Coronavírus: 9 erros que levaram às 100 mil mortes no Brasil (e 1 lição que a pandemia deixa até agora):sp sports apostas

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Brasil passa das 100 mil mortes com um númerosp sports apostasóbitos diários ainda muito elevado

Ou equivalente à população inteirasp sports apostascidades como Jataí,sp sports apostasGoiás, Barra do Piraí, no Riosp sports apostasJaneiro, Mairiporã,sp sports apostasSão Paulo, e Abreu e Lima,sp sports apostasPernambuco.

O Brasil é agora o único lugar do mundo além dos Estados Unidos que superou esse patamar. Maissp sports apostas161 mil americanos já morreram por causa da pandemia.

A taxa brasileira é a 10ª pior entre 209 países monitorados pelo Our World in Data. Mas estão à nossa frente países como San Marino e Andorra, que têm populações muito pequenas e só algumas dezenassp sports apostasmortes. Ou França, Itália, Reino Unido, Bélgica e Suécia, onde as mortes diárias vêm caindo há meses e, atualmente, estãosp sports apostasum dígito.

Mas a nossa taxasp sports apostasmortes por milhãosp sports apostashabitantes é a segunda maior entre os dez países mais populosos do mundo, segundo o site Our World in Data, da Universidade Oxford, no Reino Unido. São 473 mortes/milhão, enquanto os Estados Unidos têm 487 mortes/milhão.

'Nossa incompetência'

Mas, enquanto os númerossp sports apostasmortes diárias vêm caindosp sports apostasdiversas partes do mundo, estes números continuam muito altos por aqui.

As mortes diárias variaram entre 541 (em 2/8) e 1.437 (em 5/8) na última semana, e estabelecemos há muito pouco tempo um novo recorde nacionalsp sports apostastoda a pandemia:sp sports apostas29sp sports apostasjulho, 1.595 novos óbitos foram confirmados.

Ésp sports apostasmeio a uma epidemia ainda bem intensa que passamos do marco simbólico das 100 mil mortes, que escancara o fracasso do Brasilsp sports apostasevitar uma tragédia sem precedentes.

"Chegar a 100 mil é um sinal da nossa incompetência. Certamente, poderíamos ter feito melhor", diz Natália Pasternak, doutorasp sports apostasmicrobiologia pela Universidadesp sports apostasSão Paulo (USP) e presidente do Instituto Questãosp sports apostasCiência, dedicado à divulgação científica.

A visão é compartilhada por líderes, pesquisadores e profissionaissp sports apostassaúde com quem a BBC News Brasil conversou para entender os erros do país no combate à covid-19.

"Esse número mostra que, como país, não estamos conseguindo conter o vírus", diz Ester Sabino, que fez parte do grupo que fez o mapeamento genético do coronavírus no Brasil.

A médica, que é professora da Faculdadesp sports apostasMedicina da USP, alerta que o surto brasileiro ainda está longe do fim. "Se nada mudar e continuarmos com maissp sports apostasmil mortes por dia, o totalsp sports apostasmortes vai chegar a 200 milsp sports apostasno máximo cem dias."

Por isso, é fundamental compreender quais foram os equívocos que levaram o Brasil a este ponto — e qual é a lição que a pandemia deixou para o país até agora.

Erro nº1: Não nos preparamos para essa pandemia

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Mortes poderiam ter sido evitadas se possibilidadesp sports apostasuma pandemia não tivesse sido subestimada

Um ponto no qual o Brasil e outros países do mundo falharam foi não terem se preparado para uma pandemia como essa.

"Já era falado há algum tempo que poderia acontecer, que não era ficção como muita gente pensava, mas os esforços internacionais para sermos capazessp sports apostasresponder a isso ainda eram incipientes", diz Sabino.

A cientista avalia que o fato da pandemia anterior,sp sports apostasH1N1, esp sports apostasepidemias causadas por outros coronavírus, como assp sports apostasSars e Mers, não terem sido tão graves como se imaginou inicialmente contribuiu para isso.

