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Os países que podem se reaproximar do Brasil no governo Lula:sorte net bet
Também haverá representantessorte net betÁfrica do Sul, Arábia Saudita, Argélia, Azerbaijão, Camarões, China, Costa Rica, Cuba, Estados Unidos, El Salvador, França, Gabão, Guatemala, Guiné Equatorial, Haiti, Irã, Jamaica, Japão, Moçambique, Palestina, Panamá, México, Nicarágua, Palestina, Reino Unido, República Dominicana, Rússia, Sérvia, Ucrânia, Turquia e Zimbábue.
Alguns desses países tiveram divergências com o Brasil, algumas delas sérias,sorte net betanos recentes.
Para especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, há oportunidades para restaurar as pontes danificadas seguindo o mote "credibilidade, previsibilidade e estabilidade", defendido por Lula para a diplomaciasorte net betseu próximo mandato.
Além da reaproximação com as potências mundiais China, EUA, França e Alemanha, há espaço para diálogos com países latino-americanos, vários deles hoje governados pela esquerda (casosorte net betArgentina, Chile, Colômbia e México) esorte net betafinidade histórica com o presidente eleito.
Existe também a possibilidadesorte net betuma nova política diplomática Sul-Sul, ou seja, voltada para naçõessorte net betdesenvolvimento do Hemisfério Sul, o que representaria mais contatos com a África. Foi uma marca dos dois primeiros mandatossorte net betLula.
E mesmo a Rússia, que se acercousorte net betBolsonaro pouco antes do início da Guerra na Ucrânia, fez acenos ao novo governo. Lula tuitou na terça-feira (20/12) que conversou com o presidente Vladimir Putin e discutiu o "fortalecimento da relação". Foi anunciada a vindasorte net betuma representante russa para a possesorte net betBrasília.
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Finalsorte net betTwitter post
O futuro ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, anunciou que as primeiras viagens internacionaissorte net betLula serão para Argentina, Estados Unidos e China, possivelmente nos três primeiros mesessorte net bet2023.
Mudançasorte net bettom
Vieira, experiente diplomatasorte net bet71 anos, retorna ao cargosorte net betchanceler após uma passagem durante o segundo mandatosorte net betDilma Rousseff (PT).
Seu anúncio causou bem menos ruído dentro da instituição do que o nomesorte net betErnesto Araújo — que nunca havia chefiado uma embaixada e foi alçado por Bolsonaro ao posto máximo das relações exteriores principalmente por suas ligações com o filósofo Olavosorte net betCarvalho (1947-2022).
Em seu período como chanceler, Ernesto Araújo se envolveusorte net betdiversas controvérsias.
Hostilizou abertamente a China (o maior parceiro comercial do Brasil), rompeu o caráter historicamente conciliador do Itamaraty durante votaçõessorte net betorganismos multilaterais e minimizou a crise climática num momentosorte net betque o tema ganhava importância a cada dia.
Pressionado, Araújo foi substituídosorte net betmarçosorte net bet2021 pelo diplomatasorte net betcarreira Carlos Alberto França,sorte net betatuação bem menos ruidosa à frente do cargo.
Mas mesmo quando o Itamaraty não estava envolvido, o governo Bolsonaro ocupou manchetes internacionaissorte net betsituações inesperadas.
No primeiro anosorte net betmandato, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ofendeu gratuitamente a primeira-dama francesa Brigitte Macron ao dizer que ela "é feia mesmo".
Guedes voltou a ser mencionado pela mídia francesa ao declarar que o país europeu (maior empregador estrangeirosorte net betterritório brasileiro) está "ficando irrelevante" para o Brasil e que o governo poderia "ligar o f...-se".
Assim, ainda pré-candidato à Presidência e sem um cargo oficial, Lula foi convidado pelo presidente francês Emmanuel Macron para um encontrosorte net betpouco maissorte net betuma horasorte net betParis,sorte net betnovembrosorte net bet2021, com honrarias reservadas a altas personalidades.
Na mesma viagem ainda reuniu-se com Olaf Scholz, atual premiê alemão e então sucessorsorte net betAngela Merkel, e o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez.
Agenda ambiental vai ser motorsorte net betrelações internacionais
Com a vitóriasorte net betLula, a esperada reaproximação com França e Alemanha, os dois sócios mais poderosos da UE, deve se dar principalmente sob uma base: a questão ambientalsorte net betmeio ao agravamento da crise climática, um dos principais motivossorte net betfricção com os europeus nos anos Bolsonaro.
"Acho que uma parte muito importante da cooperação do Brasil com o resto do mundo será na parte do meio ambiente, que se tornou um tema muito importante ao longo dos últimos anos. Essa é a grande diferença entre o cenário internacional dos dois primeiros governos Lula com o do próximo", diz Oliver Stuenkel, professorsorte net betRelações Internacionais da FGV (Fundação Getúlio Vargas)sorte net betSão Paulo.
Adriana Abdenur, diretora da plataforma Cipó e parte da atual equipesorte net bettransição na áreasorte net betrelações exteriores, afirma que os temassorte net betdesenvolvimento sustentável, clima e meio ambiente servirãosorte net betpontes não só com países mais ricos.
"Eles podem representar partesorte net betuma nova base para a integração regional, por meio da revitalizaçãosorte net betespaços como o Mercosul, a Organização do Tratadosorte net betCooperação da Amazônia, a Unasul [Uniãosorte net betNações Sul-Americanas,] assim como a Celac [Comunidadesorte net betEstados Latino-Americanos e Caribenhos]. E o Brasil jogandosorte net betdiversas agendas desses espaços pode, então, compor arranjos regionais".
