Não deixohoki88cek freebetconfrontar os colegas que espalham fake news sobre vacinas, diz médica brasileira que viralizouhoki88cek freebetpost da Unicef:hoki88cek freebet

Crédito, Reprodução/Instagram

Legenda da foto, Posthoki88cek freebetMaria Flávia compartilhado na página da Unicef: profissionais da saúde também devem lutar contra desinformação, diz ela

Esta última tem cercahoki88cek freebet20 mil habitantes, uma população rural emhoki88cek freebetmaioria, muito desassistida e com alto índicehoki88cek freebetanalfabetismo. "Às vezes é preciso desenhar a receita para o paciente", ela conta.

Nesse sentido, Maria Flávia acredita que os profissionaishoki88cek freebetsaúde têm obrigaçãohoki88cek freebetcombater a desinformação e as notícias falsas. Especialmente nos locaishoki88cek freebetque as populações têm acesso mais difícil a informação clara ehoki88cek freebetqualidade.

Mas não só. Não foram poucas as vezeshoki88cek freebetque ela teve que desmistificar nas unidadeshoki88cek freebetsaúde dos dois municípios as "fórmulas milagrosas" contra a covid-19 -hoki88cek freebetbicarbonatohoki88cek freebetsódio a cloroquina - que, na verdade, não têm qualquer eficácia comprovada contra a doença e,hoki88cek freebetalguns casos, podem causar efeitos colaterais ou dano à saúde dos pacientes.

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, 'Uma coisa é receber notícia falsahoki88cek freebetparente, outra coisa é quando vem dos próprios profissionais da saúde'

Post compartilhado pela Unicef

Junto do registro do momentohoki88cek freebetque foi imunizada, a médica compartilhou uma imagem da mãe ainda criança.

"Essa menina da primeira foto, com o lado esquerdo do corpo paralisado (olhem o bracinho torto) é a minha mãe, enquanto se recuperava da poliomielite, a paralisia infantil, há maishoki88cek freebet60 anos."

"Nesses anoshoki88cek freebettrabalho eu nunca vi, atendi ou soubehoki88cek freebetalgum casohoki88cek freebetcriança com essa doença, pois ela é considerada erradicada do país desde 1989, graças às campanhashoki88cek freebetvacinação!" (O último casohoki88cek freebetpólio registrado no Brasil foihoki88cek freebet1989, ehoki88cek freebet1994 o país recebeu certificadohoki88cek freebeteliminação da doença).

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Finalhoki88cek freebetInstagram post

Por sugestãohoki88cek freebetuma amiga, Maria Flávia marcou a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), que há décadas lidera campanhas globaishoki88cek freebetvacinação infantil.

Poucos dias depois, a organização entrouhoki88cek freebetcontato com a médica por mensagem direta e pediu permissão para reproduzir o conteúdo, com o texto traduzido para o inglês. Desde então, o post foi curtido por quase 41 mil pessoas.

Nos últimos dias, ela tem recebido mensagenshoki88cek freebetapoio vindashoki88cek freebetdiversos países. A repercussão deu-lhe energia para continuar alertando sobre a importância da vacinação e combatendo a desinformação especialmente neste momentohoki88cek freebetque, passado quase um anohoki88cek freebetpandemia, ela vê muita gente optando por evitar confrontar quem dissemina informações falsas.

"O pessoal da áreahoki88cek freebetsaúde que tentava explicar (por que as informações não eram verdadeiras) no Facebook, nos gruposhoki88cek freebetfamília foi ficando esgotado."

Ela faz questãohoki88cek freebetresponder aos colegas médicos que nos gruposhoki88cek freebetWhatsApp ou nas redes sociais defendem o usohoki88cek freebetmedicamentos sem eficácia comprovada contra covid-19 ou os que dizem que não vão se vacinar e tentam levantar dúvidas sobre os imunizantes.

"Já entreihoki88cek freebetdiscussões acaloradíssimas", conta. "Meu namorado e meus pais são contra, dizem que isso desgasta demais."

"Mas uma coisa é receber notícia falsa do meu tio que mora no interiorhoki88cek freebetMinas, outra coisa é quando vem dos próprios profissionais da saúde", ela completa.

Efeitos colaterais do 'protocolo covid'

A médica chegou a pedir demissãohoki88cek freebetum outro emprego,hoki88cek freebetmeados do ano passado, por discordar da decisão da prefeiturahoki88cek freebetprescrever uma sériehoki88cek freebetmedicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19 a pacientes com a doença.

A profissional pediu que o nome do município não fosse citado por temer represálias.

Pouco depois do início da pandemia, a cidade publicou um protocolohoki88cek freebetque recomendava a administraçãohoki88cek freebetuma sériehoki88cek freebetmedicamentos, entre anticoagulantes, anti-inflamatórios, antibióticos, antiparasitários e a hidroxicloroquina, aos pacientes com sintomas da doença.

"Os remédios eram dados às vezes antes ainda da confirmação do teste laboratorial (de diagnóstico da covid)", ela afirma.

No protocolo, obtido pela reportagem, consta que os médicos não seriam obrigados a prescrever o "tratamento profilático", mas ressalta-se que apenas aqueles que o seguissem receberiam apoio jurídico caso pacientes entrassem na Justiça.

