Covid-19: relaxar medidas aumenta riscoeleição betanoterceira onda mais letal, apontam pesquisadores:eleição betano
Em outros locais, a volta às aulas já está programada para acontecereleição betanobreve.
A justificativa dos gestores públicos está na queda, ainda bastante inicial, das taxaseleição betanonovos infectados,eleição betanoocupaçãoeleição betanoleitoseleição betanoenfermaria e UTI eeleição betanomortes pela doença.
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, porém, classificam esses movimentos como precipitados e preocupantes: o aumento repentino na circulaçãoeleição betanopessoas pode desperdiçar os poucos avanços conquistados e gerar uma terceira onda ainda mais problemática.
"Estamos dianteeleição betanouma situação bem séria, com os números da pandemia estabilizados num patamar muito alto. Se nos descuidarmos justamente agora, corremos um grande risco", alerta o cientistaeleição betanodados Isaac Schrarstzhaupt, da Rede Análise Covid-19.
"Parece que começamos a viver um cenário parecido ao que ocorreu após a primeira onda, com um platô elevadoeleição betanocasos e mortes. As decisões das próximas semanas serão cruciais para entendermos o que vai acontecer daquieleição betanodiante", concorda o físico Silvio Ferreira, professor da Universidade Federaleleição betanoViçosa.
Para entendermos os próximos passos, é preciso antes saber como chegamos até aqui.
Avalanche nacional
A existênciaeleição betanouma, duas ou três ondas da pandemia no país é temaeleição betanointenso debate entre os especialistas da área.
Diante da controvérsia, nesta reportagem vamos adotar os termos "primeira", "segunda" e "terceira onda" para fins didáticos e para facilitar a compreensão geral do momento que estamos.
Para o epidemiologista Jesem Orellana, da FioCruz Amazônia, o Brasil está numa constante escalada da covid-19, uma vez que os casos e as mortes nunca ficarameleição betanopatamares realmente baixos.
"O Brasil nunca saiu da primeira onda. Vivemos um aumento entre abril e junhoeleição betano2020, seguido pelo platôeleição betanomortalidade mais longo do planeta, com uma médiaeleição betanomil óbitos diários pelos três meses seguintes", explica.
Esse comportamento foge totalmente do que aconteceueleição betanooutros lugares do mundo, onde as curvas têm picos e vales muito bem definidos.
É fácil entender essa diferença quando analisamos os registroseleição betanomortes por milhãoeleição betanohabitantes do Brasil e do Reino Unido, como você confere na imagem a seguir.
Enquanto por lá é possível identificar duas ondas muito claras, com picoseleição betanoabrileleição betano2020 e depoiseleição betanojaneiroeleição betano2021, por aqui, as médias permanecem relativamente iguais ao longo dos meses, com uma subida impressionante a partireleição betanofevereiroeleição betano2021.
O que aconteceu no Brasil durante boa parte do segundo semestreeleição betano2020 foi uma dessincronização da pandemiaeleição betanovárias partes do país.
Em outras palavras, enquanto a situação era graveeleição betanoSão Paulo, o estado do Pará vivia um momento mais confortável na notificaçãoeleição betanonovos casos e mortes por covid-19.
Passadas algumas semanas, esse status se invertia.
"O descompasso também pode ser observado na comparação entre regiões metropolitanas e o interior do país: os momentos da pandemia eram distintos e variavameleição betanotemposeleição betanotempos", observa Ferreira, que coordena um projetoeleição betanomodelagem epidêmica da covid-19 mantido pela Coordenaçãoeleição betanoAperfeiçoamentoeleição betanoPessoaleleição betanoNível Superior (Capes).
Tudo junto e misturado
Mas a viradaeleição betano2020 para 2021 engatou uma sérieeleição betanoacontecimentos que fez a pandemia se sincronizareleição betanotodo o país.
"As eleições municipais, realizadaseleição betanonovembro, influenciaram na retomada da primeira onda. A partir dali, houve um crescimento importante que não paroueleição betanoevoluir", avalia Orellana.
Após o pleito que definiu os novos chefes das prefeituras, vieram as aglomerações motivadas por Natal, Ano Novo, realização do Enem, Carnaval e retomada das aulas presenciais — apesareleição betanotodos os alertas emitidos por cientistas, instituiçõeseleição betanopesquisa e imprensa.
