Frango 40% mais caro: como a alta da conta355 betluz aumentou preço da ave355 bet2021:355 bet
E o aumento355 betcustos chega também aos ovos355 betgalinha, com alta355 bet1,46%355 betagosto e355 betmais355 bet20%355 bet12 meses.
"O caso do frango exemplifica o efeito dominó causado pelos aumentos da bandeira tarifária, já que a energia elétrica é fundamental para a criação355 betaves", explica Diego Pereira, economista da Apas.
A bandeira mais cara das contas355 betluz já foi reajustada355 bet127% desde dezembro355 bet2020, com a cobrança adicional passando355 betR$ 6,24 a cada 100 kWh (quilowatt-hora) ao fim do ano passado, para R$ 14,20355 betsetembro deste ano.
Criado355 bet2015, o sistema355 betbandeiras tarifárias visa indicar para os consumidores que os reservatórios hidrelétricos estão355 betbaixa e que está sendo necessário o acionamento355 betusinas termelétricas, que produzem energia mais cara. Além disso, o valor adicional pago pelos usuários serve para bancar essa geração mais custosa.
"A indústria do frango utiliza energia elétrica 24 horas por dia, para acelerar o processo355 betmaturação das aves para abate e355 betprodução355 betovos", explica o economista. "Então esse incremento355 betpreços da energia355 betdecorrência do acionamento das usinas termelétricas está sendo repassado para toda a cadeia."
Segundo Pereira, os sucessivos reajustes da bandeira355 betenergia a partir355 betjulho se somaram a um outro efeito que já vinha impactando o preço das aves e seus derivados desde o início do ano: a alta global das commodities, particularmente do milho e da soja, ingredientes da ração usada na alimentação355 betpintos, frangos e galinhas.
"Soja e milho compõem cerca355 bet70% da ração animal", explica o analista, acrescentando que os produtores também têm sido afetados pela alta no preço dos combustíveis utilizados no transporte dos alimentos.
E tem mais más notícias à frente: a alta355 betpreços do frango não vai parar, já que a bandeira foi reajustada novamente355 betsetembro, impacto ainda não captado pelos dados da Apas, que vão só até agosto. "A gente aguarda um novo reajuste, que já está contratado355 betdecorrência desses ajustes tarifários da energia que a gente vem acompanhando", diz o economista.
Assim, a proteína que costumeiramente serve355 betalternativa para os brasileiros nos momentos355 betque a carne bovina fica mais cara também deve se tornar cada vez mais proibitiva.
Uma alternativa é a carne355 betporco, que ao contrário do frango e da carne355 betbovina, registrou queda355 betpreços355 bet1,61%355 betagosto e355 bet6,76% no acumulado deste ano, segundo os dados da Apas, referentes aos preços praticados nos supermercados355 betSão Paulo.
Café adoçado mais caro
Outros dois produtos indispensáveis na cesta básica do brasileiro se destacaram355 betalta355 betpreços355 betagosto: o café (+8,05% no mês e +25%355 bet12 meses) e o açúcar (+2,48% e +47%, nas mesmas bases).
"A safra355 betcana deste ano é 4,3% menor355 betrelação à do ano passado e as geadas prejudicaram aproximadamente 30% do cultivo no Estado355 betSão Paulo, maior produtor brasileiro", destaca Pereira.
"Já a safra do café deve ser 22,6% menor355 betrelação a 2020, forçando a utilização355 betestoques privados. A safra menor, que já era prevista pelo mercado, foi impactada pela geada e ligou o alerta para os preços futuros, já que o auge da colheita foi355 betjulho", afirma.
Segundo o Dieese (Departamento Intersindical355 betEstatística e Estudos Socioeconômicos), o custo médio da cesta básica355 betalimentos aumentou355 bet13355 bet17 cidades pesquisadas355 betagosto. As maiores altas foram registradas355 betCampo Grande (3,48%), Belo Horizonte (2,45%) e Brasília (2,10%). Em São Paulo, a alta foi355 bet1,56%.
A cesta mais cara355 betagosto era a355 betPorto Alegre (R$ 664,67), seguida pelas355 betFlorianópolis (R$ 659,00), São Paulo (R$ 650,50) e Rio355 betJaneiro (R$ 634,18). Considerando a média das 17 capitais analisadas, o custo da cesta básica representava355 betagosto 55,9% do salário mínimo. Em São Paulo, esse percentual chegou a 63,9%.
A crise política e o preço dos alimentos
As perspectivas para o preços dos alimentos não são favoráveis, por três motivos principais.
O primeiro deles é a crise hídrica, que tem se mostrado mais severa do que o inicialmente previsto pelo governo e já compromete safras355 betprodutos que abastecerão os supermercados no próximo ano.
O segundo é que não há perspectiva355 betque as commodities agrícolas voltem a um patamar355 betpreços muito mais baixo do que o atual.
"Desde março355 bet2020, com a crise do coronavírus, diversos países fizeram uma expansão monetária, que contribuiu para a supervalorização dessas commodities", explica Pereira.
A expansão monetária é um instrumento utilizado pelos governos para estimular a economia355 betmomentos355 betcrise, por exemplo, baixando os juros ou comprando títulos no mercado para estimular a circulação355 betdinheiro, com efeito positivo no consumo e no investimento.
A recuperação das economias mundiais - particularmente da China - com a contenção da pandemia e o avanço da vacinação também contribuiu para a maior demanda por commodities e para a alta355 betpreços.
"Em março355 bet2020, a saca355 betsoja estava valendo355 bettorno355 betR$ 94 e hoje está355 bettorno355 betR$ 170", diz Pereira. "E a China já sinalizou que está355 betmovimento355 betreposição355 betestoques355 bettodas as commodities dela, então a gente vai sofrer um pouco esse impacto."
Por fim, a crise política constante tende a mantar o real desvalorizado355 betrelação ao dólar. E um real desvalorizado contribui para mais exportações, o que, apesar355 betajudar o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), reduz a oferta355 betprodutos no mercado interno e, consequentemente, também pressiona os preços dos alimentos.
Na quinta-feira (9/9), o IBGE divulgou o IPCA (Índice Nacional355 betPreços ao Consumidor Amplo)355 betagosto. A inflação oficial do país teve alta355 bet0,87% no mês, acima do esperado pelos analistas e maior aumento para agosto355 bet21 anos.
Com o resultado, diversos economistas revisaram para cima suas expectativas355 betinflação para o ano, como o Bank of America, que aumentou355 betprevisão para o IPCA355 bet2021355 bet7,75% para 8%, e a MCM Consultores, que reajustou355 betestimativa355 bet7,8% para 8,2%. A meta para a inflação este ano é355 bet3,75%.
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