necessidadecaça níquel de frutasesperar por demoradas missões espaciais financiadas por governos.
Avançocaça níquel de frutassérie
Apesar disso, a mais recente corrida espacial apresenta seus próprios desafios, diz Gareth Morgan, da Terrabotics.
O grande volumecaça níquel de frutasimagens e dados do espaço significa que os sistemascaça níquel de frutasinteligência artificial estão sendo usados para analisá-lo automaticamente vão precisar ser atualizados.
"Os sistemas atuaiscaça níquel de frutasinteligência artificial precisamcaça níquel de frutasuma quantidade extraordináriacaça níquel de frutastreinamentocaça níquel de frutasclassificação para que possam, então, independentemente reconhecer diferentes características por si próprios. Precisamoscaça níquel de frutasuma mudança na forma como a inteligência artificial opera. Temos tido progresso, mas tudo ainda é muito novo", afirma.
De forma geral, mais informação pode ser uma coisa boa, mas há questões éticascaça níquel de frutasjogo - no fim das contas, todo mundo pode estar sendo fotografado do espaço todos os dias.
E quem tem acesso a esses dados? Na medidacaça níquel de frutasque os satélites privados se proliferam e a revolução do "big data" prospera, críticos argumentam sobre a necessidadecaça níquel de frutasum debate sobre os papéis público e privado no espaço.
Will Marshall, da Planet Labs, concorda.
"Uma das coisas mais importantes para nós é que uma pessoa não possa ser reconhecidacaça níquel de frutasnossas imagens. Claro que isso não significa que não haja implicações negativas", diz.
"Nós que lidamos com tecnologia temoscaça níquel de frutasadministrar esses dados da melhor forma possível", acrescenta.
Isso sem falar no problema do lixo espacial. Já existem cercacaça níquel de frutas30 mil objetos, grandes e pequenos,caça níquel de frutasórbita. "Em última análise, teremoscaça níquel de frutaslidar com esse problema", diz Marshall.
"A indústria vai tercaça níquel de frutascomeçar a retirar esses satélites do espaço e isso não será uma tarefa fácil", acrescenta.
De onde virá o dinheiro
Ainda que o negócio atraia investidores, os riscos são altos. Foguetes podem explodir, não decolarem ou colocar satélites erradoscaça níquel de frutasórbita.
"Os foguetes não são a formacaça níquel de frutasganhar dinheiro com o espaço", diz Matt Perkins, que, por dez anos, foi CEO da Surrey Satellites e agora lidera o departamentocaça níquel de frutasinovação da Universidadecaça níquel de frutasOxford, no Reino Unido.
"A forma como você vai ganhar dinheiro é a ponta da cadeia - ou seja, usar toda essa informação que vem do espaço. À medida que isso ficar mais barato, haverá mais oportunidades comerciais - com dados sendo usadoscaça níquel de frutasformas que as pessoas jamais pensaram".
Como Perkins diz, há uma imensa gamacaça níquel de frutasdados do espaço.
Nessa nova fronteiracaça níquel de frutasnegócios, caberá à engenhosidade dos humanos tirar bom proveito comercial disso.