Bolsonaro: os gastos no cartão corporativo que podem entrar na mira da Justiça:estrela bet imagem
Dessa forma, com o fim do mandatoestrela bet imagemBolsonaro, seus dados puderam ser disponibilizados e foram reunidos numa planilha com as despesasestrela bet imagempresidentes anteriores. A organização celebrou a divulgação, mas cobrou mais detalhes sobre os gastos.
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Fim do Matérias recomendadas
"Falta ainda divulgar as notas fiscais para maiores detalhamentos, se possível tambémestrela bet imagemtransparência ativa, no Portal da Transparência ou semelhante. Até o momento não foram disponibilizadas informaçõesestrela bet imagemnenhuma nota fiscal, que mostrariam o produto ou serviço específico adquirido", destacou a Fiquem Sabendo.
Possíveis crimes?
No casoestrela bet imagemBolsonaro, foram gastos R$ 27.621.657,23estrela bet imagemquatro anos, ou seja, maisestrela bet imagemR$ 27, 6 milhões. Essa despesa pode incluir gastos do presidente eestrela bet imagemsua equipe mais próxima, como seguranças e assessores que acompanhamestrela bet imagemviagens, por exemplo.
Em meio a milharesestrela bet imagemdespesas, algumas chamam atenção, como gastos elevados com alimentação e abastecimentoestrela bet imagemcombustívelestrela bet imagemdias que o ex-presidente realizou motociatas com apoiadores.
Segundo levantamento do jornal O Globo, o uso do cartão corporativo soma R$ 1,5 milhãoestrela bet imagemdiasestrela bet imagemmotociata.
A maior parte envolve hospedagensestrela bet imagemhotéisestrela bet imagemalto padrão (R$ 865.787), alimentação (R$ 580.181), apoio logístico (R$ 36.047) e gasolina (R$ 18.691).
Quando Bolsonaro realizou uma motociataestrela bet imagemSão Paulo no dia 15estrela bet imagemabrilestrela bet imagem2022, por exemplo, o cartão da presidência realizou sete compras no valor totalestrela bet imagemR$ 62.206 na lanchonete Tony e Thais, que ficaestrela bet imagemMoema.
Nessa mesma data, também foram gastos no total R$ 2614,61estrela bet imagemdois postosestrela bet imagemcombustível.
As despesas indicam a possibilidadeestrela bet imagemo cartão da presidência ter sido usado não só para os gastos da equipe presidencial, mas para fornecer lanches e combustível para os apoiadores que participaram da motociata.
Segundo Gustavo Badaró, professorestrela bet imagemDireito Processual Penal Universidadeestrela bet imagemSão Paulo, se isso tiver ocorrido, o ex-presidente poderia ser enquadrado no crimeestrela bet imagempeculato (desvioestrela bet imagemdinheiro público), que tem penaestrela bet imagem2 a 12 anosestrela bet imagemprisão, alémestrela bet imagemmulta.
Além disso, poderia ser cobrado a ressarcir os cofres públicos na esfera civil.
Outras despesas podem levantar esse tipoestrela bet imagemsuspeita. A planilha revela que Bolsonaro gastou R$ 55 milestrela bet imagemuma padaria no Rioestrela bet imagemJaneiro um dia após a festaestrela bet imagemcasamento do seu filho Eduardo Bolsonaro, que ocorreu na cidadeestrela bet imagem25estrela bet imagemmaioestrela bet imagem2019.
Já o maior gasto com alimentação foiestrela bet imagemR$ 109 mil no restaurante Saborestrela bet imagemCasa,estrela bet imagemRoraima, pago no dia 26estrela bet imagemoutubroestrela bet imagem2021.
Naquele dia, Bolsonaro visitou as instalações da operação Acolhida, que atende migrantes da Venezuela que entram no Brasil, esteveestrela bet imagemcelebração na Assembleiaestrela bet imagemDeusestrela bet imagemBoa Vista, e visitou uma comunidade indígena no norteestrela bet imagemRoraima.
