Economiaaa poker2022: por que expectativas para o Brasil estão piorando rapidamente:aa poker

Entenda os seis principais fatores que têm feito os analistas reduzirem suas expectativas para o desempenho da economia no próximo ano:

1) Inflação maior e jurosaa pokeralta

O principal fator citado pelos analistas para a revisão nas expectativas para o PIBaa poker2022 é o fatoaa pokerque a inflação no próximo ano deve ficar acima do que era esperado antes.

Com isso, o Banco Central vai teraa pokersubir mais os juros, o que tem efeito negativo sobre o consumo das famílias e o investimento das empresas.

"Revisamos nossa expectativaaa pokerinflaçãoaa poker2021 para 8,4%,aa poker7,3% no início do mês", escrevem os economistas da XP Investimentosaa pokerrelatório desta terça-feira. "A revisão ocorreu devido à piora da crise hídrica, ao IPCAaa pokeragosto bem acima do esperado e à inflação no atacado sugerindo que ainda há pressãoaa pokercustos no curto prazo."

Em agosto, o IPCA (Índice Nacionalaa pokerPreços ao Consumidor Amplo) teve altaaa poker0,87%, bem acima do esperado pelos analistas e maior aumento para o mêsaa poker21 anos. Com isso, a taxa acumuladaaa poker12 meses chegou a 9,68%. O aumento foi puxado pelo preço dos combustíveis e dos alimentos e levou diversos economistas a preverem uma inflação maior para este e o próximo ano.

No boletim Focus — levantamento semanalaa pokerexpectativas do mercado colhidas pelo Banco Central — a projeção para o IPCAaa poker2021 passouaa poker7,58% na semana passada, para 8% essa semana. Para 2022, a previsão foiaa poker3,98% para 4,10%.

A metaaa pokerinflação para este ano éaa poker3,75% e aaa poker2022,aa poker3,50%, conforme determinado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Logo, as estimativas dos analistas sugerem que a inflação deve ficar acima da meta por dois anos seguidos.

E ainda há outros riscos negativos, como o agravamento da crise hídrica e da situação das contas do governo, que podem piorar ainda mais o quadro inflacionário à frente.

"Nesse contexto, acreditamos que o Copom (Comitêaa pokerPolítica Monetária) ainda não enxergará condições para indicar redução do ritmoaa pokerelevação da taxa Selic", escrevem os economistas do Itaú,aa pokerrelatório, prevendo que a taxa básicaaa pokerjuros chegue a 9% ao anoaa poker2022,aa pokervolta a patamar que não era visto desde 2017. Atualmente, a Selic estáaa poker5,25% e ela chegou a 2% no ponto mais baixo.

2) Menor crescimento da renda

Um segundo fator citado pelos economistas para a deterioração das expectativas para o próximo ano é o crescimento modesto esperado para a massaaa pokerrenda — que é a somaaa pokertodos os rendimentos das população.

"Reduzimos nossa projeçãoaa pokercrescimento do PIB no próximo ano,aa poker1,7% para 1,3%, escreve a equipe da XP Investimentos.

Segundo os economistas da casa, além dos efeitos mais contracionistas da política monetária (isto é, a alta dos juros) o cenário incorpora "crescimento modesto da massaaa pokerrenda ampliada disponível às famílias", com altaaa pokertornoaa poker1,5%, descontada a inflação, devido principalmente ao fim do auxílio emergencial, que não deve ser compensado pelo emprego e o aumento esperado do Bolsa Família.

A trajetóriaaa pokeraumento do desemprego prevista pelo Itaú também não sugere perspectiva muito alentadora para o desempenho da massaaa pokerrenda.

"A taxa médiaaa pokerdesemprego voltará ao nível pré-pandemia somenteaa poker2023, e o nívelaa pokerequilíbrio (pouco superior à 10%) deve ser atingido somenteaa poker2025", faz coro a MCM Consultores sobre as perspectivas pouco alentadoras para renda e mercadoaa pokertrabalho à frente.

3) Esgotamento do efeito da retomada dos serviços

Um terceiro fator citado pelos economistas é que o impulso gerado pela reabertura da economia este ano — particularmente no setoraa pokerserviços —, após períodoaa pokermaior distanciamento social provocado pela pandemia, deve perder força no ano que vem.

"A atividade econômica não se beneficiará mais do impulso advindo da reabertura do setoraa pokerserviços, algo que, na nossa visão, ficará restrito ao segundo semestre deste ano", diz o Itaú

O pessimismo no médio prazo é compartilhado por outros analistas.

