Por que Pantanal vive 'maior tragédia ambiental'betway apostardécadas:betway apostar

O mês passado, por exemplo, foi o julhobetway apostarque o Pantanal mais pegou fogo nos últimos 22 anos. Conforme o Inpe, foram registrados 1.684 focosbetway apostarqueimadas. No mesmo mês, no ano passado, foram 494 focos. O recordebetway apostarqueimadasbetway apostarjulho, até então, havia sidobetway apostar2005, com 1259 registros.

Pesquisadores apontam que a situação no bioma, localizado na Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai (BAP), deve permanecer difícil pelos próximos meses.

Em julho, algumas cidadesbetway apostarMato Grosso do Sul ebetway apostarMato Grosso, Estados que abrigam o Pantanal, sentiram as consequênciasbetway apostarum dos períodos ambientais mais difíceis do bioma. Essas regiões chegaram a ficar encobertas por fumaças vindas dos incêndios no Pantanal. A situação piora os problemas respiratóriosbetway apostarmoradores da região e se torna ainda mais perigosa no atual contexto da pandemiabetway apostarcoronavírus, principalmente para as pessoas que integram o grupobetway apostarrisco, como idosos e pacientes com doenças pré-existentes.

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil consideram que não há dúvidas: o Pantanal vive atualmente abetway apostarmaior tragédia ambiental das últimas décadas. "Esse cenáriobetway apostarreduçãobetway apostarchuvas no primeiro semestre do ano, o menor nível do rio (em período recente) e, principalmente, os incêndiosbetway apostargrandes proporções indicam isso", diz o engenheiro florestal Vinícius Silgueiro, coordenadorbetway apostarinteligência territorial do Instituto Centrobetway apostarVida (ICV).

"E o receio é que isso seja um 'novo normal', como consequência das mudanças acumuladas causadas pelo homem, que alteram o ciclobetway apostarchuvas, seca e das inundações naturais do Pantanal", acrescenta o geógrafo Marcos Rosa, coordenador técnico do MapBiomas, iniciativa que monitora a situação dos biomas brasileiros.

Períodobetway apostarseca

O nível das águas do rio Paraguai, principal formador do Pantanal, chegou a 2,10 metrosbetway apostarjunho,betway apostaracordo com a Marinha do Brasil. É o mês que costuma marcar o pico do rio ao longo do ano. Foi a menor marca dos últimos 47 anos, segundo a Empresa Brasileirabetway apostarPesquisa Agropecuária (Embrapa).

Há 120 anos, esse dado é medido no trecho do rio Paraguai que passa no municípiobetway apostarLadário (MS). “Em casos raros e excepcionais, essa cheia passoubetway apostar6,5 metros”, diz o biólogo Carlos Roberto Padovani, pesquisador da Embrapa. Os pesquisadores consideram que a média da cheia ébetway apostartornobetway apostar5,6 metros.

Com os níveis baixos do rio, a quantidadebetway apostarágua que chega ao Pantanal também reduz e pouco da planície é inundado. Nos próximos dois meses, a situação deve piorar. “Agosto e setembro são os períodos mais secos. As chuvas costumam começarbetway apostaroutubro, mas neste ano pode demorar ainda mais”, afirma Padovani.

Dados da Embrapa apontam que o volumebetway apostarchuvas na Bacia Pantaneirabetway apostaroutubro passado a marçobetway apostar2020 — considerado período chuvoso — foi 40% menor que a médiabetway apostaranos anteriores.

No passado, como nos anos 60, o Pantanal já viveu períodobetway apostarseca intensa. Na década seguinte, o bioma voltou a registrar índices melhoresbetway apostarinundação. Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil acreditam que a situação atual também deve melhorar futuramente, porém não descartam que leve alguns anos para que a região volte a alagar como antes.

Pesquisadores ainda avaliam as causas da pouca quantidadebetway apostarchuva no bioma desde o começobetway apostar2020. “Precisaríamosbetway apostarmais dois ou três anos para dizer se é um período seco oubetway apostarmudanças climáticas, que até então estão previstas para 2050 ou 2100. Se analisarmos os últimos 120 anos da região, veremos que esses períodos mais secos ocorrem isoladamente, como pode ser o caso atual”, diz Padovani.

“Além disso, a Organização Mundialbetway apostarMeteorologia divulgou, recentemente, um relatório que prevê chuvas abaixo da média para algumas regiões até 2024. Muitas áreas na América do Sul estão passando por uma estiagem severa”, acrescenta.

