Covid-19: relatório da FioCruz alerta para aumentokto roletacasos e riscokto roletaterceira onda no país:kto roleta

Hospitalkto roletacampanha

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Após uma queda tímida, reabertura das atividades já indica uma nova subidakto roletacasos e internações por covid-19

"Tais estimativas reforçam a importância da cautelakto roletarelação a medidaskto roletaflexibilização das recomendaçõeskto roletadistanciamento para redução da transmissãokto roletacovid-19, enquanto a tendênciakto roletaqueda não tiver sido mantida por tempo suficiente para que o númerokto roletanovos casos atinja valores significativamente baixos", completa o especialista.

Como o relatório foi feito?

O Boletim Infogripe é publicado semanalmente e avalia as notificaçõeskto roletaSíndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Todos os hospitais do Brasil são obrigados a transmitir ao Ministério da Saúde as informaçõeskto roletapacientes internados com problemas respiratórios.

Esses relatórios são fundamentais para entender a situação da saúde pública no país e lançar mãokto roletapolíticas capazeskto roletaconter surtos e epidemias.

Embora a SRAG não seja sinônimokto roletacovid-19, ékto roletase esperar que, durante uma pandemia, a maioria das hospitalizações por incômodos respiratórios tenha algo a ver com o víruskto roletamaior circulação no momento — atualmente, o Sars-CoV-2, o coronavírus responsável pela pandemia atual.

Os especialistas da FioCruz usam esses bancoskto roletadados públicos para fazer comparações entre as semanas epidemiológicas e ver como o númerokto roletaindivíduos afetados pela tal da SRAG se modifica com o passar do tempo.

Mapa da tendênciakto roletainternações por SRAG no Brasil, da FioCruz

Crédito, Divulgação/Boletim Infogripe FioCruz

Legenda da foto, Segundo boletim Infogripe, oito estados apresentam tendênciakto roletaaumentokto roletainternações por SRAG

Quais as descobertas do relatório?

O Boletim Infogripe desta semana traz um alerta importante: o sinalkto roletacrescimento nos casoskto roletaSRAGkto roletaoito Estados.

São eles: Amazonas, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Tocantins, Distrito Federal e Riokto roletaJaneiro

Em duas dessas unidades (Distrito Federal e Riokto roletaJaneiro), a probabilidadekto roletauma nova subida acontece no curto prazo,kto roletatrês semanas.

Nas demais, esse provável repique pode se consolidar no longo prazo, dentrokto roletaum mês e meio.

Um segundo achado importante:kto roletaoutros dez Estados, que apresentavam anteriormente uma tendênciakto roletaqueda nas notificaçõeskto roletaSRAG, foi observada uma interrupção nesse processo, com uma estabilização dos números.

Isso significa que as curvas, antes descendentes, estão se mantendo iguais e podem até voltar a crescer nos próximos períodos.

Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo se encaixam nesse segundo grupo.

Um mesmo cenário (aumento ou reversão na queda dos casos) foi observadokto roletadiversas capitais brasileiras e nas macrorregiões da saúde, como aponta o relatório da FioCruz.

O que essas descobertas sinalizam?

Em primeiro lugar, esses indícios sugerem que o retorno às atividades econômicas e sociais aconteceu muito cedo.

Ao primeiro sinalkto roletaarrefecimento, muitos prefeitos e governadores aliviaram as medidas restritivas tomadas anteriormente, que reduziramkto roletaforma considerável a quantidadekto roletapessoas forakto roletacasa.

Com mais gente nas ruas, o coronavírus também voltou a circular com maior intensidade.

Mais gente infectada, porkto roletavez, é sinalkto roletauma maior procura por pronto-socorros e postoskto roletasaúde, num momentokto roletaque as taxaskto roletaocupaçãokto roletaleitos continuam bem longe do ideal.

E isso pode representar uma piora na situação da pandemia nas próximas semanas.

"Tal situação, caso ocorra, não apenas manterá o númerokto roletahospitalizações e óbitoskto roletapatamares altos como também manterá a taxakto roletaocupação hospitalarkto roletaníveis preocupantes, impactando todos os atendimentos, não apenas aqueles relacionadas à síndromes respiratórias e covid-19", aponta Gomes.