O portal G1 falou com o estabelecimento que recebeu R$ 109 mil. O local confirmou ter fornecido 659 almoços e quase três mil kitsestrela bet imagemlanches, a R$ 30 cada, que foram entregues no quartel do Exército, o 7º Batalhãoestrela bet imagemInfantariaestrela bet imagemSelva,estrela bet imagemBoa Vista.
Ainda segundo o G1, a assessoria do Exército no estado foi questionada, mas não informou para quem os lanches e os almoços foram servidos no dia da visitaestrela bet imagemBolsonaro.
Até a publicação da reportagem, o ex-presidente não comentou publicamente os gastos do seu cartão corporativo.
Comparativos e antigas polêmicas
Os dados da planilha divulgada pelo governo indicam que Temer foi o presidente que menos gastou com o cartão corporativo, seguidoestrela bet imagemBolsonaro, Dilma e Lula, mostra levantamento do jornal O Globo.
Apoiadores do atual presidente questionaram nas redes sociais a validade da comparação, afirmando que as regras do cartão corporativo teriam mudado ao longo dos anos,estrela bet imagemmodo que os gastos registrados no governo Lula incluiriam um número maiorestrela bet imagemdespesas, como gastosestrela bet imagemministrosestrela bet imagemEstado, que não estariam incluídos nos gastos divulgados sobre Bolsonaro.
A BBC News Brasil não conseguiu confirmar essa informação apenas com base na planilha disponibilizada pelo atual governo. A reportagem solicitou esclarecimentos à Secretariaestrela bet imagemComunicação da Presidência (Secom), mas não obteve retorno até a noiteestrela bet imagemsexta-feira.
Segundo a reportagem do jornal O Globo calculou, a partir dos dados da planilha, os gastosestrela bet imagemBolsonaro (R$ 27,6 milhões)estrela bet imagemquatro anos equivalem a R$ 30,8 milhõesestrela bet imagemvalores atualizados pela inflação, o que dá uma médiaestrela bet imagemR$ 7,7 milhões ao ano.
Já Lula gastou R$ 43.988.509,05 nos oito anosestrela bet imagemgoverno,estrela bet imagemvalores da época. Corrigido pela inflação, o montante chega a R$ 110,1 milhões, uma médiaestrela bet imagemR$ 13,765 milhões ao ano.
Nos casosestrela bet imagemDilma e Temer, os valores médios anuais atualizados pela inflação ficam, respectivamente,estrela bet imagemcercaestrela bet imagemR$ 8 milhões eestrela bet imagemR$ 5,7 milhões.
Essas despesas têm sido alvoestrela bet imagempolêmicas desde que o cartão corporativo foi adotado no governo Fernando Henrique Cardoso, com objetivoestrela bet imagemtrazer praticidade e transparência à administração federal.
Em 2008, no segundo governo Lula, o Senado chegou a instalar uma Comissão Parlamentarestrela bet imagemInquérito para apurar o uso dos cartões.
Um dos investigados foi o então ministro dos Esportes, Orlando Silva (PCdoB-SP), que virou alvo após pagar R$ 8,30estrela bet imagemuma tapiocaestrela bet imagemBrasília com o cartão corporativo.
Ele alegou que se enganou no momento do pagamento e que ressarciu o valor, já que o cartão só poderia ser usadoestrela bet imagemviagens.
Também foi alvoestrela bet imagempolêmica uma despesaestrela bet imagemR$ 20.112 com diáriasestrela bet imagemhotel e alimentação,estrela bet imagemuma viagem ao Rioestrela bet imagemJaneiro para qual levou a esposa,estrela bet imagemfilha bebê e uma babá. Ele argumentou que estavaestrela bet imagemagenda oficial e que a presençaestrela bet imagemsua mulher fazia parte do protocolo da viagem.
Apesar disso, Silva decidiu devolver do próprio bolso R$ 30.870,38 gastos com o cartãoestrela bet imagemdois anos como ministro.