Amazônia: mapeamento inédito identifica 2,7 mil projetosvbet italyrestauração:vbet italy
Os 2.773 projetos mapeados, no entanto, cobrem 113,5 mil hectares, uma pequena área frente ao acelerado ritmovbet italydestruição da floresta. Apenas entre agostovbet italy2019 e julhovbet italy2020, foram desmatados 1,1 milhãovbet italyhectares da Amazônia (altavbet italy9,5% ante os doze meses anteriores), segundo dados oficiais preliminares do Instituto Nacionalvbet italyPesquisas Espaciais (Inpe) — cada hectare equivale a aproximadamente um campo profissionalvbet italyfutebol.
Por isso, a publicação traz dez recomendações para que a restauração ganhe escala no Brasil, ao mesmo tempo que alerta que esses projetos não substituem a preservação da floresta aindavbet italypé, com o combate ao desmatamento, que é majoritariamente ilegal na Amazônia.
Segundo Danielle Celentano, secretária executiva da Aliança pela Restauração na Amazônia, a recuperação da floresta e o combate ao desmatamento são estratégias que caminham juntas para evitar que a Amazônia chegue ao "pontovbet italynão retorno" (tipping point,vbet italyinglês), um patamarvbet italydestruiçãovbet italyque a floresta perderia a capacidadevbet italyse regenerar e haveria mudanças drásticas e permanentes do ecossistema (como redução das chuva e aumento da seca).
Cientistas como Carlos Nobres calculam que esse ponto irreversível deve ocorrer quando o desmatamento atingir algo entre 20% a 25% da floresta original. Em entrevista à BBC News Brasilvbet italysetembro, ele disse que já foi perdidovbet italy16% a 17% da floresta, e que o "pontovbet italynão retorno" será atingido no intervalovbet italy15 a 30 anos, permanecendo a taxavbet italydesmatamento atual.
"A Amazônia está chegando perto do tipping point. Então, é agora ou nunca: tem que pararvbet italydesmatar e recuperar o passivo (o que foi desmatado ilegalmente), promovendo uma nova economiavbet italybase florestal", afirma Celentano, que é também gerente sêniorvbet italyrestauraçãovbet italypaisagens florestais da Conservação Internacional, uma das 80 instituições que integram a Aliança pela Restauração.
Ela ressalta que uma das formasvbet italyampliar a recuperação da Amazônia é promover o cumprimento da lei. O Código Florestal,vbet italy2012, estabeleceu que apenas 20% das propriedades na Amazônia podem ser desmatadas e determinou a restauração das áreasvbet italyfloresta que foram suprimidas ilegalmente, mas o prazo para cumprimento tem sido sucessivamente adiado.
vbet italy Quer saber mais? Leia nosso especial sobre o desmatamento na Amazônia:
Segundo a publicação da Aliança, a área que deve ser recuperada por esses proprietários para legalizar suas terras é estimadavbet italy8 milhõesvbet italyhectares, sendo que 5 milhões são passíveisvbet italyserem restaurados (a diferença pode ser compensada atravésvbet italyoutros mecanismos previstos na lei).
Sem o cumprimento da lei pelos donosvbet italyterra, a maioria das iniciativasvbet italyrestauração são tocadas por organizações da sociedade civil (87,5% dos projetos mapeados). Em seguida estão empresas (5,6%), agricultores (3,8%), instituiçõesvbet italypesquisa (2,4%) e governos (0,7%).
São os projetosvbet italyempresas, porém, que respondem pela maior áreavbet italyrecuperação (52% do total). O levantamento mostra ainda que Rondônia concentra o maior númerovbet italyiniciativas (1.658), mas responde por apenas 9% da áreavbet italyrestauração. Já o Pará concentra 49% da área total mapeada e Mato Grosso, 27%.
Floresta se recupera sozinha, mas é desmatadavbet italynovo
Os projetos mapeados cobrem uma diversidadevbet italytécnicasvbet italyrestauração, que podem variarvbet italyacordo com o nívelvbet italydegradação da área e a finalidade buscada com a recuperação.
O desmatamento acumulado da Amazônia é calculadovbet italy80,3 milhõesvbet italyhectares. Parte da floresta consegue se recuperar sozinha, quando a área destruída fica depois abandonada, mas essa vegetação secundária não tem a mesma riquezavbet italybiodiversidade da mata nativa e é também mais vulnerável a ser novamente desmatada, destaca a publicação.
