DNA desvenda mistérioarbety instagrammenina morta no século 19:arbety instagram

Lápide

Crédito, GARDEN OF INNOCENCE

Legenda da foto, ONG fez uma nova lápide para menina com a frase "Se não houve luto, ninguém se lembrará"

arbety instagram Finalmente chegou ao fim um mistério que comoveu a cidadearbety instagramSan Francisco, nos Estados Unidos: o descobrimentoarbety instagramum caixão com o corpoarbety instagramperfeito estadoarbety instagramuma meninaarbety instagramtrês anos morta há 145 anos.

Em uma cena semelhante aarbety instagramum filmearbety instagramterror, o caixão foi encontrado no ano passado durante a reformaarbety instagramuma casa e a menina foi apelidadaarbety instagramMiranda Eve. Foi feita até uma segunda cerimônia para enterrá-la, na qual compareceram maisarbety instagram100 pessoas.

"Não foi fácil, mas era a coisa certa a se fazer", disse à BBC Mundo Enrique Reade, gerente do Garden of Innocence (Jardim da Inocência,arbety instagramtradução livre), uma ONG que enterra crianças não identificadas ou abandonadas e que se responsabilizou pela investigação do caso.

Após "maisarbety instagrammil horasarbety instagraminvestigaçãoarbety instagram34 voluntários estudando 29.982 registrosarbety instagramenterros, comparando mapasarbety instagram1870 com 2017, analisando registrosarbety instagramum cemitério que não existe, rastreando árvores genealógicas e análisesarbety instagramDNA, descobrimos quem foi Miranda Eve", diz a organizaçãoarbety instagramseu site.

"Miranda Eve" na verdade se chamou Edith Howard Cook, nascidaarbety instagram28arbety instagramnovembroarbety instagram1873 e mortaarbety instagram13arbety instagramoutubroarbety instagram1876.

Edith

Crédito, JENNIFER ONSTROTT WARNER / GARDEN OF INNOCENCE

Legenda da foto, Quando foi encontrado, o corpo da criança tinha mofo na mandíbula e algumas manchas brancas no lábio inferior. A artista gráfica retocou uma foto da criança "para que Edith pareça bonitaarbety instagramnovo"

A causa da morte foi marasmo, uma forma crônicaarbety instagramdesnutrição.

Ela tinha sido enterrada no cemitério Odd Fellows, que não existe mais, no distritoarbety instagramRichmondarbety instagramSan Francisco.

O caixão feitoarbety instagramchumbo e bronze que continha o corpo perfeitamente conservadoarbety instagramEdith foi encontradoarbety instagrammaioarbety instagram2016, durante a reformaarbety instagramuma casa construídaarbety instagram1936.

Segundo jornais locais, o caixão estava hermeticamente vedado, o que explica por que o corpo estava bem conservado.

Através da superfície do vidro, era possível observar seu interior: uma menina loira com um vestido branco feito à mão e decorado com delicados laços.

Seu cabelo era adornado com uma rosa e folhasarbety instagrameucaliptos nas laterais. Também exalava forte cheiroarbety instagramlavanda.

Os indícios comprovam que ela parece ter sido enterrada com grande esmero e amor.

Sem saber o que fazer, os operários chamaram a proprietária da casa, Ericka Karner, que estava fora da Califórnia com o marido e os filhos.

Caixão

Crédito, GARDEN OF INNOCENCE

Legenda da foto, Caixãoarbety instagramchumbo e bronze foi encontrado durante reformaarbety instagramcasa no distritoarbety instagramRichmond

"Em primeiro lugar, fiquei chocada, obviamente, ao saber que havia um caixãoarbety instagramuma menina debaixo da casa", disse Ericka ao jornal americano Los Angeles Times.

"Mas, passado o susto, não fiquei muito surpresa, porque conhecia a história da região".

A área a que Karner se refere é o distritoarbety instagramRichmond,arbety instagramSan Francisco, onde havia vários cemitérios no final do século 19.

Com a expansão da cidade, as autoridades aprovaram uma sériearbety instagramportarias que priorizaram a construçãoarbety instagramresidências. Como resultado, os mortos tiveramarbety instagramser mudadosarbety instagramlugar.

O antigo cemitério Odd Fellows ficava abaixo do que mais tarde seria a casaarbety instagramEricka.

O local foi fechado no final do século 19 e todos os corpos enterrados ali foram transferidos para valas comuns na cidade vizinhaarbety instagramColma.

Acredita-se, contudo, que a menina misteriosa com cachos loiros teria sido deixada para trás por alguma razão.

Ao procurar as autoridades locais, Ericka foi informada que a responsabilidade seria dela mesma, já que o caixão havia sido encontradoarbety instagramseu terreno. Foi aí que ela procurou a ONG.

"Não conseguimos fazer [essa investigação] com todas as crianças, só conseguimos fazer isso com essa menina graças ao interesse e à ajuda que recebemos", disse Reade à BBC Mundo.

Elissa Davey, chefe da investigação, mostra mapaarbety instagramcemitérioarbety instagramOdd Fellow

Crédito, Garden of Innocence

Legenda da foto, Elissa Davey, chefe da investigação, mostra mapaarbety instagramcemitérioarbety instagramOdd Fellow

A ONG deu uma nova lápide a Mirandaarbety instagram4arbety instagramjunhoarbety instagram2016, no cemitérioarbety instagramGreenland Memorial Parkarbety instagramColma, Califórnia. O mistério comoveu tanto a cidadearbety instagramSan Francisco que 140 pessoas compareceram à cerimônia.

Na lápide, foi gravada a seguinte frase: "Se não houve luto, ninguém se lembrará". Agora, descobriu-searbety instagramverdadeira identidade.

A primeira fase da investigação foi identificararbety instagramque parte do então cemitério estaria a casa da família Karner. Em seguida, começou a busca por possíveis familiares da menina que haviam sido enterrados perto dela.

O próximo passo foi investigar as histórias desses familiares para achar descendentes vivos e então fazer um examearbety instagramDNA, a última fase do processo.

Peter Cook, sobrinho-netoarbety instagramEdith

Crédito, GARDEN OF INNOCENCE

Legenda da foto, Peter Cook, sobrinho-netoarbety instagramEdith, ajudou na investigação ao fornecer uma amostraarbety instagramseu DNA

A Universidade da Califórnia,arbety instagramSanta Cruz, fez uma análise comparativaarbety instagramDNA e descobriu que havia uma coincidência clara entre as amostras da menina e asarbety instagramum parente vivo - Peter Cook, sobrinho-netoarbety instagramEdith, que vive na região da Baía, na Califórnia.

"Quando começamos, não sabíamos nada sobre ela e o trabalhoarbety instagraminvestigação não foi fácil, mas era um desafio pessoal para todos", afirma Reade.