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Eleições 2022: Lula é 'inteligentíssimo' e Bolsonaro, 'mais autêntico': o que pensa Igor Coelho do podcast Flow:blaze gg
Segundo o apresentador, o petista é "inteligentíssimo" e "muito habilidoso". Já Bolsonaro é "mais autêntico", algo que vê como um trunfo do presidente.
"A impressão que eu fiquei do Lula é que amplificou a ideia que eu tinhablaze ggque ele é muito safo. Ele é inteligentíssimo, ele é muito hábil, ele comete poucos erros, atéblaze ggum ambiente livre, sabe? Ele se compromete pouco na fala, muito habilidoso", disse Coelho.
"Mas a maneira como a política é feita no PT,blaze gguma forma geral, na campanha e tudo mais, só confirmou o que eu imaginava mesmo, que é muito controlado. É tudo muito cuidadoso e é meio plástico, meio artificial", criticou ainda.
Em contraponto ao "profissionalismo" petista, Coelho destaca a capacidadeblaze ggBolsonaroblaze ggse conectar com uma parcela do eleitor por meioblaze ggseu jeito "cru", embora o apresentador reconheça que muitas declarações do presidente são reprováveis e inapropriadas para o cargo.
"No dia do Bolsonaro, que é o presidente da República, não tinha ninguém enchendo o saco dele pra ele pararblaze ggfalar. Ele falou um monteblaze ggcoisas que podem ser reprováveis, e ninguém se meteu. Então, nesse sentido, eu acho que sim, é mais autêntico", avaliou.
"Eu acho que na posiçãoblaze ggpresidente da República, um cuidado maior com as palavras faz-se necessário. Mas, a ausência desse cuidado comunica alguma coisa também. Eu acho que isso o aproxima do povo, sabe? Eu acho que ele falar do jeito chucrão dele lá, e cru, e sem pensar muito, dá a impressão que ele está falando o que está na cabeça dele. Portanto, a gente sabe exatamente o que tem na cabeça dele. E é melhor isso do que uma fala muito bem estudadinha, que nem, sei lá, do Alckmin", acrescentou.
Na entrevista à BBC News Brasil, Coelho também criticou a decisão do Tribunal Superior Eleitoralblaze ggdesmonetizar (impedir ganhos com publicidade) canais do YouTube e suspender o lançamentoblaze ggum filme sobre a facada da qual Bolsonaro foi vítima na eleiçãoblaze gg2018. Nablaze ggavaliação, a medida seria censura prévia.
Já o TSE considerou que esses canais propagam informações falsasblaze ggapoio a Bolsonaro e contra Lula. Para a Corte, a suspensão da monetização desses canais é uma formablaze ggproteger a lisura da eleição.
O apresentador comentou ainda a saídablaze ggBruno Aiub, conhecido como Monark, do Flow, após ele ter defendido a possibilidadeblaze ggum partido nazista existir legalmente no Brasil. Embora discorde dessa declaração, Coelho considera "absurdo" Monark ser tratado como nazista e ter perdido o direitoblaze ggter um canal monetizado no YouTube. Devido a essa restrição, Aiub deixou o programa para que o Flow não perdesse as receitas com o canal.
A entrevista com Lula, aliás, gerou bom retorno financeiro. Segundo Coelho, até o início da tardeblaze ggquinta-feira (20/10), o Flow havia recebido ao menos R$ 50 mil do YouTube, recursos que vêm principalmenteblaze gganúncios exibidos para o público que assistiu ao episódio.
Confira a seguir os principais trechos da entrevista concedida por vídeo-chamada.
blaze gg BBC News Brasil - A entrevista com o ex-presidente Lula bateu maisblaze ggum milhãoblaze ggviews simultâneos. Essa audiência te surpreendeu?
blaze gg Igor Coelho - Surpreendeu sim. Eu já tinha visto o desempenho do Lulablaze ggeventos online antes,blaze ggcomparação com eventos do pessoal do Bolsonaro. Então, eu estava chutando assim: Bolsonaro fez 590 mil, eu acho que o Lula vai ter uns 300 mil e pouco. Só que aconteceu uma mobilização na internetblaze ggvários influenciadores, todo mundo se movimentando com o único objetivoblaze ggbater o número que o Bolsonaro tinha feito. Isso gera algumas distorções, inclusive nos nossos (dados) analíticos. Por exemplo, a retenção (da audiência na live) é mais baixa do que naturalmente é. O tempo que as pessoas ficam no vídeo também é menor. Então, tem algumas distorções que me mostram que esse número não é real. Mas, mesmo se a gente cortar pela metade, ainda é muita genteblaze ggverdade assistindo.
