As imagensbet nacional bônusanimais que lutam pela vidabet nacional bônusmeio a incêndios no Pantanal:bet nacional bônus

Diversos jacarés-do-pantanal amontoados

Crédito, Fernando Faciole/GRAD

Legenda da foto, Na pontebet nacional bônusrodovia no Pantanal, jacarés se amontoam e morrem desnutridos.

No início deste mês, uma reportagem da BBC News Brasil mostrou dois jacarés que trocaram seu habitat natural por uma piscinabet nacional bônusuma pousada no Pantanal,bet nacional bônusuma tentativa desesperadabet nacional bônusescapar do fogo e da estiagem extrema na região.

Para ajudar os animais, voluntários têm resgatado bichos que foram alvos do fogo ou que sofrem com a faltabet nacional bônuságua ou alimentosbet nacional bônusdiversos pontos.

"A seca está deixando os animais muito desesperados", diz a veterinária Carla Sassi, coordenadora do Grupobet nacional bônusResgatebet nacional bônusAnimaisbet nacional bônusDesastres (GRAD), que tem atuado no Pantanal nos últimos dias. Ela conta que há preocupação também sobre incêndiosbet nacional bônusáreas que concentram muitas espécies.

Em meio ao atual cenário, esta reportagem da BBC News Brasil traz 16 fotografias que ilustram a situação vivida por animais no Pantanal neste ano. As imagens foram feitas entre o fimbet nacional bônusagosto e meadosbet nacional bônussetembro.

Tuiuiú buscando alimento no poucobet nacional bônuságua que restoubet nacional bônusum corixo (canais que se formam na cheia do Pantanal)

Crédito, Ahmad Jarrah

Legenda da foto, Tuiuiús (ou jaburus) buscam alimentosbet nacional bônustrecho que secoubet nacional bônusmeio à crise hídrica do Pantanal

As dificuldades dos animais no Pantanal

Uma análise feita pelo ICV com basebet nacional bônusdadosbet nacional bônusuma plataforma mundial, a Global Fire Emissions Database (GFED), apontou que 655 mil hectares do Pantanal brasileiro foram atingidos pelo fogo entre 1bet nacional bônusjaneiro e 12bet nacional bônussetembrobet nacional bônus2021. Nesse mesmo período no ano passado, 2,17 milhõesbet nacional bônushectares já haviam sido afetados pelo fogo no bioma pantaneiro.

Os especialistas frisam que não é adequado comparar o atual período com 2020. "O ano passado foi realmente uma situação atípica, que assustou todo mundo e deixou todo mundobet nacional bônuschoque", comenta André Luiz Siqueira, diretor da ONG ECOA - Ecologia & Ação.

A situação do ano passado, dizem especialistas, trouxe maior conscientização para a comunidade local sobre o combate aos incêndios, que são causados na imensa maioria das vezes por ação humana.

Especialistas afirmam que houve mais cuidadobet nacional bônusrelação ao fogo no primeiro semestre deste ano, para evitar que avançasse pelo bioma durante a estiagem comobet nacional bônus2020.

Neste ano foram criadas diversas brigadas comunitárias no bioma. Além disso, especialistas apontam que desde o início do ano houve maior atenção ao tema por partebet nacional bônusautoridades locaisbet nacional bônusMato Grosso e Mato Grosso do Sul, Estados brasileiros que abrigam o Pantanal.

Ainda que os númerosbet nacional bônus2021 façam parecer que a situação no bioma é positiva, o Pantanal continua passando por dificuldades intensas.

"Tivemos chuvas importantes nas últimas semanas, o que ajudou o trabalho dos brigadistas e diminuiu os focosbet nacional bônusincêndio. Porém ainda temos focosbet nacional bônusincêndio. Mas, claro, nada que se compare ao ano passado", afirma André Siqueira.

O calor intenso na região, os fortes ventos e a seca extrema colaboram para agravar as dificuldades no bioma atualmente. Nas últimas semanas houve registrosbet nacional bônuschuva, mas não o suficiente para contornar a crise hídrica.

De acordo com a Empresa Brasileirabet nacional bônusPesquisa Agropecuária (Embrapa), o nível do rio Paraguai, principal formador do Pantanal, foi correspondente a 18 centímetros negativos na segunda-feira (20/09). A média na data ébet nacional bônustrês metros. Conforme a empresa, é o menor nível no mesmo dia nas últimas cinco décadas. No ano passado, por exemplo, que foi considerado um períodobet nacional bônusseca intensa, o nível na data erabet nacional bônus19 centímetros positivos.

