A pressão sobre as mães para perder a ‘gordura da gravidez’:vaidebet jusbrasil

Pessoa segurando criança

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Legenda da foto, Retorno ao corpovaidebet jusbrasilantes do parto é algo impossível para muitas mulheres

Após uma busca complicada pelo diagnóstico, que incluiu uma esperavaidebet jusbrasilseis meses por uma indicaçãovaidebet jusbrasilfisioterapeuta, Oakley descobriu que sofriavaidebet jusbrasilretocele e prolapsos da bexiga e do útero. Esta condição ocorre quando os órgãos pélvicos não são mantidos adequadamente no lugar porque o assoalho pélvico foi enfraquecido e eles deslizam davaidebet jusbrasilposição normal.

Quatro anos depois,vaidebet jusbrasilcondição melhorou, mas ela ainda tem escapes ocasionais. Ela sempre carrega calcinhasvaidebet jusbrasilreserva quando saivaidebet jusbrasilcasa e fica preocupada quando sai para correr. Houve uma épocavaidebet jusbrasilque ela pensou que precisaria demitir-se do emprego.

"É uma parte muito estranha da nossa cultura avaliar o período pós-partovaidebet jusbrasiluma mulhervaidebet jusbrasiltermos davaidebet jusbrasilaparência e não como ela está se sentindo", afirma Oakley. "Eu pareço estar bem, mas tenho essas lesões do parto que ainda estou enfrentando todos os dias."

Histórias como avaidebet jusbrasilOakley são muito mais comuns do que se imagina.

Embora nem sempre seja sintomático, somente o prolapso dos órgãos pélvicos afeta até 90% das mulheres após o parto. Já a incontinência urinária, que também pode ser causada pela rigidez excessiva do assoalho pélvico, cicatrizes dos tecidos ou lesões nervosas, atinge cercavaidebet jusbrasilum terço delas.

E existe a diástase abdominal,vaidebet jusbrasilque os músculos abdominais que se separam para abrir espaço para que a barriga cresça ainda não se uniramvaidebet jusbrasilvolta. Esta condição pode fazer com que a barriga pareça inchada e causar dores, prisãovaidebet jusbrasilventre e escapesvaidebet jusbrasilurina, alémvaidebet jusbrasildificuldades para andar ou levantar-se. Ela afeta 60% das mulheres após o parto.

E, mesmo na ausênciavaidebet jusbrasillesões específicas da gravidez ou do parto, o corpo sofre alterações fisiológicas drásticas durante a gravidez, o parto e o período pós-parto. Elas são causadas pelos hormônios que dizem ao corpo que mantenha as gorduras armazenadas, pela pressão sobre o assoalho pélvico e pelos nutrientes que são retirados da alimentação da mãe para sustentar o feto ou um bebêvaidebet jusbrasillactação. Tudo isso significa que a recuperação e a cura são demoradas.

Mas muitas mulheres descobrem que, depois que o bebê nasce, a mensagem que elas recebem da sociedade não é que elas devem repousar e recuperar-se, mas sim que elas devem "voltar ao normal", para os corpos e comportamentos que elas tinham antesvaidebet jusbrasilficarem grávidas.

A imprensa examina os corpos das celebridades após o parto para saber se elas perderam peso ou não, com pouco ou nenhum conhecimentovaidebet jusbrasiloutras condições que aquelas pessoas podem estar enfrentando.

Existem inúmeros programasvaidebet jusbrasildieta e exercícios dedicados às mães, mas relativamente poucos deles são elaborados por especialistasvaidebet jusbrasilsaúde pós-parto. Os amigos, a família e até os colegas fazem comentários frequentes sobre a aparência físicavaidebet jusbrasiluma mãe.

E, enquanto os homens com "pneuzinhos" — ou seja, com físico "médio" — atualmente estão sendo celebrados, as mulheres que realmente dão à luz raramente recebem a mesma consideração.

Para algumas mães, a pressão para perder peso rapidamente, aliada à assistência médica e cuidados pós-parto inadequados, pode ser uma mistura tóxica e até perigosa. Ela pode piorar as lesões do parto e dificultar a cura.

E pode também prejudicar a saúde física e mentalvaidebet jusbrasilum dos períodos emocionalmente mais turbulentos e vulneráveis, e com maior privaçãovaidebet jusbrasilsono, da vidavaidebet jusbrasiluma pessoa.

