Covid-19: 'contágio é exponencial' e só lockdown impede tragédia maior no Brasil, alertam cientistas:pixbet imagens

"Ano passado, quando o isolamento deu um pouquinho certo, as pessoas realmente se isolaram e usaram máscaras. Hoje, essas medidas estão absolutamente desacreditadas. Mesmo com fases e decretos mais rígidos, o nívelpixbet imagensisolamento é pequeno e a circulação está grande. A população está tendo um desapego à vida", diz.

"Se você põe bandeiras mas a população não respeita, não vai adiantar nada. Já que não conseguimos que a população se conscientize, precisamos do castigo (com a fiscalização)."

O médico critica ainda que o endurecimentopixbet imagensmedidas pelos governos locais, como a atual fase vermelhapixbet imagensSão Paulo, veio tardiamente. Para ele, essas intervenções devem ser ainda incrementadas por restrições ao turismo, aos cultos religiosos e às aulas presenciaispixbet imagensescolas, alémpixbet imagenslimitações a encontros com maispixbet imagens10 pessoas.

O epidemiologista Paulo Lotufo, também professor da Faculdadepixbet imagensMedicina da USP, lembra que no primeiro semestrepixbet imagens2020 foi justamente o isolamento que conseguiu impedir que se concretizassem as estimativas,pixbet imagensmarço daquele ano,pixbet imagensquepixbet imagensagosto o númeropixbet imagensmortes chegaria a 1 milhão no país. Em 31pixbet imagensagostopixbet imagens2020, foram registrados 121.515 óbitos pela covid-19.

Lotufo concorda com a necessidadepixbet imagensrestrições a viagens internas e denuncia o riscopixbet imagensque medidaspixbet imagensisolamento rígidas impostas por governos locais sejam logo relaxadas pela pressão pela abertura do comércio epixbet imagensserviços não essenciais. Para ele, tais restrições devem seguir pelo menos até a Semana Santa, no iníciopixbet imagensabril.

"É importante entender que o contágio não é linear — ele é exponencial, como os juros compostos do cartãopixbet imagenscrédito. Quando você entra no cheque especial, é uma espiral. Com o contágio, também funciona assim, inclusive para o que você fazpixbet imagenspositivo. Se você consegue reduzir substancialmente as infecções, o impacto no númeropixbet imagenscasos, internações e mortes é muito grande", explica o epidemiologista.

Faltapixbet imagensvacinas e maior riscopixbet imagensvariante

Idealmente, Lotufo diz quepixbet imagensuma fase crítica da pandemia como a atual no Brasil, o isolamento deveria ser associado à vacinação massiva e ao rastreamentopixbet imagenscasos — ambas medidas timidamente aplicadas no Brasil até hoje.

Até esta terça-feira (9/3), 8,7 milhõespixbet imagenspessoas no Brasil — 4% da população — receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19, segundo um consórciopixbet imagensveículos da imprensa formado por G1, O Globo, Extra, Estadão, Folha e UOL.

O país que mais vacinoupixbet imagenstermos relativos no mundo, Israel, chegou à metade da população imunizada com pelo menos uma dosepixbet imagensfevereiro.

Entretanto, Marcos Boulos ressalva que as vacinas têm papel mais importante a médio e longo prazo no controle da pandemia — diferente da situação emergencial que estamos vivendo agora.

"Mesmo se tivéssemos vacinas o suficiente, não impactaria tanto nesse momento, porque elas começam a funcionar algumas semanas depois da aplicação. Mas ela vai ser extremamente importante para atingirmos a imunidade coletiva, que permite acabar com a transmissão."

O infectologista lembra que o isolamento é importante não só para controle geral da doença, mas para frear o surgimentopixbet imagensnovas variantes do vírus, como a P.1, originadapixbet imagensManaus (AM). Ele explica que as variantes se formam a partirpixbet imagens"mecanismospixbet imagensfuga" do vírus para continuar se proliferando — quanto mais ele circular, ou seja, junto com as pessoas, mais variantes podem surgir.

Segundo pesquisa do Centro Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologiapixbet imagensArbovírus (CADDE), a P.1 épixbet imagens1,4 a 2,2 vezes mais transmissível que as linhagens anteriores.

"Vimos quepixbet imagensdezembro a variante foi responsável por uma elevação nas transmissõespixbet imagensdezembro, epixbet imagensjaneiro acelerou demais. Ela ainda não predomina, mas já está no Brasil todo", diz Marcos Boulos.

Curvas aindapixbet imagenstendênciapixbet imagenscrescimento

De acordo com Marcelo Gomes, pesquisador a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e coordenador do InfoGripe (sistemapixbet imagensmonitoramento da covid-19 epixbet imagensoutras síndromes respiratórias), a maior parte do país está com curvaspixbet imagenscasos graves aindapixbet imagensascensão — sem sinais clarospixbet imagensarrefecimento.

Uma exceção é na região amazônica, onde picos foram atingidos na virada do ano e agora não estão crescendo mais.

"A curvapixbet imagenscasos graves antecipa apixbet imagensóbitos, com uma diferençapixbet imagensuma a duas semanas entre as elas", explica Gomes, indicando que se a curvapixbet imagenscasos graves na maior parte do país estápixbet imagenstendênciapixbet imagenscrescimento, épixbet imagensse esperar que apixbet imagensóbitos deva crescer mais nas próximas semanas.

"Por isso, mesmo depois que os novos casos sejam controlados, a diminuição da curvapixbet imagensóbitos ainda leva certo tempo."

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