Covid-19: para especialistas, medidas mais restritivas demoraram a virbet houseSP; entenda o que mudou:bet house
O comitê que assessora o governo paulista havia, diante deste quadro, recomendado já na semana passada a adoçãobet housemais medidasbet housecontrole, mas o governador João Doria (PSDB) preferiu esperar até o anúncio da reavaliação do plano, prevista para esta segunda-feira.
Doria negou que a definição da data, um dia após o segundo turno das eleições municipais, tenha sido influenciada por questões políticas e reafirmou que ela foi feita apenas com bases técnicas e científicas.
O que foi anunciado?
Até segunda-feira, seis das 18 regiões do Estado estavam na fase verde, a quarta das cinco etapas previstas pelo Plano São Paulo. Todas as outras regiões estavam na fase amarela, imediatamente anterior à verde.
Agora, as regiões que já estavam na fase verde voltarão para a fase amarela.
Entre estas regiões, estão a capital ebet housea região metropolitana, as regiõesbet houseCampinas, Sorocaba, Taubaté, Piracicaba e a Baixada Santista. Elas representam 76% da população do Estado.
A alteração implica nas seguintes mudanças:
bet house - Comérciobet houserua, shopping centers, galerias e outros centros comerciais: ocupação máxima passabet house60% para 40% da capacidade, com adoçãobet houseperíodobet housefuncionamento limitado a dez horas.
bet house - Serviços: ocupação máxima passabet house60% para 40% da capacidade, com adoçãobet houseperíodobet housefuncionamento limitado a dez horas.
bet house - Bares, restaurantes e similares: consumo só será permitido ao ar livre oubet houseáreas arejadas; ocupação máxima passabet house60% para 40% da capacidade, com adoçãobet houseperíodobet housefuncionamento limitado a dez horas; manutenção do horáriobet housefuncionamento até 22h.
bet house - Salõesbet housebeleza e barbearias: ocupação máxima passabet house60% para 40% da capacidade, com adoçãobet houseperíodobet housefuncionamento limitado a dez horas.
bet house - Academiasbet houseginástica: ocupação máxima passabet house60% para 30% da capacidade, com adoção do períodobet housefuncionamento limitado a dez horas; atendimento passa a ser com hora marcada e agendamento prévio; suspensãobet houseatividadesbet housegrupo, com permissão apenasbet houseaulas e atividades individuais.
bet house - Eventos: ocupação máxima passabet house60% para 40% da capacidade do local; manutenção do controlebet houseacesso obrigatório, com hora marcada; adoçãobet houseassentos marcados; manutenção do distanciamento mínimo entre assentos; proibiçãobet houseeventos com públicobet housepé.
O que disse o governobet houseSP?
Doria justificou a mudança ao dizer que houve um "claro aumento da instabilidade da pandemia", mas esclareceu que bares, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais, além das escolas, não serão fechados.
O governador afirmou que as medidas têm como objetivo "evitar aglomerações e o aumento do contágio". "É uma medidabet houseprudência que estamos tomando para melhorar o controle da pandemia", disse Doria.
"Não é uma gripezinha, não é um resfriadinho. É uma pandemia gravíssima, a mais grave dos últimos cem anos, e isso vai exigir sacrifíciosbet housetodos e compreensão da situação dramática que estamos vivendo."
Doria descartou a adoção no Estadobet houseum lockdown, como é chamado o conjuntobet housemedidasbet housedistanciamento social que prevê o fechamento do comércio não essencial e a proibiçãobet housecirculaçãobet houseespaços públicos.
"Não há perspectivabet houselockdown. Não utilizamos o mecanismobet housetodos estes meses e, embora seja um mecanismo existente, não será aplicado", afirmou o governador.
Antecipando críticas ao momentobet houseque o anúncio foi feito, Doria negou que tenha havido um cálculo com base nas eleições municipais e num possível impacto negativo da repercussão do retrocesso sobre a candidatura do prefeito Bruno Covas (PSDB), que foi reeleito no domingo.
"O governo do Estadobet houseSão Paulo não teve, não tem e nunca terá nenhum interessebet housemedidasbet houseordembet housesaúdebet housemedidas políticas nem eleitorais. As decisões são amparadas pelo que a ciência nos determina", disse Doria.
"'Ah, porque isso foi feito depois da eleição?' Porque estava determinado dentro do programa do Plano SP. Não foi determinado pelo programa da eleição."
A reclassificação estava orginalmente prevista para o dia 16bet housenovembro, mas foi adiada pelo governo estadual para o dia 30. Na época, houve um aumentobet house18% nas internações por covid-19 no Estado.
O governobet houseSão Paulo justificou a decisão na época dizendo que era preciso analisar os dados com mais cuidado, porque uma pane no sistemabet housedados do Ministério da Saúde poderia ter gerado distorções.
A secretáriabet houseDesenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, ressaltou durante o anúncio das novas medidas que o adiamento ocorreu para evitar que mais regiões do Estado passassem à fase verde, o que ocorreria se a reavaliação fosse feita naquele momento. Ellen não deu mais detalhes sobre os dados que embasaram essa decisão.