Um dos fatores associados à faltabetway apostarchuva no Pantanal ebetway apostaroutros biomas brasileiros é a degradação da Amazônia. "Com a aceleração do desmatamento da Amazônia, ao longo dos anos, o períodobetway apostarchuvas tem encurtado e as secas se tornaram mais severas na região central e sudeste do país", explica Vinícius Silgueiro, do Instituto Centrobetway apostarVida.

No primeiro semestrebetway apostar2020, foram registrados 3.069,57 km²betway apostaráreas sob alertabetway apostardesmatamento na Amazônia, maior número no período nos últimos cinco anos. Os dados são do sistemabetway apostarDetecçãobetway apostarDesmatamentobetway apostarTempo Real, do Inpe.

O crescente desmatamento da Amazônia afeta duramente o fenômeno conhecido como "rios voadores", no qual a correntebetway apostarumidade que surge na floresta origina uma grande colunabetway apostarágua, que é transportada pelo ar a vastas regiões da América do Sul.

"A Amazônia dá vida a, praticamente, todos os biomas do continente, incluindo o Pantanal. À medida que a floresta vai diminuindo e perdendo suas funções ecológicas, esse 'serviço ambiental' que ela presta também vai sendo alterado e se perdendo", explica Silgueiro.

A atual situação do Pantanal pode piorar ainda mais com o fenômeno climático La Niña, que provoca o resfriamento das temperaturas médias do Oceano Pacífico e é responsável por invernos pesados e grandes secas ao redor do mundo.

O La Niña, segundo levantamentos meteorológicos, tem maisbetway apostar50%betway apostarchancesbetway apostarocorrer, principalmentebetway apostarsetembro deste ano a janeirobetway apostar2021. “Os pesquisadores veem que, caso ocorra, o La Niña terá efeito neutro ou moderado. É um complicador a mais para o Pantanal e pode atrasar ainda mais a chuva, que costuma começarbetway apostaroutubro. Mas não há certezabetway apostarque ele irá ocorrer”, declara Padovani.

Expansão do desmatamento

A realidade da seca no Pantanal se torna ainda mais complicada devido a uma situação recorrente na região: a expansão do desmatamento no bioma ebetway apostarseu entorno.

De acordo com o Inpe, até o ano passado foram desmatados 24.915 km² do Pantanal, correspondente a 16,5% do bioma. O número equivale, por exemplo, a pouco maisbetway apostarquatro vezes a áreabetway apostarBrasília.

Um levantamento do Ministério Públicobetway apostarMato Grosso do Sul apontou que cercabetway apostar40% do desmatamento na área do Pantanal do Estado podem ter ocorridobetway apostarforma ilegal, pois não foram identificadas autorizações ambientais.

“Para as áreas desmatadas e consideradas 'possivelmente ilegais', nas quais não encontramos autorizaçãobetway apostardesmate, é emitido um relatório e encaminhado para a Polícia Ambiental, para o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) e para o Imasul (Institutobetway apostarMeio Ambientebetway apostarMato Grosso do Sul). Conforme o caso, vão a campo (para apurar)”, explica o promotorbetway apostarJustiça Luciano Furtado Loubet, diretor do Núcleo Ambiental do Ministério Públicobetway apostarMato Grosso do Sul.

Caso as autoridades constatem que se tratabetway apostardesmatamento ilegal, os responsáveis pela ação recebem uma multa administrativa, podem ser alvosbetway apostarinvestigação policial e podem responder pelo ato na Justiça.

De acordo com o MapBiomas — parceria entre universidades, ONGs, institutosbetway apostarterritórios amazônicos e empresasbetway apostartecnologia —, os alertasbetway apostardesmatamento no Pantanal mais que quadruplicarambetway apostarum ano. Entre janeiro e maiobetway apostar2019, foram 64 alertas validados, que corresponderam ao desmatamentobetway apostar2.393 hectares do bioma. Neste ano, no mesmo período, foram 61 alertas, correspondentes a 11 mil hectares desmatados.

Segundo o MapBiomas, apenas um alertabetway apostarcada ano é ligado a desmatamento que teve permissão do Ibama. O projeto não possui informações sobre quantas dessas ações foram permitidas por autoridades regionais. As autorizações para o “desmatamento legal” são concedidas a propriedades com considerável cobertura vegetal.