Quati dentrobet nacional bônusuma gaiola após ser resgatado

Crédito, Fernando Faciole/GRAD

Legenda da foto, Quati foi resgatado pela equipe com as patas queimadas. Ele passa bem após receber ajudabet nacional bônusvoluntários
Londra atrásbet nacional bônusfolhas

Crédito, Fernando Faciole/GRAD

Legenda da foto, Lontrabet nacional bônusum corixo (canais que se formam na cheia do Pantanal) que ainda tem água na região do Pantanal
Cervo-do-Pantanalbet nacional bônusmeio à vegetação queimada

Crédito, Fernando Faciole/GRAD

Legenda da foto, Cervo-do-Pantanalbet nacional bônusmeio à vegetação queimada. Segundo voluntários, animal aparentava estar debilitado

"A temporadabet nacional bônuschuvasbet nacional bônusoutubrobet nacional bônus2020 a março deste ano não foi capazbet nacional bônusabastecer o sistema, que já estavabet nacional bônusdéficit hídrico. Com a estiagem normalbet nacional bônusabril a setembro, o nível dos rios baixou ainda mais neste ano", explica o biólogo Carlos Padovani, pesquisador da Embrapa Pantanal.

Entre os principais afetados pela crise hídrica no bioma estão os animais. É um cenário sem trégua para eles, que também enfrentam o fogo deste ano e convivem com as inúmeras áreas do bioma destruídas pelos incêndiosbet nacional bônus2020.

No ano passado, os incêndios afetaram, ao menos, 65 milhõesbet nacional bônusanimais vertebrados nativos e 4 bilhõesbet nacional bônusinvertebrados, segundo estudo feito com base na densidade das espécies presentes nos locais afetados. O levantamento foi feito por pesquisadores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Centro Nacionalbet nacional bônusPesquisa e Conservaçãobet nacional bônusMamíferos Carnívoros (Cenap) e da Embrapa.

Importante área úmida no planeta, o Pantanal enfrenta uma seca aguda desde 2019 e com isso tem visto "a quantidadebet nacional bônuságua reduzir nas planícies e rios, resultandobet nacional bônusum solo e vegetação extremamente secos, aumentando o riscobet nacional bônusincêndios", aponta o estudo.

"Embora as mudanças climáticas sejam uma das principais causas dos incêndios descontrolados pelo mundo, e fogos naturais possam ocorrer, no Pantanal quase 98% das queimadas são causadas por atividades humanas, sejam acidentais ou criminais", diz o texto assinado por pesquisadores do bioma.

Voluntários auxiliam bezerro com as patas queimadas

Crédito, Fernando Faciole/GRAD

Legenda da foto, Voluntários do GRAD resgatam um bezerro com as quatro patas queimadas.
Iguana morta é encontradabet nacional bônusuma fazenda da transpantaneira

Crédito, Fernando Faciole/GRAD

Legenda da foto, Iguana morta é encontradabet nacional bônusuma fazenda da transpantaneira. Voluntários suspeitam que ela tenha sido vítima da seca
Macaco-pregobet nacional bônusmeio às cinzasbet nacional bônusuma região tomada pelo fogo no Pantanal

Crédito, Fernando Faciole/GRAD

Legenda da foto, Macaco-pregobet nacional bônusmeio às cinzasbet nacional bônusuma região tomada pelo fogo

Ferimentos e mortes

Os animais sofrem impacto direto — como ferimento ou morte — ou indireto, pela perda do habitat diante dos problemas ambientais enfrentados no Pantanal.

Diversos voluntários têm ajudado os animais. No bioma, essas pessoas têm se deparado com cenas como bichos que foram vítimas do fogo ou que sofrem com sede ou fome, diante da devastaçãobet nacional bônusalguns pontos do Pantanal nos incêndios.

As dificuldades enfrentadas pelas espécies podem ser avistadasbet nacional bônusdiferentes pontos do bioma.

A veterinária Carla Sassi, do GRAD, coordena uma equipe que já resgatou diversos animais no Pantanal. Os voluntários têm se mobilizado para levar caminhões-pipa e frutas, obtidos por meiobet nacional bônusdoações, para ajudar os bichos.

"Muitos animais precisam andar longas e longas distâncias para conseguir água e alimentos", explica Sassi. Ela ressalta que nem todos conseguem ir a lugares distantes e, por isso, o apoio dos voluntários se torna fundamental.

Entre os animais que têm lutado para sobreviver no Pantanal estão os jacarés. Uma imagem feitabet nacional bônusmeadosbet nacional bônussetembro pelo biólogo e fotógrafo Fernando Faciole mostra diversos jacarés-do-pantanal amontoados e desnutridos. "A cada dia que passa o nível da água abaixa mais e a situação é crítica", diz Faciole.

