Universal pressiona, mas mantém pragmatismo e apoio a Bolsonaro após conflitosportin bet ioAngola:sportin bet io

Bolsonaro ao ladosportin bet ioEdir Macedo durante visita ao Templosportin bet ioSalomãosportin bet ioSP

Crédito, Agencia Brasil

Legenda da foto, As ameaçassportin bet ioum possível rompimento Macedo e Bolsonaro têm como panosportin bet iofundo os problemas enfrentados pela Universalsportin bet ioAngola desde o finalsportin bet io2019

Avalia, porém que o descolamento do poder, por ora, está totalmente fora dos planossportin bet ioMacedo. Até por envolver fatores importantes, como as receitassportin bet iopublicidade da TV Record, a emissora do bispo. "Temos milhõessportin bet ioreais para o financiamento diretosportin bet iocampanhassportin bet iopropaganda para a Record no governo Bolsonaro, via Secom (Secretariasportin bet ioComunicação) . Como ela recebe por isso, não vai abdicar dessas verbas. Não vai sairsportin bet iouma forma tão explícita do governo agora", aponta o teólogo.

As ameaçassportin bet ioum possível rompimento entre Macedo e Bolsonaro têm como panosportin bet iofundo os problemas enfrentados pela Universalsportin bet ioAngola desde o finalsportin bet io2019, quando maissportin bet io300 bispos e pastores locais se rebelaram contra a direção brasileira da igreja.

Esses religiosos divulgaram um manifesto com denúncias graves contra os dirigentes brasileiros da instituição, como lavagemsportin bet iodinheiro, expatriaçãosportin bet iocapitais, sonegação, racismo e imposiçãosportin bet iovasectomia aos pastores. Em junho do ano passado, o bispos e pastores tomaram o controle dos templos da Universal.

A partir daí, as decisõessportin bet ioautoridades angolanas foram sempre favoráveis aos religiosos locais. Macedo buscou o apoiosportin bet ioBolsonaro, mas considerou que seu pedido não foi atendidosportin bet iomaneira adequada.

No último dia 7sportin bet iomaio, o Serviçosportin bet ioInvestigação Criminalsportin bet ioAngola acusou quatro líderes da IURD - entre eles o ex-homem forte da TV Record no Brasil, Honorilton Gonçalves -, por lavagemsportin bet iodinheiro e associação criminosa.

Culto da Universal (IURD)sportin bet ioAngola

Crédito, Divulgação/IURD

Legenda da foto, Igreja Universal do Reinosportin bet ioDeus iniciou suas operaçõessportin bet ioAngolasportin bet io1992 e tem maissportin bet io230 templos no país

As denúncias foram encaminhadas à Justiça e,sportin bet iobreve, os quatro representantes da igreja deverão ser julgados. A Universal no Brasil nega todas as denúncias e diz estar sendo vítimasportin bet ioperseguição por parte do governo e da Justiça angolana. Afirma ainda que os religiosos rebeldes do país africano seriam "ex-bispos e ex-pastores afastados por denúnciassportin bet iodesvios e irregularidades".

O governosportin bet ioAngola também suspendeu as atividades da TV Record no país e decidiu não renovar mais os vistossportin bet iomissionários brasileiros - entre eles bispos, pastores e obreiros -, que não aceitaram a nova direção da igreja.

Sem o vínculo com a denominação, esses religiosos decidiram permanecer ilegalmente no país e acabaram deportados. Até a terça-feira (19/05), 30 deles haviam retornado ao Brasil. Segundo a Universal, o total deve chegar a 100. Os primeiros pastores a voltar foram recebidos no aeroportosportin bet ioGuarulhos como heróis pelo bispo Edir Macedo.

Diantesportin bet iocâmeras da TV Record, esses religiosos afirmaram ter passado fome e frio e nem sequer terem sido autorizados a recolher seus pertencessportin bet iocasa, antessportin bet ioentrar no avião para a viagem.

A Record fez críticas duras ao governo Bolsonarosportin bet ioseus telejornais. Disse que o Ministério das Relações Exteriores tratou o assunto com descaso. "O governo brasileiro, que deveria proteger os brasileirossportin bet ioAngola, falhou nessa missão. Foi omisso e não atuousportin bet ioforma ativa para evitar a deportação", prosseguiu.

Também presente na recepção aos deportados no aeroportosportin bet ioGuarulhos, o bispo Renato Cardoso, genrosportin bet ioEdir Macedo e hoje o número dois na hierarquia da Universal, foi além: "O que mais no indigna não é o que está hojesportin bet ioAngola, mas a ausênciasportin bet ioautoridades brasileiras para interceder pelos pastores brasileirossportin bet ioum país estrangeiro. Até quando o governo brasileiro vai ficar calado e passivo diante dessa situação?", questionou Cardoso.

"Esse é o protesto do povo cristão, do povo evangélico, que apoiou este governo, que faz parte da base deste governo e agora recebesportin bet iotroca esta omissão. É muito triste. É decepcionante para o povo cristão do Brasil", reclamou Cardoso.