Mudanças inevitáveis

Tornar-se mãe significa mais do que entrarvaidebet jusbrasiluma nova etapa da vida. É uma transformação da vida, da mentalidade e até da identidadevaidebet jusbrasiluma pessoa.

Para muitas mulheres, esta provavelmente é a primeira vezvaidebet jusbrasilque elas foram totalmente responsáveis por um ser humano pequeno e vulnerável, que precisa delasvaidebet jusbrasilforma praticamente constante. E pode ser também a primeira vezvaidebet jusbrasilque elas não trabalham ou são financeiramente dependentes do parceiro.

Barrigavaidebet jusbrasilmulher após gestação ao ladovaidebet jusbrasilmãovaidebet jusbrasiluma criança

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Legenda da foto, A atenção constante ao corpo das celebridades durante e após a gravidez pode trazer muita pressão para as mulheres, que se espelhamvaidebet jusbrasilpadrões que não são realistas

Podem surgir preocupações financeiras, principalmentevaidebet jusbrasilpaíses que não oferecem licença-maternidade ou políticasvaidebet jusbrasilcreche adequadas. E, se ou quando elas retomam suas carreiras, as mães frequentemente sentem a pressãovaidebet jusbrasilprojetar a imagemvaidebet jusbrasilque a maternidade não as mudou - muitas vezes para evitar a "penalidade da maternidade", que prejudica os salários e as perspectivas profissionais das mulheres.

Tudo isso ocorre, mesmo sabendo que a maternidade afeta não só as prioridades (fazendo com que, por exemplo, seja mais difícil ficar até tarde da noite no escritório), mas chega até a mudar o cérebro das pessoas.

Para piorar a situação, tudo isso acontecevaidebet jusbrasiluma épocavaidebet jusbrasilque muitas mulheres estão mais exaustas do que nunca. Elas estão se recuperando fisicamente da gravidez e do parto. E maisvaidebet jusbrasilum quarto delas sofrevaidebet jusbrasilproblemasvaidebet jusbrasilsaúde mental, como a depressão pós-parto ou estresse pós-traumático após darem à luz.

E, como se não bastassem todos esses fatoresvaidebet jusbrasiltensão, as mães ainda lutam contra a pressão para "voltar ao normal".

Muitas culturas, especialmente no Ocidente, colocam uma pressão imensa sobre as mulheres após o parto. Elas precisam voltar a agir como se a gravidez, o parto e a maternidade nunca tivessem acontecido - e rápido.

"Muitas novas mães sentem que precisam se esforçar para provar quevaidebet jusbrasilgravidez não causou alterações a elas, nem aos seus corpos", segundo a ginecologista, obstetra e especialistavaidebet jusbrasillactação Jennifer Lincoln,vaidebet jusbrasilPortland, no Estadovaidebet jusbrasilOregon (EUA). Trata-sevaidebet jusbrasiluma "realidade inatingível para muitas", afirma ela, mas as mulheres, ainda assim, internalizam essa pressão - e, às vezes, forçam seus corpos ao máximo,vaidebet jusbrasilformas perigosas.

"Já vi pessoas que começaram a exercitar-se apenas uma semana após o parto e, depois, tiveram problemas com prolapso uterino e da cervical por se exercitarem demais, alémvaidebet jusbrasilsofrerem maior sangramento", afirma Lincoln, que também é autora do livro Let's Talk About Down There: An OB-GYN Answers All your Burning Questions... Without Making You Feel Embarassed for Asking ("Vamos falar sobre lá embaixo: uma ginecologista-obstetra responde a todas as suas perguntas ardentes, sem deixar você constrangida por perguntar",vaidebet jusbrasiltradução livre).

"Também já tive mães que amamentavam, mas reduziram suas caloriasvaidebet jusbrasilforma tão drástica que seu volumevaidebet jusbrasilleite diminuiu", ela conta.

Mesmovaidebet jusbrasilcasosvaidebet jusbrasilgravidez e parto saudáveis e sem complicações, o corpo sofre grandes alterações. Muitas das mudanças psicológicas significam que a retomadavaidebet jusbrasilexercícios vigorosos ou cortesvaidebet jusbrasilcalorias precisam ser analisados com cautela. Outras transformações físicas podem chegar para ficar, tornando a volta ao normal um objetivo impossível.

