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Petista morto por bolsonarista: 6 vezesgrupo e libertadores 2024que violência política pode ter sido estimuladagrupo e libertadores 2024discursos:grupo e libertadores 2024
grupo e libertadores 2024 O assassinato na noitegrupo e libertadores 2024sábado (9/7)grupo e libertadores 2024um guarda municipal petista por um policial penal federal apoiador do Jair Bolsonaro (PL) chocou o Brasil e reforçou o temorgrupo e libertadores 2024uma eleição presidencial permeada pela violência.
Marcelo Aloizio Arruda comemorava o aniversáriogrupo e libertadores 202450 anos quando foi morto a tiros por Jorge José da Rocha Guaranho, que invadiu a festagrupo e libertadores 2024Foz do Iguaçu, no Paraná, aos gritosgrupo e libertadores 2024"Aqui é Bolsonaro!", segundo informaçõesgrupo e libertadores 2024testemunhas à Polícia Civil. O tema da festagrupo e libertadores 2024Arruda era o PT e a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O guarda municipal petista, que também estava armado, revidou depoisgrupo e libertadores 2024ser atingido e, antesgrupo e libertadores 2024morrer, baleou Guaranho, que foi encaminhado para o hospitalgrupo e libertadores 2024estado grave.
Após o crime, as redes sociais se inflamaram com discussões sobre se declaraçõesgrupo e libertadores 2024Bolsonaro estariam incitando o ódio e abrindo caminho para esses atos explícitosgrupo e libertadores 2024violência. No dia 16grupo e libertadores 2024maio, por exemplo, ao mencionar que Lula estava organizando alianças e se reunindo com candidatos a outros cargos eletivos, Bolsonaro disse: "É bom, um tiro só mata todo mundo ou uma granadinha só mata todo mundo".
Por outro lado, defensores do presidente lembraram que Lula agradeceu nesta semana, ao participargrupo e libertadores 2024atogrupo e libertadores 2024Diadema,grupo e libertadores 2024São Paulo, um militante petista que,grupo e libertadores 20242018, foi preso por agredir gravemente um empresário bolsonarista.
Para o sociólogo e professor da Universidade Federalgrupo e libertadores 2024São Carlos (UFSCar) Gabriel Feltran, o assassinato nesta semana do guarda municipal petista não é "ato isolado", mas sim reflexo da retóricagrupo e libertadores 2024violência na política que, segundo ele, começou a ganhar força a partirgrupo e libertadores 20242013 e se intensificou no governo Bolsonaro.
"Esse é um crimegrupo e libertadores 2024violência política muito clássico, marcado por ódio, porque os dois homens não se conheciam. Uma grande maioria dos homicídios no Brasil acontecem entre pessoas que se conhecem e que vão acumulando conflitos ao longo do tempo, até que estoura. Nesse caso não, trata-segrupo e libertadores 2024um crimegrupo e libertadores 2024ódio", diz.
"O policial penal soube que havia uma festagrupo e libertadores 2024um petista. Ele vai lá e ele fala: 'eu vou matar todo mundo'. Porque ele imagina na cabeça dele que o petismo é um câncer da sociedade, que tem que ser extirpado, uma ideia alimentada no governo Bolsonaro."
Já Bolsonaro rebateu afirmaçõesgrupo e libertadores 2024que suas declarações produzem atos concretosgrupo e libertadores 2024violência dizendo: "Falar que não são esses e muitos outros atos violentos, mas frases descontextualizadas que incentivam a violência é atentar contra a inteligência das pessoas. Nem a pior, nem a mais mal utilizada forçagrupo e libertadores 2024expressão será mais grave do que fatos concretos e recorrentes".