Estimativa do MapBiomas évbet italyque,vbet italy2018, 14,9 milhõesvbet italyhectares da Amazônia estavam cobertos com vegetação secundária, mas o desmatamento nessas áreas têm sido,vbet italymédia, 40% maior do quevbet italyflorestas primárias.
Por isso, o documento da Aliança considera como áreavbet italyrestauração apenas os espaçosvbet italyvegetação secundária que estãovbet italy"regeneração natural assistida". Ou seja, que recebem interferência humana para evitar novos desmatamentos e aumentar a biodiversidade. Segundo o documento, há 147 projetos desse tipo, que cobrem 12% do território mapeado.
Já espaços com baixo potencialvbet italyregeneração natural demandam intervenções ativas, normalmente mais custosas, como o plantiovbet italysementes e mudas. O levantamento identificou 734 iniciativas desse tipo, que cobrem a maior parte da áreavbet italyrestauração (59%).
A semeadura direta é uma forma mais barata, considerada promissora, mas ainda usadavbet italypequena dimensão (são 185 projetos que cobrem 3% da área mapeada). Uma dessas técnicas, batizadavbet italymuvuca, consistevbet italyplantar com máquinas agrícolas uma misturavbet italysementes agrícolas e florestais,vbet italyespéciesvbet italyciclo curto, médio e longo.
"Misturavbet italysementes nativas evbet italyadubação verde com areia que forma um insumo homogêneo propício para a formação da estrutura da floresta, a muvuca consegue colocar o dobro ou até dez vezes mais árvores por hectare e com metade do custo do que seria um plantio com mudas", diz o portal do Instituto Socioambiental, que usa a técnicavbet italyprojetosvbet italyrestauraçãovbet italyparceria com produtores rurais nas bacias dos rios Xingu e Araguaia, no Mato Grosso.
Restauração com produção para frear novos desmatamentos
A maioria das iniciativas, porém, évbet italysistemas agroflorestais (1.643 ou 59% do total, cobrindo 14% da área mapeada), técnicavbet italyrestauração florestal produtiva que garante retorno econômico, servindo como instrumento importante para evitar novos desmatamentos.
Um desses projetos, o Cacau Floresta, envolve 250 famílias que desde 2013 já restauraram maisvbet italy500 hectares da Amazônia nos municípiosvbet italySão Félix do Xingu e Tucumã (Pará), cidades que estão no chamado Arco do Desmatamento (região com maiores taxasvbet italydestruição da floresta que engloba partes do Maranhão, Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre).
A iniciativa, que alia o cultivovbet italycacau com outras espécies nativas, recuperando áreas degradadas pela pecuária extensiva, é desenvolvida pela The Nature Conservancy (TNC) — organização que atua com preservaçãovbet italymaisvbet italy60 países e também integra a Aliança pela Restauração na Amazônia.
Rodrigo Freire, vice-gerentevbet italyrestauração florestal na TNC Brasil, explica que fazendasvbet italygado só atingem maior rentabilidade com uso mais intensivovbet italytecnologia, o que é não é o casovbet italypequenos produtores da região do Arco do Desmatamento, onde o ganho anual por hectare com pecuáriavbet italycorte variavbet italyR$ 50 a R$ 200.
Segundo ele, o investimento para converter esses pastosvbet italyagrofloresta évbet italyR$ 15 mil (sendo R$ 6 mil o valor da própria mãovbet italyobra) por hectare, investimento que costuma ser recuperadovbet italyquatro a cinco anos, usando inicialmente cultivosvbet italyciclo mais curto, como milho, mandioca e banana. Depois, com o aumento da produçãovbet italycacau, produtovbet italyalto valor agregado vendido para a indústriavbet italychocolate, é possível chegar a uma rentabilidade anualvbet italyR$ 7 mil a R$ 10 mil por hectare, diz.
"A partir do momento que o produtor viu mais rentabilidade naquela agrofloresta do que no pasto, ele abre a percepção também para a importância das árvoresvbet italypé e desses recursos ecológicos como umidade, água, fertilidade do solo (que são recuperados com a restauração da floresta)", nota ele.
