Historiador diz ter decifrado um dos manuscritos mais misteriosos do mundo - mas alguns não se dão por satisfeitos:aposta ganhou

Legenda da foto, O Manuscrito Voynich foi datado do período entre os séculos 15 e 16 | Imagem: Beinecke Library

aposta ganhou Textos que parecem mensagens cifradas, desenhosaposta ganhoumulheres nuasaposta ganhoubanheiras com líquido verde, símbolos do zodíaco e desenhosaposta ganhouplantas e criaturas estranhas. Não éaposta ganhouse estranhar que estes e outros elementos, parte do conteúdo do Manuscrito Voynich - um livro ilustrado datado do período entre os séculos 15 e 16 e encontradoaposta ganhou1912 pelo comerciante Wilfrid Voynich, que batiza o objeto - tenham intrigado especialistas e leigos há décadas sobreaposta ganhouorigem e função.

Com tamanho pequeno, 240 páginas ilustradas e uma capaaposta ganhoucouro desgastada, o livro já foi chamadoaposta ganhou"o manuscrito mais misterioso do mundo",aposta ganhouobraaposta ganhouextraterrestres e atéaposta ganhou"uma farsa" fabricada por Wilfrid Voynich.

Mas no início deste mês, o historiador britânico Nicholas Gibbs diz ter chegado à resoluçãoaposta ganhoutamanho e duradouro mistério. E, segundo seu artigo publicado na prestigiada revista britânica The Times Literary Supplement, a resposta é simples: o livro tinha como objetivo aconselhar sobre a saúde - principalmente a das mulheres - e é uma amostra da medicina medievalaposta ganhouseu tempo.

Em seu texto na The Times Literary Supplement, que ganhou o título "Manuscrito Voynich: A solução", Gibbs diz que o objeto é "um livroaposta ganhoureferênciasaposta ganhouremédios retiradas dos tratamentos padrão do período medieval, um manualaposta ganhouinstruções para a saúde e o bem-estar para as mulheres mais abastadas da sociedade, e que muito possivelmente foi escrito para uma única pessoa".

Latim

Se por muito tempo acreditou-se que as estranhas palavras do livro eram criptografadas, Gibbs apresenta uma explicação alternativa: elas seriam abreviaçõesaposta ganhoutermos do latim. Mais especificamente, seriam ligaduras tipográficas - o nome que se dá à grafia que une duas ou mais letrasaposta ganhouum único símbolo (como Æ e &, neste caso uma união das letras "E" e "T"). Este recurso era muito utilizado na Idade Média como formaaposta ganhoueconomizar espaço e trabalho pelos escribasaposta ganhouentão.

"Como alguém com uma longa experiência na interpretaçãoaposta ganhouinscriçõesaposta ganhoulatimaposta ganhoumonumentos clássicos, nas tumbas eaposta ganhouchapas metálicasaposta ganhouigrejas inglesas, reconheci no Manuscrito Voynich sinais reveladoresaposta ganhouum formato abreviadoaposta ganhoulatim", escreveu Gibbs.

Legenda da foto, Imagem que acompanha o artigoaposta ganhouGibbs mostra dois trechos que o historiador diz ter decodificado; segundo ele, ligaduras abreviam palavrasaposta ganhoulatim | Imagem: Reprodução/ The Times Literary Supplement

Consultando o Léxico Abbreviaturarumaposta ganhouLatim Medieval (1899),aposta ganhouAdriano Cappelli, o historiador diz ter reconhecido no manuscrito pelo menos duas ligaduras, "Eius" e "Etiam". Diversas abreviações corresponderiam a palavras-padrão relacionadas a plantas e infusões, como aq=aqua (água), con=confundo (mistura), ris=radacis/radix (raíz). "Então, o herbário do Manuscrito Voynich deve, portanto, ser uma sérieaposta ganhouingredientes 'simples' com as medidas necessárias".

O artigo publicado na The Times Literary Supplement traz uma imagem com duas linhas codificadas com palavras como estas.

Segundo o pesquisador, era comum que livrosaposta ganhoureferência semelhantes ao manuscrito viessem acompanhadosaposta ganhouum índice com abreviações e os nomes correspondentesaposta ganhoudoenças, sintomas, nomesaposta ganhouplantas, entre outros. Para Gibbs, porém, o que seria o índice do Manuscrito Voynich está desaparecido.

Medicina medieval

O historiador relaciona também o manuscrito a outros contextos da Idade Média, como as práticasaposta ganhoubanho - tema bastante presente nas ilustrações do manuscrito. "Me pareceu lógico olhar para os hábitosaposta ganhoubanho do período medieval. Ficou logo bastante óbvio que eu havia entrado na seara da medicina medieval", diz o textoaposta ganhouGibbs.

Segundo o pesquisador, ilustraçõesaposta ganhouplantas, símbolos do zodíaco e diagramas eram comuns quando o tema era saúde nesta época - quando precursores clássicos da medicina como Galeno, Hipócrates e Soranoaposta ganhouEféso eram reverenciados. O uso dos banhos como tratamentos era uma longa tradição, praticada por gregos e romanos e continuada na Idade Média.

Legenda da foto, Manuscrito medieval tem intrigado especialistas e leigo desdeaposta ganhoudescoberta,aposta ganhou1912 | Imagem: Beinecke Library

"O tema central do Manuscrito Voynich é apenas uma dessas atividades, e umaaposta ganhousuas principais características é a presençaaposta ganhoufiguras femininas nuas imersasaposta ganhoualgum tipoaposta ganhoumistura. A medicina clássica e medieval tinha divisões separadas dedicadas às queixas e doenças das mulheres, principalmente, mas não exclusivamente na áreaaposta ganhouginecologia", escreveu o historiador no artigo.

Gibbs identificou também referências,aposta ganhouconteúdo eaposta ganhouilustrações, a dois guias amplamente disseminados pela Europa no período medieval: o Trotula, um tratado ginecológico, e o De Balneis Puteolanis, que versava sobre os benefícios dos banhos com infusões.

Críticas

A solução dada por Gibbs, porém, não resolveu a incógnita para muitos outros especialistas. Em blogs,aposta ganhoufóruns e no Twitter, a publicação foi bastante criticada -aposta ganhougeral, acusadaaposta ganhounão ter apresentado bases suficientes para os argumentos.

"E lá vamos nósaposta ganhounovo. Eu já revisei dezenasaposta ganhou'soluções', e essa é tão pouco convicente quanto as últimas 3 mil", escreveu no Twitter Lisa Fagin Davis, diretora da Academia Medieval dos Estados Unidos.

Já René Zandbergen, engenheiro que administra um site sobre o manuscrito, o artigoaposta ganhouGibbs foi desproporcional: um texto muito grande com apenas duas linhas do livro medieval decodificadas. "O resumo no Times Literary Supplement é realmente muito curto para fornecer qualquer análise séria", disse Zandbergen à revista The Atlantic.