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Finalgrupo e libertadores 2024Twitter post
Ele ainda acusou a esquerdagrupo e libertadores 2024ser violenta e resgatou o episódiogrupo e libertadores 2024que foi alvogrupo e libertadores 2024uma facada na campanhagrupo e libertadores 20242018. Segundo as investigações policiais, o autor da facada, Adélio Bispo, que havia sido filiado no passado ao PSOL, uma legendagrupo e libertadores 2024esquerda, tem transtornos mentais e agiu sozinho. Também na eleição passada, a caravana da pré-campanhagrupo e libertadores 2024Lula foi recebida com tiros no Paraná, mas ninguém se feriu. E, na última sexta-feira (8/7), um homem jogou um artefato explosivo com fezes e urina no meiogrupo e libertadores 2024um comício do ex-presidente, no Riogrupo e libertadores 2024Janeiro.
Pelo Twitter, Lula prestou solidariedade às famíliasgrupo e libertadores 2024Arruda egrupo e libertadores 2024Guaranho, alémgrupo e libertadores 2024argumentar que o bolsonarista agiu "estimulado por um presidente irresponsável". "Também peço compreensão e solidariedade com os familiaresgrupo e libertadores 2024José da Rocha Guaranho, que perderam um pai e um marido para um discursogrupo e libertadores 2024ódio estimulado por um presidente irresponsável", disse.
Bolsonaro também se manifestou sobre o caso nas redes sociais, mas não lamentou a morte do guarda municipal nem apresentou condolências à famíliagrupo e libertadores 2024Arruda. "Dispensamos qualquer tipogrupo e libertadores 2024apoiogrupo e libertadores 2024quem pratica violência contra opositores. A esse tipogrupo e libertadores 2024gente, peço que por coerência mudegrupo e libertadores 2024lado e apoie a esquerda", escreveu ao republicar uma mensagemgrupo e libertadores 20242018 no Twitter.
A BBC News Brasil reúne a seguir seis episódiosgrupo e libertadores 2024que a violência política pode ter sido estimulada por discursos políticos.
'Granadinha para matar todo mundo'
Em 16grupo e libertadores 2024abril desde ano, Bolsonaro falougrupo e libertadores 2024"tiro" e "granada" quando criticava Lulagrupo e libertadores 2024discurso no Apas Show, da Associação Paulistagrupo e libertadores 2024Supermercados,grupo e libertadores 2024São Paulo.
"Agora tá todo mundo reunido ao lado do nine [referência a Lula] para organizar a campanha dos caras, pô. A vantagem que a gente tá vendo nisso tudo é que tudo que não presta tá se juntando", afirmou.
"Igual (disse ao) Paulo Guedes,grupo e libertadores 20242018, quando juntou aquele montãogrupo e libertadores 2024candidatos, e eu falei: 'É bom que um tiro só mata todo mundo ou uma granadinha só mata todo mundo'", completou Bolsonaro.
'Fuzilar a petralhada'
Uma das cenas mais emblemáticasgrupo e libertadores 2024alusão à violência contra opositores foigrupo e libertadores 2024setembrogrupo e libertadores 20242018, quando o então candidato Jair Bolsonaro,grupo e libertadores 2024comício na cidadegrupo e libertadores 2024Rio Branco, no Acre, segurou um tripé como se fosse uma metralhadora e disse: "Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre, hein? Vamos botar esses picaretas para correr no Acre. Já que eles gostam tanto da Venezuela, essa turma temgrupo e libertadores 2024ir pra lá. Só que lá não tem nem mortadela, hein, galera. Vão tergrupo e libertadores 2024comer é capim mesmo".
Enquanto falava, ele fingia atirar com o tripé, sendo ovacionado pela multidãogrupo e libertadores 2024apoiadores presentes.
Questionado na segunda-feira (11/7) por jornalistas sobre se o episódio tem relação com o assassinatogrupo e libertadores 2024Foz do Iguaçu, Bolsonaro respondeu:
"Você sabe o que é sentido figurado? Você sabe o que é sentido figurado? Você estudou português nagrupo e libertadores 2024faculdade ou não?", perguntou. "Olha o Lula, o Lula defende ladrõesgrupo e libertadores 2024celular, que é para tomar uma cervejinha. Aí está claro que ele está estimulando roubogrupo e libertadores 2024celular".