Nos 16 meses da pandemiasp sports apostasH1N1, por exemplo, houve 493 mil casos confirmados e 18,6 mil mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

As epidemiassp sports apostasSars e Mers tiveram 8 mil e 2,5 mil casos respectivamente, enquanto agora já passamos dos 19,5 milhõessp sports apostascasos e das 723 mil mortes por covid-19 no mundo.

"Como não houve antes um impacto como osp sports apostasagora, as autoridades pensavam que tinham ferramentas suficientes para lidar com um evento desse tipo", diz Sabino.

Erro nº 2: Não houve um plano nacional contra o coronavírus

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Após duas trocas no comando do Ministério da Saúde, pasta segue com um líder interino

O primeiro caso foi confirmado no Brasil quase dois meses depois da China alertar a OMS sobre o novo coronavírus. Havia então maissp sports apostas81 mil casos e 2,75 mil mortessp sports apostas38 países.

Mesmo assim, quando a pandemia finalmente atingiu o país e mesmo depois disso acontecer, não houve um plano nacional — ou mesmo planossp sports apostasescala regional — para o combate ao coronavírus, diz Sabino.

Sem um consenso entre os governos federal, estaduais e municipais, houve decisões desencontradas e descompassadas, o que faz com que hoje a epidemia esteja arrefecendosp sports apostasalgumas partes do país e se agravandosp sports apostasoutras.

"Controlar uma epidemia é difícil, mas não é impossível. Só que a gente precisa formular um bom plano para isso. E até hoje não temos um, a não ser aguardar por uma vacina ou esperar a pandemia passar", diz a cientista.

Sabino diz que a resposta do país foi prejudicada pela trocasp sports apostascomando no Ministério da Saúde. Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich pediram demissão do cargosp sports apostasplena pandemia, por divergências com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e ainda hoje a pasta é liderada por um ministro interino, o general Eduardo Pazuello.

"O Mandetta criou um plano, mesmo que no meio do caminho, mas depois saiu, e isso acabou fragilizando a nossa reação, porque você não consegue refazer uma políticasp sports apostassaúdesp sports apostasuma hora para a outra", diz Sabino.

Erro nº3: Bolsonaro minimizou a pandemia

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Presidente negou a gravidade da pandemiasp sports apostasdiversas ocasiões

Em dos seus primeiros comentários sobre a pandemia, o presidente disse que estava sendo "superdimensionado o poder destruidor" do coronavírus. Ele também criticou as medidassp sports apostasisolamento social ao dizer que a covid-19 era uma "gripezinha" ou um "resfriadinho".

Bolsonaro afirmou ainda que a crise gerada pelo coronavírus era uma "fantasia" e que havia uma "histeria"sp sports apostastorno do assunto. Também disse que "todos iremos morrer um dia".

Questionado sobre os recordessp sports apostasmortes, respondeu: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre". Agora, ao comentar sobre as mais 100 mil mortes, disse que "vamos tocar a vida e se safar desse problema".

Natália Pasternak diz que a postura do presidente foi muito prejudicial para o combate à pandemia: "A pandemia nos encontrou com a pior liderança política possível, no pior momento".

Erro nº4: Não foram feitos testessp sports apostasmassa

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Legenda da foto, Sem ampla testagem, não é possível quebrar a cadeiasp sports apostastransmissão do vírus

Outro equívoco que o Brasil cometeu (e ainda comete) foi não testarsp sports apostasmassa a população, diz a pneumologista Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Os dados mais recentes do Ministério da Saúde apontam que, entre 1ºsp sports apostasfevereiro e 31sp sports apostasjulho, foram realizados 2.135.487 exames laboratoriais para diagnóstico da covid-19. Os números não incluem testessp sports apostashospitais e clínicas particulares, apenas na rede pública.

Isso representa apenas 1% da população brasileira e ainda está bem longe da metasp sports apostastestar 12% dos brasileiros com exames laboratoriais, apresentada por Pazuello ao Senadosp sports apostas23sp sports apostasjunho.