"Esperamos que alguns dos segmentosaa pokerserviços ainda impactados pela covid (em particular serviços prestados às famílias) se recuperem nos próximos meses,aa pokerconjunto com o progresso no programaaa pokervacinação contra a covid, reabertura da economia e estímulo fiscal renovado", escreve Alberto Ramos, diretoraa pokerpesquisa econômica para América Latina do Goldman Sachs,aa pokerrelatório.

"No entanto, a aceleração da inflação, o aumento das taxasaa pokerjuros, o aumento do ruído e da incerteza política, e a interrupção da tendênciaaa pokeralta na confiança do consumidor e dos empresários podem limitar esse desempenho positivo", diz Ramos.

Já a XP Investimentos alerta que "o desemprego elevado e o baixo crescimento da massa real da renda limitam a demanda por serviçosaa poker2022".

4) Desaceleração global

Um quarto fator citado pelos analistas é a expectativaaa pokerperdaaa pokerímpeto da economia global, o que impacta a demanda e o preço das commodities exportadas pelo Brasil.

O crescimento orquestrado das economias este ano foi impulsionado pela reabertura das cidades, avanço da vacinação e manutenção dos estímulos monetários por boa parte dos Bancos Centrais das economias maduras. No ano que vem, esses fatores se dissipam.

"Os preços das commodities devem se acomodar,aa pokerespecial das commodities metálicas, uma vez que o crescimento da atividade econômica mundial desacelere", diz a MCM Consultores, que prevê um superávit recordeaa pokerUS$ 76,6 bilhões para a balança comercial brasileiraaa poker2021, que deve desacelerar a US$ 74,1 bilhõesaa poker2022, nas contas da consultoria. O superávit é a diferença positiva entre o valor exportado e o importado pelo país.

Essa também é a visão do Itaú: "Vemos desaceleração do setor industrial global e quedaaa pokerpreçosaa pokercommodities ano que vem."

E da XP: "Para frente, vemos as economias brasileira e mundial desacelerando, a taxaaa pokercâmbio e os preços das commodities mais estáveis, a taxaaa pokerdesemprego ainda elevada."

5) Piora da crise hídrica e possível racionamentoaa pokerenergia

Na piora das expectativas dos economistas, também está na conta o agravamento da crise hidroenergética e o crescente riscoaa pokerracionamentoaa poker2022.

"Como se não bastasse o risco fiscal, a crise hídrica segue pressionando custosaa pokerprodução, aumentando a inflação e reduzindo as perspectivasaa pokercrescimento econômico", escreve a equipe da XP.

A consultoriaaa pokerinvestimentos revisouaa pokerprojeçãoaa pokerPIB para 2022aa poker1,7% para 1,3%, mas avalia que o baixo nível dos reservatórios é o principal fatoraa pokerrisco para essa estimativa.

"Nosso cenário considera os efeitos da crise hídrica e aumento do custo da energia elétrica sobre os níveisaa pokerprodução e consumo, mas sem racionamento propriamente dito (redução compulsória)", alertam os economistas.

No início do mês, a XP revisou suas projeções para a possibilidadeaa pokerracionamento nos próximos 12 meses para 17,2%, enquanto o Itaú dobrou seu índiceaa pokerprobabilidade, para 10%aa poker2022.

"A situação hídrica gera pressão adicional sobre a inflação corrente, via aumento das contasaa pokerluz, e também sobre a dinâmicaaa pokerpreços do ano que vem, através da inércia resultanteaa pokerum IPCA mais elevado e do riscoaa pokernovas medidas que visem à redução do consumoaa pokereletricidade", disse o Itaú nesta terça-feira.

6) Eleições conturbadas

Por fim, pesa no pessimismo dos economistas para o próximo ano a certezaaa pokereleições polarizadas e bastante conturbadas.

"O apaziguamento das turbulências políticas deveria interessar sobretudo ao presidente Jair Bolsonaro. Afinal aaa pokerreeleição depende fundamentalmente da melhora da economia", observam os economistas da MCM Consultores.

"Se a crise político-institucional continuar a escalar a recuperação econômica perderá fôlego. O ambiente agitado também atrapalha as costuras para a soluçãoaa pokerproblemas político fiscais, como o pagamento dos precatórios e a criação do programa Auxílio Brasil", diz a consultoria, sobre a ameaça ao programa que visa turbinar o Bolsa Famíliaaa pokerolho na reeleição.

A consultoria cortouaa pokerprojeção para o PIB do próximo anoaa poker2,1% para 1,4%.

"A principal razão é a perspectivaaa pokeragravamento progressivo do quadro político-institucional-fiscal eaa pokerincertezas. Um dos fatores mais importantes é a eleição presidencial polarizada e muito provavelmente recheadaaa pokerpropostas populistasaa pokerambos os lados."

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