Além das dificuldades dentro do próprio bioma, o Pantanal também é prejudicado duramente pelo desmatamento no Cerrado, que predomina na Bacia do Paraguai, que envolve todos os afluentes do Rio Paraguai.

“Os rios que correm para o Pantanal nascem no Cerrado. Quando desmatam alguma Áreabetway apostarPreservação Ambiental (APP) nessa região, para qualquer plantio, a chuva vai levar o sedimento para dentro do rio, porque não há mais florestas para proteger a borda. E esse sedimento corre para o Pantanal e começa a assorear a região, deixa os rios mais rasos e muda todo o ciclo hídrico da área”, explica o geógrafo Marcos Reis Rosa.

O agronegócio

A principal causa da expansão do desmatamento no Pantanal, segundo especialistas, é o crescimento do agronegócio na região.

Há décadas, o bioma convive com a produção extensivabetway apostargado. Um levantamento do Instituto SOS Pantanal aponta que cercabetway apostar15% da área do Pantanal foi convertidabetway apostarpastagem.

Um monitoramento do MapBiomas revelou que o uso da área do Pantanal como pasto se tornou um grande problemabetway apostardecorrênciabetway apostarnovos métodos usados por produtores locais.

“O campo do Pantanal é ‘pastejável’, então há o usobetway apostarpastagem como método tradicional. Quando há períodobetway apostarseca, levam bois para pastejar e retiram na épocabetway apostarchuva. O problema é que nos últimos anos, com muitas mudanças no processobetway apostarinundação, o pessoal tem aproveitado que as áreas deixambetway apostarinundar para plantar pastagens exóticas”, comenta o geógrafo Marcos Rosa.

Segundo o especialista, o desmatamentobetway apostardeterminadas áreas do Pantanal para a plantaçãobetway apostarcapins exóticos — especialmente do gênero braquiária — para a pastagem se tornou comum nos últimos anos,betway apostardecorrência da queda gradativa da inundação do bioma. A medida preocupa pesquisadores, pois ameaça a vegetação do Pantanal e prejudica a biodiversidade do bioma.

Outra situação que se tornou comum recentemente e tem preocupado especialistas é o aumento das plantaçõesbetway apostargrãos. “Nos últimos anos, houve mudança na cultura do Pantanal. Muitas terras foram substituídas por áreasbetway apostargrãos. Há bastante plantaçãobetway apostarsoja na região. Com isso, temos observado muitas áreas desmatadas”, diz o biólogo André Luiz Siqueira, diretor da ONG ECOA - Ecologia & Ação.

“Denunciamos, há muito tempo, que existe uma frentebetway apostardesmatamento muito grande no Pantanal nos últimos anos. Muitas dessas queimadas estão ligadas à prática agrícola do uso do fogo, que, infelizmente, é culturalbetway apostarnossa região. É uma situação que tem se expandido, porque o Governo Federal fortalece a sensaçãobetway apostarimpunidade”, acrescenta Siqueira.

Siqueira afirma que falta fiscalização no bioma, que antes era feita pelo Ibama e por iniciativas do Instituto Chico Mendesbetway apostarConservação da Biodiversidade (ICMBio).

“As unidadesbetway apostarconservação nos Estados do Pantanal estão completamente desaparelhadas. Nós, do terceiro setor, estamos tendo que ajudar as brigadasbetway apostarincêndio, o Prevfogo (serviçobetway apostarcombate às queimadas) e os Bombeiros da região no combate aos incêndios”, comenta o biólogo.

Desde o ano passado, o governo Bolsonaro deu início a um desmonte a órgãosbetway apostarfiscalização ambiental. O fato prejudicou o combate às queimadasbetway apostartodos os biomas.

A reportagem procurou o ICMBio e o Ibama para comentarem sobre a atual situação do Pantanal. No entanto, nenhum dos dois órgãos emitiu respostas sobre o tema. O Ministério do Meio Ambiente também foi questionado sobre a atual situação do bioma, mas não comentou sobre o assunto e limitou-se a informar que o Ministério da Defesa está cuidando dos incêndios na região.

Recordebetway apostarqueimadas

De janeiro a julho deste ano, foram registrados 4.218 focosbetway apostarincêndiobetway apostartodo o Pantanal. Nos mesmos mesesbetway apostar2019, foram 1.475 registros. Os dados são do Inpe. Até então, o maior registro no período, desde o início da série histórica do instituto, havia sidobetway apostar2009, quando o monitoramento localizou 2.527 focos.

