Cientistahx betdados prevê bomba-relógio com aceleração da covid-19: 'Brasil não está nem perto da quedahx betcasos':hx bet

Coveiros vestindo roupashx betproteção carregam o caixãohx betum homemhx bet32 anos que morreu por covid enquanto holofotes iluminam os túmulos durante os enterros noturnos no cemitériohx betVila Formosahx betSão Paulo, Brasil, 30hx betmarçohx bet2021

Crédito, REUTERS/Amanda Perobelli

Legenda da foto, Brasil tem médiahx bet65 mil novos casoshx betcoronavírus diários, patamar bastante alto, sem contar a subnotificação

Maishx bet371 mil pessoas já perderam a vida pela covid-19 no Brasil.

Especialistashx bettodo o Brasil têm pedido um "lockdown nacional", com medidas mais restritivas que as adotadas até agora e durante três semanas para sair da crise sanitária.

Em um lockdown, ou confinamento, as pessoas ficam dentrohx betcasa para diminuir a circulaçãohx betambientes com outras pessoas e, assim, quebrar cadeiashx bettransmissão. A medida foi adotadahx betdiversos países e se mostrou eficaz para conter o vírus e, como consequência, hospitalizações e mortes. Normalmente, essas medidas vêm associadashx betauxílio financeiro do governo para quem não pode trabalharhx betcasa.

Trabalhador prepara caixãohx betfábrica,hx betmeio ao surto da doença coronavírus (COVID-19),hx betNova Iguaçu, Riohx betJaneiro, Brasil, 12hx betabrilhx bet2021.

Crédito, REUTERS/Pilar Olivares

Legenda da foto, Númerohx betóbitos deve estabilizarhx betpatamar 'altíssimo' ou ainda crescer, caso Estados flexibilizem medidashx betrestrição, diz especialista

Mas mesmo as restrições mais brandas adotadas por Estados brasileiros estão sendo abandonadas agora, enquanto o país segue com um patamar bastante altohx betcasos. Essa situação pode resultarhx betdois cenários, prevê Schrarstzhaupt:

- O númerohx betcasos vai estabilizar, mashx betum nível muito alto, transformando a "recém conquistada desaceleraçãohx betum platôhx betmuitos óbitos";

- O número altohx betpessoas doentes circulando será um "combustível" para novas infecções, gerando um novo aumento do númerohx betcasos, hospitalizações e mortes no Brasil

A vacinação, por enquanto, está muito incipiente para ser vista como um "escudo", diz ele. "Se eu fosse apostar, hoje estou enxergando um platô altíssimo. Os casos não vão cair, teremos uma ocupação enorme nos hospitais, aquela coisa ultraestressante para o sistema."

Foguete

Em seu dia a dia, Schrarstzhaupt faz análisehx betriscos para empresas. Na pandemia, passou a analisar dadoshx betmobilidade da população e do númerohx betcasoshx betcovid-19, fazendo previsões acertadas. Tornou-se um dos coordenadores da Rede Análise Covid-19, formada por pesquisadores voluntários dedicados a divulgar informações científicas sobre a pandemia no Brasil.

O cientista analisa dadoshx betmobilidade fornecidos pelo Google. São dados anônimoshx betquem usa serviçoshx betlocalização do celular, e mostram o deslocamento das pessoashx betcidades e Estados para locaishx bettrabalho, mercado, farmácias, residências, transporte público. Em suma, revelam a dinâmica da sociedade: se a população está ficando maishx betcasa ou se está saindo para realizar atividadeshx betoutros lugares.

Outra métrica que ele usa é a da média móvelhx betcasos positivos por dia. Comparando quantos casos foram notificados a cada dia, Schrarstzhaupt consegue enxergar a aceleração. Ele explica: "A aceleração é a velocidade do crescimento. Está crescendo a quanto? É isso que eu procuro saber."

Projeção nas paredes do museu nacionalhx betBrasília com a mensagem "Luto 340 mil mortos",hx betreferência às pessoas que morreramhx betdecorrência da doença do coronavírus é vista durante um protesto pedindo vacinas ehx betmemória dos mortos,hx betBrasília, Brasil, 7hx betabrilhx bet2021.

Crédito, REUTERS/Adriano Machado

Legenda da foto, Desde essa projeção,hx bet7hx betabrilhx bet2021, ja morreram mais 31 mil pessoas por covid no Brasil, totalizando 371 mil mortos

Ele então compara a mobilidade das pessoas com a aceleração -hx bettese, quanto maior o deslocamento das pessoas, maior é a possibilidadehx betcontágio. Os dados não demonstram causa e efeito, mas correlação, embora desde o início da pandemia a correlação entre estes dados tenha sido bastante sólida, diz ele. O cruzamento desses dados o ajuda a prever a direção da pandemia no Brasil.