Em primeiro lugar, naturalmente, existe o ganhovaidebet jusbrasilpeso.

"Quando você está grávida, você tem um aumentovaidebet jusbrasiltodos aqueles hormônios que nos dizem para manter o peso porque precisamos dele", explica Jenna Perkins, enfermeira especializadavaidebet jusbrasilsaúde da mulher e distúrbios do assoalho pélvico da regiãovaidebet jusbrasilWashington DC, nos Estados Unidos. "Nós precisamosvaidebet jusbrasiltoda essa gordura armazenadavaidebet jusbrasilvolta da nossa barriga para proteger nosso útero sensível e o bebê que está crescendo dentro dele."

Enquanto isso, os músculos abdominais e o assoalho pélvico são estirados na espessuravaidebet jusbrasiluma folhavaidebet jusbrasilum papel. Carregar um feto e o estresse do parto vaginal colocam mais peso e pressão sobre o assoalho pélvico.

Até os ossos se movem: durante a gravidez, a pélvis se inclina e fica,vaidebet jusbrasilmédia, cercavaidebet jusbrasil2,5 cm mais larga.

Muitas mulheres também sofrem os procedimentos e lesões comuns que podem resultar da gravidez e do trabalhovaidebet jusbrasilparto. E não apenas o prolapso dos órgãos pélvicos e a diástase abdominal, mas a cura do corte da cesariana ou do rasgo do períneo, por exemplo.

Isso pode levar mais tempo do que é informado para as mulheres. Seis semanas após a cesariana, a maioria das cicatrizes do corte ainda não terá se curado totalmente e a fáscia abdominal, que mantém os órgãos e os músculos nos seus lugares, terá recuperado menosvaidebet jusbrasil60% davaidebet jusbrasilresistência original.

Todas essas mudanças e seus possíveis resultados, segundo os especialistas, indicam que a ideiavaidebet jusbrasilque as mulheres podem retornar fisiologicamente ao mesmo corpovaidebet jusbrasilantes da gravidezvaidebet jusbrasilquestãovaidebet jusbrasilsemanas após o parto é, no mínimo, imprecisa, podendo chegar a ser perigosa.

'Está animada?'

Em Indiana, nos Estados Unidos, Shelby Alley afirma que começou a sofrer a pressão da cultura da volta ao normal antes mesmovaidebet jusbrasildar à luz,vaidebet jusbrasil2022.

"Meu patrão, na época, antes mesmo que eu tivesse o bebê, perguntava: 'você está muito animada para ter o seu corpovaidebet jusbrasilvolta?'", ela conta. "E era um pensamento tão bizarro para mim porque eu estava literalmente gerando um ser humano. Meu corpo era mais meu do que nunca. Mas foi quando senti essa pressão pela primeira vez."

Ela internalizou a mensagem e, como resultado, mudou a forma como tratava o seu corpo. "Depois que meu filho nasceu, eu senti que, 'OK, não preciso continuar alimentando meu corpo porque não estou mais gerando outro ser humano. Posso começar a limitar minha dieta'", segundo ela.

Imagem da cantora Rihanna quando ela estava grávida

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Legenda da foto, O foco da sociedade na rápida perdavaidebet jusbrasilpeso após o parto pode fazer as mulheres se esforçarem demais, colocandovaidebet jusbrasilrisco seus corpos evaidebet jusbrasilsaúde

Mas, quando ela começou a reduzir as calorias, a primeira coisa que ela notou foi que seu leite diminuiu.

"Eu pareivaidebet jusbrasilsuperproduzir (eu conseguia bombear cercavaidebet jusbrasil240 ml) e mal gerava o suficiente para meu filho", ela conta. "Ele estava mamandovaidebet jusbrasilhoravaidebet jusbrasilhora, não parecia satisfeito."

E ela, que já dormia pouco com a vida com um recém-nascido, sentiu-se ainda mais exausta e seu bom humor desapareceu.

Alley não restringe maisvaidebet jusbrasilalimentação, mas, às vezes, ainda se sente "culpada" por não ter perdido todo o peso davaidebet jusbrasilgravidez. "Foi difícil reconciliar o que o mundo quer que você seja com o que a natureza precisa que você seja", afirma ela.