Meu objetivo não era fazer uns números absurdos. Eu queria mesmo conversar com o Lula, até porque faz dois anos que a gente está correndo atrás dele. Aí a gente teve essa rápida chance.
blaze gg BBC News Brasil - E no caso da entrevista com Bolsonaro?
blaze gg Igor Coelho - Não estou dizendo que aquele número do Bolsonaro também é absolutamente real. Mas tem algumas diferenças. A gente também já está conversando com ele faz um tempo, desde o ano passado. Como a gente não sabia se ele ia virblaze ggverdade, a gente só soltou a agenda no mesmo dia, às 13h, então não teve tanto tempo assim para a galera se mobilizar. Portanto, eu acho que aqueles números do Bolsonaro são menos inflados que os números que aconteceram com o Lula.
A gente queria fazer a mesma coisa para manter todo o mundo nas mesmas condições. Então, com a Simone Tebet a gente também soltou às 13h o aviso que ela ia estar [no Flow]. Já no caso do Lula, o [deputado André] Janones soltou [antes]. Alguém vazou pra ele, e ele começou a mobilização uns dois dias antes do programa.
blaze gg BBC News Brasil - O podcast é um formatoblaze ggentrevista com linguagem diferente do jornalismo que tem ganhado muito espaço nessas eleições. Isso atrai uma audiência maior?
blaze gg Igor Coelho - Eu acho que as pessoas gostariamblaze ggver esses caras, que são profissionaisblaze ggenganar a gente,blaze gguma forma mais humana, sentado numa mesa, conversandoblaze ggigual para igual, com outro cara que se coloca na posiçãoblaze ggum cidadão comum. Essa é a verdade. Quando eu vou conversar com eles, as perguntas que eu formulo são coisas que me interessam na minha vida prática. Todas aquelas firulas que eles falam, os ataques uns aos outros e tal, eu tô menos interessado nisso. Então eu acho que as pessoas estão querendo entender melhor a mente desses caras. E um formato longo e livre, o mais livre possível, eu acho que ajuda bastante nisso. E por isso que eu acho que tem um interesse aí.
Tem também toda a ideia dessa guerra pessoal que eles estão travando. Então, no caso do Lula, eu percebi que, quando chegou 1 milhãoblaze ggpessoas assistindo, eles [celebraram] "ah, tá, batemos o recorde do Bolsonaro". O pessoal da campanha dele [quis terminar a participação do Lula após o recorde], não o Lula pessoalmente.
Eu fiquei um pouco frustrado e, mais uma vez, não com o Lula, mas com o bastidor da coisa. Eu estudei pra caramba e eu não consegui usar nem 30% do que eu anotei. Ficou parecendo que eu estava ajudando o Lula.
Porque, assim, [críticos vão dizer] "ah, você não questionou isso, não questionou aquilo". Não, eu tentei falar umas coisas aqui, mas não deu tempoblaze ggconstruir nada. Com uma horablaze ggprograma, [a equipe do Lula] já estava pedindo para terminar.
Assim, eu entendo que com o Bolsonaro foi muito longo. O Lula é dez anos mais velho que o Bolsonaro, está numa campanha intensa, reta final. Não queria ficar cinco horas com Lula, mas é que uma hora e meia é muito pouco. Não dá para desenvolver nada. Então, nesse ponto eu fiquei meio frustrado.
blaze gg BBC News Brasil - Uma crítica comum ao formato do seu podcast é que seria uma conversa muito livre e que não haveria um preparo seu para rebater quando a pessoa fala algo que não é verdade. Como foiblaze ggpreparação para o podcast do Lula e do Bolsonaro?
blaze gg Igor Coelho - Eu acho que confunde-se eu ser, com o perdão da palavra, escroto com o cara e pressionar e colocar contra a parede, com não perguntar ou não pôr os pontos que podem ser incômodos. Se você assistiu ao programa com o Bolsonaro, vai ver que na maioria do tempo eu estou levantando pontos incômodos. O que eu não estou sendo é desrespeitoso e escroto com o Bolsonaro.
Então, independente do que eu ache, tem um ser humano ali, que, inclusive, pessoalmente, parece meu tio. É uma sensação meio comumblaze ggtodo o mundo que eu já vi que conversou com o Bolsonaro pessoalmente. Parece queblaze ggtoda família tem um Bolsonaro. Então, daí a ele ser presidente e pôrblaze ggprática essas coisas [que ele fala], aí já é uma outra discussão.
Mas o que eu estou dizendo é eu não me coloco na posição realmenteblaze ggser escroto com cara. Porque eu preciso que seja uma conversa. Se não for uma conversa, ele não vai se sentir confortável para me dizer o que eu quero saber.
Por exemplo, tem coisas que o Bolsonaro fala e que o Paulo Guedes fala durante o programa aqui que eu fiquei impressionadoblaze ggnão ter ninguém repercutido essas coisas, [eblaze ggvez disso] repercutindo coisas muito menores, sabe? Ele fala inclusive que ele sabe que a cloroquina não tem comprovação científica. Ninguém repercute esse tipoblaze ggcoisa.