A imagem (que abre esta reportagem) foi feitabet nacional bônusuma ponte da rodovia Transpantaneira, que liga a cidadebet nacional bônusPoconé (MT) à regiãobet nacional bônusPorto Jofre, na divisa com Mato Grosso do Sul. Segundo o fotógrafo, voluntários resgataram alguns desses animais e levaram para áreas com água para que possam sobreviver. "Porém, a quantidade desses animais é extremamente grande", afirma.

Jacaré morto às margensbet nacional bônusrodovia

Crédito, Ahmad Jarrah

Legenda da foto, Jacaré morto às margens da Transpantaneira. Voluntários acreditam que animal possa ter sofrido com fome ou sede, pois não havia fogo nas proximidades
Vaca passa por área queimada

Crédito, Ahmad Jarrah

Legenda da foto, Vaca passa por área queimada com o chão ainda quentebet nacional bônusbuscabet nacional bônusabrigo
Tuiuiú foge da área queimada no quilômetro 100 da Transpantaneira

Crédito, Ahmad Jarrah

Legenda da foto, Tuiuiú foge da área queimada no quilômetro 100 da Transpantaneira
Anta com ferimentos causados pelos incêndios junto com um filhote

Crédito, Ahmad Jarrah

Legenda da foto, Anta ferida pelos incêndios foi avistada na região do Pantanal junto com um filhote
Vaca presa pelo fogo espera por resgatebet nacional bônusbrigadistas e veterinários

Crédito, Ahmad Jarrah

Legenda da foto, Vaca presa pelo fogo espera por resgatebet nacional bônusbrigadistas e veterinários no Pantanal

Faciole também fez outros registros que ilustram a situação dos animais no Pantanal. Uma das fotos feitas por ele mostra um quati com as patas queimadas que foi resgatado por voluntáriosbet nacional bônusuma área remota e muito seca. "O animal estava com uma das patas traseiras queimadas Ele recebeu todos os cuidados e agora passa bem", diz.

Em outra fotografia,bet nacional bônusmeadosbet nacional bônussetembro, Faciole registrou um macaco-pregobet nacional bônusmeio às cinzasbet nacional bônusuma região tomada pelo fogo. "Os animais, como esse macaco, agora enfrentam a fome cinzenta (causada por incêndios florestais, que destroem os alimentos deles). Muitos se aproximam das equipesbet nacional bônusresgatebet nacional bônusbuscabet nacional bônusajuda", diz.

Ele também fotografou resgatesbet nacional bônusanimais feridos, bichos mortosbet nacional bônusregiões sem água, entre outras imagens no Pantanal (algumas disponíveis ao longo desta reportagem).

Outros registros que mostram a situação do Pantanal neste ano, e estão ao longo desta reportagem, foram feitos pelos fotógrafos Bruna Obadowski e Ahmad Jarrah entre o fimbet nacional bônusagosto e o iníciobet nacional bônussetembro. Eles encontraram animais como cobras e macacos-prego carbonizados. Também viram um tuiuiú e uma vaca passando por áreas incendiadasbet nacional bônusbuscabet nacional bônusabrigo.

Outra cena que registraram foi uma vaca presa pelo fogo,bet nacional bônusuma das áreas mais afetadas pelas chamas na Transpantaneira, enquanto permanecia à esperabet nacional bônusajuda. Posteriormente, o animal foi resgatado. "Segundo os brigadistas, é comum os animais ficarem presos pelo fogo e virem a óbito quando não são resgatados a tempo", diz Bruna.

As dificuldades enfrentadas pelos animais no Pantanal devem continuar nas próximas semanas. Isso porque a estiagem deve durar ao menos até meadosbet nacional bônusoutubro e não há expectativabet nacional bônusmelhora no nível do rio Paraguai no próximo mês.

Sapo tenta escapar durante combate aos incêndios

Crédito, Ahmad Jarrah

Legenda da foto, Sapo morreu enquanto tenta escapar do fogo
Cobra carbonizada

Crédito, Bruna Obadowski

Legenda da foto, Cobra carbonizada pouco antes da chegadabet nacional bônusbrigadistasbet nacional bônusárea do Pantanal
Brigadista próxima a anta ferida, que está envoltabet nacional bônusum tecido

Crédito, Bruna Obadowski

Legenda da foto, Uma antabet nacional bônusaproximadamente 300 quilos estava com as patas queimadas e foi resgatada após cinco diasbet nacional bônusmonitoramento
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