Guerra na Ucrânia: Putin ficou satisfeito com postura neutraapostas liga italianaBolsonaro, diz analista russo:apostas liga italiana
Para Jeifets, o que mais importa para Vladimir Putin neste momento é o apoio que recebe dentroapostas liga italianaseu próprio país. Segundo ele, Moscou não tem expectativas para o Brasil que vão muito além do que já foi feito até agora.
"Eu tendo a acreditar que a Rússia não estava esperando um apoio absoluto por parte do Brasil. Se analisarmos a posição tomada pelo país oito anos atrás, quando a Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução que condenava a Rússia pela questão da Crimeia, o governoapostas liga italianaDilma Rousseff adotou uma posição negativaapostas liga italianarelação a Moscou e se absteve na votação", diz.
A invasão à Rússia pela Ucrânia aconteceu poucos dias depoisapostas liga italianaJair Bolsonaro se encontrar com Vladimir Putinapostas liga italianaMoscou. Naquele momento, países da Europa e os Estados Unidos já previam uma ação militar comandada pelo Kremlin e condenavam a posição russa veementemente.
O discurso adotado pelo presidente brasileiro no encontro, porém, destoou daquele repetido por Joe Biden, Emmanuel Macron e outros líderes. Em umaapostas liga italianasuas declarações, sem mencionar a crise na fronteira ucraniana, Bolsonaro disse que era solidário à Rússia.
Após a invasão, o líder brasileiro manteve uma posição neutra e evitou criticar Putin. No dia que a operação começou, Bolsonaro chegou a desautorizar o vice-presidente Hamilton Mourão, que tinha comparado a ação militar russa com o nazismo,apostas liga italianauma live. Em outra declaração, ele disse queapostas liga italianaposição eraapostas liga italiana"equilíbrio".
A diplomacia brasileira, porém, votou a favorapostas liga italianauma resolução que condenava as ações russas no Conselhoapostas liga italianaSegurança da ONU. O país também manteve a posição na Assembleia-Geral das Nações Unidas e votou a favorapostas liga italianaoutra resolução semelhante.
"Na minha visão, há muitos gruposapostas liga italianainfluência diferentes no Brasil e as posições diferem muito também", afirma Victor Jeifets. "Nem o Executivo brasileiro tem o mesmo pontoapostas liga italianavista, pois o vice-presidente tomou um partido bastante diferente do presidenteapostas liga italianarelação à crise, assim como outros políticos brasileiros influentes."
Movimentação na América Latina
Ao todo, 141 países votaram contra a Rússia durante a decisão sobre a resolução para condenar a ação militar na Ucrânia na Assembleia-Geral das Nações Unidas. Entre os países que se abstiveram na votação estão alguns aliados recentesapostas liga italianaMoscou, como a China, e outrosapostas liga italianalonga data, como os latino-americanos Bolívia, Cuba, Nicarágua e El Salvador - a Venezuela está impedidaapostas liga italianavotar por acumular dívidas com a ONU.
Para Victor Jeifets, o posicionamento diante da atual crise é demonstrativoapostas liga italianaum rearranjo das visões políticas na América Latina.
"Para alémapostas liga italianaNicarágua, Cuba, Bolívia e Venezuela, a maioria dos países da América Latina não apoiam as atitudes da Rússia na Ucrânia", diz. "E há uma diferença grande da votaçãoapostas liga italianaoito anos atrás sobre a Crimeia, quando muitas nações latino-americanas se posicionaram a favor da Rússia e não apenas se abstiveram".
Segundo o especialista, os governos desses países estão receososapostas liga italianatomar partido no momento. "Eles não querem tomar uma posição definitivaapostas liga italianafavor da Rússia agora porque não têm certeza absolutaapostas liga italianacomo os últimos acontecimentos se relacionam com a lei internacional. E a questão do direito internacional é importante para muitas nações latino-americanas", afirma.
Jeifets acredita que a mudançaapostas liga italianaposição recente cria um movimentoapostas liga italianareordenação das visões sobre política externa na região, o que poderia também afetar as próximas eleições presidenciais nos países do continente.