Com o Lula, não deu tempoblaze ggconstruir nadablaze ggverdade ali. Aí pegaram uma fala do Lula e estão transformando num crime absurdo. Estão chamando Lulablaze ggtransfóbico, é forçar a barra.
Eu queria também que as redes sociais tivessem o mesmo fervor para desmentir esses absurdos como estão tendo com Lula, que eu acho que é um absurdo mesmo, mas para todos os seres humanos, porque eles só estão a fimblaze ggdesmentir quem estáblaze ggfato ali alinhado com a narrativa deles.
[Nota da redação - A fala acusadablaze ggtransfobia a qual Igor Coelho se refere ocorreu quando Lula trouxe exemplos hipotéticosblaze ggmentiras que, nablaze ggvisão, poderiam ser criadas na campanha contra ele. É esse trecho: "As coisas absurdas que eles inventam todos os dias não têm critérios. Eles são capazesblaze ggdizer que você nasceu mulher e, depois, virou homem. São capazesblaze ggdizer que vacas voam e que cavalo tem chifre"].
blaze gg BBC News Brasil - E essa é uma crítica que você faz aos dois lados, tanto ao bolsonarismo como ao lulismo?
blaze gg Igor Coelho - Com certeza. Tirando a pessoa dos candidatos, eu considero as campanhas bem parecidas. Ataques semelhantes, mentiras dos dois lados. Não dá para dizer que a campanha do Lula não mente, porque mente. Não dá para dizer que a campanha do Bolsonaro não mente, porque mente. E são ataques raivosos. Cancela aqui, cancela ali.
Eu acho as campanhas muito parecidas, apesarblaze ggachar a campanha do Lula bem mais profissional, e eu não estou dizendo que isso é bom. Eu sinto que, com o Bolsonaro, pelo menos eles [a equipe do presidente] parecem estar empenhadosblaze ggdeixar ele aparecer. Já o Lula parece ter um cuidado [da equipe] para não falar m****.
blaze gg BBC News Brasil - Mesmo entre apoiadoresblaze ggLula, há críticasblaze ggque esse profissionalismo da campanha criaria uma imagem que o distanciaria do "povão", embora Lula seja uma figura com apelo nas grandes massas populares. Você concorda que talvez o Bolsonaro acaba tendo uma imagem mais autêntica?
blaze gg Igor Coelho - Sem dúvida nenhuma. Eu acho que essa é a principal diferença da campanha dos dois. Pô, o que aconteceu aqui na conversa com o Lula foi por causa deles [a equipe da campanha]. No dia do Bolsonaro, que é o presidente da República, não tinha ninguém enchendo o saco dele pra ele pararblaze ggfalar. Ele falou um monteblaze ggcoisas que podem ser reprováveis, e ninguém se meteu. Então, nesse sentido, eu acho que sim, é mais autêntico.
blaze gg BBC News Brasil - Há pessoas que criticam quem coloca Lula e Bolsonaro no mesmo patamar. Elas dizem que Bolsonaro é uma ameaça à democracia e não consideram que Lula seja uma ameaça. Lula conseguiu atrair antigos adversários, como Geraldo Alckmin e Simone Tebet, justamente por verem essa diferença deleblaze ggrelação a Bolsonaro. Você concorda com essa visão?
blaze gg Igor Coelho - Eu concordo até certo ponto com isso. Realmente eles não são parecidos, mas eu não sei se é porque o Bolsonaro é uma ameaça à democracia.
Eu acho que o Bolsonaro é uma ameaça à maneira como as coisas funcionam, não necessariamente democracia. O que eu quero dizer com isso: ele é meio errático, sabe? A sensação que eu tenho é que você não sabe o que você espera do Bolsonaro. O Lula é um político experiente, muito mais hábil. Então, espera-se que ele vá fazer determinadas alianças e conversar com determinados setores e tal. O Bolsonaro é um pouco mais difícilblaze ggprever.
O Lula, por outro lado, ele é muito mais hábil e isso também é perigoso porque ele consegue se entranhar pelo poder e espalhar os tentáculos do PT, por exemplo, pelo poder, como, aconteceu nos anosblaze ggque o PT ficou no poder. Eles estavam no meio da máquina pública. E o Bolsonaro, eu acho que ele nem é capaz disso. Ele não é sofisticado o suficiente para conseguir esse tipoblaze ggmanobra.
Então, pra mim, os dois são um problema. Na verdade, se eu pudesse escolher apertar um botão "segundo turno não vai ter nenhum dos dois", eu apertava.