O que dizem os especialistas?
Na avaliaçãobet houseepidemiologistas e infectologistas ouvidos pela BBC News Brasil, houve uma demora na adoçãobet housemedidas mais restritivas no Estado.
O próprio comitêbet house20 especialistas que assessora o governo Doria no combate à covid-19 recomendou na quarta-feira passada (25/11) que as medidasbet housecontrole fossem ampliadas para combater a propagação do coronavírus.
Mas Doria preferiu esperar até a segunda-feira, quando já estava prevista uma atualização das ações. De acordo João Gabbardo, coordenador executivo do comitê, o governador avaliou que as sugestões feitas eram contempladas no plano.
"Criar uma comissãobet houseespecialistas e não seguirbet houserecomendação é uma atitude um tanto petulante. Pra que a comissão existe se o governador não segue o que ela diz?", questiona Márcio Sommer Bittencourt, médico do centrobet housepesquisa clínica e epidemiológica do Hospital Universitário da Universidadebet houseSão Paulo (USP).
O epidemiologista avalia que as seis regiões que estavam na fase verde já deveriam ter regredido com o aumentobet housecasos, mortes e internações das últimas semanas.
Bittencourt destaca ainda que o Plano São Paulo passou por mudanças que favoreceram a reabertura da economia.
"Eles mudaram os níveisbet housecorte entre uma etapa e outra, tornando mais fácil progredir para fases com menos medidasbet housecontrole, e diminuíram a frequênciabet houseavaliaçãobet housea cada 14 dias para a cada 28 dias", afirma.
Desta forma, diz o médico, não é possível falarbet houseatraso, porque, na prática, o governobet houseSão Paulo está cumprindo o prazo que havia sido estabelecido.
"Não é que deixarambet housefazer o que deveriam, mas eles não estão adiantando medidas. Estão seguindo o plano, que é excessivamente frágil", avalia Bittencourt.
Raquel Stucchi, infectologista da Universidade Estadualbet houseCampinas, avalia que os índices dos últimos dez dias apontavam claramente um aumentobet housecasos ebet houseinternações na rede pública e privada.
"Deveriam ter revisado ali as medidas. Não é fazer lockdown, mas retroceder um pouco para diminuir as chancesbet houseaglomeração", diz ela.
No entanto, Stucchi avalia que a aplicação do Plano São Paulo, que foi "bem executado" e teve "certo sucesso" até agora, foi influenciada nas últimas semanas por fatores políticos. A médica diz que o governobet houseSão Paulo foi "omisso".
"Por que o governo decidiu não seguir um grupobet houseespecialistas que afirma que a pandemia está forabet housecontrole e que medidas precisam ser tomadas?", questiona Stucchi.
"Não há nenhuma outra explicação para ações importantes terem sido adiadas a não ser que estavam pensando no segundo turno, imaginando que isso seria impopular ou talvez por medobet housemostrar que não estavam conseguindo controlar a pandemia."
Ana Freitas Ribeiro, do serviçobet houseepidemiologia do Institutobet houseInfectologia Emílio Ribas, concorda que novas medidas já deveriam ter sido tomadas contra o agravamento da pandemiabet houseSão Paulo.
A médica sanitarista ressalta que é importante que haja uma reação rápida das autoridades ao aumento dos índices, porque o crescimentobet housecasos e internações normalmente refletem infecções que ocorreram cercabet house15 dias antes.
Além disso, somente os casos graves são detectados com o sistemabet housetestagem atual, e eles representam só 20% do totalbet housemédia.
Ou seja, quando se percebe que a pandemia piorou, isso já está ocorrendo há algum tempo, e o que é captado pelas estatísticas é apenas uma pequena parcela da realidade.
Por isso, diz Ribeiro, o ideal é que haja uma reavaliação das medidas a cada 15 dias e não uma vez por mês.
"Se você espera mais do que isso, o crescimento (de casos) pode ser muito alto e não haver leitos suficientes. E, se há um aumento, não há nada que indique que vá diminuir se continuar a haver uma circulação intensabet housepessoas, se você não conscientizar a população nem evitar aglomerações", diz a médica.
Pedro Hallal, do Centrobet housePesquisas Epidemiológicas da Universidade Federalbet housePelotas (UFPel), concorda que a reavaliação deve ser feitabet houseperíodos mais curtos.
"Nosso sensobet houseurgência na pandemia está sempre atrasado. Quando as pessoas se apavoram porque começou a lotar UTIs é porque o controle foi perdido duas ou três semanas antes", afirma Hallal.
Em uma situação assim, é essencial adotar rapidamente novas medidasbet housecontrolebet housecirculaçãobet housepessoas, porque esta é a única formabet houseconter um aumento repentino do númerobet housecasos e internações.
"Retardar estas medidas é uma atitude típicabet housequem não entende a dinâmica da pandemia."
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