'Perdi todo esse peso - então, você também pode'

Apesarvaidebet jusbrasiltoda essa realidade, a mensagem que as mulheres recebem depois do parto é clara: recupere o seu corpo, o mais rápido possível.

A ênfase na perdavaidebet jusbrasilpeso após o parto decorrevaidebet jusbrasiluma sérievaidebet jusbrasilfatores. Mas fundamentalmente, a cultura da "volta ao normal" surgiu das ideias gerais da maternidade moderna, segundo a socióloga especializadavaidebet jusbrasilestudos da maternidade Sophie Brock,vaidebet jusbrasilSydney, na Austrália. Ela também é apresentadora do podcast "The Good Enough Mother" ("A mãe suficientemente boa",vaidebet jusbrasiltradução livre).

"As mães estão sujeitas a certas normas e expectativas sociais, diferentes das mulheres que ainda não são mães", afirma ela. "A pressão cultural da 'volta ao normal' é um exemplo disso."

"Espera-se que as mães consigam apagar todas as evidências físicasvaidebet jusbrasilterem, algum dia, tido filhos, ao mesmo tempovaidebet jusbrasilque se dedicam totalmente a eles - tentando atender, ao mesmo tempo, às pressões e exigências do que significa ser simultaneamente uma mãe/esposa/profissional perfeita", explica ela.

Mas Brock acrescenta que "isso não é possível - as pessoas nos pedem para atender a ideias conflitantes e nunca podemos ser 'suficientes'".

A cultura das celebridades também é um sintoma e uma causa ao mesmo tempo.

Algumas celebridades, como a modelo Emily Ratajkowski, parecem ter barrigas planas poucos dias depois do parto. Já outras estrelas conhecidas publicaram detalhes sobre avaidebet jusbrasilperdavaidebet jusbrasilpeso, conseguida graças aos planosvaidebet jusbrasildieta e exercícios.

E, quando as celebridades não retornam imediatamente aos seus corposvaidebet jusbrasilantes do parto, a imprensa muitas vezes destaca essas mulheres como sendo diferentes ou excepcionais. Esse foco constante faz com que os corpos pós-parto permaneçam sendo temavaidebet jusbrasilconversas - às vezes, tornando-se o centro da atenção do público, independentemente do contextovaidebet jusbrasilque essas reportagens são apresentadas.

"Você vê Rihanna no momento sendo criticada ou elogiada por não perder o peso do bebê", afirma a apresentadora britânicavaidebet jusbrasilTV e influenciadora digital Ashley James, que teve seu primeiro filhovaidebet jusbrasiljaneirovaidebet jusbrasil2021. "Por que isso é temavaidebet jusbrasildiscussão?"

Alguns especialistas acreditam que, embora tenha se originado nas sociedades ocidentais predominantemente brancas, a cultura da volta ao normal tornou-se global. A fisioterapeuta e coachvaidebet jusbrasilfitness pós-parto Surabhi Veitch,vaidebet jusbrasilToronto, no Canadá, afirma que vem observando cada vez mais a pressão para perder peso, que atinge clientesvaidebet jusbrasiltodas as etnias e nacionalidades.

Veitch afirma que isso "decorre da cultura da supremacia branca, na qual os padrões brancos ou eurocêntricosvaidebet jusbrasilbeleza são a norma. Vejo isso causando impactos sobre mulheres brancas, asiáticas, indianas e negras".

Veitch nasceu na Índia e afirma que, quando ela era criança, era "melhor ser um pouco maior, mais curvilínea... mas, agora, depois que a Índia absorveu mais esses ideais ocidentais, existe lá essa pressão para sermos magras, com esses abdomens planos".

Ela acrescenta que já observou este mesmo fenômenovaidebet jusbrasiloutras culturas asiáticas, como as mulheres coreanas, chinesas e japonesas com quem ela trabalha.

'Soluções mágicas'

A publicidade também tem influência no aumento da pressão.

As redes sociais e o Google estão repletosvaidebet jusbrasilanúnciosvaidebet jusbrasilcursos e planosvaidebet jusbrasildieta destinados às mães. Existem até produtos que são apresentados como "soluções" para recuperar os corpos que as mães tinham antes do parto.