Em paralelo, profissionais da saúdehoki88cek freebetalgumas unidades também receberam mensagens da administração informando que, se quisessem seguir trabalhando na instituição, deveriam seguir o protocolo.

Sentindo-se pressionada, a médica conta que a gota d'água aconteceu quando ela atendeu um paciente que, emhoki88cek freebetavaliação, apresentava severos efeitos colaterais resultantes do "tratamento profilático".

O homemhoki88cek freebetmeia idade, diz ela, voltou à unidadehoki88cek freebetsaúde dois dias depoishoki88cek freebetiniciar os medicamentos, sentindo-se pior. Ele vomitava e tinha a função do fígado alterada - um quadro clarohoki88cek freebetintoxicação medicamentosa, diz Maria Flávia.

"Decidi que não seria conivente com aquilo, não vou fazer o que não acredito. A medicina é uma ciência, a gente precisahoki88cek freebetprovas científicas (de que os medicamentoshoki88cek freebetfato funcionam)", diz ela, que pediu demissão depoishoki88cek freebetquatro anos no cargo.

Sobre a política do "mal não faz" abraçada por muitos daqueles que têm tomado remédios contra vermes e parasitas, por exemplo, achando que estão fazendo um tratamento profilático contra a covid, ela rebate: "Faz mal sim. Tem efeitos hepáticos muito graves."

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, A médica com a mãe (esq.) e mais o pai e a irmã (dir.): 'Não passava pela minha cabeça que alguém poderia ser contra vacina'

Da poliomielite à covid

Formadahoki88cek freebetMedicina desde 2016, Maria Flávia decidiu trabalhar no SUS quando, na faculdade, passou 10 diashoki88cek freebetum quilombo no município paulistahoki88cek freebetItapevahoki88cek freebetuma expedição do Projeto Rondon, iniciativa do Ministério da Defesa que leva estudanteshoki88cek freebetdiversas especialidades a comunidadeshoki88cek freebetvárias regiões do país.

"É uma pobreza que eu nunca imaginei que existisse no Estado mais rico do Brasil", ressalta. Marcou a imagem das casashoki88cek freebetmadeira, com chãohoki88cek freebetareia e fogão a lenha, e os problemashoki88cek freebetsaúde que ela nunca tinha visto nas visitas às cidades no entornohoki88cek freebetSorocaba - como fungos que atacavam crianças por causa da maneira como usavam fraldashoki88cek freebetpano.

"Encontrei sentido ali,hoki88cek freebetajudar quem realmente precisa. As pessoas que estão no SUS não têm outra opção a não ser passar comigo. Ou eu faço o melhor trabalho que posso ou eles não vão ter a quem recorrer", diz.

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Médica conta que faz 'propaganda' da vacina aos pacientes para encorajá-los a se imunizarem

Em casa, ela cresceu ouvindo sobre a importância das vacinas.

Como a história sobre como a avó materna fez questãohoki88cek freebetvacinar todos os filhos quando a imunização contra poliomielite finalmente chegou a Três Corações (MG), ainda que as crianças estivessem já fora da idade alvo e que a filha acometida pela doença aos dois anos e meiohoki88cek freebet1955, nesse então com 10 anos, tivesse se recuperado quase sem sequelas.

O caso da mãehoki88cek freebetMaria Flávia, aliás, foi uma exceção. Entre as outras crianças que também tiveram pólio na cidade mineira naquela época, a maioria tevehoki88cek freebetconviver com sequelas mais graves.

Monica Ribeirohoki88cek freebetAndrade lembrahoki88cek freebetpelo menos cinco que, assim como ela, tiveram episódioshoki88cek freebetfebres altíssimas e depois experimentaram alguma restriçãohoki88cek freebetmovimento.

A família credita a recuperação "milagrosa" à mãehoki88cek freebetMonica, avó da médica, que tomou a iniciativahoki88cek freebetestimular os movimentos da filhahoki88cek freebetuma épocahoki88cek freebetque a fisioterapia estava longehoki88cek freebetser difundida no interior do Brasil.

Ela percebeu que havia algo errado quando, depois dos diashoki88cek freebetfebre intensa -hoki88cek freebetque a menina chegou a convulsionar -, ofereceu à filha uma maçã e ela, que era canhota, agarrou-a com a mão direita.

"Ela repetiu isso uma, duas, três vezes, e minha mãe sempre estendia a mão direita. Minha avó então reparou que ela não estava movimentando o lado esquerdo do corpo."

Passada a fase aguda, ela usou a criatividade para fazer com que a filha movimentasse braço, mão e dedos das mais diferentes formas -hoki88cek freebetaulashoki88cek freebetpiano e balé à manivela do moedorhoki88cek freebetcafé da fazendahoki88cek freebetque a família morava. A insistência deu certo.

"Nunca passou pela minha cabeça que alguém poderia ser contra vacina, contra algo que salva vidas", diz Maria Flávia.

Ela segue falando quando pode sobre a importância da imunização não só contra a covid-19, mas contra diversas doenças evitáveis graças às vacinas, como o sarampo.

Nas últimas semanas, tem feito "propaganda" a cada um que entra no consultório: "Já estou vacinada, hein?"

A segunda dose está marcada para esta sexta, dia 12.

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