"A esquerda pode perder certa porcentagemapostas liga italianavotos por contaapostas liga italianasua associação com Moscou aos olhos dos eleitores, apesarapostas liga italianaLula e outros políticosapostas liga italianaesquerda preferirem se distanciar da posição russa", diz.
O analista afirma ainda que o distanciamento dos governos latino-americanos do conflito na Ucrânia deve abrir mais espaço para a China no continente.
"Nos últimos anos observamos um envolvimento grande da Rússia, China e União Europeia na América Latina e uma diminuição da influência dos Estados Unidos", avalia. "Agora, muitas nações querem diversificar suas relações externas e não desejam se colocar entre os EUA e a Rússia, o que pode fazer com que optem por aumentar seus laços com os chineses".
'Guerra Fria 3.0'
A ação militar russa na Ucrânia foi iniciadaapostas liga italiana24apostas liga italianafevereiro e, segundo Jeifets, não há indíciosapostas liga italianaque o confronto deva acabar tão rápido.
"Acredito que este conflito vá se estender por muito tempo. Não me refiro ao estágio militar, porque não sou especialista na área e é difícil fazer uma estimativaapostas liga italianaquantos dias ou semanas pode durar, mas sim aos aspectos econômicos, políticos e geopolíticos", diz o especialista russo.
"Na minha opinião, pode se tonar um conflito mais global entre a Rússia e parte dos países ocidentais. E nesse caso suponho que possa durar meses e anos".
Para Jeifets, se desenha uma conjuntura muito semelhante àquela observada há cercaapostas liga italiana60 anos, durante a Guerra Fria.
"Há alguns anos falava-seapostas liga italianauma Guerra Fria 2.0, um confronto geral entre a Rússia e os países ocidentais iniciadoapostas liga italiana2008 com o conflito na Geórgia e Cáucaso Sul. Mas a partirapostas liga italianafevereiro deste ano a situação mudou e o conflito já pode ser qualificado como Guerra Fria 3.0", avalia.
"Ainda não temos um confronto armado entre a Rússia e a Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte], mas o nívelapostas liga italianatensões está muito mais alto que poderíamos imaginar cinco anos atrás".
O especialista se diz esperançosoapostas liga italianarelação a uma saída diplomática, mas vê uma resistência grande dos dois ladosapostas liga italianaceder durante as negociações.
Entre outras coisas, Moscou exige garantiasapostas liga italianaque a Ucrânia se desmilitarize e se torne um Estado neutro. Isso porque os russos acusam a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)apostas liga italianaavançarapostas liga italianaforma ameaçadora no leste da Europa, expandindoapostas liga italianainfluência por seus vizinhos.
O presidente Vladimir Putin também é determinado ao defender a ideiaapostas liga italianaque a península da Crimeia pertence à Rússia.
"A Rússia certamente não vai cederapostas liga italianasuas exigências, pelo menos não agora", avalia. "A Crimeia não é apenas uma questãoapostas liga italianapolítica externa para a Rússia, mas tambémapostas liga italianapolítica interna, pois se tornou um dos fatores para o aumento da popularidade do presidente da Rússia".
Jeifets também não acredita que a Ucrânia vá abandonar suas condições, especialmente quando se trata do reconhecimento da independência das provínciasapostas liga italianaDonetsk e Luhansk pelo Kremlin. A Rússia invadiu e anexou a região da Crimeia, no leste do país,apostas liga italiana2014.
A movimentação desencadeou uma rebelião separatista nas regiõesapostas liga italianaDonetsk e Luhansk, onde os rebeldes apoiados por Moscou lutam desde então,apostas liga italianauma guerra que já custou 14.000 vidas.
Pouco antes do início da invasão à Ucrâniaapostas liga italianafevereiro, Putin reconheceu a independência das províncias, contrariando o governo ucraniano.
"Ainda espero que haja espaço para uma solução diplomática, mas para isso ambas as partes devem receber alguma espécieapostas liga italianagarantia. Os dois lados devem se sentir seguros, militar e politicamente, ou não cederão", diz o especialista russo.
"Eu espero que o conflito atual não desencadeie um confronto armado. Mas se alguém me perguntasse há 20 dias atrás se o que vemos hoje na Ucrânia seria uma realidade eu diria que era absolutamente impossível", opina Jeifets. "Tudo está mudando muito rápido."
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