Então, eu acho que a questão com o Bolsonaro é muito maisblaze ggnão conseguir prever nem nada, do queblaze ggfato ser uma ameaça. Ele nem tem apoio popular, nem apoio das Forças Armadas eu acho, para dar esse golpe que estão falando que ele vai dar. Eu só estou curioso para saber, no caso da vitória do Lula, se o Bolsonaro vai estar lá para passar a faixa, que isso vai ser uma cena interessante.
blaze gg BBC News Brasil - Ou se ele vai dar umablaze ggDonald Trump, que não passou a faixa para o Joe Biden? Houve aquele episódio lastimávelblaze gginvasão do Capitólio por apoiadoresblaze ggTrump, com mortes. Acha que um confusão do tipo envolvendo apoiadores do Bolsonaro pode ocorrer aqui?
blaze gg Igor Coelho - Eu acho, eu acho. Para você ter uma ideia, numa escala bem menor claro, quando anunciou-se que o Lula ia vir aqui, os seguidores do Bolsonaro se organizaram nos grupos deles e começaram a soltar umas mensagensblaze ggvir geral aqui, fazer uma movimentação e fazer uma manifestação contra o Lula.
Então, eu acho que o sentimento que o Bolsonaro propõe e causa é capazblaze ggmover as pessoas a fazer umas loucuras, como a invasão do Capitólio. Mas acho que não passa disso. Não estou dizendo que tudo bem acontecer, mas é que eu acho que um golpe militar é [algo que está] muito longe [de acontecer].
blaze gg BBC News Brasil - Você falou que não gostariablaze ggter que escolher entre Lula e Bolsonaro. Mas, sendo esse o segundo turno, decidiu votarblaze ggalgum deles?
blaze gg Igor Coelho - Eu não voto desde 2012. Eu justifico [ao TSE não ter comparecido para votar] ou voto nulo. E agora que eu tenho conversado mais com políticosblaze gggeral, eu voto menos ainda. Porque agora que eu vejo os caras fazendo as coisas que eu considero sujas e desumanas. Eu não estou falando nesse casoblaze ggLula e Bolsonaro. Eu já conversei com todos os candidatos à Prefeiturablaze ggSão Pauloblaze gg2020. Vira e mexe eu converso com ministro, com deputado, senador. Nem é nada específicoblaze ggnenhum deles. Mas é que eu vejo umas conversas com assessores ou conversa entre assessores [nos bastidores das conversas realizadas no Flow] que eu não sei, me desmotivam cada vez mais.
Eu já não acreditava neles. Agora eu acredito menos ainda. E tem um outro aspecto que que eu considero muito importante: o Flow foi concebido como um ambiente neutro. Eu não estou falando neutroblaze ggopinião, estou falando neutroblaze ggouvir todo mundo. Então, eu já tenho muita dificuldadeblaze ggconversar com a esquerda. Por exemplo, não é o caso [real], mas se falo que eu vou votar no Ciro, os petistas vão ficar p**** e não vão no meu programa. Então, esse ambiente neutro precisa ser preservado e para mim é muito fácil, porque eu não acredito neles [nos políticos] mesmo.
blaze gg BBC News Brasil - Já que você tem essa opinião bem negativa dos políticosblaze gggeral, porque decidiu trazê-los ao seu podcast?
blaze gg Igor Coelho - Porque a estrela do meu programa não sou eu, a estrela do meu programa é a conversa, o que acontece ali. Um dos principais olhares que eu tenho pra quem eu vou trazer no meu programa é o quão relevante ele é para a sociedade. Então, acho que independente do que eu acredito, nessa questãoblaze ggvotar nulo ou não, as eleições podem ser um momentoblaze ggvirada da sociedade. Eu acho que é importante quem está decidindo quem vai ganhar [o eleitor] ouça o que eles [os candidatos] têm pra dizer.
Eu estou te falando que acho que as pessoas deviam votar nulo, mas no programa eu falo que as pessoas deviam ouvir o que acontece ali [na conversa do podcast] e votar com consciência. Por isso que, na minha opinião, o protagonista do programa é a conversa, que as pessoas pegam aquilo ali, formam as suas próprias opiniões, idealmente, e se tornam mais conscientes.
blaze gg BBC News Brasil - Após as conversas com Bolsonaro e Lula, qual foi a impressão que ficoublaze ggcada um deles? Mudou algo nablaze ggopinião?
blaze gg Igor Coelho - A impressão que eu fiquei do Lula é que amplificou a ideia que eu tinhablaze ggque ele é muito safo. Ele é inteligentíssimo, ele é muito hábil, ele comete poucos erros, atéblaze ggum ambiente livre, sabe? Ele se compromete pouco na fala, muito habilidoso. Está fazendo isso há muito tempo e tal. Mas a maneira como a política é feita no PT,blaze gguma forma geral, na campanha e tudo mais, só confirmou o que eu imaginava mesmo, que é muito controlado. É tudo muito cuidadoso e é meio plástico, meio artificial. É a sensação que eu tenho.