'Bandeira vermelhagrupo e libertadores 2024sangue'
Em discusogrupo e libertadores 2024posse,grupo e libertadores 2024janeirogrupo e libertadores 20242019, Bolsonaro declarou que, comgrupo e libertadores 2024eleição, o povo brasileiro começava a se "libertar do socialismo" e do "politicamente correto" e que a bandeira do Brasil só será vermelha se for preciso "sangue" para mantê-la verde e amarela.
"Nossa bandeira jamais será vermelha!", disse Bolsonaro segurando uma bandeira brasileira, enquanto a multidão gritava "mito".
"Só será vermelha se for preciso o nosso sangue para mantê-la verde e amarela", acrescentou, sendo aplaudido pelos milharesgrupo e libertadores 2024apoiadores que acompanharam o discurso feito no parlatório do Palácio do Planalto.
'Vocês sabem o que devem fazer'
Em transmissão ao vivo nas suas redes sociais, no dia 8grupo e libertadores 2024julho deste ano, Bolsonaro atacou o sistema eleitoralgrupo e libertadores 2024urnas eletrônicas e declarou que os eleitores "sabem como se preparar" antes das eleições.
"Não preciso dizer o que estou pensando, mas você sabe o que estágrupo e libertadores 2024jogo. Você sabe como você deve se preparar, não para o novo Capitólio, ninguém quer invadir nada, mas sabemos o que temos que fazer antes das eleições", disse o presidente aos apoiadores durante a live.
A declaração gerou preocupação entre os que temem atos antidemocráticos antes ou depois da eleição, embora o presidente não tenha especificado a que ele se refere quando diz que os eleitores "sabem o que têm que fazer" antes do pleito.
'Só saio morto', 'últimato' e 'canalha'
Em discursosgrupo e libertadores 2024Brasília e São Paulo nas manifestações do dia 7grupo e libertadores 2024setembro do ano passado, Bolsonaro fez uma sériegrupo e libertadores 2024ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à democracia. Ele chamou as eleiçõesgrupo e libertadores 2024"farsa", disse que só sai da presidência "preso ou morto", exaltou a desobediência à Justiça e chamou um ministro do STFgrupo e libertadores 2024"canalha".
"Só saio preso, morto ou com vitória. Quero dizer aos canalhas que eu nunca serei preso", declarou.
Bolsonaro concentrou suas críticas ao STF na figura do ministro Alexandregrupo e libertadores 2024Moraes, que havia determinado no dia 5grupo e libertadores 2024setembro a prisãogrupo e libertadores 2024apoiadores do presidente que publicaram ameaças ao tribunal e a seus membros.
"Não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica da região dos Três Poderes continue barbarizando a nossa população. Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil", disse o presidente.
"Ou o chefe desse Poder enquadra o seu ou esse Poder pode sofrer aquilo que não queremos, porque nós valorizamos, reconhecemos e sabemos o valorgrupo e libertadores 2024cada Poder da República", completou Bolsonaro, conclamando o presidente do STF, Luiz Fux, a interferir nas decisõesgrupo e libertadores 2024Moraes - algo que seria inconstitucional.
Em São Paulo, Bolsonaro citou Moraes nominalmente e o chamougrupo e libertadores 2024"canalha", dizendo que "não pode mais admitir" que ele "continue açoitando o povo brasileiro."
Lula agradece homem que agrediu Bolsonarista
No domingo (10/7), durante atogrupo e libertadores 2024Diadema (SP), Lula fez um agradecimento ao ex-vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho do PT, presogrupo e libertadores 2024maiogrupo e libertadores 20242018 após agredir com gravidade um manifestante pró-Bolsonaro na porta do Instituto Lula, na capital paulista.
"Esse companheiro Maninho, por me defender, ficou preso sete meses, porque resolveu não permitir que um cara ficasse me xingando na porta do Instituto (Lula). Então, Maninho, eu quero agradecer, porque foi o Maninho e o filho dele que estiveram nessa luta. Essa dívida que eu tenho com você jamais a gente pode pagargrupo e libertadores 2024dinheiro. A gente pode pagargrupo e libertadores 2024solidariedade e companheirismo", disse Lula.
