'Quem tiver oxigênio, por favor traga': o apelo da mulher ao ver desesperobetfairnetpacientesbetfairnethospitalbetfairnetManaus:betfairnet
Thalita explica que antes do fim da suplementação hospitalar, a sogra estava se recuperando bem da covid-19. Ela detalha que a idosa atingiu, na madrugadabetfairnetquinta-feira, o maior nívelbetfairnetsaturaçãobetfairnetoxigênio do sangue desde que contraiu o novo coronavírus: chegou a cercabetfairnet99% — o ideal é entre 95% e 100%.
No entanto, quando o oxigênio hospitalar acabou, diz a psicóloga, a saturação da idosa caiu para 35%. "Essa queda aconteceu com praticamente todos os pacientes", comenta. Diante da situação, ela afirma que a única alternativa que lhe restou foi comprar um cilindrobetfairnetoxigênio por conta própria para ajudar a sogra.
A escassezbetfairnetoxigênio hospitalar tem sido registradabetfairnetdiversas unidades públicasbetfairnetManaus. A situação preocupa profissionaisbetfairnetsaúde do Amazonas, que têm lidado com hospitais cada vez mais lotados — nas últimas semanas, o Estado, que tem maisbetfairnet5,8 mil mortes pela covid-19, enfrentou duro aumentobetfairnetcasos da doença.
De acordo com o governo do Amazonas, o Estado precisaria atualmentebetfairnet76,5 mil metros cúbicos diários para abastecer os hospitais públicos e privados da região diante do crescimentobetfairnetcasos da covid-19. No entanto, as três fornecedoras da região têm capacidadebetfairnetentrega diária somentebetfairnet28,2 mil metros cúbicos.
Para buscar os 48,3 mil metros cúbicos diários que faltam para atender os pacientes, o governo do Amazonas criou nesta semana, junto com o Ministério da Saúde, a "Operação Oxigênio", para pegar insumobetfairnetFortaleza e São Paulo e levar a Manaus por meiobetfairnetaviões da Força Aérea Brasileira (FAB).
O governador do Amazonas, Wilson Lima, afirmou recentemente que o Estado sofre com dificuldades logísticas para abastecer as unidadesbetfairnetsaúde com oxigênio. Segundo ele, desde a semana passada há um "esforço muito grande para complementar a produção no Amazonas".
Nesta quinta, a SecretariabetfairnetSaúde do Amazonas determinou a requisição administrativabetfairnet"eventual estoque ou produçãobetfairnetoxigênio"betfairnet17 empresas, como montadoras e produtorasbetfairnetEletrodomésticos.
Na última terça-feira (12/01), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a capital amazonense enfrenta a "crise do oxigênio".
'Todo mundo vai morrer'
A tragédia da faltabetfairnetoxigêniobetfairnetManaus foi compartilhada por Thalitabetfairnetseu perfil no Instagram. "Pessoal, peço misericórdia. É uma situação deplorável. Acabou oxigêniobetfairnettoda a unidadebetfairnetsaúde. Há muita gente morrendo. Quem tiver disponibilidadebetfairnetoxigênio, por favor traga", disse a psicólogabetfairnetuma sériebetfairnetvídeos publicados na manhã desta quinta.
A sograbetfairnetThalita, Maria Auxiliadora da Cruz, está internada no ServiçobetfairnetPronto Atendimento e Policlínica Dr. José Lins,betfairnetManaus, desde 8betfairnetjaneiro. A psicóloga conta que a idosa precisaria estarbetfairnetuma UnidadebetfairnetTerapia Intensiva (UTI), mas não conseguiu vagabetfairnetrazão da sobrecarga do sistemabetfairnetsaúde da cidade.
Desde que passou a acompanhar a sogra com a covid-19, Thalita presenciou as dificuldades enfrentadas na saúde pública diante do aumentobetfairnetcasos da doença. Porém, ela relata que não cogitava passar por situação desesperadora como a da manhã desta quinta.
"Os familiares dos pacientes ficaram desesperados. Fui atrás da diretora do hospital, que é uma senhora muito humilde e querida. Vi o desespero nos olhos dela. Ela falou: não tenho o que fazer, infelizmente. Eu respondi: então todo mundo vai morrer", emociona-se a psicóloga.
