Cientistas desvendam o misterioso zumbido dos 'peixes cantores':
Segundo eles, o zumbido ritmado e constante dos Porichthys é controlado por um hormônio que também regula o sono e o relógio biológicodiversos seres vivos, inclusive nos humanos - a melatonina.
Para ilustrar essa relação, os pesquisadores primeiro mantiveram os peixes sob luz constante - essa ação praticamente quase suprimiu o zunido dos animais.
Mas quando os cientistas administraram um substituto da melatonina aos peixes, eles voltaram a "cantar", porémhoras aleatórias eforma desritmada.
"A melatonina age como um sinal verde para o canto noturno dos Porichthys", disse o coordenador da pesquisa, Andrew Bass, do DepartamentoNeurobiologia e Comportamento da UniversidadeCornell.
'Peixes cantores'
Bass conta que, embora o canto dos Porichthys já fosse conhecido antes, o interesse nessa espécie aumentou a partirum estudo1924Charles Greene, que se referiu a eles como "peixes cantores".
"Descobrimos que as fêmeas também podem emitir sons, mas apenas os machos territoriais é que constroem ninhos, e produzem o zunido para atrair as fêmeas para esses ninhos", disse o pesquisador.
Limitar o seu canto à noite provavelmente traz benefícios para os peixes - a serenata noturna pode pegar as fêmeasseu momento mais receptivo, ou quando há menos chanceser ouvida por umseus predadores.
O estudo também sugere que melatonina pode ter um papel fundamentaltodo o gênero vertebrado.
Identificar um peixe com comportamento tão intrinsecamente ligado ao relógio biológico indica que esse circuito cerebral evolui desde os nossos ancestrais aquáticos mais primitivos.
"Nosso estudo mostra que os peixes cantores podem ser um modelo útil para estudar hormônios e comportamentoscomunicação vocal relacionados à reproduçãodiversas espéciesvertebrados", disse Ni Feng,Yale.