Sem uma ampla testagem, não é possível rastrear as pessoas que entraramsp sports apostascontato com quem estava infectado, para isolar aquelas que também tivessem se contaminado. A OMS ressaltou diversas vezes que isso é fundamental para quebrar a cadeiasp sports apostastransmissãosp sports apostasum vírus.

Nos países bem-sucedidos no combate à pandemia, essa proatividade foi fundamental, diz Dalcomo. "Esse foi o modelo da Coreia do Sul, que, para mim, foi o melhor modelosp sports apostascombate à pandemia."

Erro nº5: O isolamento social não foi suficiente

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Adesão da população às quarentenas não foi suficiente para conter a propagação do vírus

Dalcomo diz que outro fator que levou a tantas mortes foi a faltasp sports apostasum lockdown propriamente dito. Esse é o nome dado ao bloqueio totalsp sports apostasuma cidade ou região.

De um lado, lugares onde a curvasp sports apostasinfecção se aceleravasp sports apostasforma preocupante resistiramsp sports apostasadotar a medida — como São Paulo, o Estado com maior númerosp sports apostascasos e mortes, e o Amazonas, que viu seu sistemasp sports apostassaúde entrarsp sports apostascolapso.

De outro, locais onde o lockdown chegou a ser decretado por governos ou pela Justiça, as autoridades muitas vezes não conseguiram restringir a circulação ao nível recomendado pela OMS,sp sports apostas70%sp sports apostasisolamento.

Em Fortaleza, no Ceará, o índice não passousp sports apostas55% enquanto o lockdown vigorou,sp sports apostas8 a 30sp sports apostasmaio, segundo a empresa In Loco, que criou um índice baseado nos dadossp sports apostasgeolocalizaçãosp sports apostascelulares. O nível foi semelhantesp sports apostasSão Luís, no Maranhão, que viveu um lockdownsp sports apostas5 a 18sp sports apostasmaio.

No Estado do Rio, onde alguns municípios (mas não a capital) decretaram a medida tambémsp sports apostasmaio, o isolamento atingiu no máximo 57%. Na época, a Fiocruz enviou um posicionamento ao Ministério Público do Riosp sports apostasJaneirosp sports apostasque recomendava a adoção urgentesp sports apostasmedidas mais rígidassp sports apostasdistanciamento social.

"Nós perdemos o timing", diz Dalcolmo. Para ela, uma ação mais enérgica naquele momento poderia ter evitado mortes.

Pasternak concorda que quarentenas mais eficientes desde o início da pandemia, a exemplosp sports apostasoutros países atingidos antes pelo coronavírus, como China, Itália e Espanha, poderiam ter salvado vidas.

A pesquisadora cita como referência a previsão inicial feita pelo Imperial College,sp sports apostasLondres,sp sports apostasque o Brasil teria 44 mil mortes, caso estas medidas tivessem uma grande adesão da população e incentivo dos governantes.

"O isolamento exige engajamento social. Faltou uma comunicação efetiva e transparente com a população para conseguir issosp sports apostasvezsp sports apostasas pessoas entenderem como um castigo. Se isso tivesse ocorrido, das 100 mil mortes, mais da metade teriam sido evitadas", diz Pasternak.

Erro nº 6: A propaganda da cloroquina fez muita gente se expor ao vírus

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Legenda da foto, Bolsonaro defende uso da cloroquina, mesmo sem evidências científicas dos seus efeitos contra a covid-19

A imunologista Bárbara Baptista, pós-doutoranda da Fiocruz no Amazonas, avalia que a aposta do governo federal esp sports apostasoutras autoridades na eficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina para prevenir ou tratar a covid-19 contribuiu para o país ter tantas mortes.

Desde o início da pandemia, Bolsonaro defendeu publicamente estes supostos efeitos destas drogas, usadas contra doenças como lúpus e malária.

