Como seca histórica no Brasil traz riscobetpaginflação e racionamentobetpagenergia:betpag
A situação pioroubetpagabril, conforme o Índice IntegradobetpagSeca (IIS) do Centro NacionalbetpagMonitoramento e AlertasbetpagDesastres Naturais (Cemaden), com intensificação da secabetpagrelação a março.
A área mais afetada no período estava localizada entre São Paulo, Mato Grosso do Sul, sulbetpagGoiás e oestebetpagMinas Gerais. Nessa região, 248 municípios estavambetpagcondições consideradasbetpagseca extrema, uma categoria anterior ao pior da escalabetpagcinco níveis, a seca excepcional.
Contabetpagluz mais cara
O impacto mais direto desse quadro é no preço da energia elétrica.
"O Sudeste, onde a situação dos reservatórios é pior, responde por cercabetpag70% da produçãobetpagenergia hidrelétrica do país", destaca Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital Markets.
Com a menor ofertabetpagenergia a partir das hidrelétricas, o país precisa acionar usinas térmicas, cuja produção é muito mais cara — e mais poluente.
Nas contasbetpagluz enviadas aos consumidores neste mês já aparece o acréscimo da bandeira vermelha patamar 1 acionada no iníciobetpagmaio pela Agência NacionalbetpagEnergia Elétrica (Aneel).
A perspectiva para os próximos meses não ébetpagmelhora — a cobrança pode ser ainda mais alta, caso a Aneel considere ser necessário adotar a bandeira vermelha patamar 2, a mais cara entre as quatro consideradas pela agência.
"Dadas as características dos reservatórios do Sudeste, é difícil que haja melhora no curto prazo", diz a economista.
A depender do regimebetpagchuvas nos próximos meses, acrescenta Argenta, o quadro pode demandar "políticas governamentais específicas para contornar a situação".
"Um racionamento não está descartado", diz ela, emendando que uma medida como essa, contudo, geralmente está no fim da fila das opções avaliadas pelos gestores públicos por contabetpagseu elevado ônus político.
A lembrança da última vez que o país usou esse expediente segue viva na memóriabetpagmuitos brasileiros. Em 2001, no penúltimo ano do governo Fernando Henrique Cardoso, o país sofreu uma sériebetpagapagões e tevebetpagpassar por um penoso racionamento.
Segundo o jornal Valor Econômico, que ouviu fontes do governo após reunião desta quinta (27/05) do ConselhobetpagMonitoramento do Setor Elétrico, considera-se a necessidadebetpagcriar um "comitêbetpagcrise" para pensar estratégias que possam afastar o riscobetpagapagão. Nesse sentido, o governo trabalharia por ora com todos os cenários, inclusive obetpagracionamento.
Seca, alta das commodities e efeito dólar
Os impactos econômicos da seca, contudo, vão muito além da energia elétrica.
De forma geral, a faltabetpagchuvas tem provocado quebrasbetpagsafrabetpagimportantes regiões produtorasbetpagalimentos.
Com menor disponibilidade dos produtos, os preços sobem. A lista é longa: milho, açúcar, café, trigo, laranja, carne, ovo, leite e até combustíveis.
Na atual conjuntura, o efeito-seca é agravado por dois outros fatores. Com o aumento das cotações internacionais das commodities e o dólar caro, os produtores têm um incentivo maior para exportar. Vender para fora se torna financeiramente mais vantajoso.
Essa dinâmica reduz ainda mais a oferta dentro do país — e deixa mais cara a tarefabetpagcolocar comida na mesa.
O gerentebetpagconsultoria Agro do Itaú BBA, Guilherme Bellotti, dá o exemplo ilustrativo do milho.
Enquanto a seca provocou uma quebra da segunda safra do cereal, reduzindo a expectativa inicialbetpagproduçãobetpag86 milhõesbetpagtoneladas para algo entre 65 milhões e 70 milhõesbetpagtoneladas, a cotação na BolsabetpagChicago disparou nos últimos meses.
Essa equação reduziu substancialmente a oferta internabetpagmilho. "As indústrias vão ter que competir (pelos contratos)", diz ele.
O efeito da alta do milho é uma espéciebetpagreaçãobetpagcadeia, já que a maior parte da produção vira insumo na indústriabetpagproteína animal. Assim, com as rações mais caras, a tendência ébetpagaumento também nos preços da carnebetpagporco ebetpagfrango.
Bellotti ressalta que, especialmente no caso do frango, muitas empresas têm absorvido os aumentosbetpagcustos porque não veem espaço para repassá-los aos consumidores, já que o país registra desemprego recorde e convive com uma versão bastante reduzida do auxílio emergencial.