A Frente Parlamentar Evangélica no Congresso endossou as reclamações da Universalsportin bet ioreunião no Itamaraty, no dia 17. Os deputados evangélicos exigiram do Ministério das Relações Exteriores um posicionamento formalsportin bet iofavor da igrejasportin bet ioMacedo. No dia seguinte,sportin bet ioum encontro com Bolsonaro no Palácio do Planalto, pediram ao presidente um maior diálogo com os congressistas ligados às igrejas neopentecostais, que ajudaram a elegê-lo.

Bolsonaro chegou a enviar uma carta ao seu colegasportin bet ioAngola, João Lourenço, solicitando "proteção" aos brasileiros da Universalsportin bet ioAngola. O embaixador do Brasil no país africano, Rafael Vidal, passou a acompanhar o casosportin bet ioperto.

O governo brasileiro tem deixado claro que não pode interferirsportin bet iodecisõessportin bet iooutro país. A avaliação nos bastidores é que Bolsonaro, estrategicamente, decidiu manter certa distância do conflitosportin bet iovirtudesportin bet ioa Procuradoria Geralsportin bet ioAngola ter concluído que há indíciossportin bet iocrimes e formalizado as denúncias contra a direção brasileira da igreja.

Edir Macedo foi um dos principais apoiadoressportin bet ioBolsonaro na reta final da campanhasportin bet io2018. Colocou, inclusive, a Record à disposição do candidato. Mas até às vésperas do primeiro turno, o candidatosportin bet ioMacedo à presidência era o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Ao concluir que o tucano não deslancharia, migrou para a campanha do ex-capitão.

Apesar da insatisfação momentânea, a cúpula da Universal pesará na balança os prós e os contrassportin bet ioum rompimento com o governo. Essa aliança, afinal, alémsportin bet iocargos no governo e das verbas para a Record, garante benefíciossportin bet iodecisões do Congresso, por exemplo, sobre temas importantes como a anistiasportin bet iodívidassportin bet ioigrejas com a Receita Federal.

Bispo Edir Macedo

Crédito, Alan Santos/PR

Legenda da foto, A Universal é liderada pelo bispo brasileiro Edir Macedo e está presente hojesportin bet iomaissportin bet io95 países

As denominações religiosas já são isentassportin bet ioimpostos. Mas várias igrejas conseguiram a anistiasportin bet iodívidas milionárias oriundassportin bet iomultas da Receita devido a artifícios utilizados, por exemplo, para o não pagamentosportin bet iotaxas, ao transferirem recursos para os seus dirigentes.

Em março, parlamentares se posicionaram contra um veto do próprio Bolsonaro para anular essas dívidas. O presidente havia vetado parcialmente o projeto, mas orientou os parlamentaressportin bet iosua base a rejeitarem o seu próprio veto.

As chancessportin bet ioa Igreja Universal abandonar Bolsonaro e se aliar a Lula são vistas com ceticismo, ao menos nesse momento, nos meios políticos. No passado, a Igreja Universal demonizava o PT. Seus bispos e pastores chamavam o dirigente petistasportin bet io"satanás".

Depois, a Universal mudou o discurso. Ajudou Lula,sportin bet io2002, ao viabilizar a candidatura do empresário José Alencar (já falecido), como seu vice, por meio do PL, partido que abrigava os bispos e pastores da Universal. Alencar depois foi candidato à reeleição já pelo PRB, o atual Republicanos, o partido da igreja.

"Eles (da Universal) não dão cavalosportin bet iopau. Têm muitos interesses hoje no governo", avalia o deputado paulista Paulo Teixeira, secretário-geral do PT e vice-líder do partido na Câmara

"É um fato muito recente essas críticas. Não há, por exemplo, nenhuma divergência explicitadasportin bet iovotações que comprove um rompimento. Seria um salto muito grande, essa mudança repentina", diz Teixeira, ligado a grupos "progressistas" da Igreja Católica.

Ele lembra também que colegas seus do Republicanos, o partido ligado à Universal, não deram qualquer sinalsportin bet iopossíveis mudançassportin bet ioseus posicionamentos no Congresso.

O ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoíno confirmou que Lula tem conversado com evangélicossportin bet iobuscasportin bet ioapoio, e buscado uma aproximação com grupos neopentecostais. Mas esses encontros, segundo ele, têm sido realizados com representantes das bases dessas igrejas.

"Não é com os líderes, com as cúpulas. Essa fórmula já ficou provada que não dá certo", avaliou. "Entendo que nossa experiência e relação com os evangélicos não foi boa, por ter se dado com as cúpulas. No debate sobre direitos humanos, união civil e interrupção da gravidez, ficamos na retranca, na defensiva. E tínhamossportin bet iodiscutir, por exemplo, o preconceito contra as comunidades LGBT."

Na visão do teólogo Fábio Py, a Universal é hoje a instituição religiosa mais pragmática do país. Para a igrejasportin bet ioEdir Macedo, "não importa quem vai assumir o poder, mas sim que ela esteja junto construindo alianças e as condições para se manter à frente do governo", diz Py.

O importante, acentua, "é que ela esteja junto construindo a governança". Na avaliaçãosportin bet ioPy, nada impedirá que no futuro Macedo volte a se reaproximar do PT, caso Bolsonaro desandesportin bet iovez e Lula tenha chances reaissportin bet iovitória. O pragmatismo extremo, assim, não deixaria Macedo, mais uma vez, longe do poder.

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