Do primeiro dia deste ano até terça-feira (4/08), 1.100.000 hectares do Pantanal foram atingidos pelo fogo na área pertencente a Mato Grosso do Sul — que abriga cercabetway apostar65% do bioma no país. No mesmo período do ano passado, foram 290 mil hectares na mesma região. Os dados são do Prevfogo e, segundo os responsáveis pelo levantamento, podem incluir áreas atingidas maisbetway apostaruma vez.

Na partebetway apostarMato Grosso, que corresponde a cercabetway apostar35% da área brasileira do Pantanal, foram consumidos 120 mil hectares do biomabetway apostarjaneiro a agosto deste ano, segundo o Corpobetway apostarBombeiros do Estado. A entidade não repassou dados sobre a extensão do fogo no bioma no ano passado durante o mesmo período, porém informou que os registrosbetway apostarfocosbetway apostarcalor aumentaram maisbetway apostaroito vezesbetway apostarcomparação a 2019.

Os incêndios também atingem as áreas do Pantanal na Bolívia e no Paraguai. A reportagem, porém, não obteve dados específicos referentes às queimadas nos países vizinhos que também abrigam o bioma.

Para especialistas, o anobetway apostar2020 pode se tornar o período com mais registrosbetway apostarfogo no Pantanal desde o início da série histórica do Inpe,betway apostar98. Isso porque os mesesbetway apostaragosto, setembro e outubro têm históricobetway apostaraumentobetway apostarqueimadas, por serem os períodos secos.

“Já tivemos um primeiro semestre ruim e agora chegamos aos meses mais críticos. Com a baixa umidade do ar, muito calor e poucas chuvas, as expectativas não são nada animadoras. A situação vai piorar ainda mais. É o período mais complicado das últimas décadas”, relata o analista ambiental Alexandrebetway apostarMatos, que integra o Prevfogobetway apostarMato Grosso do Sul.

Há algumas características que prejudicam o combate aos incêndios no Pantanal. Uma delas é a dificuldadebetway apostaracesso a muitas regiões do bioma. Há locaisbetway apostarque é possível chegar somente por meiobetway apostarbarcos ou helicópteros.

“Com o baixo nível do rio Paraguai, fica complicado navegar. Por isso, é importante usar um helicóptero, para deslocar os brigadistas mais rapidamente”, relata Matos. Até o fimbetway apostarjulho, não havia nenhuma aeronave no combate às chamas no Pantanal.

Outra característica dos incêndios no Pantanal é que nem todo fogo é perceptível, por conta da vegetação. “Nos períodosbetway apostarcheia, a biomassa vegetal permanece acumulada ali. Quando há fogo, a chama permeia substratos e queima por muitos dias embaixo da vegetação. Muitas vezes, o fogo é apagado, é feito rescaldo da parte superficial, mas lá embaixo ainda tem muito calor. E um tempo depois, nesse período da seca, o fogo pode reacender. Isso é um agravantebetway apostarcomparação a outros biomas”, detalha o analista ambiental.

Fogo causado pelo homem

Especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que a imensa maioria dos incêndios que têm ocorrido no Pantanal — alguns acreditam que a totalidade deles — são causados pelo homem.

“Quem põe fogo no Pantanal é o homem. O fogo natural acontece por causabetway apostarraios, sempre associado ao períodobetway apostarchuvas. Como não tem chovido, então é claro que o homem é o grande causador disso”, afirma o biólogo André Luiz Siqueira.

O diretor-executivo do Instituto SOS Pantanal, Felipe Augusto Dias, avalia que muitos dos incêndios causados no bioma não costumam ser criminosos. “É aquela história, uma pessoa vai pescar, faz uma fogueira, mas não apaga direito. Como estamos num período seco, sem inundação, o fogo pode propagar mais rápido, por uma área maior. Há também o uso cultural do fogo, que muitas pessoas utilizam até para espantar mosquitos. As chamas podem ser controladas superficialmente, mas podem correr embaixo e, depois, surgem longe daquele local. São vários fatores que, somados, levam à atual situaçãobetway apostarqueimadas”, afirma Dias.

O uso do fogo para a renovaçãobetway apostarpasto também é citado pelos especialistas entre as motivações para os incêndios no Pantanal.