Para continuarmos na metáfora do início da reportagem, é como se a curvahx betcasoshx betcovid-19 no Brasil fosse um foguete, propõe o pesquisador. Quando o deslocamento das pessoas foi restringido nos últimos meses, o foguete desacelerou. Em outras palavras, continuou subindo, mas cada vez mais devagar.

"Estávamos explodindo sem freio. Fizemos restriçõeshx betvários Estados e conseguimos desacelerar. Não é queda, é a velocidadehx betsubida que reduziu."

Foi um leve pé no freio, porque ainda estamos acelerando. O foguete "continua láhx betcima na estratosfera", diz Schrarstzhaupt, "com muitos casos, internações e óbitos".

Para que mudehx betdireção e comece a cair, é preciso fazer a mesma força para empurrá-lo para baixo. Essa força são as medidashx betcontenção do vírus,hx betrestriçãohx betmobilidade.

Estados

A explosãohx betcasoshx betcovid-19 no início do ano se deuhx betforma quase que sincronizada no Brasil todo, explica Schrarstzhaupt, e foi seguidahx betmedidas restritivas ao deslocamento nos Estados.

Rua vazia com comércio fechado no Riohx betJaneiro

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Lockdownhx bettrês semanas ajudaria a quebrar as cadeiashx bettransmissão do coronavírus no país

Agora, a flexibilização dessas medidas já tem causado um impacto na desaceleração dos casoshx betcovid-19 e indica um caminho perigoso para todos os Estados brasileiros. Segundo suas análises, todos devem tomar cuidado, mas há alguns que já mostram "reversãohx bettendência", ou seja, quando a desaceleração diminui e caminha novamente para uma aceleração.

No Amazonas, por exemplo, depois das restrições da fase roxa, houve quedahx betcasos. Schrarstzhaupt lembra que ajuda também o "isolamento 'endógeno",hx betpessoas que ficamhx betcasa por medo, mesmo sem restrições". Mas no dia 20hx betmarço, o Estado passou da fase vermelha para a laranja, e agora o que se vê é que a velocidadehx betqueda está freando.

Os dados mostram isso: levandohx betconsideração a média móvelhx betcasos no Amazonas e analisandohx betvelocidade, Schrarstzhaupt viu, no dia 11hx betabril, que a variação naqueles últimos 30 dias havia sidohx bet-36.84% (ou seja, queda). Nos últimos 10 dias,hx bet-20%. Em outras palavras, diminuiu a velocidade da queda.

A Bahia é outro exemplo. "Vinhahx betaceleração, restringiu a mobilidade, desacelerou. Agora reabriu e já mostra reversão", diz. Em Salvador, os shoppings reabriram no dia 6/4.

Outros Estados que vinham desacelerando agora "rumam para uma estabilização da queda". Algo perigosohx betum patamar tão alto, diz, pois há casos ativos demais transmitindo o vírus.

O governohx betAlagoas anunciou a liberação do funcionamentohx betbares e restaurantes com atendimento presencial e, à noite, pague e leve, a partir do dia 6/4. Os dados mostram que os casos ali pararamhx betcair e "estabilizaramhx betum patamar altíssimo", diz o cientista.

O Rio ainda nem teve desaceleração - ali, os casos seguem aumentando. Na capital, a prefeitura retomou horários ampliadoshx betfuncionamento para o comércio - bares, restaurantes, lanchonetes e quiosques da orla do município. Escolas foram reabertas, assim comohx betSão Paulo.

O governo do Rio Grande do Sul ampliou o horáriohx betmercados, restaurantes e bares. Se nos últimos 30 dias anteshx bet11hx betabril os casos estavam caindo a uma velocidadehx bet-56%, nos últimos dez dias passaram a cairhx betuma velocidadehx bet-19%. Ou seja, diminuiu a velocidade da queda. Ainda é uma queda, mas mais lenta, diz o cientistahx betdados.

O perigo para os Estados brasileiros é que o afrouxamento das medidashx betproteção revertam a desaceleração e os casos voltem a subir.

Como muitos especialistas, Schrarstzhaupt defende um lockdown nacional para cortar pela raiz a disseminação dos casos, associado a um auxílio financeiro para a população passar por isso. "Quanto mais esperarmos para fazer, mais caro vai ficar. Teremos mais doentes, e levará mais tempo para o foguete descer", afirma.

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