Vacinas teriam salvado 95 mil vidas se governo Bolsonaro não tivesse ignorado ofertas, calcula pesquisador:telegram h2bet

Na prática, o acordo com a farmacêutica, se tivesse sido fechado quando foi proposto, teria garantido ao Brasil 4,5 milhõestelegram h2betdosestelegram h2betvacina até o fimtelegram h2betmarçotelegram h2bet2021. A primeira ofertatelegram h2betvacinas foi feitatelegram h2betagostotelegram h2bet2020, mas o governo Bolsonaro só fechou a compra delastelegram h2betmarçotelegram h2bet2021.

O segundo depoimento usado no cálculo foi prestado pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, na quinta-feira (27/05). Segundo ele, o governo Bolsonaro rejeitou três ofertastelegram h2betcompra da Coronavac, sendo que uma delas teria garantido 60 milhõestelegram h2betdoses da vacina, mesmo que a Agência Nacionaltelegram h2betVigilância Sanitária (Anvisa) não tivesse autorizado ainda o uso desse imunizante.

Covas afirmou à CPI que a primeira oferta foi feitatelegram h2betjulhotelegram h2bet2020, mas o governo Bolsonaro só acertou a compratelegram h2betjaneirotelegram h2bet2021. Se tivesse comprado no momento da primeira oferta, o país teria 49 milhõestelegram h2betdoses a mais do que tem hoje.

Dessa forma, se o país tivesse comprado as vacinas quando elas foram ofertadas pela primeira vez, teria hoje 50% a mais do que tem. Ou seja, quase 150 milhõestelegram h2betvez das 100 milhões atuais. Isso seria suficiente para vacinar praticamente todos os brasileiros dos grupos prioritários, que somam quase 80 milhõestelegram h2betpessoas. O Ministério da Saúde estima atualmente que a vacinação dessa parcela da população só seja concluídatelegram h2betsetembro ou outubro.

O cálculotelegram h2betHallal levatelegram h2betconta algumas variáveis, como a eficácia das vacinas, a quantidadetelegram h2betpessoas suscetíveis ao vírus e a taxatelegram h2betletalidade estimadatelegram h2betcovid-19 (que variatelegram h2betuma faixa etária para outra).

Primeiro, a eficácia global das vacinas (94% para a Pfizer e 50% para a Coronavac). Esses dados correspondam à quantidadetelegram h2betpessoas vacinadas que não ficam doente após serem imunizadas, e não ao númerotelegram h2betvacinados que não morrem (80%, no caso da Coronavac, segundo estudo do governo do Chile).

Ainda assim, Hallal optou neste momento por ser mais conservadortelegram h2betseu cálculo, mas afirmou que se aprofundasse a análise, o númerotelegram h2betvidas salvas seria maior.

Segundo, Hallal considerou para seu cálculo, novamente sendo conservador, a taxatelegram h2betletalidadetelegram h2bet1%, que é a estimada para a populaçãotelegram h2betgeral. Mas sabe-se que esse número é muito mais alto entre os idosos, que foram os primeiros a serem vacinados. Dados da Universidade Federal do Amazonas apontam uma letalidade entre 20% e 40% dos idosos com maistelegram h2bet80 anos que acabaram infectados por covid-19.

Como resultado, calcula o epidemiologista, poderiam ter sido evitadas pelo menos 14 mil mortes com as 4,5 milhõestelegram h2betdoses da Pfizer e 80.300 mortes com as 49 milhõestelegram h2betdoses da Coronavac.

O pesquisador ainda avalia se fará cálculos mais precisos num artigo científico mais formal, que "certamente darão números ainda maiores", sobre as vidas que poderiam ter sido salvas com a compra das vacinas.

Por que o governo Bolsonaro não comprou as vacinas quando elas foram ofertadas?

As razões que levaram o governo Bolsonaro a rejeitar as ofertastelegram h2betvacinastelegram h2bet2020 não estão totalmente claras, mas algumas delas foram apontadas também pelo ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello,telegram h2betseu depoimento à CPI da Covid.

Sobre a vacina da Pfizer, o general citou alguns obstáculos para assinar o contrato. Um deles era o preçotelegram h2betUS$ 10 (cercatelegram h2betR$ 50) por dose, mais alto que outro imunizante negociado pelo governo federal com a farmacêutica AstraZeneca (US$ 3,50 ou cercatelegram h2betR$ 18). O valortelegram h2betUS$ 10 acabaria sendo aceito pelo governo Bolsonaro sete meses depois.

Outros empecilhos, segundo Pazuello, eram a quantidade pequenatelegram h2betvacinas, a não transferênciatelegram h2bettecnologia para o país (presente nos contratos com a AstraZeneca e com a Sinovac) e "cláusulas assustadoras" e "leoninas" no contrato com a Pfizer.

Uma delas era a exigênciatelegram h2betisençãotelegram h2betresponsabilidade da farmacêutica sobre eventuais efeitos colaterais. Segundo a Pfizer, os termos contratuais eram padronizados e foram aceitos pelos demais países do mundo que adquiriram, antes mesmo do Brasil, as vacinas da empresa.

No caso da vacina Coronavac, produzidatelegram h2betparceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac, Dimas Covas afirmou que depoistelegram h2betmesestelegram h2betnegociação e insistência, um documentotelegram h2betcompromissotelegram h2betcompra chegou a ser acertado entre o Butantan e o governo federaltelegram h2betoutubro, mas o presidente Jair Bolsonaro "mandou cancelar" o contrato e o compromisso "ficoutelegram h2betsuspenso".

Segundo o diretor do Butantan, não houve nenhum questionamento formal do Ministério da Saúde sobre possíveis dúvidastelegram h2betrelação à vacina. E, com a suspensão do acerto, o Butantan passou a enfrentar incertezas sobre o financiamentotelegram h2betsua produção.

Além disso, Covas afirma que a demora fez com que parceiros internacionaistelegram h2betfornecimentotelegram h2betmatéria-primatelegram h2betvacina fechassem contratos com outros fabricantes. Isso levou a uma disponibilidade muito menortelegram h2betdoses quando o governo Bolsonaro decidiu finalmente fechar contrato com o Butantan, seis meses depois.

Pelo menos dois fatores influenciaram a decisãotelegram h2betBolsonarotelegram h2betnão fechar contrato com o Butantan. Primeiro, divergências com o governadortelegram h2betSão Paulo, João Doria (PSDB), visto por Bolsonaro como seu virtual concorrente na disputa pelo Palácio do Planaltotelegram h2bet2022. O Butantan é ligado ao governo paulista.

Segundo, a pressãotelegram h2betmilitantestelegram h2betdireita que, a partir do momentotelegram h2betque Pazuello anunciou a compra da Coronavac, passaram a circulartelegram h2betgrupostelegram h2betWhatsApptelegram h2betapoiadores do governo teorias conspiratórias contra a vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac. Termos como "VaChina" e "Fraudemia" são empregados com frequência nestas correntes.

Em entrevista à rádio Jovem Pantelegram h2betoutubrotelegram h2bet2020, Bolsonaro disse que o governo federal não compraria nenhuma vacina oriunda da China, mesmo que ela fosse aprovada pela Anvisa.

"Da China nós não compraremos. É decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população pelatelegram h2betorigem. Esse é o pensamento nosso", disse Bolsonaro, que acabaria fechando o contratotelegram h2betjaneirotelegram h2bet2021.

Até o fimtelegram h2betabril, quase 80% das vacinas aplicadas no Brasil eram a Coronavac.

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