Vicente Ferraro Jr., cientista político e pesquisador do Laboratóriosorte net betEstudos da Ásia da Universidadesorte net betSão Paulo (USP), lembra que Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo (RDC) anunciaram o esboçosorte net betum acordo na última Conferência do Clima das Nações Unidas.
Os três países, que possuem 52%sorte net bettodas as florestas tropicais remanescentes do planeta, pretendem atuar juntos com o objetivosorte net betnegociar um mecanismo internacionalsorte net betincentivo financeiro para a preservação ambiental.
"Esse grupo é possivelmente partesorte net betuma estratégiasorte net betagenda ambiental que a diplomacia brasileira pode vir a buscar, porque é prioritária para os países do Hemisfério Norte. Pode vir a ser um importante laço", diz Ferraro Jr.
"O Brasil havia investido e acumulado antes uma grande credibilidade, uma atuação muito propositivasorte net betvárias áreassorte net betdesenvolvimento sustentável, clima, meio ambiente, paz e segurança. A interrupção disso representou uma inversão do papel do Brasil, que causou grande alarme. E eu diria até perplexidade", analisa Abdenur.
Volta da ênfase no multilateralismo
Integrante da equipesorte net bettransição, Abdenur relata que "ao contráriosorte net betoutros ministérios que foram realmente esvaziados, inclusive no sentidosorte net betestruturasorte net betpessoal, o Ministério das Relações Exteriores não foi desfalcado".
Mas ela diz que há problemas.
"Encontramos uma sériesorte net betdívidas para com organizações internacionais, inclusive órgãos-chave, como a Assembleia Geral das Nações Unidas. Muitas dessas dívidas põemsorte net betxequesorte net betuma forma muito imediata o podersorte net betvoto do Brasil. E isso traz repercussões para uma gama muito amplasorte net betdebates, discussões, mas tambémsorte net betpolíticas públicas."
Contatado pela BBC News Brasil, o Itamaraty não respondeu sobre essa questão nem sobre outras críticas acercasorte net betsua atuação durante o governo Bolsonaro.
De qualquer forma, a tendência é que organizações multilaterais sejam o meio para o Brasil estimular diferentes formassorte net betintegração e coordenação, diz Ferraro Jr.
"É possível que haja um esforçosorte net betretomar a Unasul e outros fóruns regionais e um esforço para aprofundar as relações no âmbito do Mercosul."
Para isso, analisa o cientista político, será fundamental também superar disputas ideológicas no continente."A gente tem um cenáriosorte net betque haverá governossorte net betdireita convivendo com outrossorte net betesquerda no continente. Esse projetosorte net betintegração sul-americano, latino-americano, não pode ter um entrave ideológico muito profundo porque inviabiliza o modelo."
Venezuela e Brics
O futuro chanceler Mauro Vieira declarou que o restabelecimento das relações com a Venezuela, rompida por Bolsonaro, ocorrerá logo no início do governo.
Na visãosorte net betAbdenur, "a normalização com o governo Maduro e com outros governos que foram colocados para escanteio nos últimos anos é essencial. Não necessariamente porque o novo governo vá concordar com todos os posicionamentos desses países, mas porque o Brasil tem uma tradiçãosorte net betuniversalismo através da qual ele dialoga com todos os países".
Fica a incógnitasorte net betcomo será a cooperação política no âmbito dos Brics, o blocosorte net betpaíses emergentes formado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, observa Ferraro Jr.
"Haja vista que a Rússia é membro do Brics e a gente não sabe o quanto aparecer ao ladosorte net betuma figura como Vladimir Putin pode ser prejudicial para Lula e para a política externa brasileira."
Brasil no meio da tensão e recessão mundiais
A voltasorte net betLula ao poder se dásorte net betum momento bem diferente do início dos anos 2000, quando começou seu primeiro mandato.
Havia entusiasmo pela globalização, e as tensões atuais entre Rússia x Europa Ocidental e Estados Unidos x China estavamsorte net betum estágio embrionário.
Stuenkel, da FGV, diz que "no meio das tensões crescentes entre grandes potências, me parece que não haverá muita mudança. Como foi com Bolsonaro, Lula buscará manter uma certa neutralidade para não ter que escolher entre esses blocos".
Outro desafio será enfrentar a perspectivasorte net betuma recessão econômica mundial. Uma parte importante da popularidadesorte net betLulasorte net betseus primeiros mandatos se deve aos bons números da economia, que foi ajudada na época por um boomsorte net betcommodities.
"A expectativasorte net betuma recessão internacional complica a recuperação do Brasil e diminui a chancesorte net betuma pacificação social. Isso atrapalha claramente as chancessorte net betestabelecer uma cooperação mais ampla pela necessidadesorte net betlidar com desafios internos", diz Stuenkel.
"Agora, a crise é crescente na geopolítica, seja na Ucrânia ou lá na frentesorte net betrelação a Taiwan. Também pode trazer algumas vantagens para a América Latina porque justamente alguns investidores podem preferir regiões que estão longe desse risco geopolítico. Mas,sorte net betgeral, obviamente, a recessão sempre tende a aumentar a instabilidade política e dificultar a cooperação."
Este texto foi publicado originalmentesorte net bethttp://vesser.net/brasil-64032654
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