Thalita comenta que decidiu fazer as publicações no Instagram ao ver a sogra e os outros pacientes cada vez piores. Segundo ela, não havia previsão para a chegadabetfairnetoxigênio hospitalar na unidadebetfairnetsaúde.
"Pedi ajuda (no Instagram) para ver se as pessoas traziam oxigênio ou se as empresas doavam. A unidade precisa sóbetfairnet12 cilindros para ajudar os pacientes. Se conseguíssemos apenas essa quantidade, já ajudaríamos os pacientes por mais algumas horas", relata a psicóloga.
O infectologista Bernardino Albuquerque, professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), conta ter ouvido inúmeros relatosbetfairnetdiversas unidadesbetfairnetsaúdebetfairnetManaus que enfrentam a faltabetfairnetoxigênio.
"Não ter oxigênio nessa atual situação é faltabetfairnetplanejamentobetfairnetaquisição e entrega desses insumos. Se as empresas daqui não tinham condiçõesbetfairnetentregar uma certa capacidadebetfairnetoxigênio, obviamente já deveriam ter buscadobetfairnetoutros lugares", critica.
"A atual situação ébetfairnetcalamidade pública, sem dúvidas. Estamos todos numa grande expectativa sobre o que realmente pode acontecerbetfairnetManaus. Isso não vai terminar daqui dois, três, quatro ou cinco dias. Serão semanas nessa situação crítica. Dizem que a vacinação pode melhorar, mas para isso leva tempo, porque vai depender da adesão da população e da eficácia da vacina", acrescenta.
A luta pelo oxigênio
Para ajudar a sogra, Thalita pagou R$ 3 milbetfairnetum cilindrobetfairnetoxigênio. Para recarregar o equipamento (cada carga durabetfairnetmédia 12 horas), deverá pagar cercabetfairnetR$ 500 — especialistas estimam que os valoresbetfairnetmuitos produtos relacionados ao oxigênio hospitalarbetfairnetManaus mais que dobraram no atual período,betfairnetrazão do aumento da procura.
"Mesmo com o oxigênio hospitalar, a minha sogra ainda está muito mal. A saturação dela caiu muito e não voltou", lamenta Thalita.
AlémbetfairnetMaria Auxiliadora, o marido dela, Paulo Jorge Lima,betfairnet66 anos, também está internadobetfairnetdecorrência da covid-19 — outros membros da família, como Thalita, também contraíram o novo coronavírus recentemente, mas apresentaram sintomas leves. O idoso estábetfairnetoutra unidadebetfairnetsaúde públicabetfairnetManaus. Os familiares também compraram um cilindro para auxiliá-lo.
Enquanto a família da psicóloga tem condições financeiras para comprar cilindros, outras vivem a terrível espera por parte do poder público.
Familiaresbetfairnetpacientes internadosbetfairnetManaus, conta a psicóloga, começaram buscas desesperadas por oxigênio. "Dei um poucobetfairnetcarga do oxigênio para uma senhora ao lado da minha sogra, mas não pude ajudar muito", diz Thalita. Segundo a psicóloga, outras famíliasbetfairnetpacientes da unidadebetfairnetsaúde também adquiriram cilindrosbetfairnetoxigênio.
"O problema é que há muitas famílias humildes. Me disseram que alguns vendedores estão cobrando até R$ 5 mil pelo cilindro, mas muitos familiaresbetfairnetpacientes são pessoas que dizem que não têm condições sequer para comprar água", relata a psicóloga. "Muita gente vai morrer por faltabetfairnetoxigênio", acrescenta Thalita.
Até meados da tarde desta quinta-feira, o governo ainda não havia entregado cilindros para a unidadebetfairnetsaúdebetfairnetque a sograbetfairnetThalita está internada. Em seu perfil no Instagram, a psicóloga pedia doaçõesbetfairnetinsumos para o local e até ajuda para tentar transferir pacientesbetfairnetestado grave que lutavam para sobreviver diante da faltabetfairnetoxigênio hospitalar.
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