A compressão das margensbetpaglucros, entretanto, tem chegado ao limite. Assim, na avaliação do economista, ou os produtores vão repassar essa altabetpagcustos ou vão segurar a oferta,betpagmodo a empurrar os preços para cima. De um jeito oubetpagoutro, o consumidor vai pagar mais caro.
A carnebetpagboi também vai ficar mais cara. Além do milho, o preço interno da soja, outro ingrediente das rações, também tem subido. A seca afetou ainda o pastobetpagalguns Estados, levando os produtores a antecipar a oferta (ou seja, abater os animais antes do previsto), reduzindo a expectativabetpagoferta para os demais meses do ano.
O economista chama atenção para o caso do açúcar, que também gera uma espéciebetpagefeito dominó.
A faltabetpagchuvas entre fevereiro e abril atrasou o início da colheita da commodity e diminuiu a expectativabetpagprodução. A alta das cotações da BolsabetpagNova York, porbetpagvez, estimulou as exportações. Resultado: o preço médio da sacabetpag50 quilos praticado dentro do país foi 40% maior do que o registradobetpagabrilbetpag2020,betpagacordo com o Indicador do Açúcar Cristal do Cepea.
Essa dinâmica tem impacto direto sobre o preço do etanol — tanto o anidro, que é misturado à gasolina, quanto o hidratado, usado para abastecer os motores movidos a álcool.
Bellotti avalia que o aumento pode chegar a tornar a gasolina mais vantajosa que o álcoolbetpagalgum momento neste ano. Pela regra dos 70%, quando o preço do álcool for superior a 70% do valor da gasolina, financeiramente compensa mais abastecer com este último.
Um cenário deste tipo ajudaria a elevar a demanda por gasolina, que já tem os preços pressionados por conta da alta do dólar e da cotação do petróleo.
Todos esses efeitos vão aparecer nos índicesbetpaginflação nos próximos meses, concentrados nos grupos habitação e alimentação no domicílio. Este último responde por quase 20% do ÍndicebetpagPreços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índicebetpaginflação oficial do país.
Carla Argenta observa que, sazonalmente, este é um períodobetpagque os preçosbetpagalimentos geralmente dão alívio aos indicadores, o que não deve acontecer neste ano. Por ora,betpagestimativa para o IPCA do ano,betpag4,8%, está sob revisão, com viésbetpagalta.
Caso a situação não melhore, a inflação corre o riscobetpagencostar no teto da meta admitida pelo Banco Central, 5,25%.
Dado que o aumentobetpagpreços é causado por uma restriçãobetpagoferta, a autoridade monetária "tem pouquíssima margem para intervir", observa a economista, já que um eventual aumento das taxasbetpagjuros afetaria essencialmente a demanda.
"Se o BC quiser trazer o IPCA como um todo para baixo vai ter que afetar os serviços, que já estão extremamente pressionados", avalia.
Por que não choveu?
Uma das causas para a faltabetpagchuvas foi um intenso La Niña neste ano, explica o climatologista José Marengo, coordenador-geralbetpagPesquisa e Desenvolvimento do Centro NacionalbetpagMonitoramento e AlertasbetpagDesastres Naturais (Cemaden).
Esse fenômeno natural que reduz as temperaturas da superfície do oceano Pacífico Tropical Central e Oriental com frequência tem como efeito a redução dos índices pluviométricos na região Sul e,betpagalguma medida, também no Sudeste e Centro-Oeste.
"A agência NOAA [sigla para National Oceanic and Atmospheric Administration, ligada ao DepartamentobetpagComércio dos EUA] havia informado que o La Niña tinha terminado [em abril], mas projeções mostram que poderíamos estar apenasbetpagum períodobetpagtransição, que o fenômeno freou, mas que poderia voltar a ganhar intensidade", explica.
"Isso por enquanto é uma previsão, não é uma verdade absoluta. Mas é uma possibilidade preocupante."
O meteorologista destaca que a situação hoje está concentrada no Sudeste, Sul e Centro-Oeste do país. O quadro é estável no Nordeste e o Norte do país vem enfrentando um volumebetpagchuvas intenso, com elevação no nívelbetpagrios.
Como o Centro-Sul do país está próximobetpagentrar no inverno, uma estação sazonalmente marcada pela estiagem, é improvável que haja reversão do quadro nos próximos meses.
"Teríamos que esperar até outubro mais ou menos e torcer para que comece a chover."
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