Decisão sobre Pazuello estimula indisciplina e ameaça democracia, dizem ex-ministros da Defesa:slots 777

Na ocasião, o general e ex-ministro da Saúde do atual governo subiu ao carroslots 777som ao lado do presidente, o elogiou e agradeceu o apoio do público.

Ele foi então acusado, inclusive pelo vice-presidente Hamilton Mourão,slots 777desrespeitar as regras das Forças Armadas. No caso do Exército, seu Regulamento Disciplinar proíbe o militar da ativaslots 777se manifestar publicamente a respeitoslots 777assuntosslots 777natureza político-partidária sem que esteja autorizado previamente.

Para o ex-ministro Aldo Rebelo, a ausênciaslots 777punição pode abrir uma brecha para que irregularidades sejam cometidas por membrosslots 777outras patentes das Forças Armadas.

"Ao não punir o general Pazuello por subir num palanque e fazer proselitismo ao lado do presidente, o Exército mostra que não constitui uma disciplina nem mesmo uma hierarquia. Enquanto os demais representantes (do Exército) receberam essa notícia como uma espécieslots 777habeas corpus preventivo para cometer a mesma indisciplina. As consequências disso, como dizia o sábio Conselheiro Acácio,slots 777Eçaslots 777Queiroz, vêm depois", disse o ex-ministro.

Ameaça à democracia

O também ex-ministro da Defesa Celso Amorim disse à BBC News Brasil que a decisão do Exércitoslots 777absolver Pazuello põeslots 777xeque a democracia brasileira.

"Eu acho que a democracia fica muito ameaçada, pois quando essa forçaslots 777última instância deixaslots 777ser uma forçaslots 777Estado e passa a serslots 777governo,slots 777governante, isso é muito grave para o país. Eu até hoje só ouvia arruaça, barulho. Vai ter isso, vai ter aquilo e acabava. Mas como fato singularslots 777ameaça à instituição, esse é o mais grave que eu vi. Hoje, ele (Bolsonaro) provou que é o Exército", afirmou Amorim.

Para ele, a decisão demonstra que o Exército foi personificado pelo presidente e que seus aliados não serão punidos.

"O grave nisso tudo é que as Forças Armadas, o Exércitoslots 777particular, são uma instituiçãoslots 777Estado. A partirslots 777hoje, elas passaram a ser uma instituiçãoslots 777governo e pessoas. Ela deixaslots 777ser uma instituição que segue grandes linhas e normas do Estado Brasileiro, a Constituição e as leis, para passar a vontade do imperador", disse Amorim à reportagem.

No pontoslots 777vista do ex-ministro Celso Amorim, esse foi o ato mais grave desde o início do governo Bolsonaro.

"Pode ser que, numa perspectivaslots 777tempo, eu mudeslots 777opinião. Mas, do pontoslots 777vista institucional, e olha que aconteceu muita coisa grave, mas o fato mais grave que eu vi nesse governo foi esse", afirmou Amorim.

Para ele, tanto Pazuello quanto Bolsonaro planejaram essa ação para provar a força do presidente e que o Exército é controlado pelo presidente da República.

"Isso foi proposital. Ele foi mandado lá para fazer isso para mostrar quem manda. Não tem impasse. Era um embate o que prevalece: a razão do Estado ou do governo. Prevaleceu a razão do governo, que, no caso, é a razão do governante. Isso é muito grave. É uma característica das ditaduras".

Amorim diz que o fatoslots 777Pazuello ser um membroslots 777alta patente das Forças Armadas reforça o fatoslots 777ele saber dos riscos que corria ao participar do ato com Bolsonaro e que o ato foi planejado.

"Eu não posso provar nada, mas tudo indica. Porque um generalslots 777três estrelas sabe exatamente o que ele pode ou não pode fazer,slots 777acordo com o regulamento. Se ele foi (ao protesto), ele sabia que teria consequências. E sabia que seria protegido. E quem o protege sabia que era o momentoslots 777demonstrar (sua força)", afirmou.

No Twitter, o ex-ministro da Defesa Raul Jungmann também se manifestou sobre a decisão. Segundo ele, foi uma "capitulação" e deve haver uma reação "antes que seja tarde".

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