Eles soltaram um vídeo nas redes sociais hoje [20/10] da participação do Lula no Flow. E aquele vídeo ali, cara, se você está com um olhar meio desatento, parece que eu estava numa posiçãoblaze ggfã do Lula. Do jeito que o corte foi feito e colocaram ali. Até fiquei meio: "caraca, o que faço com isso aqui, o que eu digo?". Parece que estava combinado [na equipe do Lula]blaze ggele chegar, falar um monteblaze ggcoisa, os caras gravarem, fazer aquele vídeo que ia sair depois. Então, parece muito profissional. Eu tô com medo, inclusive, da minha galera que me acompanha aqui ficar achando que eu estava puxando o saco do Lula, porque naquele vídeo parece pra caramba. Toda carinhablaze ggque vai rodar aí esse vídeo.
Já o Bolsonaro, ele é muito mais uma pessoa... Eu imagino, assim, como é que esse cara virou presidente? Tinha um sentimento antipetista tão forte que foi capazblaze ggcolocar ele ali. Eu nem acho que foi porque a galera gostavablaze ggverdade do Bolsonaro, sabe? Então, a minha sensação pessoal com o Bolsonaro é que ele é um cara que ele tem uma ideia, e a gente pode considerar uma ideia retrógrada e meio fora do seu tempo e tal, mas ele parece que está tentando aplicar aquela ideia ali da maneira que ele acha que... Por exemplo, tu perguntablaze ggeconomia para o cara, o cara desde sempre, não é nem segredo: "pô, pergunta lá pro Paulo Guedes". Tem certas coisas que ele não tá ligado, que ele só não sabe mesmo.
Então, pessoalmente, eu não acho ele um monstro. Eu acho que muitas coisas que o tornam um monstro na mídia foram amplificadas, até pela forma como ele fala, muito menos cuidadoso, muito menos habilidoso do que o Lula. Tem gente que considera isso positivo, inclusive, porque pelo menos a gente sabe o que tem na cabeça dele. Mas eu não acho que ele seja o monstro que está todo mundo dizendo que ele é não. Ele só tem umas ideias muito esquisitas assim que a gente pode, inclusive, não concordar tranquilamente. Eu não concordo, sei lá, com a maioria.
blaze gg BBC News Brasil -Não seria uma visão um pouco condescendente com ele? Ele é o Presidente da República e acaba sendo muitas vezes extremamente grosseiro com as pessoas. No caso das meninas venezuelanas, por exemplo, eu vi que você considerou exagerado tratá-lo como pedófilo por usar a expressão "pintou um clima". Mas, pela forma como ele parece usar politicamente uma situaçãoblaze ggvulnerabilidade dessas meninas, não é natural que gere uma repulsa e críticas graves a ele?
blaze gg Igor Coelho - É natural e necessário. Eu não acho que um Presidente da República pode falar, mesmo num momentoblaze ggraiva, pô, que não é coveiro. Então eu tenho, sim muitas críticas à maneira como ele se porta, e não só a maneira como ele se porta, tenho críticas também à maneira como ele conduziu o governo, ainda queblaze ggalguns pontos.
É natural, acho que as pessoas precisam mesmo ter essas críticas e pensar um pouco sobre o que está acontecendo. E eu concordo contigo. Eu acho que na posiçãoblaze ggPresidente da República, um cuidado maior com as palavras, faz-se necessário. Mas, a ausência desse cuidado comunica alguma coisa também. Eu acho que isso aproxima do povo, sabe? Eu acho que ele falar do jeito chucrão dele lá, e cru, e sem pensar muito, dá a impressão que ele está falando o que está na cabeça dele. Portanto, a gente sabe exatamente o que tem na cabeça dele. E é melhor isso do que uma fala muito bem estudadinha, que nem, sei lá, do Alckmin, entendeu?
Então não estou defendendo, estou dizendo que essa percepção é muito possível. Eu sei porque tem gente na minha família que me diz isso. Tem gente da minha família que me diz o contrário, mas eu consigo entender por que isso conecta tanto. Concordo que não é adequado, mas a gente precisa concordar que comunica alguma coisa também, essa essa maneira como ele se coloca.
blaze gg BBC News Brasil - Sim, tanto que ele tem uma rejeição alta, mas tem também um apoio bem engajado e mobilizado, bem expressivo. Dessas duas entrevistas, Lula e Bolsonaro, você acha que algum deles teve saldo melhor?
blaze gg Igor Coelho - Eu acho que o Bolsonaro teve um saldo melhor, porque, apesarblaze ggtambém achar que a maioria das pessoas que estava assistindo ali era da base dele, ele falou por mais tempo. E tempo, numa corrida presidencial, é importante.