Uma das dificuldades para punir os responsáveis pelo início do fogo, segundo as autoridades, é descobrir a origem das chamas. “O principal problema para localizar quem,betway apostarfato, põe fogo é a dimensão da área do Pantanal. Aliado a isso, há a faltabetway apostarestrutura dos órgãos ambientais fiscalizadores, dos quais o Ministério Público depende para eventual responsabilização civil ou criminal”, diz a promotora Ana Rachel Borgesbetway apostarFigueiredo Nina, do Ministério Públicobetway apostarMato Grosso do Sul.

O combate aos incêndios

Em meio à temporada históricabetway apostarqueimadas no Pantanal, os governosbetway apostarMato Grosso e Mato Grosso do Sul criaram comitês com especialistas para atuar no combate ao fogo no bioma.

Em julho, brigadistas do Prevfogo, vinculado ao Ibama, começaram a atuar no combate ao incêndio no Pantanal. Especialistas consideram que a iniciativa começou atrasada e deveria ter sido iniciada anteriormente, diante do cenáriobetway apostarqueimadas que havia acentuado desde o início do ano.

Em virtude da pandemia do novo coronavírus, indígenas, que tradicionalmente auxiliam no combate ao fogo, não estão participando das operações para evitar situaçõesbetway apostarrisco nas quais podem contrair a covid-19 e levar para suas aldeias.

Em 25betway apostarjulho, o Ministério da Defesa deu início à Operação Pantanal. A pasta enviou militares e as primeiras aeronaves para combater os incêndios no bioma: quatro helicópteros e um avião cargueiro, com capacidade para despejar até 12 mil litrosbetway apostaráguabetway apostarcada sobrevoo. Os veículos são usados para identificar incêndios e combater o fogo.

O secretáriobetway apostarMeio Ambiente do Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, considera que o apoio do governo federal é importante para poder controlar os incêndios, por envolver diversas áreas remotas. “Se não tivéssemos apoio da Marinha e do Ministério da Defesa para levar uma tropa, não conseguiríamos combater o fogo”, afirma à BBC News Brasil.

“Cada um dos órgãos assume os seus custos”, diz Verruk. Segundo o secretário, o Governo Federal arca com as ações do Ministério da Defesa, enquanto o Estado auxilia com equipes do Corpobetway apostarBombeiros.

No fimbetway apostarjulho, o governobetway apostarMato Grosso do Sul suspendeu por 180 dias as autorizaçõesbetway apostarqueimadas controladas no Pantanal. Em meados do mês passado, o governo federal havia publicado um decreto também para proibir queimadasbetway apostartodo o território nacional por 120 dias.

Especialistas ouvidos pela reportagem ressaltam que os decretos estadual e federal podem não reduzir a quantidadebetway apostarincêndios, caso não haja fiscalização. “São decretos necessários, mas é difícil prever se serão suficientes. É preciso que estejam acompanhadosbetway apostaroutras ações, como o aumento da fiscalização, melhoria da estruturabetway apostarcombate aos incêndios e uma mensagem clara e inequívoca do governobetway apostarcombate às ações ilegais”, pontua o geógrafo Marcos Rosa.

O secretário Verruk afirma que a fiscalização no Pantanal foi intensificada nas últimas semanas, para evitar novos focosbetway apostarqueimadas. “Mas fazer isso à distância é difícil. O importante é conseguir conscientizar a população, principalmente os ribeirinhos”, diz.

Ambientalistas ressaltam que é importante que as autoridades estejam atentas ao Pantanalbetway apostarmodo permanente. Eles ressaltam que a incerteza sobre o futuro do bioma, que pode continuar sofrendo com seca e queimadas intensas nos próximos anos, é preocupante.

“Daqui a 10 ou 15 dias, a região pode ficar verdebetway apostarnovo. O tronco da árvore pode ser queimado, mas logo as folhas voltam a brotar. O processobetway apostarregeneração da vegetação é relativamente rápido. O que se perde mesmo, nessa situação, é a fauna. Animais menos velozes, como tatus e cobras, acabam sendo queimados”, diz Felipe Dias, do Instituto SOS Pantanal.

“Se essa tendênciabetway apostarqueda da inundação permanecer, pode levar até à faltabetway apostarágua na região. O Pantanal pode deixarbetway apostarser o que é hoje. Ele pode se tornar um outro cenário, que não sabemos qual pode ser. Mas, com certeza, a continuidade dessa situação complicada será um indicativobetway apostargrandes perdas econômicas e ambientais para todo o mundo”, acrescenta Dias.