Essa sequênciaeleição betanoeventos aumentou a circulaçãoeleição betanopessoas pelas ruas que, poreleição betanovez, permitiu uma maior transmissão do coronavírus.
Daí para a frente, o efeito dominó já estavaeleição betanorápida progressão: maior númeroeleição betanoinfectados, aumento dos casos graves, demanda altíssima por cuidados médicos e internação, faltaeleição betanoleitos, equipamentos e remédios, colapso do sistemaeleição betanosaúde, subida vertiginosa nos óbitos…
Esse ciclo se inicioueleição betanojaneiroeleição betano2021, na cidadeeleição betanoManaus, e logo se alastrou para todas as outras regiões do país a partireleição betanofevereiro.
Um cenário desses já é péssimo quando ele ocorreeleição betanocidades e estadoseleição betanoforma isolada e assíncrona.
Agora, quando tudo explodeeleição betanouma vez sóeleição betanovárias regiões do país, o níveleleição betanodescontrole atinge proporções catastróficas, como a que vivemos entre março e abrileleição betano2021.
"Nós já tínhamos uma fogueira acesa. Mas fomos lá e jogamos um toneleleição betanogasolinaeleição betanocima dela", compara Schrarstzhaupt.
Para o matemático Eliandro Cirilo, do Laboratórioeleição betanoAnálise e Simulação Matemática da Universidade Estadualeleição betanoLondrina, é preciso acrescentar mais dois ingredientes nesta equação.
"As pessoas estão exauridas e estressadas com tantos meseseleição betanorestrição. Em termos práticos, isso se traduz num aumento natural na interação entre elas e, por consequência, numa subida da circulação do vírus", diz.
Em segundo lugar, o especialista lembra que, desde o finaleleição betano2020, estamos lidando com variantes mais infecciosas do coronavírus, que estão relacionadas a uma maior rapidezeleição betanoespalhamento da doença pela comunidade.
"Quando somamos esses dois fatores extras, nós temos o potencialeleição betanovivenciar uma terceira onda igual ou maior ao que vivemos até o presente", antevê.
O que vem pela frente?
Agora que já entendemos como chegamos até aqui, chegou o momentoeleição betanoolhar para o futuro e tentar antecipar um pouco como a pandemia deve se comportar nas próximas semanas.
E os especialistas consultados pela BBC News Brasil não estão nada esperançosos, a despeito da diminuição recente nos casos e nas mortes por covid-19.
"Essa queda é esperada e não representa nenhuma vitória sanitária, até porque não estamos tomando medidaseleição betanocontrole efetivas na esfera nacional. Eu estou muito preocupado, inclusive, com a interpretação equivocada do atual momento por nossas autoridades", confessa Orellana.
Os analistas compreendem que as curvas tendem a se estabilizar num patamar muito alto, numa repetição do que vivemos entre setembro e outubroeleição betano2020.
Para piorar, a maior circulaçãoeleição betanopessoas deve ser turbinada pela proximidade do Dia das Mães, que será comemorado no dia 9eleição betanomaio.
Apesareleição betanotodas as contra-indicações das autoridades sanitárias eeleição betanosaúde pública, não é exagero imaginar que muitos sairão às ruas para fazer compras e se reunirão com seus familiares para comemorar a data.
"E não podemos nos esquecer também da chegadaeleição betanotemperaturas mais frias,eleição betanoque temos a tendênciaeleição betanoficarmos mais perto uns dos outroseleição betanolocais fechados, o que ajuda a amplificar a transmissão do coronavírus", acrescenta Schrarstzhaupt.
Portanto, com tantas armadilhas pela frente, ainda é cedo para descartar a possibilidadeeleição betanoum repique na segunda onda, ou um aumento substancial na gravidade da pandemia a partir do finaleleição betanomaio e inícioeleição betanojunho, que possa configurar uma eventual terceira onda.
E a vacinação?
Diferentemente do que aconteceu no ano passado, 2021 traz uma novidade que pode influenciar no andamento da pandemia: a campanhaeleição betanoimunização.
As vacinas disponíveis no país, como a CoronaVac (Sinovac/Instituto Butantan) e a AZD1222 (AstraZeneca/Universidadeeleição betanoOxford/FioCruz) se mostraram capazeseleição betanoevitar casos graves e hospitalizações por covid-19.
E isso,eleição betanolongo prazo, pode representar um alívio dos grandes para o sistemaeleição betanosaúde: menos pessoas vulneráveis ao agravamento da infecção é sinônimoeleição betanouma menor demanda por atendimento hospitalar.