Maninho foi denunciado por tentativagrupo e libertadores 2024homicídio, após empurrar,grupo e libertadores 2024abrilgrupo e libertadores 20242018, o empresário Carlos Alberto Bettoni contra um caminhão no diagrupo e libertadores 2024que o então juiz Sergio Moro decretou a prisãogrupo e libertadores 2024Lula. Bettoni bateu a cabeça no para-choque do veículo e teve traumatismo craniano. Imagens registraram o momento da agressão, e Maninho ficou preso por sete meses até ser liberado por um habeas corpus.
Como o discursogrupo e libertadores 2024ódio vira violência
Autor do artigo científico "A política como violência", que aborda a politização das polícias e o impacto da linguagem violenta do governo Bolsonaro, o sociólogo Gabriel Feltran também critica a posturagrupo e libertadores 2024Lula ao agradecer Maninho por uma agressão a um Bolsonarista.
"Isso está errado. Hoje, embora a esquerda seja muito menos armada do que a direita no Brasil, eu também vejo circulandogrupo e libertadores 2024parte da esquerda esse discurso que procura criminalizar um grupo que não faz parte da minha comunidade, que não tem que ser ouvido, que não tem que dizer nada, que tem que só se fechar, se calar, tem que voltar para o bueiro, voltar para o esgoto. Essas declarações não ajudam a construir um país democrático", disse Feltran, que também é autor do livro Irmãos: uma história do PCC (Companhia das Letras, 2018)
Mas ele avalia ser preciso destacar a diferençagrupo e libertadores 2024proporção do uso da violência no Bolsonarismo que, segundo ele, é muito maior. "Sem dúvida, (a apologia à violência entre políticos da esquerda) não se dá na mesma proporção (que no bolsonarismo). E isso é concreto, efetivo."
Para Feltran, a mesma lógica difundida entre camadas conservadoras do Brasilgrupo e libertadores 2024que "bandido bom é bandido morto" está se expandindo, por meiogrupo e libertadores 2024discursosgrupo e libertadores 2024ódio, para a política, com a defesagrupo e libertadores 2024que um grupo considerado corrupto ou "bandido" seja extirpado.
"O perfilgrupo e libertadores 202475% a 85% dos nossos homicídios no Brasil é homem, jovem, negro, favelado. Para esses, constrói-se a lógica antidemocráticagrupo e libertadores 2024que se pode matar à vontade, porque seriam bandidos. Eles não teriam direito algum, não fariam parte da cidadania. Agora, essa fronteira (de exclusão) está se alargando para grupos que não apoiam o projetogrupo e libertadores 2024naçãogrupo e libertadores 2024Bolsonaro", diz.
Feltran cita como exemplosgrupo e libertadores 2024episódios violentos recentes o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), na cidade do Riogrupo e libertadores 2024Janeiro, e a execução do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philips por pescadores ilegais na Amazônia. Também aponta para a crescente violênciagrupo e libertadores 2024operações policiais, como no Jacarezinho,grupo e libertadores 20242021, e na Vila Cruzeiro, neste ano, consideradas as duas mais letais da história do Estado do Riogrupo e libertadores 2024Janeiro.
"Não precisagrupo e libertadores 2024muita sofisticação para a gente ver as conexões entre esses eventos. Eu não trataria esse evento (do assassinatogrupo e libertadores 2024Marcelo Arruda) como um algo isolado. Como um episódiogrupo e libertadores 2024um maluco que decidiu ir lá e dar um tiro numa outra pessoa que ele não conhecia. Não se trata disso, ao contrário. Para mim, a gente tem que encadear os eventosgrupo e libertadores 2024violência que vêm acontecendo no Brasil, no quadro social, no quadro político, no quadro econômico."
- Texto originalmente publicadogrupo e libertadores 2024http://vesser.net/brasil-62098719
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