Por isso que eu fiquei um pouco chocado, inclusive, dos caras quererem tirar o Lula ali tão rápido. Porque é tempo com um montãoblaze gggente vendo.
Por mais que tenha uma galera da base ali, eu conversei com algumas pessoas depois do programa do Bolsonaro que me disseram que são bolsonaristas e falaram "pô, eu queria ver o que o Lula tem para falar". E eu não duvido que algumas dessas pessoas estavam assistindo, ou estão assistindo agora [na live gravada] o que o Lula tem para falar. Mas quanto menos ele fala, pior, eu acho. Então, nesse sentido, eu acho que o Bolsonaro, apesarblaze ggter falado várias coisas que podem comprometê-lo, e tal, ele teve mais tempo exposto, sabe? E nesse sentido, eu acho que foi o mais positivo para ele.
blaze gg BBC News Brasil - Qual pergunta, por exemplo, ficou faltando fazer ao Lula que você queria muito ter feito?
blaze gg Igor Coelho - Cara, tem um monte. Eu queria aprofundar um pouco mais sobre o lance da regulação das mídias. O que ele acha desse monteblaze ggcensura do TSE. Eu queria perguntar qual é o custo político e, por que ele paga, por essa aproximação com os ditadores da América do Sul. Eu queria falar um pouco mais sobre economia e tal. Eu li também que o PT não quis lançar o planoblaze gggoverno para não ameaçar alianças, e eu queria entender melhor isso aí, mas não deixaram o cara falar.
blaze gg BBC News Brasil - Qualblaze ggvisão sobre a atuação do TSE, como a decisãoblaze ggdesmonetizar canais?
blaze gg Igor Coelho - Eu acho um absoluto. É que da outra vez eu não tava tão engajado, mas eu não lembro do TSE se metendo tanto no que sai por aí nas últimas eleições. Teve um lance, um documentário do Brasil Paralelo que é chamado "Quem mandou matar Jair Bolsonaro?", alguma coisa assim, sobre a facada e tudo mais, que nem saiu e os caras já censuraram.
Até então tinha roladoblaze ggmandar tirar conteúdo e suspender contablaze ggX pessoas e tal. Mas censura prévia eu não tinha visto ainda não. Acho muito perigoso. Eu acho que o poder que a gente está dando como sociedade para o TSE, para o Alexandreblaze ggMoraes, talvez esteja passando dos limites.
E eu queria muito saber o que esses caras pensam. Porque é muito fácil você bater palma quando está atrapalhando um lado, mas uma hora vai atrapalhar teu lado. É natural, vai acontecer isso.
[Nota da redação - O TSE determinou a suspensão da monetizaçãoblaze ggquatro canais no YouTube, entre eles o do Brasil Paralelo, por considerar que propagavam notícias falsasblaze ggapoio a Jair Bolsonaro e contra Lula. A Corte também determinou a suspensão da exibição do filme "Quem mandou matar Jair Bolsonaro?" até o dia 31blaze ggoutubro, um dia após o segundo turno da eleição. O filme estava previsto para ser lançado no dia 24blaze ggoutubro. Segundo a decisão do TSE, a decisão visa garantir o a lisura e a segurança do processo eleitoral.]
blaze gg BBC News Brasil - O argumento do outro lado é que haveria um grande problemablaze ggfake news que seriam capazesblaze ggrealmente mudar o curso das eleições. Dessa forma, derrubar essas fake news e canais que propagam fake news não seria censura, mas uma questão legal para não distorcer o resultado das eleições. Como você vê esse argumento?
blaze gg Igor Coelho - Mas a censura prévia ao documentário que nem saiu, esse é [caso] o mais graveblaze ggtodos, na minha opinião. Todos os outros dá para a gente debater, discutir. Esse,blaze ggum material que nem saiu, eu não consigo ver um argumento que defenda isso. Parece que está voltando no tempo.
blaze gg BBC News Brasil - Gostariablaze ggabordar a saída do Monark do Flow, após ele defender a possibilidadeblaze ggexistir legalmente um partido nazista. Isso gerou uma reação fortíssima que culminou na saída dele do programa. E depois ele tentou criar outro canal, mas, como o YouTube não permitiu a ele monetizar o conteúdo, ele foi para outra plataforma. Você acha que houve algum exagero ou essa reação se justifica?
blaze gg Igor Coelho - Eu tenho alguns problemas com isso aí. Bom, eu já falei outras vezes que eu concordo que Monark usou um exemplo que é muito perigoso, que ele podia ter dito a mesma coisa usando outras palavras. Isso, na verdade, é uma conversa que eu já tinha tido com Monark várias vezes e eu sei o que ele quis dizer.