A ortopedista e fisioterapeuta do assoalho pélvico Margo Kwiatkowski,vaidebet jusbrasilVentura, na Califórnia (Estados Unidos), destaca o uso popular das cintas modeladorasvaidebet jusbrasilcompressão para o abdômen, que algumas mulheres usam após o parto.

"Elas não irão comprimirvaidebet jusbrasilbarriga", explica ela. Masvaidebet jusbrasilaversão às cintas vai além desta questão.

"Muitas das cintas modeladoras vendidas online e comercializadas para uso pós-parto são exatamente como um espartilho", explica ela, o que pode agravar o prolapso.

Por mais que uma mulher possa não desejar entrar na cultura do "voltar ao normal", é difícil não ser afetada, segundo Sophie Brock. Ela compara a mensagem onipresente à nossa volta com a vida no "aquário" da maternidade.

Mulher pedalandovaidebet jusbrasilbicicleta ergométrica

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"Não podemos 'pular fora', nem ficar imunes a essa influência", afirma ela. "A cultura se manifesta nas nossas famílias, nos relacionamentos, carreiras, instituições, nos meiosvaidebet jusbrasilcomunicação a que somos expostos etc. Por isso, algumas serão capazesvaidebet jusbrasilconstruir/desenvolver/atingir mais 'imunidade' a essas mensagens do que outras."

Uma pessoa que descobriu que essas mensagens são prejudiciais é Lucy Kingsford,vaidebet jusbrasilCambridge, no Reino Unido. Quando seu filho nasceu,vaidebet jusbrasiljaneirovaidebet jusbrasil2022, Kingsford passou por uma episiotomia - um procedimentovaidebet jusbrasilque o períneo é cortado na hora do parto para abrir caminho para o bebê.

Mas, no caso dela, seus pontos ficaram infectados. A dor era lancinante e ela não conseguia sentar-se sem uma almofada inflável.

"Eu não conseguia nem mesmo me deitar direito", ela conta. "Se eu andasse por maisvaidebet jusbrasilcinco minutos, abriria os pontos. Eu tomei três rodadas diferentesvaidebet jusbrasilantibióticos e precisei pararvaidebet jusbrasilamamentar porque os remédios estavam deixando meu bebê doente."

Kingsford levou quatro meses para começar a andar novamente, que dirá recuperar o corpo que tinha antes do parto.

Apesarvaidebet jusbrasiltudo por que passou, ela também sente a pressão cultural para voltar ao normal - uma realidade que a fez sentir-se derrotada, agora que ela usa roupas que são oito números maiores do que antes da gravidez.

"Esses dias logo após o parto, por si só, já são difíceis", afirma ela. "E, então, você tem a imprensa produzindo reportagens e mais reportagens dizendo, 'estas celebridades estão com ótima aparência poucas semanas depois do parto'."

"Mas o pior são as pessoas 'normais', não celebridades, dizendo 'perdi todo esse peso - você também pode'. Eu tive depressão pós-parto muito forte e não acho que ver esses conteúdos no Facebook tenha ajudado", afirma ela.

No casovaidebet jusbrasilAlley e outras, a cultura da volta ao normal, muitas vezes, chega até elasvaidebet jusbrasilfamiliares próximos, que insistiramvaidebet jusbrasilcomentar sobre o pesovaidebet jusbrasilAlley ao longovaidebet jusbrasiltoda a gravidez.

"Ninguém deveria sentir que precisa voltar ao normal com tanta rapidez depoisvaidebet jusbrasilter um bebê. Eu sei que fui longe demais, rápido demais", afirma ela. "Acho que, se tivesse uma comunidade que me apoiasse mais, ou uma comunidadevaidebet jusbrasilfato que me dissesse 'olá, tudo vai ficar bem', acho que teria sido uma mãe melhor, mais cedo."

Outra mulher que se manifestou sobre as consequências da cultura da volta ao normal sobre a saúde mental e física das mulheres foi a influenciadora James. "Eu lembro que pensava 'seis semanas são suficientes, vou pegar a liberação do médico da família e voltar a correr", ela conta.

"Minha fisioterapeutavaidebet jusbrasilsaúde pélvica disse 'você pode vir me ver antesvaidebet jusbrasilcomeçar a corrervaidebet jusbrasilnovo?' E foi quando ela me diagnosticou com prolapso. Ela disse que, se eu tivesse começado a correr, teria sido muito perigoso, pois eu teria agravado o prolapso."