Portanto, um aumento das internações pode aprofundar ainda mais a crise sanitária, aumentar os casos e mortes por covid-19 e levar a um novo colapso do sistemakto roletasaúde, o que alguns epidemiologistas encaram como uma "terceira onda".

Nívelkto roletaatividade da SRAG no Brasil, segue como muito alta

Crédito, Divulgação/Boletim Infogripe FioCruz

Legenda da foto, No boletim da FioCruz, nívelkto roletaatividade da SRAG é classificada como 'muito alta'kto roletatodo o Brasil

Alerta ligado há semanas

A títulokto roletacomparação, na semana epidemiológica 9 (que compreende o período entre 28kto roletafevereiro e 6kto roletamarço), quando o país estava à beira do colapso, a incidência médiakto roletaSRAG erakto roleta15,5 casos por 100 mil habitantes.

Atualmente, essa taxa estákto roleta11,4, o que é um número extremamente alto na avaliação dos autores do relatório.

Numa reportagem publicadakto roleta30kto roletaabril, a BBC News Brasil ouviu especialistas para entender o que o país deveria fazer para evitar uma eventual terceira onda da covid-19.

À época, o relaxamento das medidas restritivas já chamava atençãokto roletaepidemiologistas e matemáticos, que alertavam para uma possível subida nos casos e mortes pela doença.

Os movimentoskto roletaprefeitos e governadores foram classificados como "precipitados" e "preocupantes".

"Começamos a viver um cenário parecido ao que ocorreu após a primeira onda, com um platô elevadokto roletacasos e mortes. As decisões das próximas semanas serão cruciais para entendermos o que vai acontecer daquikto roletadiante", disse o físico Silvio Ferreira, professor da Universidade Federalkto roletaViçosa.

O epidemiologista Jesem Orellana, da FioCruz Amazônia, já destacava que a queda momentânea e tímida nas estatísticas da pandemia não era algo a ser comemorado.

"Essa queda é esperada e não representa nenhuma vitória sanitária, até porque não estamos tomando medidaskto roletacontrole efetivas na esfera nacional. Eu estou muito preocupado, inclusive, com a interpretação equivocada do atual momento por nossas autoridades", confessa Orellana.

Os especialistas alertavam para os riscos representados pelas comemorações do Dia das Mães (09/05) e a chegadakto roletatemperaturas mais frias, que nos levam a permanecer mais tempokto roletalocais fechados e próximoskto roletaoutras pessoas.

O que fazer?

Diantekto roletaum possível novo aumento, o ideal era que o Brasil adotasse medidas mais rígidas, que envolvessem não apenas uma interrupção das atividades econômicas e sociais, mas também um amplo programakto roletatestagem, isolamentokto roletacasos e rastreamento, controle das fronteiras e vigilância genômicakto roletanovas variantes.

"Junto com isso, precisaríamoskto roletaum Estado empenhadokto roletaproporcionar alívio financeiro às famíliaskto roletasituaçãokto roletavulnerabilidade e aos pequenos comerciantes e empresárioskto roletapequeno ou médio porte", pontua Orellana.

A descoberta recente dos primeiros seis casos no país da linhagem B.1.617, detectada pela primeira vez na Índia, também liga o sinalkto roletaalerta e precisa ser acompanhadakto roletaperto pelas autoridades sanitárias.

Do pontokto roletavista individual, é primordial que todos tomem as medidas necessárias para proteger a si e a todos ao redor, que passam invariavelmente por sairkto roletacasa o mínimo possível.

Caso seja necessário ir à rua, todas as recomendaçõeskto roletaprevenção continuam a valer: use máscaras (de preferência, PFF2 ou N95), mantenha distanciamento físicokto roletapelo menos 1,5 metrokto roletaoutras pessoas, lave sempre as mãos e dê preferência a locais abertos, bem arejados e com boa circulaçãokto roletaar.

E, quando chegar akto roletavez, vá até o postokto roletasaúde para receber a vacina.

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