Essa queda na procura por pronto-socorro significa menos pressão para os profissionaiseleição betanosaúde e uma condição mais adequada para realizar o tratamento e o acompanhamento dos novos pacientes que necessitaremeleição betanoatenção especializada.
Mas é preciso muita cautela para que uma esperança não se transformeeleição betanoameaça: o progresso da imunização deve ser visto com muita cautela e sem falsas expectativas.
No momento, pouco maiseleição betano7% dos brasileiros completaram o esquema vacinal, o que representa uma pequena parcela diante do totaleleição betanohabitantes.
Além disso, esse avanço não pode ser encarado como um salvo-conduto para aliviar as medidas.
"Até o Chile, que tinha um dos melhores ritmoseleição betanovacinação do mundo e relaxou um pouco, teve um surto preocupante nos últimos meses, pois a porcentagemeleição betanoimunizados ainda era muito baixaeleição betanorelação ao número totaleleição betanosua população", lembra Schrarstzhaupt.
Ações necessárias
Até o momento, abrileleição betano2021 foi o pior mêseleição betanonúmeroseleição betanocasos e mortes desde que a covid-19 desembarcou no Brasil.
Diante disso, epidemiologistas e cientistaseleição betanodados consideram que é cedo demais para reabrir as atividades.
"Parece que o Brasil está sempre no limite. Mesmo que a taxaeleição betanointernações por covid-19 tenha caído um pouco, isso ainda não nos dá muita margemeleição betanoação", avalia Ferreira.
"Como o crescimentoeleição betanocasos obedece uma lógica exponencial, é fácil perder o controleeleição betanoquestãoeleição betanopoucas semanas", completa.
Schrarstzhaupt entende que o Brasil perdeu várias oportunidades para conter a criseeleição betanosaúde pública nos últimos meses.
"Deveríamos ter bloqueado nossas fronteiras, como Taiwan e Vietnã fizeram. Se essa ação fracassasse, poderíamos ter praticado um lockdown rápido, para conter o surto no início e não comprometer a economia, a exemploeleição betanoAustrália e Nova Zelândia. Se isso não resolvesse e os casos estourassem, daria para pensar num fechamento mais longo, como aconteceu no Reino Unido", exemplifica.
"Essas ações seriam muito mais efetivas e baratas do que investir num monteeleição betanoleitoseleição betanoUTI, que nos custam uma fortuna", completa.
Dentro desse pacoteeleição betanoações, programas amploseleição betanotestagem, isolamentoeleição betanocasos positivos e rastreamentoeleição betanocontatos seriam essenciais, bem como uma vigilância genômica para flagrar o surgimentoeleição betanonovas variantes emeleição betanoorigem, antes que elas se espalhassem.
"Junto com isso, precisaríamoseleição betanoum Estado empenhadoeleição betanoproporcionar alívio financeiro às famíliaseleição betanosituaçãoeleição betanovulnerabilidade e aos pequenos comerciantes e empresárioseleição betanopequeno ou médio porte", pontua Orellana.
"Mas, com a atual política conduzida no Brasil, pensar que teremos essas ações é uma utopia e não há maneiraeleição betanovislumbrar dias melhores", lamenta o epidemiologista.
Do pontoeleição betanovista individual, é primordial que todos tomem as medidas necessárias para proteger a si e a todos ao redor, que passam invariavelmente por saireleição betanocasa o mínimo possível.
Caso seja necessário ir à rua, todas as recomendaçõeseleição betanoprevenção continuam a valer: use máscaras (de preferência, PFF2 ou N95), mantenha distanciamento físicoeleição betanopelo menos 1,5 metroeleição betanooutras pessoas, lave sempre as mãos e dê preferência a locais abertos, bem arejados e com boa circulaçãoeleição betanoar.
E quando chegar aeleição betanovez, vá até o postoeleição betanosaúde para receber a vacina.
"Nós, como população, temos que enxergar a gravidade do momento e não vamos conseguir resolvê-lo sem a contribuiçãoeleição betanotodos", apela Cirilo.
E, segundo os especialistas, por mais que os números elevados da pandemia se repitam dia após dia, é preciso entender que isso não é normal, tampouco aceitável.
"Não é admissível naturalizarmos a morte e o sofrimento", completa Orellana.
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