O Ministério da Saúde recomendou seu uso, associado com o antibiótico azitromicina. O Exército produziu milhõessp sports apostascomprimidos, e muitas cidades distribuíram gratuitamente o medicamento.

Mas, apesarsp sports apostasalguns estudos iniciais indicarem que estas drogas poderiam inibir o vírus, pesquisas mais robustas mostraram depois que não tinham esse efeito.

"Em uma pandemia, o que um governo diz tem peso. Infelizmente, governantes populistas falharam na orientação da populaçãosp sports apostasrelação à hidroxicloroquina", diz Baptista.

A experiência da cientistasp sports apostasManaus mostra que muitas pessoas acreditaram que poderiam prevenir a covid-19 com essa droga.

"A partir do momento que pensaram estarem protegidas, elas se expuseram mais. Mas, como não estavam, isso levou a um aumento do númerosp sports apostascasos e, consequentemente, a um maior númerosp sports apostasóbitos."

Erro nº7: Os hospitaissp sports apostascampanha viraram um 'problema'

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Legenda da foto, Hospitaissp sports apostascampanha ficaram prontos tarde demais e são alvossp sports apostassuspeitassp sports apostascorrupção

Na opiniãosp sports apostasMargareth Dalcomo, alguns Estados também erraram ao investir muitos recursos nos hospitaissp sports apostascampanha, porque,sp sports apostasmuitos casos, havia leitos ociosos na rede pública que não estavam sendo usados por faltasp sports apostasrecursos humanos e que poderiam ter sido reativados com a contrataçãosp sports apostasequipes temporárias.

Em alguns locais, a construção destes hospitais foi concluída tarde demais, quando a demanda já havia caído. Em outros, foram abertos mais leitos do que o necessário, fazendo com que os hospitaissp sports apostascampanha fossem subutilizados.

Há ainda os casossp sports apostaspossível corrupção, como no Riosp sports apostasJaneiro, onde o Ministério Público investiga se houve desviossp sports apostasrecursos públicos.

"Em muitos casos, os hospitaissp sports apostascampanha acabaram sendo mais um problema do que uma solução", diz Dalcomo.

A médica acredita que parte destes hospitais teria sido mais útil para receber pacientes com formas mais levessp sports apostascovid-19 que não tinham condiçõessp sports apostasse isolar adequadamentesp sports apostascasa. "Eles poderiam ter sido usados como centrossp sports apostasacolhimento para essas pessoas."

Erro nº8: Não conseguimos proteger os índios

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Ao menos 633 indígenas já morreram e 22.325 adoeceram nesta pandemia no Brasil

A epidemia no Brasil começou pelos grandes centros urbanos, mas já se alertava desde o início que, quando chegasse às tribos indígenas, poderia causar muitas mortes, por estes grupos serem particularmente vulneráveis à covid-19.

Mas os avisos não impediram que os índios fossem seriamente afetados pelo coronavírus: pelo menos 633 já morreram e 22.325 adoeceram, segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

A pandemia acentuou antigos problemas enfrentados pelas tribos, como faltasp sports apostasequipessp sports apostassaúde suficientes ou especializadas, e escassezsp sports apostasalimentos e itenssp sports apostashigiene. E, assim como no resto do país, houve faltasp sports apostastestes, equipamentossp sports apostasproteção e respiradores nas regiões onde vivem.

O assunto chegou ao Supremo Tribunal Federal, que determinou por unanimidade que o governo federal adote medidas para proteger os indígenas.

"Estas populações podem ser contaminadas pelas próprias equipessp sports apostassaúde; na região amazônica, pela invasão do território por madeireiros e grileiros; e,sp sports apostasaldeias próximas dos centros urbanos, os próprios indígenas precisam ir até as cidades e podem se infectar", diz Paulo Tupiniquim, coordenador da Apib.

Ele ressalta que, quando o vírus atinge essas comunidades, há um desafio maiorsp sports apostasmanter um distanciamento social.