James conta que, felizmente, ela já havia trabalhadovaidebet jusbrasilrelação com seu corpo antes da gravidez e depois do parto,vaidebet jusbrasilgrande parte por ter sofrido um período ruim anteriormente, pertovaidebet jusbrasil2014, quando teve ataquesvaidebet jusbrasilpânico antesvaidebet jusbrasileventos, preocupada porque ela parecia "enorme".

"Quando fiquei grávida, fiquei animada, pensando 'que venham as mudanças'", ela conta. "Fiquei com estrias na barriga, onde a pele ficou estirada, mas, na verdade, eu gosto delas... gosto da ideiavaidebet jusbrasilque o seu corpo é quase que uma tapeçaria feita pela mãe natureza, com todas as pequenas cicatrizesvaidebet jusbrasildiferentes histórias da vida, como ter um filho."

Mas sentimentos como osvaidebet jusbrasilJames continuam sendo exceções e não a regra.

'Meu marido levou a balança embora'

É claro que existe outra realidade: para muitas mulheres, não importa o quanto elas façam exercício ou sigam dietas. Seus corpos nunca voltarão a ser o que eram antes da gravidez. E Veitch explica que isso é normal.

"Falo frequentemente sobre o pós-parto como a puberdade", explica ela. Nós não passamos pela puberdade esperando que os nossos corpos se pareçam como quando tínhamos nove ou 10 anosvaidebet jusbrasilidade. Nós sabemos que nossos corpos mudaramvaidebet jusbrasilforma permanente."

"Na gravidez ou no pós-parto, não estamos mudandovaidebet jusbrasilforma tão drástica, mas existem imensas alterações", afirma ela. "E a maior parte das mulheres não voltará a ter exatamente a mesma aparência que elas tiveram um dia."

Mas,vaidebet jusbrasiluma cultura que valoriza a volta ao normal e faz com que ela pareça acessível e saudável para todas as mulheres, não ter o corpovaidebet jusbrasilforma, capazvaidebet jusbrasiltudo o que fazia antes da gravidez, pode parecer um fracasso.

Até as mulheres que priorizaram a volta ao normal e acham que,vaidebet jusbrasilforma geral, foi positivo apresentam sentimentos contraditórios.

Antesvaidebet jusbrasilficar grávida, Hannah Lucy Galliers,vaidebet jusbrasilGloucestershire, no Reino Unido, sempre manteve os exercícios como "grande prioridade". Mas, entre os lockdowns da pandemiavaidebet jusbrasilcovid-19, o fechamento das academias e a gravidez, "eu não reconhecia mais quem eu era - eu não reconhecia meu rosto no espelho", ela conta.

E, depoisvaidebet jusbrasilrecuperar-sevaidebet jusbrasiluma cesariana, ela voltou imediatamente para a academia.

"Eu sempre usei o exercício para regular minha saúde mental e voltar ao normal era muito importante para mim", afirma ela. Mas Galliers ressalta que também foi motivada por querer parecer magra. E encontrar um meio-termo feliz não tem sido fácil.

"Quando comecei a ficar preocupada porque meu peso não diminuía ou havia aumentado um pouco, meu marido levou a balança embora, porque ele não queria que eu me deixasse mais doente", recorda ela. "Pode tornar-se algo muito obsessivo, pois vivemosvaidebet jusbrasiluma sociedade que determina os valores das mulheres pelo número na balança."

James faz parte da resistência à cultura da volta ao normal nas redes sociais, com postagens celebrando as mudanças do seu corpo. Ela destaca que o foco no peso da pessoa pó-parto não é perigoso apenas para a saúde física e mental. É também uma reversão bizarravaidebet jusbrasilcomo as mulheres costumam ser tratadas durante a gravidez.

"São nove meses criando um bebê, com todos falando como você está radiante e como você está bonita. E, depois, eles ficam um tanto espantados", ela conta. "Avaidebet jusbrasilaparência externa não deveria ter importância. Deveria ser, 'uau, obrigado por trazer uma vida para este mundo' ou 'você está bem?'"

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) na seção Family Tree do site BBC Worklife

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