Freire reconhece que a agrofloresta é menos diversa que a mata nativa, podendo chegar a 50 espécies por hectare, ante maisvbet italy140 por hectare na floresta original da Amazônia. Apesar disso, diz que a área restaurada consegue recuperar parte da biodiversidade e retomar "suas funções ecológicas, seus serviços ecossistêmicos".
"Em áreavbet italypasto, quando tem chuva forte, a água escorre muito rápido pela superfície, causando assoreamento, o carregamentovbet italynutrientes que são removidos do solo, pois a vegetação do pasto é muito rala, pouco profunda", ressalta.
"Quando você abre espaço para uma agrofloresta, com muitas árvores,vbet italydiferentes espécies e alturas, volta a ter uma estruturavbet italyflorestavbet italyproteção do solo. E as próprias folhas e galhos quando caem fazem com que o solo volte a ter fertilidade muito maior", compara.
Essa recuperação da vegetação e do solo garante mais produtividade e contribui para a preservação das fontesvbet italyágua da propriedade e da região. Além disso, a nova estruturavbet italyfloresta acaba atraindo novamente a fauna para a área antes degradada.
"Passarinhos, por exemplo, fazem ninhos nas copas do cacaueira. Também vemos a anta, maior mamífero terrestre nativo (do Brasil), voltando a ocupar o plantiovbet italycacau, usando o sistema agroflorestal como refúgiovbet italymigração entre os fragmentos florestais locais", conta.
Implementação da lei, mais crédito e compromisso do setor privado
Para que a restauração ganhe escala na Amazônia, a publicação diz que é preciso priorizar o cumprimento do Acordovbet italyParis, no qual o Brasil assumiu o compromissovbet italy2015vbet italyrestaurar 12 milhõesvbet italyhectares até 2030.
O governo Jair Bolsonaro, porém, não tem dado andamento à Política Nacional para Recuperação da Vegetação Nativa (Proveg), ferramenta criadavbet italy2017 que traz diretrizes para alcançar essa meta.
O documento recomenda também que o os governos estaduais implementem os Programasvbet italyRegularização Ambiental (PRAs), previstos no Código Florestal, passo fundamental para que propriedades que desmataram maisvbet italy20% na Amazônia recuperem a área destruída ilegalmente.
A publicação destaca ainda a necessidadevbet italycriar e regulamentar mecanismosvbet italy"pagamentos por serviços ambientais", como o mercadovbet italycréditovbet italycarbono, para que as áreas restauradas, que têm grande capacidadevbet italycapturar e armazenar carbono da atmosfera, possam gerar retorno aos proprietários.
Outra recomendação é o aumento das linhasvbet italycrédito para financiar esses projetos, assim como compromissos mais ambiciososvbet italyempresas e bancos para não realizar negócios com fornecedores que não estão com suas propriedades legalmente restauradas.
"Sabemos que só a obrigatoriedade não motiva ninguém. Cumprir a lei deve ser o básicovbet italyqualquer sociedade coerente, responsável, mas precisa ter incentivos também (para os proprietários se regularizarem), principalmente quando boa parte dessa restauração florestal custa, exige investimento, trabalho, tecnologia e insumos", afirma Rodrigo Freire.
"E faz parte da abordagem da restauração (ter) uma solução para o desmatamento. Não dá para desmatarvbet italyum lugar e ficar restaurando no outro. Vai ter perdavbet italybiodiversidade, não é isso que a gente quer", reforçou.
vbet italy Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube vbet italy ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosvbet italyautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticavbet italyusovbet italycookies e os termosvbet italyprivacidade do Google YouTube antesvbet italyconcordar. Para acessar o conteúdo cliquevbet italy"aceitar e continuar".
Finalvbet italyYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosvbet italyautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticavbet italyusovbet italycookies e os termosvbet italyprivacidade do Google YouTube antesvbet italyconcordar. Para acessar o conteúdo cliquevbet italy"aceitar e continuar".
Finalvbet italyYouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosvbet italyautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticavbet italyusovbet italycookies e os termosvbet italyprivacidade do Google YouTube antesvbet italyconcordar. Para acessar o conteúdo cliquevbet italy"aceitar e continuar".
Finalvbet italyYouTube post, 3