"Os indígenas vivemsp sports apostascoletividade. Entre os caiapós do Mato Grosso, por exemplo, há cinco ou seis famíliassp sports apostasuma mesma maloca. Se uma pessoa pega...", diz Tupiniquim.

Erro nº9: Não conseguimos proteger os mais pobres

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Coronavírus matou mais entre as comunidades pobres, aponta estudo da Fiocruz

A pandemia também atingiu primeiro os mais ricos, por ter chegado ao país por meiosp sports apostasquem havia viajado ao exterior. Mas já se sabia que o vírus se propagaria rapidamente quando atingisse as comunidades mais pobres.

Mesmo assim, faltaram políticas públicas para evitar as mortes justamente entre os mais socialmente vulneráveis, diz a pesquisadora Roberta Gondim, da Escola Nacionalsp sports apostasSaúde Pública da Fiocruz e uma das coordenadoras da Salasp sports apostasSituação Covid nas Favelas.

Um levantamento da Fiocruz divulgadosp sports apostasjulho confirmou que, nas regiões onde a pobreza urbana é mais acentuada e faltam serviços básicos, como saúde e saneamento, a doença avança mais rapidamente.

E também mata mais. No Riosp sports apostasJaneiro, a taxasp sports apostasletalidade foisp sports apostas19,47% nas áreas da cidade com alta concentraçãosp sports apostasfavelas, mais do que o dobro do registrado nas áreas sem favelas (9,23%).

As condições precáriassp sports apostasvida impedem adoçãosp sports apostasmedidas individuaissp sports apostasproteção recomendadas pela OMS, como o distanciamento social ou a possibilidadesp sports apostasdeixarsp sports apostastrabalhar para ficarsp sports apostascasa.

Além disso, doenças pré-existentes que agravam a covid-19 são mais frequentessp sports apostaspessoassp sports apostasestadosp sports apostasvulnerabilidade social. E há menor ofertasp sports apostasleitos e acesso a medicamentos e outros recursos capazessp sports apostasevitar a morte do paciente.

Gondim diz que a situação só não foi pior porque as próprias comunidades correram para se organizar, mesmo sem o apoio do poder públicosp sports apostasmuitas regiões.

Os mais pobres também tendem a ser os mais prejudicados com a reabertura econômica que já ocorresp sports apostasparte do país, prevê a pesquisadora. "As populações já vulnerabilizadas é que serão mais atingidas, dada a impossibilidadesp sports apostasacesso às ações protetivas."

E qual lição a pandemia deixa até agora?

O coronavírus chegou ao paíssp sports apostasum momentosp sports apostasque pesquisas científicas eram postassp sports apostasdúvida por governos e autoridades e quando investimentos no setor eram suspensos ou cortados.

Mas a ciência, feita principalmentesp sports apostasinstituições públicas e com recursos públicos, foi justamente um dos protagonistas no combate ao vírus no país, com estudos que ajudaram a compreender melhor um vírus e uma doença até então desconhecidos, pesquisas fundamentais para entender e prever o avanço da epidemia e com o desenvolvimentosp sports apostasequipamentos mais baratos que são essenciais para salvar vidas

"Espero que a gente tenha conseguido mostrar nesta pandemia que a ciência é necessária e que as pessoas levem issosp sports apostasconta na horasp sports apostaselegerem seus representantes", diz Ester Sabino.

Natália Pasternak reforça a necessidadesp sports apostasinvestimentos "contínuos e consistentes" nesta área. "Ou estaremossp sports apostassituação igualmente vulnerávelsp sports apostasemergências futuras."

Margareth Dalcomo avalia que a ciência brasileira sairá desta pandemia mais valorizada. "Apesar da perdasp sports apostascérebros preciosos, por faltasp sports apostascondições adequadas para trabalhar, conseguimos produzir conhecimento, registrar patentes, desenvolver equipamentos a um custo menor, participarsp sports apostasestudos importantes. Acho que esse saber nacional nunca esteve tão próximo da sociedade civil como agora."

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