Ele quis dizer que, se existe um partido como o PCO, que é um partidoblaze ggextrema-esquerda, por que não pode existir qualquer outro partido? E aí ele usou o [exemplo] do partido nazista. Pessoalmente, eu discordo. Eu não acho que devia ter o Partido Nazista, porque o partido nazista, ele pressupõe morte. Na verdade, divergências políticas a gente pode ter, o que a gente não pode é pregar a morteblaze ggqualquer que seja qualquer pessoa, que é o que o Partido Nazista faz. Então, ele errou aí demais.
Agora, o que aconteceu é que as pessoas transformaram o Monarkblaze ggnazista. E isso não é verdade. E eu sei também que houve uma gigantesca má vontade com o Monark, inclusive ele já era o inimigo público das redes sociais antes, por outras colocações.
Ele fala um bagulho mal elaborado e isso custou bastante coisa pra ele. Teve o lance que ele estava conversando com o [advogado] Augustoblaze ggArruda Botelho [em posts públicos no Twiiter] sobre racismo, que ele acabou pegando a alcunhablaze ggracista também ali.
blaze gg BBC News Brasil - Acho que ele colocou uma pergunta: "racismo deveria ser crime?".
blaze gg Igor Coelho - Não, o que ele escreveu foi: "ter uma opinião racista é crime?". Ele falou isso querendo dizer que "pô, o cara que está ali sendo racista na dele, mas ele tem uma opinião racista, esse cara devia ser preso mesmo sem tomar atitude nenhuma?".
Assim, por que a gente não pode debater isso? Você pode concordar ou discordar. Achar que é crime mesmo, o cara pensar e ficar quieto é crime, não sei. Dá pra gente debater isso tudo, mas aí começaram a chamar o molequeblaze ggracista. E, depois dessa aí no Flow, começaram a chamarblaze ggnazista, é muito pior. E aí ele virou o nazista na internet. Assim, foi muito rápido. É uma daquelas mentiras absurdas que eu gostaria que as pessoas na verdade tratassem da mesma maneirablaze ggtodos os lados, porque, no fim das contas, ele não é nazista.
Eu considero bastante injusto, na verdade, o que aconteceu, tudo o que eu fui forçado a fazer, inclusive, para salvar tudo aqui. Tudo aconteceu baseado na premissablaze ggque o Monark é nazista. Eu ficou triste, inclusive, que o YouTube não permite que ele esteja na plataforma. Ele está desmonetizado pra sempre.
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blaze gg BBC News Brasil - O YouTube permite que o Monark esteja na plataforma, ele só não pode receber dinheiro com isso.
blaze gg Igor Coelho - É, exatamente, exatamente. Mas daí isso inviabiliza um monteblaze ggcoisa. Imagina se ele fica no Flow: se ele fica no Flow, não tem Flow. Então, tem um monteblaze ggproblema, é a mesma coisa que tirar eleblaze gguma vez da plataforma, porque, no fim das contas...
blaze gg BBC News Brasil - Fazendo um contraponto: ele deu outras declarações anteriores também complicadas no próprio Flow,blaze gguma conversa dele com o Antonio Tabet, do Porta dos Fundos, eleblaze ggcerta forma minimizava o problema da homofobia.
blaze gg Igor Coelho - O Monark é exatamente isso aí, é um monteblaze ggdeclaração difícil, porque ele joga a parada ali e aí vamos debater sobre isso. Só que ele joga da pior maneira possível. Isso daí é algo que a gente conversoublaze gg2018.
blaze gg BBC News Brasil - Você não acha que vale uma reflexão? São coisas tão sérias. Por exemplo, você falou que talvez o nazismo seria mais grave que o racismo. Nem sei se poderíamos colocar dessa forma. O racismo está na base da escravidão que matou uma quantidade gigantescablaze ggnegros no Brasil.
blaze gg Igor Coelho - É gravíssimo também.
blaze gg BBC News Brasil - E tem marcas até hoje. Então, será que dá para falar "ah, é mal colocado" simplesmente. Ele também não tem que tentar evoluir disso? E talvez doer no bolso não seja necessário para isso?
blaze gg Igor Coelho - Eu acho que sim. Vou te explicar: quando a gente começou, a gente queria ter uma conversablaze ggbar mais humana possível, que fosse a mais real possível com cinco câmeras miradas na nossa cara. Só que a gente não levoublaze ggconsideração o fato que a gente estava se tornando cada vez mais relevante, mais influente, e as coisas que são ditas aqui... Não é que a gente não pode mais levantar assuntos espinhosos ou discordarblaze ggsenso comum e tudo mais. Mas eu preciso fazer issoblaze ggmaneira mais bem elaborada, sabe?
E esse espaço que a gente tinhablaze ggfalarblaze ggmaneira leviana e superficialblaze ggalgumas coisas ele está muito diminuído. Então, eu não me sinto nem mais confortável trazendo esses assuntos dessa mesma forma descompromissada.
Então, sim, eu acho que à medida que a gente foi se tornando grande, foi se tornando relevante, a gente devia ter também se tornado um pouco mais cuidadoso. E eu já te adianto que essa é uma visão que o Monark discorda. E não estou dizendo que Monark é um monstro. O que eu estou dizendo é que na cabeça dele isso seria um ataque à liberdadeblaze ggexpressão, dentro dos moldes da Primeira Emenda Americana, etc, que ele fala pra caramba.
blaze gg BBC News Brasil - Então, você tem um sensoblaze ggresponsabilidade, mas fiquei com a sensação nablaze ggresposta que também há um sentimentoblaze gguma perda, que isso pode podarblaze ggalguma forma o fluxo das conversas.
blaze gg Igor Coelho - Sim, sim, sim. Mas essa ideiablaze ggperda é uma ideia do Monark para ser sincero. Mas não é a minha opinião, não. Essa era a minha opinião antes dessa M* acontecer, bem antes. Mas eu fui percebendo que a gente falava e as coisas repercutiam. E aí eu fui mudando o jeitoblaze ggeu falar. E assim fui tomando cuidado, por exemplo, com as pessoas cortarem o que eu vou falar, ir para a internetblaze ggum jeito M*. Por exemplo, se eu tenho uma ideia que ela é controversa, eu construo elablaze ggum jeito que o corte vai ficar ridículo. Se o cara quiser cortar, vai fica muito claro que o cara tá cortando pra me sacanear.
Eu vou continuar, inclusive, levantando pautas espinhosas aqui, porque eu acho que é o meu trabalho, mas eu pretendo fazê-las da forma que eu tenho feito, elaborando melhor o que eu quero dizer, até para eu me defender mesmo.
blaze gg BBC News Brasil - Na conversa com o Bolsonaro, por exemplo, teve um momentoblaze ggque ele fez uma piada homofóbica envolvendo a criaçãoblaze gguma vacina da varíola. Você riu, ele ficou brincando que você não tinha entendido, e você disse "eu entendi". Por exemplo, nesse tipoblaze ggmomento, você não acha que caberia fazer uma pontuação: "presidente, não é bem assim"?
blaze gg Igor Coelho - Depois, eu fiquei sabendo que eu entendi errado.
blaze gg BBC News Brasil - E o que você tinha entendido?
blaze gg Igor Coelho - Eu entendi que ele [ao dizer] "ah, pô, tu se amarra numa vacina", talvez tivesse uma conotação sexual no "se amarra numa vacina". Mas depois é que eu fui ver que tinha um lance que quem estava tomando essa vacina era majoritariamente o povo homossexual.
blaze gg BBC News Brasil - É um discussãoblaze ggque essa doença [a chamada varíola dos macacos] estaria atingindo um maior proporção os homossexuais, embora seja uma doença que possa ser transmitida para qualquer pessoa.
blaze gg Igor Coelho - Mas assim,blaze ggqualquer forma, não sei te dizer, se eu tivesse entendido exatamente isso aí, eu não sei o que meu coração ia mandar fazer na hora. Vou pensar sobre isso.
blaze gg BBC News Brasil - Durante a live com o Lula, algumas pessoas enviavam dinheiro para o Flow. Que tipoblaze ggmontante movimenta uma live dessa?
blaze gg Igor Coelho - Eu posso te dizer que uma live como essa do Lula aí realmente dá dinheiro pra cacete. Eu posso te dizer que na última vez que eu olhei ali, deu um número meio assustador inclusive. Se eu não me engano, acho que uns R$ 50 mil.
blaze gg BBC News Brasil - As pessoas fazem enviosblaze ggdinheiro na hora. Como que funciona exatamente? Elas ganham direito a alguma coisa?
blaze gg Igor Coelho - Só o fatoblaze ggter muita gente assistindo, passa muito anúncio, e isso gera bastante dinheiro. O super chats que as pessoas mandam ali, no nosso programa, a gente já avisa há anos que a gente não faz nada com aquele super chat. Porque a gente meio que briga com o YouTube,blaze gguma forma geral, o YouTube me sacaneia. Então, a gente tem uma plataforma paralela que as pessoas, por essa plataforma, elas mandam perguntas para gente. O YouTube, por exemplo, se você manda R$ 10 no YouTube, o YouTube pega três e eu recebo sete. Lá na minha plataforma, eu pago o custo do banco e acabou. Então, as perguntas que eu leio no final do programa, elas chegam pela plataforma, mas não consegui ler nenhuma com o Lula. Não deu tempo.
blaze gg BBC News Brasil - Então, o grosso vem dos anúncios?
blaze gg Igor Coelho - É, o grosso vem pelos anúncios mesmo. Sem dúvida, sem dúvida.
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